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Saúde e Qualidade de Vida

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS 
FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS 
DISCIPLINA SEMI PRESENCIAL: SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA 
SEMESTRE: 6º - 2018/2º 
PROF. DR. JOSÉ MARTINS PINTO NETO 
AULA Nº 1 (sem revisão da Língua Portuguesa) 
 
CONCEITOS DE SAÚDE/DOENÇA, O PROCESSO 
SAÚDE-DOENÇA 
Você já “parou” para pensar/refletir sobre O QUE É 
a) Saúde? 
b) Doença? 
c) Processo saúde-doença? 
d) Uma pessoa saudável? 
Então, nesta primeira aula temos como principal objetivo estimulá-lo a refletir sobre 
esses conceitos e as interferências do ambiente no processo saúde-doença e para tal 
vamos ajudá-los, apresentando algumas definições/conceitos que um estudante deve ter 
para fazer jus a um título de nível universitário - seja ele da área da saúde ou não. Além 
disso, apresentaremos considerações iniciais e curiosidades sobre esses assuntos. 
Um comentário: um estudante que demonstra conhecimento sobre os principais 
CONCEITOS envolvendo sua área de atuação ou de outras ciências desenvolverem 
mais habilidades cognitivas de relacionar a teoria com a prática na sua vida profissional. 
Demonstrar tais conhecimentos lhe trarão um grau maior de autonomia, credibilidade e 
sucesso profissional, dentro e fora do “meio acadêmico”. Portanto, estejam atentos aos 
principais CONCEITOS que seus professores trouxerem nas aulas virtuais e para a sala 
de aula durante o desenvolvimento das suas respectivas disciplinas. 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE SAÚDE, DOENÇA, PROCESSO SAÚDE-
DOENÇA 
 
 
A - SAÚDE: 
A saúde é considerada como um valor devido ao vínculo com a vida. Constitui-se um 
marco jurídico por ser um bem público e, dessa maneira, torna-se um direito de cada 
cidadão. Dessa forma, ela torna-se responsabilidade de toda a população e do Estado, ou 
seja, traduz-se em obrigação do poder público como também um dever de cada 
indivíduo (MARZIALE; MENDES, 1995). 
No Brasil, o direito à saúde somente passou a existir a partir da Promulgação da atual 
Constituição Federal em 5 de outubro de 1988, que CRIOU o SISTEMA ÚNICO DE 
SAÚDE (SUS), no Capítulo da Seguridade Social, Seção II - da Saúde onde no seu 
Artigo 196 diz que “A saúde é um direito de todos e um dever do Estado (...)”. 
Antes disto somente quem contribuía mensalmente para o INPS/INAMPS (criados em 
1967 e 1977, respectivamente) tinha direito a assistência à saúde (ainda que precária e 
centrada, basicamente, no profissional médico). Quem não contribuía era denominado 
de INDIGENTE. 
Veja o que escreveram Almeida, Castro e Lisboa (1998, p.11) sobre saúde 
 
“a saúde deve ser entendida em sentido mais amplo, como 
componente da qualidade de vida. Assim, não é um “bem de 
troca”, mas um “bem comum”, um bem e um direito social, em 
que cada um e todos possam ter assegurados o exercício e a 
prática do direito à saúde, a partir da aplicação e utilização de 
toda a riqueza disponível, conhecimentos e tecnologia 
desenvolvidos pela sociedade nesse campo, adequados às suas 
necessidades, abrangendo promoção e proteção da saúde, 
prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação de doenças. 
Em outras palavras, considerar esse bem e esse direito como 
componente e exercício da cidadania, que é um referencial e um 
valor básico a ser assimilado pelo poder público para o 
balizamento e orientação de sua conduta, decisões, estratégias e 
ações 
(http://www.ebah.com.br/content/ABAAABS30AI/introducao-
a-saude-publcica). 
 
 
Mas afinal das contas o que é Saúde? 
Esta é uma definição complexa. Vejam o porquê! 
A definição de saúde possui implicações legais, sociais e econômicas e a percepção de 
saúde varia muito entre as diferentes culturas, assim quanto as crenças sobre o que traz 
ou retira a saúde (WIKIPÉDIA, 2017). 
 
Ou como afirmam Souza e Oliveira (2003, p.6) 
 
“A percepção da saúde e doença de cada indivíduo está 
relacionada com a sua percepção de vida marcados por 
diferenças culturais, sociais, econômicas e individuais, 
isso permitem coexistirem concepções distintas em 
distintos momentos, em diferentes sociedades”. 
Elas também dizem que cada sociedade compreende e enfrenta a saúde e a doença de 
acordo com sua própria cultura e com o momento histórico que está vivendo. Ou seja, a 
compreensão de saúde tem alto grau de subjetividade e determinação histórica, na 
medida que indivíduos e coletividades consideram ter mais ou menos saúde dependendo 
do momento, do referencial e dos valores que atribuam a uma situação (BRASIL, 
2001). 
Portanto, saúde e doença não são estados ou condições estáveis, mas sim conceitos 
vitais, sujeitos a constante avaliação e mudanças (ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 
2002). 
No texto sobre Saúde, escrito por Madel Therezinha Luz, em 2009, da Escola 
Politécnica Joaquim Venâncio da FIOCRUZ, encontramos que 
Saúde, em português, deriva de salude, vocábulo do século XIII 
(1204), em espanhol salud (século XI), em italiano salute, e 
vem do latim salus (salutis), com o significado de salvação, 
conservação da vida, cura, bem-estar. O étimo francês santé, do 
século XI, advém de sanitas (sanitatis), designando no 
latim sanus: “são, o que está com saúde, aproximando-se mais 
da concepção grega de „higiene‟, ligada deusa Hygea. Em seu 
plural de origem idiomática, o termo „saúde‟ designa, portanto, 
uma afirmação positiva da vida e um modo de existir 
harmônico, não incluindo em seu horizonte o universo da 
doença. Pode-se dizer, deste ponto de vista, que „saúde‟ é, em 
sua origem etimológica, um „estado positivo do viver‟, aplicável 
a todos os seres vivos e com mais especificidade à espécie 
humana. (Disponível no site 
http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/sau.html 
A Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1946, definiu a saúde como "um estado 
de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e 
enfermidades". Não se pode jamais definir saúde como a simples AUSÊNCIA DE 
DOENÇAS, assim como a doença não significa apenas o contrário de saúde. 
Leia o início da Constituição da Organização Mundial de Saúde de 1946 disponível no 
site da Biblioteca Virtual de Direitos Humanos da USP 
http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-
Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-
omswho.html 
 
Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO) - 1946 
Feito na cidade de Nova Iorque em 22 de Julho de 1946, num único exemplar, feito em 
língua chinesa, espanhola, francesa, inglesa e russa, sendo cada um dos textos 
igualmente autêntico. Os textos originais serão depositados nos arquivos das Nações 
Unidas. O Secretário-Geral das Nações Unidas enviará cópias autênticas a cada um 
dos Governos representados na Conferência. 
 
Os Estados Membros desta Constituição declaram, em conformidade com a Carta das 
Nações Unidas, que os seguintes princípios são basilares para a felicidade dos povos, 
para as suas relações harmoniosas e para a sua segurança; 
A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste 
apenas na ausência de doença ou de enfermidade. 
Gozar do melhor estado de saúde que é possível atingir constitui um dos direitos 
fundamentais de todo o ser humano, sem distinção de raça, de religião, de credo 
político, de condição econômica ou social. 
A saúde de todos os povos é essencial para conseguir a paz e a segurança e depende da 
mais estreita cooperação dos indivíduos e dos Estados. 
Os resultados conseguidos por cada Estado na promoção e proteção da saúde são de 
valor para todos. 
O desigual desenvolvimento em diferentes países no que respeita à promoção de saúde e 
combate às doenças, especialmentecontagiosas, constitui um perigo comum. 
O desenvolvimento saudável da criança é de importância basilar; a aptidão para viver 
harmoniosamente num meio variável é essencial a tal desenvolvimento. 
A extensão a todos os povos dos benefícios dos conhecimentos médicos, psicológicos e 
afins é essencial para atingir o mais elevado grau de saúde. 
Uma opinião pública esclarecida e uma cooperação ativa da parte do público são de uma 
importância capital para o melhoramento da saúde dos povos. 
Os Governos têm responsabilidade pela saúde dos seus povos, a qual só pode ser 
assumida pelo estabelecimento de medidas sanitárias e sociais adequadas. 
 
E, em 22 de janeiro de 1998, a OMS modificou a definição acrescentando o vocábulo 
espiritual como descrito abaixo 
 
“saúde é um estado dinâmico de completo bem-estar físico, 
mental, espiritual e social, e não meramente a ausência de 
doença ou enfermidade.” O conceito de saúde, posto nessa 
ampla dimensão, obrigou as universidades do mundo inteiro a 
se mobilizarem rapidamente para acrescentar a espiritualidade 
em seus currículos de saúde (SALGADO, 2006). 
 
A palavra saúde vem assumindo significados muito diversos. Na atualidade, convive-se 
com uma diversidade considerável de concepções de saúde, entre as quais algumas 
bastantes conhecidas que funcionam como referências mundiais e/ou nacionais 
(BRASIL, 2001). 
Apesar de não existirem definições universais, sem dúvida, a definição mais difundida é 
a encontrada no preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde (1946): 
“saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a 
ausência de doenças”. 
Essa definição tem o mérito de colocar a saúde de forma valorizada, mostrando que a 
saúde não é apenas a ausência de doença. 
Isto é um ponto fundamental: um(a) estudante de graduação, seja ele da área da saúde 
ou não, jamais poderá definir saúde como a simples AUSÊNCIA DE 
DOENÇAS, assim como a doença não significa apenas o contrário de saúde. Se você 
pensava assim é hora de mudar o seu CONCEITO... essa é uma visão ingênua, 
reducionista, e declaradamente insuficiente. Daí a importância dessa disciplina online 
que a FEF implantou para fazer vocês refletirem alguns conceitos tão importantes como 
esses, sem os quais sua formação como sendo de nível superior ficaria comprometida. 
Por outro lado, essa definição de saúde adotada pela OMS tem sido alvo de inúmeras 
críticas. Esse conceito nos remete à utopia pois NÃO nos fornece muitas indicações 
concretas sobre o que seria essa situação de “completo bem-estar” 
OU SEJA, definir a saúde como um estado de completo bem-estar faz com que a saúde 
seja algo UTÓPICO, inatingível, e assim a definição não pode ser usada como meta 
pelos serviços de saúde. VEJA: VOCÊ, NESTE MOMENTO, PODE AFIRMAR QUE 
ESTEJA COM SAÚDE COMO DEFINIDO PELA OMS? VOCE ESTÁ EM UM 
ESTADO DE COMPLETO BEM ESTAR FÍSICO, MENTAL E SOCIAL? É 
PROVÁVEL QUE NÃO, NÃO É?? 
ALGUNS DE VOCÊS, AGORA, PODEM ESTAR COM ALGUM TIPO DE 
DESCONFORTO FÍSICO OU MENTAL, PREOCUPADOS COM A REALIZAÇÃO 
DE OUTRAS ATIVIDADES ACADÊMICAS OU SOCIAIS COMO COM OS 
FAMILIARES, RELACIONAMENTOS AFETIVOS/AMOROSOS/SEXUAIS, 
CONTAS A PAGAR... OU COM ALGUM OUTRO PROBLEMA DE QUALQUER 
NATUREZA. ENTÃO, PODEMOS DEDUZIR QUE POSSIVELMENTE NÃO 
EXISTA UM ESTADO DE COMPLETO BEM ESTAR. 
OU SE VOCÊ USA ÓCULOS, PRÓTESES OU ORTESES VOCÊ NÃO ESTARIA. 
SEGUNDO ESSA DEFINIÇÃO, EM UM ESTADO DE COMPLETO BEM ESTAR. 
ENTENDERAM? 
MAS ENTÃO COMO DEVEMOS DEFINIR SAÚDE? 
Como já dissemos a definição de saúde pode ser de várias naturezas e dimensões de 
acordo com o contexto social, ambiental, cultural, ecônomico, educacional, político e 
ideológico. Mas no Brasil temos na legislação um conceito de saúde que é conhecido 
como CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDE. Mas qual é ele? 
 Na Lei Federal nº 8080/90 (fundamental conhecê-la pois é exigida no edital de vários 
concursos públicos na área da saúde, residêncis multiprofissionais e aprimoramentos) 
econtramos os seguintes Artigos sobre Saúde: 
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as 
condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de 
políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros 
agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário 
às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. 
§ 2º O dever do estado NÃO EXCLUI o das pessoas, da família, das empresas e da 
sociedade. 
Daí a necessidade do comprometimento tanto por parte das pessoas como por parte do 
governo. Exemplo: O governo alerta: “fumar é prejudicial à saúde”, mas o indivíduo 
tem o livre arbítrio de fumar ou não e deve assumir a responsabilidade por este ato. E 
lembrar que ele estará socializando para toda a população os gastos que o sistema de 
saúde (o SUS) terá para tratá-lo de um possível enfisema ou câncer de pulmão, por 
exemplos. (Lembrem-se que o Sistema de Saúde é financiado com o dinheiro dos 
impostos que pagamos, direta ou indiretamente). 
Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização 
social e econômica do País, tendo a saúde como 
determinantes e condicionantes, entre outros, a 
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio 
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade 
física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e 
serviços essenciais.(Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013 com a 
introdução de “atividade física”). 
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no 
artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-
estar físico, mental e social. 
E é sobre essa definição que vamos comentar agora. Você precisa compreender o 
porquê que ela é um CONCEITO AMPLIADO DE SAÚDEe saber interpretá-la... 
Nesta definição vemos que a condição SAÚDE envolvem FATORES 
DETERMINANTES E CONDICIONANTES e que ela não é fruto de um ou outro 
fator isoladamente, mas sim de FATORES. Alguém de vocês tem dúvida da 
importância desses fatores para a SAÚDE de uma pessoa ou das populações. 
Assim, vocês devem entender que: 
Intrincados mecanismos determinam as condições de vida 
das pessoas e a maneira como nascem, vivem e morrem, 
bem como suas vivências em saúde e doença. Entre os 
inúmeros fatores determinantes da condição de saúde, 
incluem-se os condicionantes biológicos (sexo, idade, 
características pessoais eventualmente determinadas pela 
herança genética), o meio físico (que abrange condições 
geográficas, características da ocupação humana, fontes de 
água para consumo, disponibilidade e qualidade dos 
alimentos, condições de habitação), assim como o meio 
socioeconômico e cultural, que expressa os níveis de 
ocupação e renda, o acesso à educação formal e ao lazer, 
os graus de liberdade, hábitos e formas de relacionamento 
interpessoal, as possibilidades de acesso aos serviços 
voltados para a promoção e recuperação da saúde e a 
qualidade da atenção por eles prestada (BRASIL, 2001, p. 
3). 
 
 E que falar de saúde 
 
envolve componentes aparentemente tão díspares como a 
qualidade da água que se consome e do ar que se respira, 
as condições de fabricação e uso de equipamentos 
nucleares ou bélicos, o consumismo desenfreado e a 
miséria, a degradação social e a desnutrição, os estilos de 
vida pessoais e as formas de inserção das diferentes 
parcelas da população no mundo do trabalho. Implica, 
ainda, na consideração dos aspectos éticos relacionados ao 
direito à vida e à saúde, aos direitos e deveres, às ações eomissões de indivíduos e grupos sociais, dos serviços 
privados e do poder público (BRASIL, 2001, p.3) 
 
Esta definição de saúde da Lei nº 8080/1990 ainda comporta outros fatores nos, entre 
outros, conforme escrito no artigo dessa legislação como, por exemplos, a menção à 
paz, a liberdade e a religiosidade/espiritualidade que também são importantes para se ter 
saúde. Em uma região com conflitos agrários, étnicos, religiosos, territoriais a 
população perderá seu “estoque” de saúde. 
 Para Capra (1992) o ser humano deve ser visto de uma forma holística compreendendo 
a saúde como um fenômeno multidimensional envolvendo aspectos físicos, psicológicos 
e sociais, todos interdependentes. Ou seja, saúde é o resultado do equilíbrio dinâmico 
dos itens supracitados. 
No Brasil foi criada, em 2006, a Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da 
Saúde (CNDSS) constituída por dezesseis especialistas e personalidades da vida social, 
econômica, cultural e científica do país, a qual teve como missão promover a 
organização do conhecimento sobre os determinantes sociais em saúde, para fortalecer o 
combate das iniquidades em saúde, ou seja, “aquelas desigualdades que além de 
sistemáticas e relevantes, são também injustas, evitáveis e desnecessárias” (BRASIL, 
2010). Caso você tenha interesse/disponibilidade para ler mais sobre isso acesse o site 
http://www.determinantes.fiocruz.br/comissao.asp 
Concluindo sobre SAÚDE esperamos que vocês tenham, de fato, entendido que ela é 
resultado MULTIFATORIAL; e, portanto, já está claro que produzir saúde, não é 
EXCLUSIVIDADE do SETOR SAÚDE, ou seja, exige a participação de diversos 
setores da sociedade, dos ministérios e secretarias dos três níveis de governo (federal, 
estadual e municipal), dos diversos conselhos de participação popular, diversas 
instituições públicas, privadas, filantrópicas, igrejas, etc. Portanto, a saúde da população 
é resultado de um prática INTERSETORIAL. 
Estudos indicam que os resultados na saúde da população, por meio da melhoria na 
educação, no transporte, na coleta e no destino dos resíduos (lixo), na cultura, no 
esporte, no lazer, na defesa da qualidade ambiental, etc., são muito mais intensos e 
duradouros do que aqueles propiciados pela prestação de serviços assistenciais em 
unidades de saúde e hospitais (BRASIL, 2007, p. 19). 
No entanto, em dezembro de 2016 foi aprovada, pelo Congresso Nacional e sancionada 
pelo Presidente Temer, a Emenda Constitucional nº 95 (EC Nº 95/2016), mais 
conhecida como Emenda do TETO DOS GASTOS onde o governo federal,NÃO 
investirá recursos adicionais em saúde, educação, segurança até o ano de 2036 (ou seja, 
os recursos estão CONGELADOS por vinte anos a partir de 2018). Aos estudantes mais 
interessados, em uma boa formação acadêmica, sugiro a leitura do artigo de Cynara 
Monteiro Mariano cujo título é Emenda constitucional 95/2016 e o teto dos gastos 
públicos: Brasil de volta ao estado de exceção econômico e ao capitalismo do 
desastre, publicado na Revista de Investigações Constitucionais, disponível em 
https://revistas.ufpr.br/rinc/article/view/50289 
Sabendo que o país passa por cinco impactantesTRANSIÇÕES,que abordarei abaixo, 
serão necessários mais investimentos em saúde e essa vergonhosa Emenda 
Constitucional nº 95/2016 não permitirá que isso ocorra. Isso é um atentado contra a 
DIGNIDADE HUMANA prevista no Artigo 1º Constituição Federal de 1988, mas 
infelizmente, milhões de brasileiros estão completamente alheios a essa triste realidade 
e ainda, certamente, votarão em candidatos à Presidência da República que propõem 
mantê-la e ainda discursão que há gastos excessivos em saúde. Por Jesus leiam os 
Planos de Governo dos 13 Presidenciáveis disponíveis em vários sites e as reportagens 
dos mais importantes jornais e revistas de circulação estadual/nacional sobre os 
posicionamentos deles sobre a área da saúde, educação, segurança, habitação, emprego, 
renda, cultura. Candidatos que defendem abertamente ou subliminarmente não aumentar 
os investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência 
Social (SUAS) e no mais recentemente criado Sistema Único de Segurança Pública, 
SUSP e em educação em todos os níveis não merece o nosso voto (Por Deus não votem 
em branco ou nulo participei do Movimento das “Diretas Já”em 1983/1984 para termos 
novamente eleições diretas para Presidência da República - final do Regime Militar que 
durou 21 anos de “31/031964” a 15/03/1985). 
A melhor arma é INVESTIR em saúde, educação, trabalho formal, segurança, 
habitação, cultura e lazer da população. Nessas áreas não se gasta, se investe (numa 
linguagem bem direta) 
Leia o Artigo 1º da nossa atual Constituição Federal, promulgada em 05/10/1988, a qual 
completará 30 anos há menos de um mês. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania 
III - A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 Quem defende essa Emenda Constitucional afronta a DIGNIDADE HUMANA 
que está em posição central no Artigo 1º da nossa atual Carta Magna (ou seja, 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL). Vocês sabem que a disposição das palavras em um 
artigo pode indicar o muitas coisas importantes? 
Eis as TRANSIÇÕES que o Brasil está vivendo: 
1) TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA RETARDADA OU ACUMULAÇÃO 
EPIDEMIOLÓGICA: os brasileiros adoecem e morrem por doenças relacionadas à 
pobreza e à riqueza com um carga tríplice de doenças e agravos: 1º) Condições 
crônicas de saúde: Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes mellitus, neoplasias 
(cânceres), depressão, esquizofrenia, Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer etc; 
2º) Causas externas: acidentes de trânsito e violência e 3º) Doenças Infecciosas e 
Parasitárias: Hanseníase, Tuberculose, Dengue, Zika Vírus, Chikungunya, Malária, 
Hepatites virais A, B, C, D e E, Filariose, Esquistossomose, Doença de Chagas, entre 
outras, e agora o reaparecimento do Sarampo (que estava erradicado do Brasil) e o risco 
cada vez maior do retorno da Poliomielite devido às baixas coberturas vacinais em 
quase 350 municípios do Brasil e a vergonhosa precariedade do saneamento básico 
brasileiro como veremos na próxima aula. 
Observação:As expressões “Doenças Agudas” e “Doenças Crônicas” NÃO são mais 
aconselháveis e, portanto, estão em desuso (apesar do próprio Ministério da Saúde ainda 
as utilizarem) em seus documentos e no próprio site. O correto é utilizar as expressões: 
Condições Agudas e Condições Crônicas segundo o Prof. Dr. Eugênio Vilaça Mendes 
em seu livro As Redes de Atenção à Saúde, publicado em 2011, disponível 
onlinehttps://www.paho.org/bra/index.php?option=com_docman&view=download&cat
egory_slug=servicos-saude-095&alias=1402-as-redes-atencao-a-saude-2a-edicao-
2&Itemid=965 
2) TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA: com diminuição da taxa de fecundidade e 
envelhecimento populacionais.O padrão de fecundidade das mulheres brasileiras vem 
diminuindo em todas as cinco regiões. O número médio de filhos nascidos vivos, por 
mulher, ao final do seu período fértil foi de 1,86 de acordo com o último Censo do 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística chegando a 1,65 em 2018, o qual não é 
suficiente para a reposição populacional. Em teoria, seriam necessários 2 filhos por 
casal para substituírem os pais, na taxa de fecundidade de 2,1. O 0,1 seria utilizado 
para compensaras pessoas que morrem antes de completar a idade reprodutiva. 
Você sabia disso? Como quer ter um título de nível superior sem saber isso? 
Quem não tem filhos e podem tê-los (entendo que algumas desejam muito mas não 
podem por motivos alheios à vontade) por favor: 
Sigam a Bíblia: Crescei-vos e multiplicai-vos! Ou seja, tenham Filhos! O Brasil 
agradece. 
Gênesis 9: Deus abençoou Noé e seus filhos: "Sede fecundos, disse-lhes ele, 
multiplicai-vos e enchei a terra. 
3) TRANSIÇÃO NUTRICIONAL: de 50 a 55%da população está com o peso acima 
do normal (sobrepeso ou obeso) e sofrem ou poderão sofrer as condições crônicas 
advindas do aumento do peso corpóreo. 
Aos estudantes mais interessados sugiro a leitura do Artigo Transição nutricional no 
Brasil: análise dos principais fatores do autor Elton Bicalho de Souza, disponível em 
http://revistas.unifoa.edu.br/index.php/cadernos/article/viewFile/1025/895 
4) TRANSIÇÃO TECNOLÓGICA: incorporação excessiva, sem o uso de protocolos 
clínicos, das chamadas tecnologias duras em saúde (solicitação excessiva de exames 
laboratoriais e radioimagem pelos profissionais de saúde, de nível superior, cuja Lei do 
Exercício profissional prevê essa atividade, tais como médicos, enfermeiros, 
nutricionistas, odontólogos, farmacêuticos, médicos veterinários entre outros que estão 
conquistando esse direito). 
Aos estudantes mais interessados sugiro a leitura do Artigo Tecnologias em Saúde das 
autoras Lilia BlimaSchraiber André Mota Hillegonda Maria Dutilh Novaes disponível 
em http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/tecsau.html 
Também sugiro que leiam mais sobre as Tecnologias Duras, Leve-Duras e Leves 
descritas pelo médico Emerson Elias Merhy. Tem vários artigos disponíveis online. 
5) TRANSIÇÃO COMPORTAMENTAL: o país passa por muitas mudanças de 
paradigmas como, por exemplo, o aparecimento de novas configurações familiares, o 
fortalecimento de movimentos feministas, LGBT, etc. 
Leia a reportagem de Adriana Lima, publicada no dia 25/09/2016, no site 
http://www.jornalnh.com.br/_conteudo/2016/09/noticias/regiao/2000287-novos-
arranjos-familiares-refletem-transformacao-da-sociedade-brasileira.html 
Retratos de novas famílias 
Novos arranjos familiares refletem transformação da sociedade brasileira 
Muito além de laço sanguíneo ou morar sob o mesmo teto, família tem se tornado uma 
união cheia de afetos e compromisso com o bem-estar do outro 
Novas possibilidades 
Uma revolução nos padrões culturais, sociais e econômicos, além, é claro, da maior 
difusão da informação. As novas configurações familiares têm se tornado um processo 
natural e inevitável, obtidas a partir destas alterações. “Os novos arranjos familiares são 
o resultado de novos tempos, novas formas de convivermos em sociedade. Quem não 
conseguir conviver com estas mudanças terá sérios problemas de interação social”, 
destaca a psicóloga, doutora em Ciências Sociais e professora da Universidade Feevale, 
Sueli Cabral. 
Para a especialista, a tendência é de que cada vez mais novos modelos familiares surjam 
com o passar dos anos. “Estamos num processo de novas possibilidades. A família e sua 
composição estão relacionadas ao prazer do 'estar junto', que se constitui de uma 
emoção compartilhada, arquitetada no cotidiano”, ressalta. 
E se as famílias mudam com as alterações sociais ao longo dos anos, a sociedade 
também se readequa para “recepcionar” esses novos grupos familiares. “Família e 
sociedade se retroalimentam no processo de mudança. Leis são criadas ou alteradas, por 
exemplo, em função dessas mudanças. E a própria questão da tolerância, que agora 
então envolve uma atitude intermediária entre a absoluta aceitação e a oposição. Assim, 
não estamos apenas falando de 'respeito a', mas sobre 'aceitação e articulação com'”, 
explica Sueli. 
Vocês estudarão um pouco mais sobre essas cinco TRANSIÇÕES na aula nº 2 sobre o 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS). 
Agora que vimos um pouco sobre Saúde, vamos discorrer sobre alguns aspectos sobre 
DOENÇA. 
B – DOENÇA 
Definir doença tem a mesma complexidade do que definir saúde, ou até mais, por ser 
um conceito multifacetado. Já vimos também que doença não significa apenas o 
contrário de saúde. Portanto, a exemplo do conceito multifatorial de saúde, a doença 
deve ser vista sob diferentes pontos de vista, como os diferentes fatores que a 
influenciam como, por exemplos, os 
Fatores biológicos - como a predisposição genética e os processos de mutação que determinam 
o desenvolvimento corporal em geral, o funcionamento do organismo e o metabolismo, etc.; 
Fatores psicológicos - como preferências, expectativas e medos, reações emocionais, processos 
cognitivos e interpretação das percepções, etc.; 
Fatores socioculturais - como a presença de outras pessoas, expectativas da sociedade e do 
meio cultural, influência do círculo familiar, de amigos, modelos de papéis socias, etc. 
(HALLIGAN; AYLWARD, 2006). 
Sabemos que uma doença não influencia somente o indivíduo, mas todas as pessoas que 
estão em contato com ele (família, amigos...); além disso ela tem não apenas 
consequências biológicas, mas psicossociais (isolamento, preconceito, etiquetação, etc.) 
e provocam muitas vezes mudanças no sistema social, como por exemplo o drama 
vividos pelos doentes com lepra desde a Antiguidade, mas principalmente durante a 
Idade Média e no Brasil até mais recentemente, pois estes eram obrigados a viverem 
segregados da sociedade gerando medo, preconceito e discriminação o que motivou 
uma luta, no Brasil, pela mudança do nome da doença para HANSENÍASE. 
 O termo “doença” foi usado a partir do século V e origina-se de “dolentia” (latim), de 
“dolens entis”, com o participio presente de “dolere” (com sentido de dor), indicando, 
pois, algo como “sentir dor” ou aflingir-se”. 
No português, emprega-se também o termo “moléstia”, que significa “pesar, “enfado”, 
ou talvez, “estorvo”. Usamos também o termo “enfermidade” que no espanhol já era 
usado “enfermedad” que deriva de “enfermo” derivado do termo latino “infirmus”, com 
o qual se negava “in” “firmeza”, ou seja, alusão ao não-forte, ao debilitado, ao não-
robusto. 
Em francês, o termo para designar doença é “maladie” derivado de “malade”, 
procedente de “male habitus” que corresponderia “àquilo que se encontra em mau 
estado”. 
Já no inglês, na literatura médica, encontramos três termos distintos: Disease, Illness, 
sickness (HEGENBERG, 1998 apud FREITAS, 1999). Onde Disease designaria os 
estados corporais alterados, ou seja, refere-se à anormalidade de um estrutura e/ou 
funcionamento dos órgãos e os sistemas, ou seja, utiliza-se o termo disease para os 
estados patológicos culturalmente reconhecidos - uma doença como por exemplo o 
câncer. Já o termo Illness signifcaria como “a doença tal qual é experenciada pelo 
doente” ou a “experiência subjetiva da doença”, estando aqui presentes os aspectos 
sócio-cultural; ou ainda, Illness significa a experiência pessoal da pessoa doente, pois 
sabemos que as pessoas podem ter a mesma doença mas experenciá-la de formas 
totalmente diversas (NUNES, 2000; LIRA, NATIONS, CATRIB, 2004). 
Como exemplo temos duas pessoas com um câncer no abdomem: uma, após o 
diagnóstico, entra em quadro de depressão, não aceita o tratamento e “se entrega”. Já a 
outra, apesar de todo sofrimento, mantém uma postura de enfrentamento de forma 
positiva à doença e ao tratamento, como por exemplo, a atitude do nosso Vice-
Presidente da República José Alencar Gomes da Silva que já passou por 14 cirurgias até 
dezembro de 2009 e ainda pensa em concorrer a uma vaga no senado federal nas 
próximas eleições de outubro de 2010. A luta dele foi reconhecida por umdos mais 
renomados cirurgiões oncologista do mundo o neozelandês - Dr. Murray Brennan que 
cuidou dele nos Estados Unidos que ao ser entrevistado, em janeiro de 2010, pela 
Revista Isto É disse : “ A maneira como ele lida com a doença é extraordinária” (ISTO 
É, nº 2095, 2010, p. 6). 
Sickness é um termo usado para designar um estado muito menos grave, com sintomas 
mais passageiros, como por exemplos, um mal estar ou uma indisposição. 
Outro aspecto muito interessante são as explicações sobre as CAUSAS DAS 
DOENÇAS. De forma bastante sintética faremos uma abordagem de como o SER 
HUMANO buscou explicações sobre o seu adoecimento ao longo da história da 
Humanidade; ou seja, veremos como a causalidade das doenças adquiriu formas 
diferenciadas no decorrer dos tempos dependendo da maneira pela qual o ser humano 
entra em contato com o mundo que o cerca. 
Na ANTIGUIDADE a ideia de causalidade era de ordem mística (mágico-religiosa). 
Os assírios, egípcios, caldeus, hebreus e outros povos atribuíam à enfermidade a um 
estatuto de causa única e de entidade sempre externa ao ser humano e com existência 
própria – um mal. O doente era visto como um ser no qual essa entidade maléfica se 
agrega, como se o corpo humano fosse um receptáculo de um elemento natural ou 
espírito sobrenatural que ao invadi-lo, produz a doença, sem que nenhuma participação 
ou controle desse organismo interfira no processo de causação (FONSECA et al., 1997). 
Ou seja, a causa de uma doença era algo externo ao corpo, provocado talvez pela ira dos 
deuses (lembrando do politeísmo dos povos da Antiguidade): o deus do Trovão, o deus 
da Floresta, a deusa do amor (Vênus), etc 
 Parece óbvio também que povos primitivos entendessem a doença com algo que se 
deve à ação de projéteis tais como lanças, flechas, pedras atiradas por inimigos ou, 
talvez, ossos e espinhos que alguém engole sem querer, em virtude da ação de forças 
adversas, humanas ou sobre-humanas. Resumindo: a doença foi vista, pelos primitivos, 
como resultado de alguma coisa misteriosa, introduzido no corpo da vítima, ou em 
decorrência de atos mágicos realizados por deuses e feiticeiros. Resíduos dessas 
concepções ainda podem ser percebidos na atualidade. Como por exemplo: pessoas que 
usam amuletos para espantar os maus espíritos (EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO 
CONCEITO DE DOENÇA, sd). 
Ainda na Grécia Antiga, surge Hipócrates (460 e 370 a.C) que é considerado o Pai da 
Medicina, e que procurou romper o paradigma (modelo explicativo) vigente à época das 
causação das doenças, pois este por meio de cuidadosas observações da NATUREZA e 
da prática clínica deu início a chamada Medicina Científica. 
 Na sua época a NATUREZA foi contemplada como combinação de quatro elementos: 
terra, água, ar e fogo. Na dependência das proporções em que compareciam, esses 
elementos que também formavam o corpo delineavam as propriedades dos objetos: o 
seco, o úmido, o quente e o frio. Hipócrates associou esses quatro elementos a quatro 
humores do corpo humano: o sangue, o “phlegma”, a bile amarela e a bile negra. A 
saúde resultaria do equilíbrio (“crase”) dos elementos, já a doença do desequilíbrio 
(“discrase”) dos mesmos elementos (EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE 
DOENÇA, sd). 
Nesse contexto, Albuquerque e Oliveira (2002) colocam que 
“A saúde era a expressão de um equilíbrio harmonioso entre os 
humores corporais, os quais eram representados pelo sangue, 
pelas bílis negra e amarela e pela linfa ou fleuma. Estes quatro 
fluidos primários eram constantemente renovados pela comida 
que é ingeriada e digerida. O sangue originava-se no coração, a 
bílis amarela, no fígado, a bílis preta, no baço e a fleuma, no 
cérebro. A doença podia resultar de um desequilíbrio destes 
quatro humores, devido à influência de forças exteriores, como 
é o caso das estações do ano. De facto, propôs a existência de 
uma relação direta entre os humores e os quatro elementos: o 
fogo, o ar, a terra e a água. Neste sentido, a fleuma, o humor 
frio e húmido, era mais evidente no inverno enquanto a bílis 
amarela prevalecia no calor seco do verão. A saúde relacionava-
se não apenas com os humores contidos no corpo humano, mas 
também com o resto do universo no qual estava incluído. 
Considerava-se que o ambiente e o estilo de vida da pessoa 
influenciavam o seu estado de saúde.” 
Um dos estudos mais famosos de Hipócrates que formam o chamado Corpus 
hipocraticum é o estudo conhecido como Água, Ares e Lugares, que traz esses 
elementos como sendo fundamentais para o aparecimento ou não de doenças. Ou 
seja, podemos afirmar que Hipócrates NATURALIZOU a explicação da doença que 
passa a ser vista como fenômeno NATURAL (EM RELAÇÃO A ESTES 
ELEMENTOS DA NATUREZA – DO PLANETA TERRA – GAIA), pois 
considerou que o bem estar da pessoa estava sob influência do seu ambiente, isto é, o ar, 
a água, os locais que frequentava, a alimentação eram a expressão da saúde ou da 
doença. 
Quem hoje dúvida disto? Que a qualidade da água, do ar e o lugar (espaço geográfico) 
que você reside, estuda ou trabalha pode determinar o aparecimento ou não de doenças. 
HOJE ISTO PARECE TÃO ÓBVIO... mas não era assim.. 
Os estudos de Hipócrates foram disseminados por Galeno (122-199 d.C) que foi um dos 
médicos que exerceu maior influência na história da medicina ocidental. Mais tarde os 
Árabes foram responsáveis pela disseminação dos escritos hipocráticos e de Galeno que 
perpetuam-se até os dias atuais. 
Vale aqui lembrar sinteticamente, que na medicina hindu e chinesa a doença já era vista 
como consequência do desequilíbrio entre os elementos, humores, que compõe o 
organismo humano (para eles são cinco: madeira, metal, terra, água e fogo). A causa do 
desequilíbrio era buscada no ambiente físico, isto é, na influência dos astros, no clima, 
nos insetos e outros animais associados às doenças. A saúde, para os chineses, resulta 
entre os princípios Yang e Yin. As causas externas provocam o desequilíbrio dos 
elementos citados acima com o aparecimento das doenças. Para restabelecer a saúde, 
procura-se restabelecer o equilíbrio da energia interna, através de várias terapêuticas 
como a acupuntura (BARATA,1990). 
Na IDADE MÉDIA (período compreendido entre o término da Idade Antiga-
identificado com a queda do Império Romano do Ocidente em 476 d.C e o surgimento 
do Renascimento/Idade Moderna por volta no final do século XV), onde se desenvolveu 
o modo de produção feudal e o enorme poder exercido pela Igreja Católica foi 
considerada a Era das Trevas e época de pestilências (Peste Negra). Neste período de 
mil anos, poucos avanços ocorreram na epidemiologia e na medicina pelas inúmeras 
proibições impostas pela Igreja Católica como a de não permitir, por exemplo, a 
dissecação de cadáveres humanos para estudos de anatomia e fisiologia. A prática 
clínica é abandonada e as explicações causais são novamente relacionadas à religião – o 
PECADO COMO AGENTE CAUSAL DAS DOENÇAS – agora a ira de único DEUS 
e/ou a dos Santos Católicos. Se você tiver tempo assista ao filme: Giordano Bruno. 
Nesta época eles também acreditavam como sendo causas das doenças a conjunção dos 
planetas, envenenamento dos povos pelos leprosos e judeus ou pelas bruxarias dos 
endemoniados (BARATA, 1990). 
Mas é fundamental dizer que foi nesta mesma época que desenvolveu-se a TEORIA 
MIÁSMÁTICA que permaneceu hegemônica (dominante) até o século XIX, com a 
descoberta dos microorganismos. 
 A teoria MIASMÁTICA está relacionada aos Miasmas como fontes de doenças são 
demonstradas nas citações de vários autores encontradas nos trabalhos de Barata (1990) 
 “As doenças originam-se, parcialmente, das partículas da atmosfera e parcialmente dediferentes fermentações e putrefações dos humores. As primeiras insinuam-se entre os 
sucos do corpo, desagregando-os, misturam-se ao sangue e finalmente contaminam todo 
o organismo”. 
“Devido a uma infecção do hálito que se espalhou em torno deles enquanto falavam, um 
infectava o outro... e não só faziam morrer quem quer que falasse com eles como, 
também, quem quer comprasse, tocasse ou tirasse alguma coisa que lhes pertencesse” 
 Ainda que existam controvérsias na literatura, essas são as primeiras noções sobre 
CONTÁGIO. 
De acordo com Barata (1990) a teoria do Contágio vai ser escrita por Fracastoro, no 
início do Renascimento, da seguinte forma 
“Os seminaria (princípio do contágio) se disseminam escolhendo os humores pelos 
quais têm afinidades, sendo lançados nos vasos por atração. Podem ser absorvidos pela 
respiração e aderir aos humores que os levam ao coração. 
No RENASCIMENTO OU IDADE MODERNA (1500 a 1900) ainda que haja o 
predomínio da Teoria Miasmática, são retomadas as observações empíricas. A 
dissecação dos cadáveres passa a permitir a geração de conhecimentos das ciências 
básicas como a anatomia e a fisiologia, entre outras. Prossegue a noção de 
transmissibilidade das doenças a partir de partículas invisíveis, por contágio direto, 
fômites ou outros veículos. Nesse período vai ocorrer a Revolução Industrial na 
Inglaterra e depois em outros países da Europa, que vocês já estudaram em uma 
disciplina virtual; em conseqüência dela as cidades crescem desordenadamente e as 
condições de vida se agravam, e com isto reaparecem os estudos que buscam associar as 
questões sociais ao processo saúde-doença, que começam a rediscutir a noção de 
transmissibilidade e vulnerabilidade dos pobres às doenças, relacionando-as às suas 
condições de vida, pelo confinamento nas habitações, pela precariedade dos ambientes 
de trabalho e por outros traços culturais (FONSECA et al., 1997). Se você tiver tempo 
assista ao filme: Daens: um grito de justiça. 
Neste período histórico vai surgir o modelo mecanicista e reducionista do Homem e da 
Natureza quando filósofos/cientistas como Galileu, Descartes, Newton, Bacon e outros 
conceberam a realidade do mundo como uma máquina (ALBUQUERQUE; 
OLIVEIRA, s/d). Essa visão vai resultar no modelo Biomédico de atenção à saúde que é 
tão criticado atualmente e sobre o qual abordaremos em outra aula. 
 Em meados do século XIX surge a era BACTERIOLÓGICA com a “identificação” dos 
microorganismos. Com a descoberta de que as doenças são causadas por agentes 
etiológicos específicos, os conhecimentos até ali acumulados sobre os fatores 
relacionados à ocorrência de doenças e à sua determinação social sofrem um grande 
retrocesso (TERRIS, 1991 apud FONSECA et al. 1997). Ou seja, as questões sociais e 
da natureza deixam de ser valorizadas com causação das doenças e firma-se a teoria da 
UNICAUSALIDADE BACTERIÓLOGICA, onde as explicações das causas das 
doenças se resumiam na identificação do AGENTE ETIOLOGICO – naquela época era 
a identificação das BACTÉRIAS, destacando-se aqui os trabalhos de Louis Pasteur na 
França. Se você tiver tempo assista ao filme: A história de Louis Pasteur. 
 Já no século XX vai surgir uma nova Teoria para explicar as causas das doenças. È a 
TEORIA DA MULTICAUSALIDADE, que como o nome sugere, trará novos 
elementos explicativos (fatores) para a causação da doença. 
Segundo Gutierrez e Oberdiek (2001) a primeira das formulações desta nova teoria 
aparece no modelo da BALANÇA DE GORDON, durante a década de 20. Nesse, a 
doença é resultante de um estado de desequilíbrio dentre múltiplos fatores. O fulcro 
(meio) da balança é representado pelos fatores do MEIO AMBIENTE e os seus pratos 
pelo AGENTE e pelo HOSPEDEIRO. Ter saúde significa estar com a balança em 
equilíbrio. A doença aparece devido ao desequilíbrio da balança seja pelo aumento do 
peso relacionados a qualquer um dos fatores do prato (agente ou hospedeiro) ou ao 
deslocamento dos fatores do meio ambiente na direção de um ou outro desses fatores. 
É oportuno lembrar que, atualmente, quando falamos em agente eles podem 
ser:biológicos (bactérias, vírus, fungos, protozoários, rickettsias, etc), físicos (calor, 
frio, vibração, ruído, radiação, etc), químicos (compostos ou produtos que possam 
penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, 
neblinas, nevoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição, 
possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por 
ingestão),nutricionais,ergonômicos, etc. Portanto, não existe apenas um tipo de agente 
que causam doenças. 
Mas este modelo também recebeu críticas, pois nele os fatores são tomados 
isoladamente como se não houvesse interação entre eles, e, na prática, como se apenas 
um tipo de fator, aquele de maior peso, atuasse na produção da doença. 
 Desta forma a multicausalidade vê-se reduzida à unicausalidade, com a única diferença 
de serem admitidas outras causas que não, apenas a presença do agente biológico 
(BARATA, 1990). 
 Na década de 30 e nas seguintes, a crise das sociedades capitalistas ocidentais revelou a 
incapacidade do sistema econômico em prover condições mínimas de vida e de saúde 
para a totalidade da população. Neste contexto, “o social surge como mais um fator a 
ser julgado no conjunto de outros tantos que colaborarão no processo de produção da 
doença” (FONSECA et al., 1997, p. 13). E a partir de muitos acontecimentos políticos e 
sociais que vão moldar as sociedades após a segunda guerra mundial vai sendo 
formulada a teoria mais aceita hoje que é A TEORIA DA DETERMINAÇÃO SOCIAL 
DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA que se contrapõe a da multicausalidade porque 
procura relacionar a forma como a sociedade está organizada ao aparecimento de riscos 
ou de potencialidades que determinam os processos de adoecer e morrer. 
Nesta teoria a explicação se dá pelos processos estruturais da sociedade (com a 
sociedade está organizada), os perfis de reprodução social (produção e consumo de 
bens) dos diferentes grupos socioeconômicos (classes sociais) com as correspondentes 
potencialidades (bens ou valores de uso) de saúde e sobrevivência, assim como os riscos 
de adoecer e morrer (BREILH, 1991). 
C- PROCESSO SAÚDE-DOENÇA 
Processo saúde-doença é uma expressão que surgiu no contexto da Teoria da 
Determinação Social. Processo expressa o caráter dinâmico dos fatos vinculados à 
saúde-doença em todas as suas dimensões. Neste contexto, vocês deverão entender 
processo como algo dinamizador, porém Demo (1985) apud Fonseca et al. (1997) nos 
alerta que processo não significa progresso, pode incluir também o regresso ou o 
retrocesso. 
Então processo saúde-doença resulta de uma realidade processual (sociedade) que 
possui uma historicidade dependendo da sucessão dos modos de produção, de 
contradições sociais e está em constante transformação que admite superação, mutação 
e crítica, não havendo verdade absoluta e que não existem padrões ideais de saúde-
doença que devem ser perseguidos, mas sim níveis de saúde que podem ser alcançados 
dentro de uma determinada realidade social (FONSECA et al., 1997). 
Laurell (1983) apud Barata (1990, p. 24) diz que 
“O processo saúde-doença é determinado pelo 
modo como o Homem se apropria da natureza em 
um dado momento, apropriação que se realiza por 
meio do processo de trabalho baseado em 
determinado desenvolvimento das forças 
produtivas e relações sociais de produção. (...) o 
padrão social de desgaste e reprodução biológica 
determina o marco dentro do qual a doença é 
gerada. 
Em síntese: 
A visão social do processo saúde-doença não nega a existência e relevância do 
fenômeno biológicoe entende que a doença não pode ser considerada apenas como 
fenômeno individual, mas sim fruto dos processos de produção que geram riscos 
diferentes de adoecer e morrer segundo as classes sociais e os processos de trabalho. 
D- O QUE É UMA PESSOA SAUDÁVEL? 
A definição de uma pessoa saudável é alguém que não passou por exames suficientes, 
(Anonimo citado por Starfield, 2002, p. 217). 
Esta frase é muito interessante, pois se uma pessoa for submetida a TODOS os TIPOS 
DE EXAMES laboratoriais, de radioimagem, entre outros, disponíveis no arsenal das 
chamadas “ ciências da saúde”, vai acabar descobrindo algo fazendo valer aquele velho 
ditado: Quem procura, acha!(você já ouviu isto? Ou já falou para alguém, não é?) 
 Segundo Brasil (2001) 
A busca do entendimento do processo saúde/doença e seus 
múltiplos determinantes leva a concluir que nenhum ser 
humano (ou população) pode ser considerado totalmente 
saudável ou totalmente doente: ao longo de sua existência, vive 
condições de saúde/doença de acordo com suas potencialidades, 
suas condições de vida e sua interação com elas. E que Saúde 
é, portanto, produto e parte do estilo de vida e das condições de 
existência, sendo a vivência do processo saúde/doença uma 
forma de representação da inserção humana no mundo”. 
 
Brasil (1998) apud Souza Júnior e Reis (2010) citam que: 
‘ A busca do entendimento do processo saúde-doença e seus 
múltiplos determinantes leva a concluir que nenhum ser 
humano (ou população) pode ser considerado totalmente 
saudável ou totalmente doente: ao longo de sua existência, 
vive condições de saúde-doença de acordo com as suas 
potencialidades, suas condições de vida e interação com 
eles. A saúde deixa de ser o avesso ou imagem 
complementar da doença, expressando-se na luta pela 
ampliação do uso das potencialidades de cada pessoa e da 
sociedade, refletindo sua capacidade de defender a vida. E 
a vitalidade física, mental e social para a atuação frente às 
permanentes transformações pessoais e sociais, frente aos 
desafios e conflitos, expressa esse potencial. Saúde é, 
portanto, produto e parte de estilo de vida e das condições 
de existência, sendo a vivência do processo saúde-doença 
uma forma de representação da inserção humana no 
mundo (BRASIL, 1998, p. 251-252). 
 
QUAIS OS CONCEITOS QUE DEVO SABER SOBRE A AULA nº 1? 
1) Entender saúde como um resultado MULTIFATORIAL; e, portanto, já está claro 
que produzir saúde, não é EXCLUSIVIDADE do SETOR SAÚDE, ou seja, exige a 
participação de diversos setores da sociedade, dos ministérios e secretarias dos três 
níveis de governo (federal, estadual e municipal), dos diversos conselhos de 
participação popular, diversas instituições públicas, privadas, filantrópicas, igrejas, etc. 
Portanto, a saúde da população é resultado de uma prática INTERSETORIAL. Nunca 
conceituar saúde como sendo apenas a AUSÊNCIA DE DOENÇAS. 
2) Saber o conceito de doença - Doença tem a mesma complexidade do que definir 
saúde, ou até mais, por ser um conceito multifacetado. Já vimos também que doença 
não significa apenas o contrário de saúde. Portanto, a exemplo do conceito multifatorial 
de saúde, a doença deve ser vista sob diferentes pontos de vista, como os diferentes 
fatores que a influenciam como, por exemplos, biológicos, psicológicos, socioculturais 
e políticos. 
Todo estudante deverá saber o conceito de saúde do artigo 3º da Lei Federal nº 8080/90 
que foi modificado pela Lei Federal n° 12864/2013. O conceito de saúde dessa Lei é 
chamado de “Conceito Ampliado de Saúde”. 
3) O conceito de processo saúde-doença-cuidado - A visão social do processo saúde-
doença não nega a existência e relevância do fenômeno biológico e entende que a 
doença não pode ser considerada apenas como fenômeno individual, mas sim fruto dos 
processos de produção que geram riscos diferentes de adoecer e morrer segundo as 
classes sociais e os processos de trabalho. 
4) O QUE É UMA PESSOA SAUDÁVEL? “A busca do entendimento do processo 
saúde/doença e seus múltiplos determinantes leva a concluir que nenhum ser humano 
(ou população) pode ser considerado totalmente saudável ou totalmente doente: ao 
longo de sua existência, vive condições de saúde/doença de acordo com suas 
potencialidades, suas condições de vida e sua interação com elas. “ 
5) SAÚDE AMBIENTAL E AS INTERFERÊNCIAS DO AMBIENTE NO 
PROCESSO SAÚDE-DOENÇA “Saúde e meio ambiente são áreas intrinsecamente 
interligadas, não sendo possível prevenir e proteger a saúde individual e coletiva sem 
cuidar do meio ambiente. Saúde pressupõe um meio ambiente saudável, assim, não se 
pode falar em danos ao meio ambiente sem pensar em danos à saúde individual e 
coletiva. É fato incontroverso que a degradação do meio ambiente corresponde a graves 
danos à saúde individual e coletiva” (SANTOS, s/d).” 
RECOMENDAMOS A LEITURA DA REFERÊNCIA ABAIXO PARA FINS DE 
AVALIAÇÃO TEÓRICA: 
BASTITELLA, C. Saúde, doença e cuidados: complexidade teórica e necessidades 
histórica. In: FONSECA, A. F.; CORBO, A. D. A. (Orgs.) O território e o processo 
saúde-doença. Rio de Janeiro: EPSJV/Fiocruz, 2007. Disponível no site 
http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/l24.pdf 
LER DA PÁGINA 25-48. No YouTube existem vários vídeos sobre o Processo 
Saúde Doença. 
 
PRINCIPAIS REFERÊNCIAS UTILIZADAS NESSA AULA: 
ALBUQUERQUE, C. M. S.; OLIVEIRA, C. P. F. Saúde e doença: significações e 
perspectivas em mudança. Revista ISPV, n. 25, 2002.Disponível em: 
http://www.ipv.pt/millenium25/75_27.htm 
 
BARATA, R. C. B. A historicidade do conceito de causa. In: CARVALHEIRO, J .R. et 
al. Texto de apoio. Epidemiologia, n. 1, 2 ed. Rio de Janeiro: SDE-ENSP/ABRASCO, 
p. 13-27, 1990. 
 
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: saúde. Brasília, 2001. 
 
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais 
meio ambiente, saúde / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: 128p. 1997. 
 
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Vigilância ambiental em saúde. Brasília: 
FUNASA, 2002 a. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde ambiental e gestão de resíduos de serviços de 
saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002 b. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Subsídios para 
construção da Política Nacional de Saúde Ambiental. Brasília: Ministério da Saúde, 
2007. (Série B. Textos Básicos de Saúde). 
 
BRASIL. Comissão Nacional de Determinantes Sociais em Saúde. Disponível em 
http://www.determinantes.fiocruz.br/comissao.asp 
BREILH. J. Epidemiologia: economia, política e saúde. São Paulo: UNESP-
HUCITEC, 1991. 276p. 
 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Disponível em 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/principal.htm 
 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE DOENÇA. Cap. 2. s/d material 
fotocópia sem outros dados para a elaboração da referência. 
 
FONSECA, R. M. G. S. et al. A classificação das práticas de enfermagem em saúde 
coletiva e o uso da epidemiologia social. Brasília: Associação Brasileira de 
Enfermagem, 1997. 78 p. (Série didática; enfermagem no SUS). 
 
 
FREITAS. M. C. Condição crônica de saúde do adulto: análise do conceito. 1999. 
138 f. Dissertação (Mestrado). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Universidade 
de São Paulo, Ribeirão Preto, 1999. 
 
FREITAS, C. M.; PORTO, M. F. Saúde, ambiente e sustentabilidade. Rio de Janeiro: 
Fiocruz, 2006. P. 124 p. (Coleção Temas em Saúde). 
 
GUTIERREZ, P. R.; OBERDIEK, H. I. Concepções sobre a saúde e a doença. In: 
ANDRADE, S. M.; SOARES, D. A.; CORDON-JUNIOR, L. Bases da saúde coletiva. 
Londrina: UEL, 2001. P. 1-25. 
 
HALLIGAN, P. W.; AYLWARD,M.The Power of Belief: Psychosocial influence on 
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