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Direito Administrativo para XXIII Exame OAB 2017
Teoria e exercícios comentados
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AULA 09
Olá pessoal!
A aula de hoje é sobre ³serviços públicos´.
Seguiremos o seguinte sumário:
SUMÁRIO
Serviços públicos.............................................................................................................................................................4
Competência ......................................................................................................................................................................5
Classificações.....................................................................................................................................................................9
Originário e derivado ..................................................................................................................................................9
Exclusivo e não exclusivo ....................................................................................................................................... 10
Próprio e impróprio.................................................................................................................................................. 11
Administrativo, comercial e social...................................................................................................................... 12
Geral e individual ....................................................................................................................................................... 12
Obrigatório e facultativo ......................................................................................................................................... 14
Concessão e permissão de serviço público .................................................................................................... 18
Requisitos do serviço público adequado.......................................................................................................... 25
Licitação prévia........................................................................................................................................................... 33
Prazo................................................................................................................................................................................ 39
Transferência de encargos ..................................................................................................................................... 40
Política tarifária .......................................................................................................................................................... 43
Direitos e obrigações................................................................................................................................................ 47
Intervenção................................................................................................................................................................... 56
Formas de extinção ................................................................................................................................................... 60
Autorização de serviço público ............................................................................................................................ 79
Parcerias público-privadas .................................................................................................................................... 82
Modalidades ................................................................................................................................................................. 83
Restrições...................................................................................................................................................................... 84
Tipos de contraprestação ....................................................................................................................................... 87
Garantias........................................................................................................................................................................ 88
Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas (FGP) ........................................................................... 90
Sociedade de Propósito Específico (SPE)......................................................................................................... 91
Licitação prévia à PPP.............................................................................................................................................. 92
Disposições aplicáveis apenas à União ............................................................................................................. 93
Jurisprudência .............................................................................................................................................................106
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RESUMÃO DA AULA ...................................................................................................................................................108
Questões comentadas na aula .............................................................................................................................111
Gabarito ...........................................................................................................................................................................124
As leis necessárias para o acompanhamento da aula, além da
Constituição Federal, são as seguintes:
 Lei 8.987/1995: dispõe sobre o regime de concessão e permissão
da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição
Federal, e dá outras providências.
 Lei 9.074/1995: estabelece normas para outorga e prorrogações
das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras
providências.
 Lei 11.079/2004: institui normas gerais para licitação e contratação
de parceria público-privada no âmbito da administração pública.
Destaco que observei uma tendência crescente de cobrança do tema
nas provas recentes da OAB, com destaque para os tópicos ³formas de
extinção´�GRV�FRntratos de concessão e permissão H�³parcerias-público
privadas´. Portanto, aprofundaremos um pouco mais os tópicos mais
importantes, ok?
Preparados? Aos estudos!
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SERVIÇOS PÚBLICOS
A Constituição Federal ou as leis do nosso país não apresentam, de
forma expressa, um conceito de serviço público. No plano das normas,
podemos encontrar um conceito de serviço público apenas no nível
infralegal, especificamente no Decreto 6.017/2007, que regulamenta os
consórcios públicos:
XIV - serviço público: atividade ou comodidade material fruível
diretamente pelo usuário, que possa ser remuneradopor meio de taxa ou preço
público, inclusive tarifa;
Não obstante a definição apresentada pelo Decreto, a doutrina
enfatiza ser muito difícil apresentar um conceito único de serviço público
que o diferencie categoricamente da atividade privada. Isso porque a
atividade em si não permite concluirmos se um serviço é ou não público.
Além disso, o conceito não é nada estático. Afinal, é o Estado quem
escolhe, por meio da Constituição ou de lei, quais as atividades que, em
determinado momento, são consideradas de interesse geral e as rotula
como serviços públicos, dando-lhes um tratamento diferenciado. Em um
dado momento, o Estado pode entender que determinada atividade, por
sua importância para a coletividade, não deve ficar na dependência da
iniciativa privada e, mediante lei, a transforma em um serviço público; em
outro momento, determinada atividade hoje considerada pela lei como
serviço público pode passar a ser exercida como atividade econômica,
aberta à livre iniciativa. Enfim, é uma questão de escolha política.
Para ter uma noção da dificuldade de estabelecer um conceito
taxativo para serviço público, basta ver que existem atividades
absolutamente essenciais à sociedade, como a educação e a saúde, que
podem ser exploradas por particulares a partir de livre iniciativa,
independentemente de delegação do Estado e sob regime de direito
privado�� RX� VHMD�� VHP�D� ³URXSDJHP´� GH� VHUYLoR� Súblico; por outro lado,
outras atividades, um tanto quanto dispensáveis, a exemplo das loterias1,
são prestadas pelo Estado como serviço público.
A despeito da dificuldade relatada, a doutrina costuma propor seu
conceito para serviço público. Vejamos o que dizem os principais autores:
1 Nos termos da Lei 12.869/2013, os serviços de loterias federais são explorados pelos particulares
mediante permissão do Poder Público (permissão lotérica), outorgada pela Caixa Econômica Federal,
através de licitação.
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1. (Cespe ± PRF 2012) Os serviços públicos outorgados constitucionalmente à 
União, como os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de 
passageiros, estão enumerados taxativamente na CF. 
 Comentário: Os serviços públicos de competência da União são 
enumerados taxativamente na CF, daí a correção do item. Já a lista dos 
serviços de competência dos Municípios é meramente exemplificativa (outros 
serviços de interesse local, não enumerados na CF, como os funerários, 
também podem ser prestados pelos Municípios). Por fim, a competência dos 
Estados é residual (inclui tudo o que não for da competência da União ou dos 
Municípios). 
 Gabarito: Certo 
2. (Cespe ± MIN 2013) É da competência dos estados-membros explorar os 
serviços de energia elétrica. 
 Comentário: A exploração dos serviços de energia elétrica é de 
competência da União, que pode explorá-los diretamente ou mediante 
autorização, concessão ou permissão, em articulação com os Estados. Em 
muitas regiões, a exploração desses serviços é delegada para concessionárias 
de energia controladas pelos Estados-membros (ex: Cemig e CEB), mas o 
serviço, como em toda delegação, continua na titularidade da União, sendo 
regulados pela Aneel (agência reguladora federal). Eis o artigo da 
Constituição: 
Art. 21. Compete à União: 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos 
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais 
hidroenergéticos; 
 Gabarito: Errado 
3. (Cespe ± MPU 2013) Por expressa determinação constitucional, devem, 
obrigatoriamente, ser diretamente prestados pelo Estado os serviços postal, de 
aproveitamento energético dos cursos de água e de transporte ferroviário e 
aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais. 
 Comentário: Por expressa determinação constitucional, os serviços 
enumerados na questão devem ser prestados pela União; mas não 
obrigatoriamente de forma direta, daí o erro. 
Com efeito, os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos 
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fiscalização de atividades. São também chamados de serviços públicos
propriamente ditos.
O serviço público derivado é o que não é considerado essencial, mas
sim conveniente à coletividade, podendo ser prestado por particular
(é delegável, portanto). O Estado pode prestá-lo diretamente ou
delega-lo a terceiros, tais como telefonia, energia elétrica e transportes.
São também chamados de serviços de utilidade pública.
EXCLUSIVO E NÃO EXCLUSIVO
Serviços públicos exclusivos são aqueles de titularidade do Estado,
prestados diretamente pela Administração ou indiretamente mediante
concessão, permissão ou autorização.
Conforme a Constituição, são exemplos de serviços públicos
exclusivos o serviço postal, o correio aéreo nacional (art. 21, X), os
serviços de telecomunicações (art. 21, XI), os de radiodifusão, energia
elétrica, navegação aérea, transportes e demais indicados no artigo 21,
XII, e o serviço de gás canalizado (art. 25, §2º), este de competência dos
Estados-membros.
Atente que os serviços exclusivos não se confundem com serviços
indelegáveis (originários). Por exemplo: o serviço de telecomunicações é
competência da União, ou seja, é serviço de titularidade exclusiva da
União, porém pode ser prestado por particulares, no caso, as
concessionárias.
Serviços não exclusivos são aqueles que não são de titularidade
do Estado e, por isso, podem ser prestados pelos particulares
independentemente de delegação. Tal é o caso dos serviços previstos
no título VIII da Constituição, concernentes à ordem social, abrangendo
saúde (arts. 196 e 199), previdência social (art. 201, § 8), assistência
social (art. 204) e educação (arts. 208 e 209).
Ressalte-se que os serviços não exclusivos podem ser prestados
tanto pelo Estado, sob regime de direito público, como pelos
particulares, neste último caso, sob o regime de direito privado, de livre
iniciativa, independentemente de delegação estatal. Ou seja, são serviços
que não são de titularidade exclusiva do Estado.
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ADMINISTRATIVO, COMERCIAL E SOCIAL
Serviço público administrativo é aquele que a Administração
executa para satisfazer suas próprias necessidades internas ou para
preparar outros serviços que são prestados ao público (atividades-meio),
tais como a imprensa oficial (impressão de diários oficiais). O usuário
direto é a própria Administração.
Serviço público comercial, também denominado econômico ou
industrial, é o que atende às necessidades coletivas de ordem
econômica, produzindo lucro para quem o presta, como os serviços de
telecomunicações, de transportes e de energia elétrica.
Saliente-se que não se enquadram nessa categoria as atividades
econômicas em sentido estrito, regidas pelo art. 173 da Constituição
Federal (ex: bancos públicos e Petrobras). Isso porque, mesmo se forem
excepcionalmente desempenhadas pelo Estado, essas atividades o serão
sob regime jurídico (predominante) de direito privado, e não como serviço
público.
Serviço público social é o que atende às necessidades coletivas de
ordem social, como saúde, educação e cultura, abrangendo ainda os
serviços assistenciais e protetivos (ex: assistência à criança e ao
adolescente). Tais serviços são, em regra, deficitários (não geram lucro) e
podem ser desempenhados por particulares, independentementede
delegação (como serviços privados).
GERAL E INDIVIDUAL
Serviço público geral, ou uti universi, é aquele prestado a toda a
coletividade, indistintamente, ou seja, beneficia grupos indeterminados
de indivíduos, não sendo possível ao Poder Público identificar, de forma
individualizada e exata, quanto cada usuário utiliza do serviço. São
financiados pelas receitas dos impostos, a exemplo dos serviços de
segurança pública, iluminação pública e saneamento básico.
Serviço individual, ou uti singuli, é aquele usufruído individual e
diretamente pelo cidadão, sendo possível mensurar, caso a caso, quanto
do serviço está sendo consumido por cada usuário, separadamente. São
mantidos por meio das receitas das taxas ou das tarifas, a exemplo da
energia elétrica, telefone, água etc.
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4. (FGV ± OAB 2012) Acerca dos serviços considerados como serviços públicos 
uti singuli, assinale a afirmativa correta. 
A) Serviços em que não é possível identificar os usuários e, da mesma forma, não é 
possível a identificação da parcela do serviço utilizada por cada beneficiário. 
B) Serviços singulares e essenciais prestados pela Administração Pública direta e 
indireta. 
C) Serviços em que é possível a identificação do usuário e da parcela do serviço 
utilizada por cada beneficiário. 
D) Serviços que somente são prestados pela Administração Pública direta do 
Estado. 
 Comentários: vamos analisar cada alternativa: 
 a) ERRADA. Trata-se da definição de serviços públicos uti universi ou 
gerais. 
 b) ERRADA. Nessa definição, podem-se enquadrar os serviços públicos 
originários, assim como os serviços públicos exclusivos, quando prestados 
diretamente pela Administração. 
 c) CERTA. É a exata definição de serviços públicos uti singuli ou 
individuais. 
 d) ERRADA. Trata-se da definição de serviços públicos originários. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³F´ 
5. (Cespe ± Câmara dos Deputados 2012) De acordo com critério de 
classificação que considera a exclusividade ou não do poder público na prestação 
do serviço, o serviço postal constitui um exemplo de serviço público não exclusivo do 
Estado. 
 Comentário: O serviço postal é um serviço exclusivo do Estado, prestado 
diretamente pela União, nos termos do art. 21, X da CF: 
Art. 21. Compete à União: 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
 Gabarito: Errado 
6. (Cespe ± MDIC 2014) O serviço de uso de linha telefônica é um típico exemplo 
de serviço singular, visto que sua utilização é mensurável por cada usuário, embora 
sua prestação se destine à coletividade. 
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Comentário: O serviço de uso de linha telefônica é passível de 
mensuração individual (veja a sua conta telefônica); portanto, trata se de 
serviço uti singuli ou individual. 
 Gabarito: Certo 
7. (Cespe ± PRF 2012) O serviço de iluminação pública pode ser considerado uti 
universi, assim como o serviço de policiamento público. 
 Comentário: Tanto o serviço de iluminação pública como o de 
policiamento não são mensuráveis individualmente, ou seja, não é possível 
dizer com certeza quanto que determinado indivíduo consome de iluminação 
pública ou de policiamento. Sendo assim, tais serviços são considerados uti 
universi ou gerais. 
 Gabarito: Certo 
8. (Cespe ± PC/BA 2013) Caracterizam-se como serviços públicos sociais 
apenas os serviços de necessidade pública, de iniciativa e implemento exclusivo do 
Estado. 
 Comentário: Serviço público social é o que atende às necessidades 
coletivas de ordem social, como saúde, educação e cultura, abrangendo ainda 
os serviços assistenciais e protetivos. O erro é que os serviços sociais não 
são privativos do Estado, podendo também ser desempenhados por 
particulares, independentemente de delegação. 
 Gabarito: Errado 
9. (Cespe ± MIN 2013) Os serviços de utilidade pública, a exemplo dos serviços 
de transporte coletivo, visam proporcionar aos seus usuários mais conforto e bem-
estar. 
 Comentário: Os serviços de utilidade pública são aqueles considerados 
não essenciais, mas sim convenientes à coletividade, podendo ser prestados 
por particulares. Portanto, são serviços delegáveis. São exemplos de serviço 
de utilidade pública: transporte coletivo, energia elétrica, telefonia, etc. 
 Gabarito: Certo 
10. (ESAF ± CGU 2012) A noção de "Serviço Público" é considerada por autores 
como Cretella Jr. "a pedra angular do direito administrativo". No caso brasileiro, os 
serviços públicos são classificados segundo algumas características. Os enunciados 
abaixo se referem a essas características. 
I. Os serviços públicos prestados diretamente pelo Estado ou indiretamente, 
mediante concessionários, são chamados Serviços Públicos Próprios. 
II. Apenas os serviços públicos prestados diretamente pelo Estado são chamados 
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Serviços Públicos Próprios. 
III Os serviços públicos prestados indiretamente, mediante concessão, autorização, 
permissão ou regulamentação são Serviços Públicos Impróprios. 
Quanto a esses enunciados, indique a opção correta. 
a) Apenas o I está correto 
b) Apenas o II está correto 
c) Apenas o III está correto 
d) Todos estão corretos 
e) Nenhum está correto. 
 Comentários: Vamos analisar cada item. 
 I) CERTO. Na visão de parte da doutrina, os serviços públicos próprios 
são aqueles que, atendendo a necessidades coletivas, o Estado assume como 
seus e os executa diretamente (por meio de seus órgãos e agentes) ou 
indiretamente (por meio de concessionárias e permissionárias). 
 II) ERRADO. Também os serviços prestados indiretamente pelo Estado 
são chamados de serviços públicos próprios. 
 III) ERRADO. Os serviços públicos prestados indiretamente, mediante 
concessão, autorização, permissão ou regulamentação são serviços públicos 
próprios. Por sua vez, os serviços públicos impróprios não são de titularidade 
do Estado e nem por ele executados (ex: serviços relacionados no capítulo 
sobre D�³2UGHP�VRFLDO´�GD�&)��FRPR�VD~GH�H�HGXFDomR��TXDQGR�SUHVWDGRV�SRU�
particulares). Porém, não refogem ao poder de polícia, pois devem ser 
autorizados, regulamentados e fiscalizados. 
*DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³D´ 
 
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CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO
Nos termos do art. 175 da CF, o serviço público é incumbência do
Estado, que pode prestá-lo diretamente ou indiretamente, neste último
caso, mediante delegação a particulares:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
II - os direitos dos usuários;
III - política tarifária;
IV - a obrigação de manter serviço adequado.
A prestação de forma indireta se dá pela delegação do serviço
público a um particular (pessoa jurídica ou física), que o prestará em seu
próprio nome e por sua conta e risco, remunerando-se diretamente por
meio das tarifas cobradas dos usuários, e sempre sob a fiscalização do
Poder Público3.
Perceba que, conformeo art. 175 acima transcrito, a execução
indireta GH�VHUYLoRV�S~EOLFRV�GHYH�VHU�IHLWD�³VHPSUH�DWUDYpV�GH�OLFLWDomR´��
ou seja, na delegação de serviços públicos a licitação é obrigatória, não
sendo possível a sua dispensa; excepcionalmente, a doutrina admite
apenas a declaração de inexigibilidade, desde que se demonstre a
inviabilidade de competição.
As formas de delegação de serviços públicos são a concessão e a
permissão, formalizadas mediante contratos administrativos; em
determinados casos, o serviço público também pode ser delegado
mediante autorização, formalizada por ato administrativo.
Em qualquer hipótese, a delegação incide apenas sobre a execução
do serviço, vez que a titularidade permanece com o Poder Público, que
poderá, em determinadas situações, retomá-lo.
Neste tópico, cuidaremos das concessões e permissões; quanto às
autorizações, deixaremos para tópico específico, mais adiante.
3 Knoplck (2013, p. 384).
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Os regimes de concessão e permissão de serviços públicos são
disciplinados pela Lei 8.987/1995. Essa é a lei cuja edição está prevista
no art. 175 da CF. Ela estabelece ³normas gerais´ sobre os regimes de
concessão e permissão4, sendo uma lei de caráter nacional, aplicável,
portanto, à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios.
A Lei 8.987/1995 apresenta as seguintes definições para concessão e
permissão:
 Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
 Permissão de serviço público: a delegação, a título precário,
mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco.
A lei define ainda a concessão de serviço público precedida da
execução de obra pública5, que é quando o contrato de concessão
impõe ao particular a obrigação de realizar determinada obra pública
antes de iniciar a prestação do serviço, de forma que o investimento na
obra seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço por
prazo determinado (ex: concessão do serviço de administração de
rodovias, em que a concessionária tem a obrigação de duplicar a estrada
ou de fazer outras melhorias antes de começar a cobrar os pedágios).
Da leitura das definições acima, já é possível perceber que os
regimes de concessão e permissão se diferenciam em poucos aspectos. De
fato, as principais diferenças entre ambos são:
4 A Lei 8.987/1995 também possui como fundamento o art. 22, XXVII da CF, o qual atribui à União
competência para editar normas gerais sobre licitações e contratos, em todas as modalidades. Afinal,
concessões e permissões são precedidas de licitação e formalizadas mediante contrato.
5 Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial,
conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio
de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o
investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da
obra por prazo determinado;
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11. (FGV ± OAB 2014) Caso o Estado delegue a reforma, manutenção e 
operação de uma rodovia estadual à iniciativa privada, com a previsão de que a 
amortização dos investimentos e a remuneração do particular decorram apenas da 
tarifa cobrada dos usuários do serviço, estaremos diante de uma 
A) concessão de obra pública. 
B) concessão administrativa. 
C) concessão patrocinada. 
D) concessão de serviço público precedida da execução de obra pública. 
 Comentário: Uma vez que a concessão do serviço de manutenção e 
operação da rodovia também compreende a sua prévia reforma, estamos 
diante de uma concessão de serviço público precedida da execução de obra 
pública, conforme definido do art. 2º, III da Lei 8.987/95: 
III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a 
construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de 
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante 
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas 
que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que 
o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a 
exploração do serviço ou da obra por prazo determinado; 
 Detalhe é que, como a remuneração da concessionária irá decorrer 
apenas da tarifa cobrada dos usuários do serviço, o gabarito não poderia ser 
nenhuma das modalidades de parceria público-privada (concessão 
administrativa ou concessão patrocinada). 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³G´ 
12. (Cespe ± TCU 2008) Um parlamentar apresentou projeto de lei ordinária cujos 
objetivos são regular integralmente e privatizar a titularidade e a execução dos 
serviços públicos de sepultamento de cadáveres humanos, diante da falta de 
condições materiais de prestação desse serviço público de forma direta. Aprovado 
pelo Poder Legislativo, o referido projeto de lei foi sancionado pelo chefe do Poder 
Executivo. 
Com base na situação hipotética descrita acima, julgue os itens subsequentes. 
A delegação do serviço de sepultamento de cadáveres humanos, por meio de 
contrato de concessão, dependeria da prévia edição de lei ordinária que autorizasse 
essa delegação. 
Comentário: O art. 2º da Lei 9.074/1995 dispõe sobre a obrigatoriedade de 
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lei autorizativa para que os entes federativos possam conceder seus serviços 
públicos a particulares, dispensando dessa exigência os serviços de 
saneamento básico e limpeza urbana, além dos serviços expressamente 
indicados na Constituição como passíveis de delegação. Os serviços de 
sepultamento não foram excetuados pela lei. Portanto, a concessão depende 
de prévia edição de lei autorizativa. 
Gabarito: Certo 
13. (Cespe ± TCU 2013) A permissão de serviço público possui contornos 
bilaterais, mas, diferentemente da concessão de serviço público, não pode ser 
caracterizada como de natureza contratual. 
Comentário: Antes de qualquer coisa, cumpre enfatizar um ponto 
importante: a permissão de ³uso de bem público´ não se confunde com a 
permissão de ³serviços públicos´. 
 Com efeito, a permissão de uso de bem público é efetuada mediante 
ato administrativo, discricionário e revogável, utilizada, por exemplo, para 
autorizar o uso de espaço em praça pública para montagem de banca de 
revistas (em caso de dúvida, revise a aula sobre atos administrativos). Como 
se trata de um ato administrativo (e não de um contrato) a permissão de uso 
de bem público não está sujeita a prévia licitação. 
 Já a permissão de serviços públicos é uma modalidade de delegação de 
serviços públicos a particulares, prevista no art. 175 da CF (ao lado da 
concessão), formalizada mediante contrato administrativo e sujeita a licitação 
prévia. 
Em suma: 
ƒ Permissão de serviço público Ö contrato administrativo 
ƒ Permissão de uso de bem público ato administrativo 
 Vencidas essas considerações preliminares, percebe-se claramenteque 
o quesito erra ao afirmar que a permissão de serviço público não pode ser 
caracterizada como de natureza contratual. Sobre a natureza contratual da 
permissão de serviços público, está prevista no art. 40 da Lei 8.987/95: 
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de 
adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do 
edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do 
contrato pelo poder concedente. 
 Gabarito: Errado 
14. (Cespe ± MIN 2013) Um item que caracteriza a diferenciação entre permissão 
e concessão de serviço público é a delegação de sua prestação a título precário. 
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Comentário: Nos termos do art. 2º, IV da Lei 8.987, 
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante 
licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa 
física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e 
risco. 
A doutrina critica bastante esse dispositivo da lei (assim como o art. 40, 
transcrito no comentário da questão anterior), por ele afirmar que a permissão 
de serviço público é formalizada por contrato e, ao mesmo tempo, possui 
natureza precária e pode ser revogada unilateralmente. Isso porque, segundo 
a doutrina, precariedade e revogabilidade são características de atos, e não de 
contratos. Tanto é verdade que o contrato de permissão, nos termos da lei, 
deverá ter prazo determinado e, se rescindido antes do termo, ensejará 
indenização do permissionário; portanto, não poderia ser chamado de 
precário. Tampouco poderia ser revogado, pois contrato não é revogado, e 
sim rescindido ou extinto; revogação é utilizada para suprimir atos 
administrativos, por razões de conveniência e oportunidade. A doutrina 
WDPEpP�FULWLFD�D�SDUWH�TXH�GL]�VHUHP�DV�SHUPLVV}HV�³FRQWUDWRV�GH�DGHVmR´��
porque, afinal, qualquer contrato administrativo é um contrato de adesão, 
sendo desnecessária a referência na lei. 
Não obstante a crítica da doutrina, na prova devemos considerar a letra 
da lei (a menos, é óbvio, se o enunciado mencionar a doutrina). Dessa forma, 
p�FRUUHWR�DILUPDU�TXH�DV�SHUPLVV}HV�VmR�³FRQWUDWRV�GH�DGHVmR´��³SUHFiULRV´�H�
³UHYRJiYHLV´��FRmo na presente questão. 
 Gabarito: Certo 
15. (Cespe ± TCU 2011) Tanto a concessão quanto a permissão de serviço 
público serão feitas pelo poder concedente a pessoa física ou jurídica que 
demonstre capacidade para desempenho, por sua conta e risco. 
 Comentário: O contrato de concessão pode ser celebrado com pessoas 
jurídicas ou consórcio de empresas, mas não com pessoa física; já o contrato 
de permissão pode ser celebrado com pessoas físicas ou jurídicas, mas não 
com consórcios. 
Gabarito: Errado 
16. (Cespe ± TCU 2011) A respeito da delegação de serviço público e do instituto 
da licitação para a correspondente outorga, julgue o item subsequente. 
Embora o instituto da permissão exija a realização de prévio procedimento 
licitatório, a legislação de regência não estabelece, nesse caso, a concorrência 
como a modalidade obrigatória, ao contrário do que prescreve para a concessão de 
serviço público. 
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 Comentário: Tanto as concessões como as permissões de serviços 
públicos exigem a realização de prévio procedimento licitatório. A diferença é 
que, nos termos da Lei 8.987/1995, as concessões são sempre realizadas na 
modalidade concorrência, enquanto as permissões não requerem modalidade 
específica, ou seja, outras modalidades podem ser adotadas, dependendo do 
valor e das características do contrato a ser celebrado. 
Gabarito: Certo 
A seguir, vamos estudar as diretrizes básicas previstas na
Lei 8.987/1995, aplicáveis às concessões e permissões de serviços
públicos.
REQUISITOS DO SERVIÇO PÚBLICO ADEQUADO
Os serviços públicos, por serem voltados aos membros da
coletividade, devem obedecer a certos padrões compatíveis com o regime
de direito público a que se sujeitam. Nesse sentido, o art. 6º da
Lei �����������SUHFHLWXD�TXH�³Woda concessão ou permissão pressupõe a
prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários,
conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo
contrato´.
No §1º do mesmo art. 6º, a lei define serviço adequado como
aquele que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua
prestação e modicidade das tarifas.
Tais requisitos do serviço público adequado são verdadeiros
princípios a serem observados tanto pelo Poder Público concedente como
pelos particulares delegatários. Vejamos a descrição dos principais
atributos.
Continuidade
Também denominado de princípio da permanência, indica que os
serviços públicos não devem sofrer interrupção, a fim de evitar que
sua paralisação provoque, como às vezes ocorre, o colapso nas múltiplas
atividades particulares (veja, por exemplo, o transtorno causado pela falta
de energia, água ou sinal de celular).
Entretanto, há exceções. Nos termos do art. 6º, §3º da
Lei 8.987/1995, não caracteriza descontinuidade do serviço a sua
interrupção:
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¾ Em situação de emergência (ex: queda de raio na central elétrica); ou
¾ Após prévio aviso, quando:
ƒ motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das
instalações (ex: manutenção periódica e reparos preventivos); e,
ƒ por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade.
A emergência, evidentemente, não pressupõe aviso prévio; caso
contrário, não seria emergência. As outras duas situações,
obrigatoriamente, exigem aviso antes da paralisação do serviço.
Perceba que a lei possibilita a paralisação do serviço em razão do
inadimplemento do usuário, após aviso prévio. É o caso, por exemplo,
do corte de energia elétrica do usuário que não pagou a conta.
Contudo, na hipótese de inadimplemento do usuário, a lei exige que
VHMD� ³FRQVLGHUDGR� R� LQWHUHVVH� GD� FROHWLYLGDGH´�� ,VVR� VLJQLILFD� TXH� a
concessionária ou permissionária não pode interromper a prestação do
serviço quando isso implicar prejuízos à coletividade, ainda que o usuário
esteja inadimplente, a exemplo da interrupção do fornecimento de energia
para um hospital, escola ou delegacia. Nesses casos, ao invés de
interromper o serviço, a concessionária de energia deverá cobrar a dívida
no Poder Judiciário.
Em relação ao princípio da continuidade, a doutrina costuma tratar de
forma diferente os serviços obrigatórios e os serviços facultativos.
Os serviços facultativos são os regidos pela Lei 8.987/1995, em
que a remuneração é formalizada por tarifa (o cidadão usa se e quando
quiser). Nesse caso, pela inadimplência do usuário, a concessionária pode
suspender a prestação do serviço.
Já em relação aos serviços obrigatórios, o usuário não tem a
faculdade de escolher se paga ou não, pois são cobrados de forma
compulsória mediante tributos (impostos ou taxas). Tais serviços não
podem sofrer solução de continuidade, pois não é possível relacionar o
tributo devido ao serviço prestado. Ademais, a Fazenda Pública conta com
instrumentos hábeis de cobrança, como a inscrição em dívida ativa para
futura execução do devedor.
Finalizando, é importante destacar que o princípio da continuidade
impossibilita a ³H[FHSWLR� QRQ� DGLPSOHWL� FRQWUDFWXV´ (exceção do
contrato não cumprido) contra o Poder Público. Em outras palavras,nos
contratos de serviços públicos, o descumprimento pelo poder concedente
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não autoriza que a concessionária interrompa a execução dos serviços.
Nos termos da Lei 8.987/1995, quando a inadimplência decorre do poder
concedente, a interrupção dependerá de sentença judicial transitada
em julgado.
Atente para não confundir a regra dos serviços públicos com a
prevista na Lei 8.666/1993. Nos contratos administrativos regidos pela
Lei de Licitações, depois de 90 dias de inadimplência do Poder Público,
faculta-se a interrupção dos serviços contratados. Nas concessões e
permissões de serviços públicos, os particulares não possuem faculdade
semelhante, devendo aguardar o trânsito em julgado da sentença judicial.
 
17. (FGV ± OAB 2016) Determinada empresa apresenta impugnação ao edital de 
concessão do serviço público metroviário em determinado Estado, sob a alegação 
de que a estipulação do retorno ao poder concedente de todos os bens reversíveis 
já amortizados, quando do advento do termo final do contrato, ensejaria 
enriquecimento sem causa do Estado. Assinale a opção que indica o princípio que 
justifica tal previsão editalícia. 
A) Desconcentração. 
B) Imperatividade. 
C) Continuidade dos Serviços Públicos. 
D) Subsidiariedade. 
 Comentário: Com o advento do termo contratual, os bens reversíveis 
especificados no contrato passam à propriedade do poder concedente, a fim 
de assegurar a continuidade do serviço público prestado com aqueles bens. 
Logo, o princípio que justifica a previsão editalícia em tela é o princípio da 
continuidade dos serviços públicos. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³F´� 
18. (Cespe ± TCU 2011) Se a prestação do serviço público vier a ser interrompida 
pela empresa concessionária por motivo de ordem técnica, o usuário terá o direito 
de exigir, judicialmente, o cumprimento da obrigação, visto que a interrupção 
motivada por motivo de ordem técnica caracteriza efetiva descontinuidade do 
serviço. 
 Comentário: Não há dúvida de que o princípio da continuidade deve ser 
observado na prestação dos serviços públicos. Contudo, existem situações 
excepcionais em que Lei 8.987 admite a interrupção do serviço. Vamos ver o 
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que diz a lei: 
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao 
pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas 
pertinentes e no respectivo contrato. 
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, 
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e 
modicidade das tarifas. 
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das 
instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. 
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em 
situação de emergência ou após prévio aviso, quando: 
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, 
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
 Portanto, a interrupção por motivo de ordem técnica, desde que 
comunicada previamente, não caracteriza descontinuidade do serviço, de 
modo que o usuário não terá o direito de exigir judicialmente o cumprimento 
da obrigação. 
 Gabarito: Errado 
19. (Cespe ± OAB 2010) Júlia, que está desempregada, não conseguiu pagar a 
tarifa de energia elétrica de sua residência, referente ao mês de janeiro de 2010. 
Por esse motivo, o fornecimento de energia foi suspenso por ordem da diretoria da 
concessionária de energia elétrica, sociedade de economia mista. 
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. 
A) O fornecimento de energia elétrica à residência de Júlia não poderia ter sido 
suspenso em razão do inadimplemento, visto que, conforme entendimento do STJ, 
constitui serviço público essencial. 
B) A lei de regência autoriza a suspensão do serviço desde que haja prévia 
notificação do usuário. 
C) Lei estadual poderia, de forma constitucional, criar isenção dessa tarifa, nos 
casos de impossibilidade material de seu pagamento, como no caso do 
desemprego do usuário. 
D) Não caberia mandado de segurança contra o ato da diretoria da concessionária, 
porque ela não é autoridade pública. 
 Comentários: vamos analisar cada alternativa: 
 a) ERRADA. Ainda que seja um serviço público essencial, a 
jurisprudência do STJ admite a suspensão do fornecimento de energia 
elétrica em caso de inadimplência: 
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ENERGIA ELÉTRICA. SUSPENSÃO. ENTIDADE PÚBLICA. 
A Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, proveu o recurso, entendendo que, 
embora inadimplente, cabe a suspensão do fornecimento de energia elétrica a 
prestador de serviço público essencial de interesse coletivo (art. 22 do 
CDC). REsp 628.833-RS, Rel. originário Min. José Delgado, Rel. para acórdão Min. 
Francisco Falcão, julgado em 22/6/2004. 
 b) CERTA, nos termos do art. 6º, §3º da Lei 8.987/95: 
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em 
situação de emergência ou após prévio aviso, quando: 
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, 
 II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
 c) ERRADA. Segundo a jurisprudência do STF, uma lei estadual não 
poderia alterar as condições da relação contratual de concessões de serviços 
públicos federais e municipais. No caso, o serviço de energia elétrica é um 
serviço público de titularidade da União, portanto, não poderia sofrer a 
interferência de uma lei estadual. Veja: 
"EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. Arguição de inconstitucionalidade da 
Lei 11.462, de 17.04.2000, do Estado do Rio Grande do Sul. Pedido de liminar. 
Plausibilidade jurídica da arguição de inconstitucionalidade com base na alegação de 
afronta aos artigos 175, caput, e parágrafo único, I, III e V, e 37, XXI, todos da 
Constituição Federal, porquanto Lei estadual, máxime quando diz respeito à 
concessão de serviço público federal e municipal, como ocorre no caso, não 
pode alterar as condições da relação contratual entre o poder concedente e os 
concessionários sem causar descompasso entre a tarifa e a obrigação de 
manter serviço adequado em favor dos usuários. Caracterização, por outro lado, 
do periculum in mora. Liminar deferida, para suspender, ex nunc, a eficácia da Lei n.º 
11.462, de 17.04.2000, do Estado do Rio Grande do Sul" (ADI 2299 MC, Relator(a): 
min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 28/03/2001, DJ 29-08-2003 PP- 00017 
EMENT VOL-02121-03 PP-00420). 
 d) ERRADA. Ao contrário do que afirma o item, é possível sim a 
interposição de mandado de segurança contra ato da diretoria de 
concessionária de serviço público. É o que diz a jurisprudência do STF: 
Recurso especial. Processual civil. Mandado de Segurança. Ato praticado por 
dirigente de sociedade de economia mista. Corte de energia elétrica. Possibilidade de 
impugnação pela via mandamental. Recurso provido. 1. É impugnável, por 
Mandado de Segurança, o ato de autoridade dirigente de Sociedade de 
Economia Mista, quando praticado com abuso e de forma ilegal. In casu, trata-
se de ato do Superintendente de Distribuição Norte das Centrais Elétricas de 
Goiás (CELG) e seu representante local, que visando a compelir o recorrente ao 
pagamento de contas em atraso, determinou a supressão do fornecimento de 
energiaelétrica em outras unidades ao mesmo pertencentes, que estavam com 
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o seu pagamento em dia, constituindo tal prática, medida passível de 
impugnação pela via mandamental. 2. Tem-se, atualmente, procurado emprestar 
ao vocábulo autoridade o conceito mais amplo possível para justificar a impetração de 
Mandado de Segurança, tendo a lei adicionado-lhe o expletivo ''seja de que natureza 
for'' (REsp 84.082/RS, Rel. min. Demócrito Reinaldo). 3. Recurso Especial a que se 
dá provimento" (REsp 174.085/GO, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, 
julgado em 18/08/1998, DJ 21/09/1998 p. 96). 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³E´ 
Atualidade
O princípio da atualidade é o único que possui definição na
Lei 8.987/1995.
Segundo o art. 6º, §2º da lei, a atualidade compreende a
³modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua
conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço´�
Em outras palavras, os serviços públicos devem ser continuamente
atualizados, assimilando novas tecnologias e tendências, evitando-se a
obsolescência. A doutrina costuma denominá-lo de princípio do
aperfeiçoamento, da adaptabilidade ou da mutabilidade, também
sendo reconhecido como cláusula do progresso.
Generalidade
Por força dos princípios da generalidade e da universalidade, os
serviços públicos devem ser prestados, sem discriminação, a todos que
satisfaçam as condições para sua obtenção, sendo imprescindível a
observância de um padrão uniforme em relação aos administrados
(princípio da igualdade ou neutralidade).
Nota-se, assim, um duplo sentido quanto ao princípio. De um lado, os
serviços públicos devem ser prestados ao maior número possível de
usuários, é dizer, deve ter o máximo de amplitude. Por outro lado, a
prestação de serviço público não deve conter discriminações, quando,
é claro, as condições entre os usuários sejam técnica e juridicamente
idênticas. Em última análise, nada mais representa do que um específico
desdobramento do princípio da isonomia.
Embora a regra geral seja a concessionária ou permissionária cobrar
tarifas uniformes para um mesmo serviço por ela prestado, é
importante ressaltar que o art. 13 da Lei 8.987/1995 prevê a possibilidade
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de cobrança de tarifas diferenciadas em função das características
técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos
distintos segmentos de usuários. A concessão de qualquer benefício
tarifário somente poderá ser atribuída a uma classe ou coletividade de
usuários dos serviços (ex: gratuidade aos maiores de 65 anos nos
transportes coletivos ± CF. art. 230), sendo vedado, sob qualquer
pretexto, o benefício singular, a um único indivíduo.
Frise-se que a estabelecimento de tarifas diferenciadas com base nos
critérios previstos na lei não importa ofensa ao princípio da generalidade
ou da igualdade. Aqui vale a máxima de que os desiguais devem ser
tratados desigualmente na medida em se desigualam.
Por fim, em observância ao princípio da generalidade, a
Lei 9.074/1995 estabelece que a concessionária ou permissionária deverá
atender o mercado de forma abrangente, sem exclusão das populações de
baixa renda e das áreas de baixa densidade populacional inclusive as
rurais.
 
20. (Cespe ± TCU 2011) Nos contratos de concessão de serviço público, vigora a 
regra da unicidade da tarifa, vedado o estabelecimento de tarifas diferenciadas em 
função das características técnicas e dos custos específicos, ressalvados os casos 
provenientes do atendimento a segmentos idênticos de usuários que, pelo vulto dos 
investimentos, exijam tal distinção. 
 Comentário: Nos termos do art. 13 da Lei 8.987/1995, podem sim ser 
cobradas tarifas diferenciadas em função das características técnicas e dos 
custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de 
usuários. Veja bem: as tarifas diferenciadas visam a atender os segmentos 
distintos de usuários, e não os idênticos, como afirma o quesito. Em relação 
aos usuários que estejam em idêntica situação, a regra é a cobrança de tarifas 
uniformes, como consequência do princípio da generalidade. Vejamos o que 
diz a lei: 
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas 
e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de 
usuários. 
 Gabarito: Errado 
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Modicidade de tarifas
O prestador do serviço público deve ser remunerado de maneira
razoável, a fim de assegurar o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato. Contudo, os usuários não devem ser onerados de maneira
excessiva, ou seja, as tarifas devem ser módicas, acessíveis.
Com efeito, o Poder Público, ao fixar a remuneração das prestadoras,
deve aferir o poder aquisitivo dos usuários, para que eles não fiquem
privados do serviço em razão de dificuldades financeiras. Inclusive, com o
propósito de manter a tarifa cada vez mais atrativa e acessível, a
Lei 8.987/1995 permite que, nos termos do edital da licitação, as
concessionárias explorem receitas alternativas, complementares,
acessórias ou de projetos associados, que poderão ser geradas com a
concessão, a exemplo da exploração de lanchonetes e estacionamentos
nos aeroportos ou de outdoors nas rodovias.
 
21. (Cespe ± PRF 2012) A prestação de serviços públicos deve dar-se mediante 
taxas ou tarifas justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam 
o seu aperfeiçoamento, em atenção ao princípio da modicidade. 
 Comentário: A questão apresenta a definição correta do princípio da 
modicidade, pelo qual os serviços públicos devem ser prestados a preços 
razoáveis, ao alcance de seus destinatários. 
 Gabarito: Certo 
22. (Cespe ± TCU 2011) Acerca de contrato de concessão de serviço público, 
julgue o item que se segue. 
Na referida espécie de contrato, a tarifa deve ser fixada de modo a assegurar ao 
concessionário a justa remuneração do capital e o equilíbrio econômico e financeiro, 
uma vez que a lei não admite a fixação de outras fontes financeiras no contrato. 
 Comentário: Com vistas a favorecer a modicidade das tarifas cobradas 
dos usuários, o edital de licitação e o contrato poderão permitir que o 
concessionário explore fontes alternativas de receita, como propagandas em 
outdoors e aluguel de espaços. Em outras palavras, a justa remuneração do 
investimento feito pela concessionária e o equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato não precisam advir apenas da cobrança de tarifas, fato que 
certamente contribui para a redução destas. Sobre o assunto, vamos ver o 
que diz a Lei 8.987/1995: 
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Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder 
concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade 
de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, 
acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a 
favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei. 
Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas: 
(...) 
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, 
bem como as provenientes de projetos associados; 
 Gabarito: Errado 
LICITAÇÃO PRÉVIA
O art. 175 daConstituição Federal é expresso ao estabelecer que as
concessões e permissões de serviço público devem ser sempre
precedidas de licitação.
Desse modo, o Estado não pode escolher livremente o concessionário
ou permissionário de seus serviços; este deverá ser selecionado mediante
a realização de processo licitatório.
Sobre o tema, Maria Sylvia Di Pietro ensina que não se aplicam às
licitações para concessão de serviço público os casos de dispensa
previstos na Lei 8.666; contudo, esclarece a autora, admite-se a
declaração de inexigibilidade, desde que se demonstre a inviabilidade
de competição7.
Além de o procedimento licitatório ser, de regra, obrigatório, deve o
certame guiar-se por todos os princípios correlatos, como legalidade,
moralidade, publicidade, igualdade, publicidade, igualdade, julgamento
objetivo e vinculação ao instrumento convocatório.
A Lei 8.987/1995 exige que a licitação prévia às concessões seja
realizada exclusivamente na modalidade concorrência. Diversamente,
quanto às permissões de serviços públicos, a lei não define a modalidade
a ser utilizada. Por isso, a doutrina admite que, nas permissões, outras
7 A Lei 9.472/1997 (art. 91), que instituiu a Anatel, prevê expressamente a possibilidade de
inexigibilidade de licitação para outorga de concessão de serviço público de telecomunicações, nos
casos em que a disputa for considerada inviável (quando apenas um interessado puder realizar o serviço)
ou desnecessária (quando se admita a exploração do serviço por todos os interessados). Detalhe é que a
lei estipula que o procedimento para verificação da inexigibilidade compreenderá chamamento público
para apurar o número de interessados.
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VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior
oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; ou
VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de
propostas técnicas.
§ 1o A aplicação do critério previsto no inciso III só será admitida quando
previamente estabelecida no edital de licitação, inclusive com regras e fórmulas
precisas para avaliação econômico-financeira.
§ 2o Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V, VI e VII, o edital
de licitação conterá parâmetros e exigências para formulação de propostas
técnicas.
Detalhe é que não existe um critério de julgamento preferencial aos
GHPDLV�� FRPR� p� R� FULWpULR� ³PHQRU� SUHoR´� QDV� OLFLWDo}HV� UHJLGDV� SHOD�
Lei 8.666. Todos são considerados no mesmo nível.
Em caso de empate entre os licitantes, será dada preferência à
empresa brasileira (art. 15, §4º).
O poder concedente recusará propostas manifestamente
inexequíveis ou financeiramente incompatíveis com os objetivos da
licitação (art. 15, §3º).
Será desclassificada a proposta que, para sua viabilização,
necessite de vantagens ou subsídios que não estejam previamente
autorizados em lei e à disposição de todos os concorrentes (art. 17). As
vantagens ou subsídios incluem qualquer tipo de tratamento tributário
diferenciado, ainda que em consequência da natureza jurídica do
licitante, que comprometa a isonomia fiscal que deve prevalecer entre
todos os concorrentes (art. 17, §2º). De fato, tem de ser assim, pois, do
contrário, teríamos potencial afronta ao princípio da isonomia, com
vantagens extensíveis a alguns e não a outros.
A Administração pode permitir a participação de empresas em
consórcio. No consórcio, várias empresas se juntam para apresentar uma
só proposta, a fim de somar forças. Caso admitida a participação de
consórcios, não será permitida a uma mesma empresa concorrer por mais
de um consórcio, ou por um consórcio e também individualmente (do
contrário, a empresa competiria duas vezes). O licitante vencedor fica
obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e
registro do consórcio; ademais, o edital poderá determinar que o
consórcio se constitua em empresa antes da celebração do contrato
(art. 19 e 20).
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Importante destacar, ainda, que a empresa líder do consórcio é a
responsável perante o poder concedente pelo cumprimento do contrato de
concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das demais
consorciadas (art. 19, §2º).
Questão interessante diz respeito à possibilidade de uma empresa
estatal participar de licitação para concessão de serviço público na
qualidade de licitante. Isso pode Arnaldo?! Pode sim. A Lei 8.987 não
afasta a possibilidade de a concessão ser dada a empresa estatal, desde
que ela participe do procedimento licitatório em igualdades de condições
com as empresas privadas. Aliás, o próprio art. 17, parágrafo único da lei,
estabelece que também será desclassificada a ³SURSRVWD� GH� entidade
estatal alheia à esfera político-administrativa do poder concedente que,
para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios do poder
S~EOLFR�FRQWURODGRU�GD�UHIHULGD�HQWLGDGH´.
É o que ocorre no caso dos serviços de energia elétrica, concedidos
pela União a empresas sob controle acionário dos Estados da federação
(ex: Cemig em Minas Gerais, e CEB em Brasília).
Regulamentando essa questão, a Lei 9.074/1995 autorizou que a
empresa estatal, participante de concorrência para a escolha de
concessionário, contrate por dispensa de licitação quando, para compor
sua proposta, precise colher preços de bens ou serviços fornecidos por
terceiros e assinar pré-contratos. Vejamos o que diz a referida lei:
Art. 32. A empresa estatal que participe, na qualidade de licitante, de
concorrência para concessão e permissão de serviço público, poderá, para
compor sua proposta, colher preços de bens ou serviços fornecidos por terceiros
e assinar pré-contratos com dispensa de licitação.
§ 1o Os pré-contratos conterão, obrigatoriamente, cláusula resolutiva de
pleno direito, sem penalidades ou indenizações, no caso de outro licitante ser
declarado vencedor.
§ 2o Declarada vencedora a proposta referida neste artigo, os contratos
definitivos, firmados entre a empresa estatal e os fornecedores de bens e
serviços, serão, obrigatoriamente, submetidos à apreciação dos competentes
órgãos de controle externo e de fiscalização específica.
Perceba que a Lei 9.074/95 criou mais um caso de dispensa de
licitação, além dos previstos no art. 24 da Lei 8.666/93.
Registre-se que, se a empresa estatal for derrotada na licitação, os
pré-contratos firmados por dispensa ± que terão necessariamente cláusula
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resolutiva de pleno direito ± serão considerados como desfeitos, sem
penalidades ou indenizações.
Para encerrar o tópico, cumpre informar que, nas licitações para
concessão e permissão de serviços públicos, os autores ou responsáveis
economicamente pelos projetos básico ou executivo podem participar,
direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obras ou serviços
a ela relacionados (Lei 9.074/1995, art. 31). Lembrando que,
diferentemente, a referida participação é vedada nas licitações reguladas
somente pela Lei 8.666/1993.
 
23. (Cespe ± PRF 2012) As concessões e permissões de serviços públicos 
deverão ser precedidas de licitação, existindo exceções a essa regra. 
 Comentário: Nos termos do art. 175 da CF, a prestação de serviços 
S~EOLFRV� ³LQFXPEH� DR� 3RGHU� 3~EOLFR�� QD� IRUPD� GD� OHL�� GLUHWDPHQWH� RX sob 
regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação´�� 3RUWDQWR��
não existem exceções à regra de que as concessões e permissões devem ser 
contratadasmediante prévio procedimento licitatório (concessões = 
concorrência; permissões = qualquer modalidade). Em outras palavras, não 
existem hipóteses de dispensa para a contratação de concessões e 
permissões (a doutrina, contudo, admite a inexigibilidade, quando a 
competição for inviável). 
 Gabarito: Errado 
24. (FGV ± OAB 2015) O Estado X, após regular processo licitatório, celebrou 
contrato de concessão de serviço público de transporte intermunicipal de 
SDVVDJHLURV�� SRU� {QLEXV� UHJXODU�� FRP� D� VRFLHGDGH� HPSUHViULD� ³)´�� YHQFHGRUD� GR�
certame, com prazo de 10 (dez) anos. Entretanto, apenas 5 (cinco) anos depois da 
assinatura do contrato, o Estado publicou edital de licitação para a concessão de 
serviço de transporte de passageiros, por ônibus do tipo executivo, para o mesmo 
trecho. 
Diante do exposto, assinale a afirmativa correta. 
$��$�VRFLHGDGH�HPSUHViULD�³)´ pode impedir a realização da nova licitação, uma vez 
que a lei atribui caráter de exclusividade à outorga da concessão de serviços 
públicos. 
B) A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de exclusividade, salvo 
no caso de inviabilidade técnica ou econômica devidamente justificada. 
C) A lei atribui caráter de exclusividade à concessão de serviços públicos, mas a 
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YLRODomR� DR� FRPDQGR� OHJDO� VRPHQWH� FRQIHUH� j� VRFLHGDGH�HPSUHViULD� ³)´� GLUHLWR� j�
indenização por perdas e danos 
D) A lei veda a atribuição do caráter de exclusividade à outorga de concessão, o 
que afasta qualquer pretensão por parte da concessionária, salvo o direito à 
rescisão unilateral do contrato pela concessionária, mediante notificação 
extrajudicial. 
 Comentários: Em regra, é vedada a outorga de concessão ou permissão 
de serviços públicos em caráter de exclusividade, salvo se a concessão ou 
permissão exclusiva for técnica e economicamente justificada pelo poder 
concedente no ato que demonstrar a conveniência da outorga previamente ao 
edital de licitação (art. 16 c/c art. 5º da Lei 8.987/95). 
 3RUWDQWR��QR�FDVR�QDUUDGR�QD�TXHVWmR��D�VRFLHGDGH�HPSUHViULD� ³)´�QmR�
poderá impedir a realização da nova licitação, uma vez que a lei não atribui 
caráter de exclusividade à outorga da concessão de serviços públicos, salvo 
no caso de inviabilidade técnica ou econômica devidamente justificada, 
hipótese não demonstrada na situação em análise. Assim, correta apenas a 
DOWHUQDWLYD�³E´� 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³E´ 
25. (Cespe ± TRE/ES 2011) É vedada a outorga de concessão ou permissão de 
serviços públicos em caráter de exclusividade, uma vez que qualquer tipo de 
monopólio é expressamente proibido pelo ordenamento jurídico brasileiro. 
 Comentário: De fato, como regra, é vedada a outorga de concessão ou 
permissão de serviços públicos em caráter de exclusividade, salvo se a 
concessão ou permissão exclusiva for técnica e economicamente justificada 
pelo poder concedente no ato que demonstrar a conveniência da outorga 
previamente ao edital de licitação. É o que diz o art. 16 c/c art. 5º da Lei 
8.987/95: 
Art. 16. A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de exclusividade, 
salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica justificada no ato a que se 
refere o art. 5o desta Lei. 
Art. 5o O poder concedente publicará, previamente ao edital de licitação, ato 
justificando a conveniência da outorga de concessão ou permissão, caracterizando 
seu objeto, área e prazo. 
 Ademais, a parte final do item também está errada, pois, de modo geral, é 
vedado o monopólio privado de atividades, mas não o monopólio público, que 
é permitido pela CF em relação a determinadas atividades. Vejamos um 
exemplo: 
 Art. 21. Compete à União: 
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer 
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monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e 
reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus 
derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: 
(...) 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de 
radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e 
utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; 
 Gabarito: Errado 
PRAZO
A Lei 8.987/1995 não estabeleceu prazos, nem máximos nem
mínimos, para a duração dos contratos de concessão ou de permissão de
serviços públicos8. Ademais, não se aplica aos contratos de concessão a
regra do art. 57 da Lei 8.666/1993, que prevê a duração dos contratos
adstrita à vigência dos créditos orçamentários, pois a remuneração das
concessionárias não provém do orçamento público, mas das tarifas pagas
pelos usuários.
Não obstante, é fato que tais contratos não podem ser celebrados
sem prazo, vale dizer, devem ter prazo determinado. Caberá ao poder
concedente fixar o prazo em cada caso. A Lei 9.074/1995, contudo, já
prevê os prazos máximos de concessão para alguns serviços:
ƒ Estações aduaneiras e outros terminais alfandegados: o prazo será de
25 anos, podendo ser prorrogado por dez anos.
ƒ Geração de energia elétrica: o prazo será de até 30 anos (ou até 35 anos
se firmado antes de 11/12/2003), podendo ser prorrogado no máximo por
igual período (ou por até 20 anos, se firmado antes de 11/12/2003), a
critério do poder concedente.
Por fim, vale destacar que a prorrogação do contrato de concessão
é possível, devendo as respectivas condições figurar como cláusula
essencial do ajuste (art. 23, XII da Lei 8.987).
8 Por outro lado, como veremos adiante, a parcerias público-privadas (que são uma espécie de concessão)
devem ter prazo mínimo de cinco e máximo de 35 anos, incluindo eventual prorrogação.
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subconcedidas. Por sua vez, na cessão, o contrato de concessão é
totalmente entregue nas mãos de terceiros, após autorização do poder
concedente, havendo a completa substituição da empresa originalmente
vencedora da licitação.
A doutrina defende a inconstitucionalidade da transferência da
concessão nos moldes previstos na Lei 8.987/1995, pois, distintamente do
que ocorre com a subconcessão, é promovida sem que haja o prévio
procedimento licitatório. Registre-se que o Poder Judiciário ainda não se
posicionou sobre o assunto, sendo, portanto, a questão da
inconstitucionalidade um posicionamento exclusivamente doutrinário.
O art. 27 da Lei 8.987/1995 possibilita, ainda, que o poder
concedente autorize a transferência do controle societário da
concessionária. Neste caso, não haverá modificação das partes
integrantes do contrato de concessão (a empresa concessionária continua
a mesma, apenas seus sócios é que mudam).
Ressalte-se que tanto a transferência da concessão como a
transferência do controle societário da concessionária deve ser
antecedida, necessariamente, da anuência do poder concedente, sob
pena de decretação de caducidade 9 , observadas ainda as seguintes
condições:
ƒ atendimento às exigências de capacidade técnica;
ƒ idoneidade financeira;
ƒ regularidade jurídica e fiscal; e
ƒ cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.
Já o art. 27-A da Lei 8.987/1995 possibilita ao poder concedente
autorizar a assunção do controle ou da administração temporária da
concessionária por seus financiadores e garantidores, com o
propósito de reestruturação financeira, na hipótese de a concessionária
passarpor dificuldades. A ideia é assegurar a continuidade da prestação
dos serviços.
Detalhe é que apenas os financiadores e garantidores com quem a
concessionária não mantenha vínculo societário direto é que podem
assumir o seu controle ou administração temporária.
9 Caducidade, como veremos, é a extinção unilateral da concessão pelo poder concedente, em razão de
falta imputável à concessionária.
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Na assunção do controle, os financiadores e garantidores passam a
ser proprietários de ações ou quotas do capital da concessionária que lhe
assegurem o poder de controladores. Por sua vez, na administração
temporária, cujo prazo será disciplinado pelo poder concedente, os
financiadores ou garantidores passam a ter poderes especiais sobre a
administração concessionária (ex: indicar membros do Conselho de
Administração e Fiscal; poder de veto) sem, contudo, ocorrer sem a
transferência da propriedade de ações ou quotas.
Para que os financiadores ou garantidores possam assumir, é
necessário que se comprometam a cumprir todas as cláusulas do contrato
em vigor, além de ser indispensável que atendam às exigências de
regularidade fiscal e jurídica (mas não obrigatoriamente as de
capacidade técnica e de idoneidade financeira). Apesar da transferência do
controle da sociedade, não haverá alteração das obrigações da
concessionária e de seus controladores perante o poder concedente, assim
como perante terceiros e usuários do serviço.
POLÍTICA TARIFÁRIA
Uma característica dos contratos de concessão é que o particular
prestador do serviço público é remunerado por receitas advindas da
própria exploração do serviço, e não de pagamentos oriundos do Poder
Público. Não é vedado, contudo, que parte (e não a totalidade) da
remuneração provenha de subvenções do Estado cujo escopo seja
assegurar a modicidade das tarifas.
Quando o serviço público é prestado por particulares, mediante
concessão ou permissão, o vínculo entre o usuário e a prestadora de
serviços é de natureza contratual, sendo a tarifa (espécie de preço
público) o modo clássico de remuneração.
Atente-se que as concessionárias ou permissionárias não podem, em
hipótese alguma, ser remuneradas pela exigência de impostos ou taxas,
visto que, em nosso ordenamento jurídico, somente pessoas jurídicas de
direito público podem ser sujeitos ativos nas relações tributárias.
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Ocorre que o art. 9º, §1º da Lei 8.987/1995 expressamente afasta
essa interpretação da doutrina. Veja:
§ 1o A tarifa não será subordinada à legislação específica anterior e
somente nos casos expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá
ser condicionada à existência de serviço público alternativo e gratuito para o
usuário.
Como se percebe, a cobrança de tarifas somente poderá ser
condicionada à existência de serviço público alternativo e gratuito nos
casos expressamente previstos em lei. Ou seja, no nosso exemplo, se
não houver lei expressamente prevendo a necessidade de oferecimento de
via alternativa gratuita como condição para a cobrança de tarifa, a
exigência do pedágio será perfeitamente legal.
 
26. (FGV ± OAB 2014) O Estado X publicou edital de concorrência para a 
concessão de uma linha de transporte aquaviário interligando os municípios A e B, 
situados em seu território, por meio do Rio Azulão. Sobre o tema da concessão de 
serviços públicos, e considerando os dados acima narrados, assinale a afirmativa 
correta. 
A) A outorga de concessão de serviço público, em regra, se dá em caráter de 
exclusividade. 
B) O edital de licitação pode prever a utilização de receitas alternativas, provenientes 
da exploração de placas publicitárias, com vistas a favorecer a modicidade das 
tarifas. 
C) Não se admite a inserção, no contrato, de cláusula que preveja a arbitragem para 
a resolução de conflitos. 
D) Na licitação para a concessão de serviços públicos, não se admite a inversão da 
ordem das fases de habilitação e julgamento. 
 Comentários: vamos analisar cada alternativa: 
 a) ERRADA. Conforme o art. 16 c/c art. 5º da Lei 8.987/95, como regra, é 
vedada a outorga de concessão ou permissão de serviços públicos em caráter 
de exclusividade, salvo se a concessão ou permissão exclusiva for técnica e 
economicamente justificada pelo poder concedente no ato que demonstrar a 
conveniência da outorga previamente ao edital de licitação. 
 b) CERTA, nos termos do art. 11 da Lei 8.98795: 
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Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder 
concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade 
de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, 
acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a 
favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei. 
 c) ERRADA. Segundo o art. 23-A da Lei 8.987/95, ³R� FRQWUDWR� GH�
concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução 
de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a 
VHU�UHDOL]DGD�QR�%UDVLO�H�HP�OtQJXD�SRUWXJXHVD������´. 
 d) ERRADA. De acordo com o art. 18-A da Lei 8.987/95, o edital de 
licitação para a concessão de serviços públicos poderá prever a inversão da 
ordem das fases de habilitação e julgamento, hipótese em que: 
I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de lances, 
será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem 
classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital; 
II - verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado 
vencedor; 
III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os documentos 
habilitatórios do licitante com a proposta classificada em segundo lugar, e assim 
sucessivamente, até que um licitante classificado atenda às condições fixadas 
no edital; 
IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao 
vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³E´ 
DIREITOS E OBRIGAÇÕES
Os contratos administrativos, em regra, geram direitos e obrigações
recíprocos entre as partes (ex: a Administração tem a obrigação de
pagar e o direito de receber o objeto do contrato, enquanto a contratada
tem a obrigação de entregar o objeto e o direito de receber o pagamento).
Enfim, os efeitos dos contratos administrativos são bilaterais, afinal
geralmente existem apenas dois polos na relação.
Os efeitos dos contratos de concessão e permissão, por sua vez,
extrapolam o âmbito das partes contratantes, quais sejam, o poder
concedente e a concessionária/permissionária, pois também acarretam
direitos e obrigações para os usuários dos serviços públicos, embora eles
não sejam, formalmente, parte no contrato (seria um efeito trilateral,
portanto).
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Vamos ver, então, quais são os direitos e as obrigações de todos os
sujeitos intervenientes no contrato de concessão.
Direitos e obrigações do usuário
Os direitos e obrigações dos usuários de serviço público delegados
mediante concessão ou permissão estão previstos no art. 7º da Lei 8.987:
Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de

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