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48 Placa de Base para Colunas Metálicas Tubulares Abordagem Experimental

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“II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
“PLACA DE BASE PARA COLUNAS METÁLICAS 
TUBULARES: ABORDAGEM EXPERIMENTAL”(1) 
“HOLLOW STEEL COLUMN BASE PLATES: 
EXPERIMENTAL APPROACH”(1) 
 
 
Arlene Maria Sarmanho Freitas (2) 
João Aberto Venegas Requena(3) 
William Dener Assis Fonseca(4) 
Daniela Grintaci Vasconcellos Minchillo (5) 
 
 
 
Resumo 
O uso de perfis de seções tubulares na construção de estruturas metálicas possui muitas 
vantagens sendo utilizado no Brasil na execução de diversas estruturas. Neste presente 
trabalho apresenta-se um estudo experimental para analisar a resistência de placas de base de 
colunas formadas por barras metálicas tubulares. O programa experimental envolve ensaios 
em colunas curtas com placas de base conectadas através de chumbadores a uma base de 
concreto com resistência controlada. A excentricidade de carregamento é um parâmetro 
crítico para a análise sendo observado nos ensaios os modos de colapso obtidos e as 
conformidades destes com as avaliações teóricas realizadas em outra pesquisa. 
 
 
Palavras-chave: Sistemas tubulares, Seções tubulares, Ligações. 
 
 
 
Abstract: 
The use of tubular sections in steel construction has a lot of advantages. In Brazil frequently 
use these sections in a lot of structures. This paper presents an experimental program to 
analysis the strength of column base plates connections made of steel tubes. The experimental 
program developed use stub columns with steel base plates connected by bolts in concrete 
foundation and the concrete strength was control. The load eccentricity is important in 
analysis, than during the tests were observed the mechanism of collapse. The tests results 
were compared with theoretical analysis presents in other paper. 
 
 
Key-words: Hollow Systems, Hollow Sections, Connections, Base Plates. 
--------------------------------------------------------------------------------------------------------
(1) - Contribuição Técnica a ser apresentada no “II Congresso Internacional da Construção 
Metálica – II CICOM” - novembro, 2002 – São Paulo, SP, Brasil. 
(2) - Prof. Adjunto do Departamento de Engenharia Civil–EM/UFOP– Ouro Preto, MG, Brasil. 
(3) - Prof. Adjunto do Departamento de Estruturas –FEC-UNICAMP– Campinas, SP, Brasil. 
(4) - Graduando do Curso de Engenharia Civil – EM/UFOP – Ouro Preto, MG, Brasil. 
(5) - Mestranda do Departamento de Estruturas –FEC-UNICAMP– Campinas, SP, Brasil. 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
 
1-INTRODUÇÃO 
 
As placas de base são utilizadas para distribuir a carga de uma coluna em aço para a fundação 
em concreto. As placas de base de colunas podem estar submetidas a tipos de carregamento 
que dependem da excentricidade da aplicação da carga. Para carregamento centrado e de 
pequenas excentricidades praticamente toda a placa de base está submetida à compressão, 
neste caso a ancoragem através dos chumbadores não é essencial para o equilíbrio do sistema. 
No entanto quando se tem excentricidade maior a ancoragem passa a ser importante e 
responsável pelo equilíbrio. 
Alguns pesquisadores têm apresentado programas experimentais para avaliação do 
comportamento de placas de base principalmente observando a influência de sua espessura e 
da posiç ão do carregamento, entre eles podemos citar como exemplo, DEWOLF (1980), 
DEWOLF (1990), THAMBIRATNAM (1986). Nestas pesquisas observa-se que as regiões de 
maiores tensões dependem da influência da excentricidade e conseqüentemente o momento 
tem papel importante nas avaliações de projeto. 
Neste trabalho é apresentado um estudo experimental para avaliar a influência da 
excentricidade no modo de colapso da placa de base e os valores de carga de projeto são 
comparados com os resultados experimentais. Nesta fase do projeto a posição do 
carregamento foi variada considerando-se o mesmo protótipo. A excentricidade foi igual a 
uma vez o raio no primeiro ensaio, ou seja, próximo do núcleo central (área interna do tubo) 
este ensaio será chamado de Ensaio 1. No segundo ensaio, Ensaio 2, a excentricidade foi igual 
a duas vezes o raio externo do tubo. Foi avaliada ainda a distribuição de deformações medidas 
através de extensômetros elétricos de resistência a cada etapa de carregamento, bem como a 
sua comparação com as diferentes excentricidades. 
 
2- AVALIAÇÕES TEÓRICAS 
 
Para a confecção do protótipo utilizou-se o dimensionamento de placas de bases proposto por 
PACKER (1997), AISC (1997) e descrito a seguir. Os resultados apresentados a seguir das 
avaliações restringem-se a placa de base. 
As placas de bases de colunas tubulares são dimensionadas baseando-se na projeção do 
balanço que se forma na placa pela transferência do carregamento através das paredes do 
perfil tubular. DEWOLF & RICKER (1990) indicam que para perfis tubulares de seção 
circular a projeção do balanço, m, deve ser calculada, subtraindo-se à largura da placa um 
valor igual a 0,8 vezes o diâmetro do tubo (Figura 1). 
 
 
 
Figura 1 – Projeção m e ilustração da placa e pressão de contato (MINCHILLO (2002)). 
 
D 
m
l 
m 0,8D 
m 
P1 P2 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
Adotando-se uma placa de base quadrada de lado igual a 300mm, calcula-se o momento de 
solicitação de cálculo, Msd, e a pressão de contato, P1 e P2 (figura 1) em função da 
excentricidade do carregamento axial. Para o dimensionamento têm-se os dados listados a 
seguir e os resultados encontram-se na tabela I. Estes procedimentos foram baseados em 
estudos teóricos e numéricos apresentados em MINCHILLO (2002). 
 
fy = 350 MPa (tensão de escoamento da placa de base); 
Diâmetro: 168,3mm (diâmetro da coluna); 
Espessura: 11,0mm (espessura do tubo da coluna); 
fck do bloco: 34,2 MPa (resistência do bloco de concreto); 
Carregamento axial: determinado para obter a espessura final da placa igual a 12,5 mm; 
Eaço: 205 GPa (módulo de elasticidade do aço da placa de base); 
Econcreto: 28,8 GPa (módulo de elasticidade do bloco de concreto). 
 
Tabela I: Pressão de contato nas placas de bases para as excentricidades dos ensaios 
realizados. 
 
Excentricidade 
(mm) 
Momento 
(kN.mm) 
P1 
(MPa) 
P2 
(MPa) 
e1 = 84,2 7657,7 2,7 1,8 
e2 = 168,3 9761,4 2,8 1,6 
 
 
A projeção m do balanço é de 82,7mm (figura 1). Pelas expressões da literatura, nas duas 
abordagens principais, variando em função da excentricidade do carregamento, temos na 
tabela II os momentos nas bordas para as espessuras de 12,5 mm para as placas de bases. 
 
Tabela II: Espessuras das placas de bases para as excentricidades dos ensaios. 
 
Excentricidade 
(mm) 
Momento na borda 
(N.mm) 
Espessura 
(mm) 
e1 = 84,2 8203,7 12,5 
e2 = 168,3 8254,8 12,5 
 
 
3- PROGRAMA EXPERIMENTAL 
 
A seguir é apresentado o programa experimental desenvolvido neste trabalho seguindo o 
projeto do protótipo baseado no apresentado no item anterior, e o projeto do sistema de apoio 
e de carregamento. São apresentados também os esquemas de instrumentação, aquisição de 
dados e metodologia de ensaio. 
 
3.1-Projeto da Placa de Base 
Para avaliação da placa de base foi projetado 1 (um) protótipo com coluna curta tubular de 
seção transversal circular de comprimento definido para que não ocorra fenômenos como de 
flambagem da mesma. Para a aplicação de carga foi projetado um consolo na extremidade 
livre da coluna de forma a absorver os níveis de carga previstos. A placa de base foi 
dimensionada para níveis de cargas tais que o colapso ocorra na placa de base que é o objeto 
da pesquisa em desenvolvimento. Na figura 2 tem-se as dimensões de projeto do protótipo 
ensaiado. 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
 
Corte A-A
364.4
250.0
395.0
25
0.
0
300 x 300x 12.5 mm
placa de base
6
6
6
6
30
Det. Placa de Base
30
0.
0
12
0
30
Ø 168,3mm
esp. 11 mm
30
f 20.5
300.0
240
30
12
0
placa de aplicação da carga
300 x 300 x 12.5 mm
placa de aplicação da carga
25
0.
0
50
.0
10
0.
015
0.
0
6
250.0 395 x 250 x 16 mm
placa de base
6
395 x 250 x 16 mm
perfil tubular circular
d = 168.3 mm esp. 11 mm
Vista Frontal
 
 
Figura 2 – Projeto do protótipo ensaiado 
 
 
Observou-se ainda que houve imperfeições de fabricação na placa de base em função de 
tensões residuais oriundas do aquecimento durante a execução das soldas de ligação. Na 
figura 3 observam-se estas imperfeições de fabricação em que as extremidades da placa de 
base foram deslocadas nas extremidades com uma curvatura em relação a vertical. Para 
destacar a visualização das imperfeições na fotografia, foram colocadas moedas sob a placa 
de base, conforme indicado pelas setas desenhadas. 
 
 
 
Figura 3 – Detalhe das imperfeições na placa de base 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
3.2 Confecção do Bloco de Apoio. 
Para a confecção do bloco de apoio foi utilizado cimento tipo ARI e com resistência de 
projeto do concreto, fck, igual a 20 MPa. Os ensaios de resistência do concreto a 7 dias e nos 
dias dos ensaios realizados são apresentados na tabela III e foram utilizados no 
dimensionamento apresentado no item 2. 
 
Tabela III: Resistência do concreto medido através de ensaios em corpos de prova moldados 
no dia da concretagem do bloco de apoio. 
 
Idade do concreto Resistência do concreto 
(MPa) 
7 dias 33,85 
22 dias (Ensaio 1) 34,3 
35 dias (Ensaio 2) 37,2 
 
 
O bloco de apoio foi armado nas duas direções utilizando barras de diâmetro de 8,0 mm de 
modo a evitar ruptura e danos no mesmo e ainda possibilitar sua fixação na placa de reação. A 
figura 4 ilustra o esquema de projeto do bloco. Observa-se que o furo previsto na base do 
bloco de apoio possibilita diversas posições do mesmo e conseqüentemente excentricidades 
variadas no protótipo utilizando-se para este fim um único bloco de apoio. Após a retirada da 
forma do bloco foi executado o grout de aproximadamente 3 cm para nivelamento da 
superfície do mesmo e ajuste do protótipo. 
83,487,4 229,2
20
0
400
200
76
,2
16
1,
9
16
1,
9
1000
200
400
400 400
87,4 229,2 83,450
0
40
0
Dimensões em mm
 
Figura 4 - Detalhes do bloco de apoio projetado para os ensaios do protótipo 1. 
 
 
3.3- Chumbadores 
Para a ancoragem da placa de base foram utilizadas barras rosqueadas de 19 mm como 
chumbadores. Na extremidade inferior das barras foram utilizadas porcas de modo a 
possibilitar maior ancoragem da mesma. No projeto dos chumbadores foi prevista uma 
resistência de modo a induzir inicialmente o colapso da placa de base para posterior colapso 
das barras (AISC (1997)). 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
 
3.4- Montagem dos ensaios 
Os ensaios realizados foram em número de dois com excentricidades de carregamento 
diferentes para cada ensaio. Os ensaios têm a nomenclatura de Ensaio 1 e Ensaio 2 e possuem 
o mesmo esquema de montagem. A foto da figura 5 ilustra o esquema geral de montagem dos 
dois ensaios realizados. A excentricidade do carregamento aplicado no protótipo foi igual ao 
raio externo do tubo para o Ensaio1 (e1 = 84,2 mm) e de duas vezes o raio externo para o 
Ensaio 2 (e2 = 168,3 mm). 
Inicialmente o bloco foi posicionado de modo a ter-se a excentricidade de carga de cada 
ensaio realizado. Após o posicionamento, o bloco de apoio foi nivelado com gesso para retirar 
os desníveis oriundos da concretagem. Na posição ajustada para a excentricidade da carga o 
bloco foi preso a laje de reação através de parafusos e na região submetida à tração. 
Em seguida a placa de base foi parafusada no bloco de apoio com o grout ainda trabalhável de 
modo a ajustar as imperfeições da placa de base (figura 3). Para aperto das porcas utilizou-se 
torquímetro de modo a ter a mesma carga nas 4 barras de ancoragem do projeto. 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Esquema geral de montagem dos ensaios 1 e 2. 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
 
3.5- Instrumentação 
Para a instrumentação dos corpos de prova foram utilizados extensômetros elétricos de 
resistência (EER), LVDT, defletômetros, célula de carga, indicador de deformação e sistema 
automático de aquisição de dados. 
Os extensômetros são do tipo roseta e linear fabricado pela KYOWA e de modelos KFC–2–
D16-11 (90 graus) e KFC–5–120–C1–11, respectivamente. Estes foram posicionados na placa 
de base e em chumbadores. A foto da figura 6 e a figura 7 ilustram a instrumentação com 
EER lineares (E1 e E2). Estes estão localizados nos chumbadores tracionados de modo a 
monitorar as deformações nos mesmos. 
O corte A-A da figura 7 mostra o posicionamento dos extensômetros na face superior da placa 
de base e localizados a 3 cm do tubo, os EER identificados como E5 a E8 são do tipo roseta e 
o E9 linear. 
O corte B-B da figura 7 ilustra o posicionamento dos extensômetros tipo roseta (E3 e E4) no 
centro da placa e na sua face inferior. Estes extensômetros foram colados de modo a 
possibilitar a medida das deformações na região de maiores deformações. 
As regiões de instrumentaç ão foram selecionadas a partir de avaliação numérica do ensaio 
utilizando o software comercial (MINCHILLO (2002)). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – Detalhe do esquema de instrumentação com extensometria utilizado nos 
chumbadores dos ensaios 1 e 2. 
 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
Corte B - B
Seção transversal dos
 chumbadores instrumentados
E2
E2
Dimensões em mm
Instrumentados
Chumbadores
E1
E1
E7
E6
E5
E9E8
E3
E4
12
0
73,2
73
,2
30
30
30
 
Figura 7 – Detalhe do esquema de instrumentação com extensometria utilizado nos ensaios 1 
e 2. 
 
Para medição dos deslocamento s na extremidade livre do protótipo foi posicionado um LVDT 
modelo MVL7-2000 da SENSOTEC, com região linear nominal igual a 2” (5,08mm). Três 
defletômetros mecânicos, fabricante MITUTOYO, foram utilizados de modo a avaliar 
recalques do bloco e sua influência nos resultados de ensaio. A figura 8 ilustra o 
posicionamento dos defletômetros e LVDT. 
 
 
D1, D2, D3 - Defletômetro
D2
D1
Bloco de Concreto
D3
LVDT
 
 
Figura 8 – Detalhe do posicionamento do defletômetros e LVDT utilizados nos ensaios 1 e 2. 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
Para a aplicação da carga utilizou-se atuador hidráulico ENERPAC-RC 1008, com capacidade 
máxima de 1.000 kN, fixado à mesa inferior da viga do pórtico de reação. Logo abaixo deste, 
foi posicionado, para medição do carregamento, célula de carga BERG CELL com 
capacidade de 2.000 kN. O esquema geral do sistema de aplicação de carga e do 
posicionamento em relação a laje de reação estão ilustrados na figura 9. 
 
 
Laje de Reação
 Viga do Pórtico de Reação
Atuador Hidráulico
Célula de Carga
 
 
 
Figura 9 – Detalhe da montagem do sistema de aplicação de carga e fixação do bloco de apoio 
utilizado nos ensaios 1 e 2. 
 
 
3.6- Sistema de Aquisição de Dados 
Nos ensaios realizados foram utilizados dois processos de obtenção de resultados: o primeiro 
deles para a medição dos deslocamentos na extremidade livre do protótipo e para 
acompanhamento e controle do carregamento aplicado e o segundo para a medição dos 
valores de deformação fornecida pelos extensômetros lineares e rosetas. 
 
3.6.1 – Deslocamentos e carregamento 
Utilizou-se um sistema de aquisição de dados via computador para a obtenção dos resultados 
fornecidos pelacélula de carga e pelo LVDT. Para isto foi necessário um micro -computador e 
um amplificador de sinais para o LVDT e célula de carga. Um software específico foi 
utilizado para permitir um acompanhamento dos dados durante os ensaios através de gráficos, 
sendo os resultados armazenados em um arquivo ao final de cada experimento. 
 
3.6.2- Deformações 
Os resultados fornecidos pelos extensômetros lineares e rosetas foram obtidos através de 
indicador de deformação e as medições foram realizadas a cada passo de carga enquanto o 
carregamento era mantido constante para que isto fosse possível. 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
 
3.7- Metodologia de Ensaio 
Inicialmente realizou-se um pré-ensaio para avaliação da instrumentação e sistema de 
aquisição. Para o pré-ensaio do ensaio 1 a carga máxima foi de 40,96 kN e observou-se 
deslocamentos no Defletômetro D1, para melhor avaliar a causa destes deslocamentos foram 
colocados os defletômetros D2 e D3. Observou-se que causa dos deslocamentos eram devidas 
as acomodações do conjunto bloco de concreto e protótipo. A cada etapa de carga foi 
realizada a aquisição de deformações e deslocamento. Para o ensaio 2 a acomodação citada 
deu-se a níveis menores de carga. 
 
 
4- APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS 
 
Os resultados obtidos serão apresentados e analisados separadamente para cada ensaio 
realizado. 
 
4.1 – Ensaio 1 
Para o ensaio 1 a carga máxima obtida foi de 600,3 kN este valor não levou a placa de base ao 
colapso e o ensaio foi paralisado por problemas no sistema de aplicação de carga. Após o 
descarregamento do protótipo as deformações obtidas anteriormente voltaram a original, ou 
seja, não houve deformação residual nos pontos instrumentados do protótipo. Assim, foi 
avaliado que o colapso se daria para níveis de carga maiores devido principalmente a 
excentricidade de carga, ou seja, próximo ao núcleo do tubo. Observaram-se ainda trincas no 
grout não oriundas do ensaio, mas de teste realizado anteriormente aos ensaios devido a 
necessidade de definir o material a ser utilizado no nivelamento do bloco de concreto. Estas 
trincas não aumentaram após o ensaio 1 não caracterizando influência no mesmo. A 
deformação máxima obtida foi de 687 microstrain no extensômetro E6. Observou-se ainda 
que as maiores deformações ocorreram no centro do tubo na região do núcleo de carga, 
caracterizando assim a alta concentração das tensões através de transmissão de cargas pelo 
tubo para a placa de base. Na figura 10 tem-se o gráfico de carga x deformação dos 
extensômetros colados no protótipo 1. Ressalta-se ainda que não houve deslocamentos na 
extremidade do protótipo onde se posicionava o LVDT. 
Após atingir a carga máxima citada, o protótipo foi descarregado e observou-se que o material 
da placa de base não sofreu escoamento com as deformações retornando a valores próximos a 
zero, portanto dentro da fase elástica do material. Assim, o mesmo protótipo foi carregado a 
uma excentricidade igual a duas vezes o raio, sendo este o Ensaio 2. 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
 
Figura 10 – Relação carga x deformação dos extensômetros E1 a E9 do Ensaio 1. 
 
 
4.2 – Ensaio 2 
O ensaio2 foi realizado para uma excentricidade duas vezes o raio externo do tudo se obtendo 
o colapso da placa de base. A carga máxima foi de 301,30 kN e a deformação máxima foi de 
3364 microstrain no extensômetro E6. A figura 11 ilustra a deformada na face mais tracionada 
da placa de base para a carga máxima. Na figura 12 observa-se a vista lateral da placa de base 
com um modo similar ao da figura anterior, mas de menor deformaç ão. 
 
 
 
 
Figura 11 - Vista da deformada na região tracionada, da placa de base. 
 ENSAIO 1 – CARGA x DEFORMAÇÃO 
0
100
200
300
400
500
600
-400 100 600 1100 1600 2100 2600 3100
Microstrain
C
ar
ga
 (k
N
)
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
E8
E9
Seção transversal dos 
chumbadores instrumentados
E1
E2
E4 
E3 
VISTA INFERIOR DA PLACA 
DE BASE 
E5 
E7 
E8 
E9 
VISTA SUPERIOR DA PLACA 
DE BASE 
E6 
Tracionados 
P = 301,30 kN 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
 
 
Figura 12 - Vista da deformada na região lateral, da placa de base. 
 
 
Na figura 13 têm-se os valores medidos das deformações. Observa-se que os extensômetros 
E6 e E5, que estão na crista mais tracionada e deformada da placa de base, possuem os 
maiores valores de deformação. O E7 e E8 possuem menores deformações que E6 e E7 em 
função da proximidade com os chumbadores, sendo que E8 tende a diminuir seu valor em 
função da forma do amassamento da placa de base. Os extensômetros E3 e E4 praticamente 
não apresentam deformação já que para o nível de excentricidade deste ensaio a placa de base 
passa a ser determinante na eficiência do conjunto placa-bloco. Com relação E1 e E2 tem-se 
ambos tracionados sendo o mais distante da carga, E2, com maiores valores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 – Relação carga x deformação dos extensômetros E1 a E9 do Ensaio 2. 
0
50
100
150
200
250
300
-400 100 600 1100 1600 2100 2600 3100
Microstrain
C
ar
ga
 (k
N
)
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
E8
E9
Seção transversal dos 
chumbadores instrumentados
E1
E2
E4 
E3 
VISTA INFERIOR DA PLACA 
DE BASE 
E5 
E7 
E8 E9 
VISTA SUPERIOR DA PLACA 
DE BASE 
E6 
ENSAIO 2 – CARGA x DEFORMAÇÃO 
Tracionados 
P = 281,1 kN 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
A deformação no escoamento de 1731 microstrain para a carga de 219,7 kN e ocorreu no 
extensômetro E6 e o nível desta carga é elevado (58 kN) quando comparado a carga de 
projeto calculada como no item 2 tendo-se a espessura fixa em 12,5 mm. 
No gráfico da figura 14 têm-se os deslocamentos nos defletômetros e LVDT. Observa-se que 
os defletômetros, responsáveis pela leitura de possíveis movimentos do bloco de apoio 
indicaram que para níveis baixos de carga já houve a estabilização do mesmo. O LVDT para a 
carga máxima mediu 6,89 mm de deslocamento na extremidade do bloco que é função do 
deslocamento da placa de base. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 – Relação carga x deslocamento dos defletômetros D1 a D3 e LVDT do Ensaio 2. 
 
 
5 - CONCLUSÕES 
 
Este trabalho apresenta os resultados de uma análise experimental de placa de base solicitada 
à força normal e momento fletor. Nos ensaios realizados foi variada a excentricidade de carga 
para uma mesma espessura. Para a menor excentricidade, Ensaio 1, a carga máxima foi 
aproximadamente 100% superior que a de maior excentricidade relativa ao Ensaio 2. 
De acordo com as deformações medidas observou-se que para um mesmo valor de carga nos 
dois ensaios tem-se que as deformações aumentam significativamente para o ensaio com 
maior excentricidade. No entanto, variações no tamanho da espessura, o que está previsto em 
trabalhos futuros, possibilitarão a avaliação da variação da espessura conjuntamente com a 
excentricidade. 
Observou-se que para excentricidade elevadas, Ensaio 2, o colapso se deve ao escoamento da 
placa de base, e para a excentricidade do Ensaio 1, que é próxima do núcleo, parte interna do 
tubo, o mesmo não ocorre, sendo que o blo co exerce forte contribuição na resistência do 
conjunto . Observa-se ainda que a excentricidade do Ensaio 1 é caracterizada de valor 
0
50
100
150
200
250
300
350
-5 -3 -1 1 3 5 7 9
Deslocamento (mm)
C
ar
ga
 (k
N
)
LVDT
D1
D2
D3
D2
D1
D3
LVDT
 ENSAIO 2 – CARGA x DESLOCAMENTO 
 “II Congresso Internacional da Construção Metálica – II CICOM” 
 
 
moderadono dimensionamento, ou seja, maior que 1/6 da largura da placa e menor que 1/2 do 
mesmo valor (AISC (1997)). Esta consideração gera resultados mais conservadores. 
Com relação às avaliações teóricas, a teoria de uma viga em balanço com carregamento 
uniformemente distribuído utilizada para avaliar a resistência da placa de base conduzem a 
resultados conservadores apesar da simplicidade de sua utilização. 
 
 
6- REFERÊNCIAS 
 
AMERICAN INSTITUTE OF STEEL CONSTRUCTION –AISC, 1997, Hollow Structural 
Sections – Connections Manual. 
 
DEWOLF, J.T.& SANSLEY, E.F., 1980, Column Base Plates with Axial Loads and 
Moments. Journal of the Structural Division ASCE, v.106, p. 2167-84. 
 
DEWOLF, J.T.& RICKER, D. T., 1990, Column Base Plates, AISC Design Guide I. 
American Institute of Steel Construction, Chicago, IL. 
 
MANCHILLO, D. G. V., REQUENA, J. A. V., FREITAS, A. M. S., 2002, Placa de Base para 
Colunas Metálicas Tubulares: Abordagem Teórica. II Congresso Internacional de 
Construção Metálica, São Paulo, cd room. 
 
PACKER, J.A.; HENDERSON, J.E., 1997, Hollow Structural Section: Connections and 
Trusses - a Design Guide. Canadian Institute of Steel Construction, Universal Offset 
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THAMBIRATNAM, D.P. & PARAMASIVAM, P., 1986, Base plates under axial loads and 
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AGRADECIMENTOS 
 
Os autores deste trabalho agradecem o apoio da V&M do Brasil.

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