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Parque Urbano no Bairro Pinheirinho Chapecó SC TCC FINAL 2018 15 08 2018

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UNIDADE CENTRAL DE EDUCAÇÃO FAEM FACULDADE - UCEFF 
FACULDADE EMPRESARIAL DE CHAPECÓ – FAEM 
UCEFF FACULDADES 
 ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARQUE URBANO NO BAIRRO PINHEIRINHO - CHAPECÓ SC 
 
 
 
 
 
 
 
ANDRESSA ESTER PIN 
Trabalho de Conclusão de Curso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Chapecó (SC), Julho de 2018. 
 
 
 
Unidade Central de Educação Faem Faculdade - UCEFF 
Faculdade Empresarial de Chapecó – FAEM 
Uceff Faculdades 
Curso de Arquitetura e Urbanismo 
Período: 10° 
Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso 
Professor: Ma. Adriana Diniz Baldissera 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARQUE URBANO NO BAIRRO PINHEIRINHO - CHAPECÓ SC 
 
 
 
 
 
 
 
ANDRESSA ESTER PIN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Chapecó (SC), Julho de 2018. 
 
 
 
ANDRESSA ESTER PIN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARQUE URBANO NO BAIRRO PINHEIRINHO - CHAPECÓ SC 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao 
Curso de Arquitetura como requisito parcial para 
obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e 
Urbanismo pela Faculdade Empresarial de Chapecó, 
UCEFF. 
 
 
 
 
 
Professor Orientador: Me. Adriana Diniz Baldissera 
 
 
 
 
 
 
 
 
Chapecó (SC), Julho de 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta monografia aos meus pais, 
Vitor (in memoriam) e Salete, com todo o 
meu amor e gratidão, por tudo o que 
fizeram por mim ao longo desta minha 
vida, em especial a meu amado 
companheiro pelos momentos de auxílio e 
alegria que me proporciona. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus, que permitiu que tudo isso acontecesse, ao 
longo desta minha vida е não somente nestes anos como universitária, mas, que em todos os 
momentos é o maior mestre que alguém pode conhecer. 
Agradeço também aos meus amados pais Vitor Lirio Pin (in memoriam) e Salete Maria 
Schneider Pin, pela fé e confiança demonstrada, por todos os conselhos e toda ajuda, que me 
levaram até aqui. 
Agradeço ainda a meu companheiro, Maicon de Oliveira, que ao longo da caminhada 
me deu suporte e força em todas as dificuldades, manteve-se ao meu lado e ajudou-me sempre. 
Por fim, agradeço aos professores, e todos aqueles que contribuíram para o meu 
crescimento intelectual, em especial para minha Orientadora Me. Adriana Diniz Baldissera, por 
toda paciência, auxílio, conhecimento transmitido e principalmente, pelo incentivo à dedicação 
ao urbanismo. 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A cidade de Chapecó, Santa Catarina está em constante expansão urbana e as regiões 
periféricas acabam sofrendo com desequilíbrios socioeconômicos, uma vez que, novos 
parcelamentos de solo são feitos sob diretrizes e legislações vigentes que promovem o 
ordenamento e progresso da cidade, assim os bairros antigos ficam estagnados, com falta de 
infraestrutura e projetos de desenvolvimento, acarretando uma inconstância social. Por sua vez, 
a cidade é onde o espaço urbano pode ser modelado por meio das relações sociais. Atualmente 
os bairros Pinheirinho e Jardim Europa da cidade de Chapecó, bem como, as regiões limítrofes 
não possuem um espaço físico adequado e projetado para o lazer e recreação, tão pouco, para 
relação de seus habitantes, uma vez que se encontra a margem dos projetos públicos nesta área 
da cidade, dado o contexto social a que se encontra. Além de sofrer principalmente o bairro 
Pinheirinho com falta de infraestrutura básica como, pavimentação de vias e drenagem, devido 
a sua ocupação irregular ao longo do tempo, corrobora ainda, como problemática, que a 
arquitetura empregada no local aliada ao descaso sociopolítico, conduziu a segregação 
geoespacial do conceito de sociedade, aqui analiticamente enfrentado. Este projeto procura 
abordar os potenciais e as carências do bairro, embasado juntamente com educação e vida em 
sociedade, a fim de, através da arquitetura e urbanismo, buscar a equalização entre diferentes 
classes sociais, proporcionando espaços agradáveis e contemplativos em meio a natureza, 
tornando o habitat um lugar que valorize seus moradores como um todo. 
Palavras-chave: Projeto urbanístico, Intervenção urbana, Parque urbano. 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 - Taxa de urbanização brasileira. ............................................................................... 19 
Figura 2 - População Bairro Pinheirinho. ................................................................................. 23 
Figura 3 - Características arquitetônicas de cada bairro. (A) e (B) Bairro Pinheirinho, (C) e (D) 
Bairro jardim Europa. ............................................................................................................... 26 
Figura 4 - Padrões de efeitos topológicos e perspectivos. ........................................................ 29 
Figura 5 - Exemplo de mapa mental. ........................................................................................ 30 
Figura 6 - Elementos que formam a imagem mental do espaço. .............................................. 31 
Figura 7 - Exemplos de composição da malha. ........................................................................ 32 
Figura 8 - Exemplos de configuração de relevo. ...................................................................... 33 
Figura 9 - Relações das edificações. ......................................................................................... 34 
Figura 10 - Jardim de chuva do conjunto de apartamentos Buckman Heights em Portland, 
Oregon. ..................................................................................................................................... 42 
Figura 11 - Esquema de um jardim de chuva. .......................................................................... 43 
Figura 12 - Corte esquemático de um jardim de chuva. ........................................................... 43 
Figura 13 - Tratamento de desníveis. ....................................................................................... 48 
Figura 14 - Mapa de localização de Passo Fundo - RS. ........................................................... 50 
Figura 15 - Implantação do Parque da Gare. ............................................................................ 51 
Figura 16 - Setorização do Parque da Gare. ............................................................................. 52 
Figura 17 - Visuais Parque da Gare. (A) Lago; (B) Pórtico; (C) Pista de Skate e Quadra 
poliesportiva. ............................................................................................................................ 52 
Figura 18 - Elementos arquitetônicos construídos. (A) Acesso a edificação onde fica a feira do 
produtor; (B) Detalhe janelas; (C) Interior da edificação. ........................................................ 53 
Figura 19 - Mapa de acessos e circulações do Parque da Gare. ............................................... 54 
Figura 20 - Mapa de vegetação e edificação. ........................................................................... 55 
Figura 21 - Eixos de equilíbrio e simetria Parque Gare. .......................................................... 56 
Figura 22 - Materiais e mobiliários utilizados no Parque da Gare. (A)Deck em madeira entorno 
do lago; (B) Pergolado em estrutura metálica; (C) Pista de skate em concreto; (D) Brinquedos 
em madeira e ciclovia; (E) Escorregador em concreto polido; (F) Ponte sobre ....................... 57 
Figura 23 - Mapa de localização de Changsha - China. ........................................................... 58 
Figura 24 - Implantação The Hillside Eco-Park. ...................................................................... 59 
Figura 25 - Setorização The Hillside Eco-Park. ....................................................................... 60 
 
 
 
Figura 26 - Estilos e linguagem arquitetônica. (A) Passarelas sobre o lago; (B) Raso de água; 
(C) Rampas sobre o lago. ......................................................................................................... 60 
Figura 27 - Mapa de acessos e circulações The Hillside Eco-Park. ......................................... 61 
Figura 28 - Mapa de vegetação e edificação. ........................................................................... 62 
Figura 29 - Mobiliários e materias utilizados e projetados. (A) Tapete de madeira; (B) Escultura 
da lagarta em aço inoxidável junto ao escorregador; (C) Parede educativa; (D) Escultura de 
joaninha em aço inoxidável; (E) Tapete de madeira que possibilita descanso;........................ 63 
Figura 30 - Mapa de localização de Porto Príncipe - Haiti. ..................................................... 64 
Figura 31 - Implantação Tapis Rouge. ..................................................................................... 65 
Figura 32 - Setorização Tapis Rouge. ...................................................................................... 66 
Figura 33 - Pintura de artistas locais nas paredes. .................................................................... 66 
Figura 34 - Mapa de acessos e circulações no Tapis Rouge. ................................................... 67 
Figura 35 - Eixos de equilíbrio e simetria Tapis Rouge. .......................................................... 68 
Figura 36 - Materiais e mobiliários utilizados. (A) Anfiteatro aberto, pavimentado com paver 
de concreto; (B) Bancos em concreto; (C) Academia ao ar livre. ............................................ 69 
Figura 37 - Mapa de localização de Chapecó, Santa Catarina. ................................................ 69 
Figura 38 - Inserção urbana da área de intervenção na cidade de Chapecó-SC. ...................... 70 
Figura 39 - Índices e parâmetros urbanísticos. ......................................................................... 71 
Figura 40 - Legislação. ............................................................................................................. 72 
Figura 41 - Sistema viário principal. ........................................................................................ 73 
Figura 42 - Sistema viário entorno da área de intervenção. ..................................................... 74 
Figura 43 - Conexões verdes a partir da área de intervenção. .................................................. 75 
Figura 44 - Transporte público urbano. .................................................................................... 76 
Figura 45 - Uso do solo. ........................................................................................................... 77 
Figura 46 - Escolas. .................................................................................................................. 77 
Figura 47 - Gabarito. ................................................................................................................ 78 
Figura 48 - Figura-fundo .......................................................................................................... 79 
Figura 49 - Malha urbana. ........................................................................................................ 80 
Figura 50 - Topocepção na imagem mental do espaço. ........................................................... 81 
Figura 51 - Topocepção na percepção espacial. ....................................................................... 81 
Figura 52 - (A e C) direcionamento; (B e F) visual fechada e (D e E) mirante. ...................... 82 
Figura 53 - Mapa de hipsometria. ............................................................................................. 83 
Figura 54 - Condicionantes físicos e corte esquemático. ......................................................... 83 
Figura 55 - Área de Preservação Permanente. .......................................................................... 84 
 
 
 
Figura 56 - Sanga e área de APP. ............................................................................................. 85 
Figura 57 - Sanga e área de APP. ............................................................................................. 86 
Figura 58 - Sanga e área de APP. ............................................................................................. 87 
Figura 59 - Gênero e faixa etária. ............................................................................................. 88 
Figura 60 - Renda familiar........................................................................................................ 88 
Figura 61 - Escolaridade. .......................................................................................................... 88 
Figura 62 - Em qual bairro reside. ............................................................................................ 89 
Figura 63 - Há quanto tempo reside no bairro. ......................................................................... 89 
Figura 64 - No bairro em que você reside existe alguma praça ou parque público.................. 90 
Figura 65 - Você gostaria que existisse praça ou parque público em seu bairro. ..................... 90 
Figura 66 - Quais atividades você costuma praticar. ................................................................ 90 
Figura 67 - Em quais locais você costuma praticar. ................................................................. 91 
Figura 68 - Quais atividades você gostaria que tivesse. ........................................................... 91 
Figura 69 - Fluxograma. ........................................................................................................... 95 
Figura 70 - Conexões e centralidades. ...................................................................................... 96 
Figura 71 - Partido. ................................................................................................................... 97 
Figura 72 - Conceito. ................................................................................................................ 98 
Figura 73 - Cortes esquemáticos para a proposta. .................................................................... 98 
Figura 74 - A marca. ................................................................................................................. 99 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Evolução da população na cidade de Chapecó-SC. ................................................ 22 
Tabela 2 - Programa de necessidades uso cultural. .................................................................. 92 
Tabela 3 - Programa de necessidades uso educacional. ........................................................... 93 
Tabela 4 - Programa de necessidades uso lazer e convívio. ..................................................... 93 
Tabela 5 - Programa de necessidades uso comum. .................................................................. 94 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ABNT – Associação Brasileira de NormasTécnicas 
APP – Área de Preservação Permanente 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
PDC – Plano Diretor da Cidade de Chapecó 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. 5 
RESUMO ................................................................................................................................... 6 
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................... 7 
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ 10 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................... 11 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 15 
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA DA PESQUISA ............................................................... 16 
1.1.1 Questão problema .......................................................................................................... 16 
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 17 
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 17 
1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 17 
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 17 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 19 
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA URBANIZAÇÃO ....................................... 19 
2.1.1 Urbanização brasileira .................................................................................................. 19 
2.1.2 Urbanização da cidade de Chapecó e dos Bairros Pinheirinho e Jardim Europa .. 20 
2.2 DINÂMICA ESPACIAL DA SEGREGAÇÃO URBANA ............................................... 23 
2.2.1 Segregação socioespacial entre os Bairros Pinheirinho e Jardim Europa. .............. 25 
2.3 A DIMENSÃO MORFOLÓGICA TOPOCEPTIVA DOS LUGARES ............................ 28 
2.3.1 Topocepção na percepção espacial ............................................................................... 28 
2.3.2 Topocepção na imagem mental do espaço ................................................................... 30 
2.3.3 Topocepção no conhecimento especializado dos lugares ........................................... 32 
2.4 A CIDADE PARA PESSOAS ............................................................................................ 34 
2.5 O ESPAÇO PÚBLICO ....................................................................................................... 36 
2.6 O ESPAÇO PÚBLICO ALIADO A EDUCAÇÃO SOCIAL ............................................ 39 
2.7 SOLUÇÕES URBANÍSTICAS .......................................................................................... 41 
 
 
 
2.7.1 Sistema de iluminação com células fotovoltaicas ........................................................ 41 
2.7.2 Pavimentações permeáveis ............................................................................................ 41 
2.7.3 Jardins de biorrentenção .............................................................................................. 42 
2.7.4 Revitalização da Área de Preservação Permanente ................................................... 44 
2.7.5 Produção na escala do bairro ....................................................................................... 44 
2.7.6 Arborização urbana ....................................................................................................... 45 
2.8 LEGISLAÇÕES PERTINENTES ...................................................................................... 45 
2.8.1 Estatuto da Cidade ........................................................................................................ 45 
2.8.2 Plano Diretor de Chapecó ............................................................................................. 45 
2.8.3 Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Chapecó ................................................ 46 
2.8.4 Diagnóstico socioambiental ........................................................................................... 47 
2.8.5 ABNT NBR 9050:2015: Acessibilidade ........................................................................ 47 
3. METODOLOGIA ............................................................................................................... 49 
4. RESULTADOS DA PESQUISA ....................................................................................... 50 
4.1 ESTUDOS DE CASO ........................................................................................................ 50 
4.1.1 Parque da Gare .............................................................................................................. 50 
4.1.2 The Hillside Eco-Park ................................................................................................... 57 
4.1.3 Tapis Rouge .................................................................................................................... 64 
4.2 DIRETRIZES DE PROJETO ............................................................................................. 69 
4.2.1 Histórico da Área ........................................................................................................... 69 
4.2.2 Inserção urbana ............................................................................................................. 70 
4.2.3 Legislação ....................................................................................................................... 71 
4.2.4 Sistema viário ................................................................................................................. 73 
4.2.5 Conexões verdes ............................................................................................................. 75 
4.2.6 Transporte público urbano ........................................................................................... 76 
4.2.7 Uso do solo ...................................................................................................................... 76 
4.2.8 Gabarito .......................................................................................................................... 77 
 
 
 
4.2.9 Figura-fundo .................................................................................................................. 78 
4.2.10 Malha urbana ............................................................................................................... 79 
4.2.11 Morfologia urbana ....................................................................................................... 80 
4.2.12 Condicionantes físicos ................................................................................................. 82 
4.2.13 Perfil e demanda .......................................................................................................... 87 
4.2.14 Programa de necessidades e pré-dimensionamento ................................................. 91 
4.2.15 Fluxograma .................................................................................................................. 94 
4.2.16 Estudo de manchas ...................................................................................................... 95 
4.2.17 Conceitoe partido ........................................................................................................ 97 
4.2.18 A marca ......................................................................................................................... 99 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 101 
APÊNDICES ....................................................................................................................... 1017 
 
 
15 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A cidade de Chapecó está em constante expansão urbana e as regiões periféricas acabam 
sofrendo com desequilíbrios socioeconômicos, uma vez que, novos parcelamentos de solo são 
feitos sob diretrizes e legislações vigentes que promovem o ordenamento e progresso da cidade, 
assim os bairros antigos ficam estagnados, com falta de infraestrutura e projetos de 
desenvolvimento, acarretando uma inconstância social. 
Devido à projeção do contorno viário leste, a região dos bairros Pinheirinho e Jardim 
Europa, vem se tornando cada vez mais valorizada pela especulação imobiliária. 
São dois bairros separados pela Sanga Iracema. O bairro Pinheirinho é o mais antigo, se 
encontra à margem dos projetos públicos, estagnado frente ao desenvolvimento, sofre com a 
falta de infraestrutura adequada, pavimentação, drenagem pluvial, coleta de esgoto, segurança 
e por não possuir espaços públicos para convívio e lazer. Já o Jardim Europa é mais recente, 
em processo de ocupação, este é dotado de novos valores de usos e de uma nova densidade 
socioespacial. 
Desta maneira, busca-se o desenvolvimento do projeto de um parque urbano naquela 
localidade, para que promova mais qualidade de vida aos moradores, através de um estudo 
detalhado das legislações pertinentes e uma importante pesquisa da segregação urbana que 
ocorre naquela região da cidade, na premissa de estreitar a relação de convívio dos habitantes 
de ambos os bairros, considerando seus hábitos, costumes e cultura. 
Portanto, tem por escopo esta pesquisa, abordar os potenciais e as carências dos bairros, 
embasado juntamente com educação e vida em sociedade, de modo a, através da arquitetura e 
urbanismo, buscar a equalização entre diferentes classes sociais, proporcionando espaços 
agradáveis e contemplativos em meio a natureza, bem como, para prática de esportes e 
recreação, tornando os bairros um lugar que valorize seus moradores como um todo. 
O objetivo é desenvolver um anteprojeto de um parque no Bairro Pinheirinho em 
Chapecó, capaz de tornar-se um elemento de ligação física e social do tecido urbano. Ou seja, 
que proporcione uma relação entre os bairros enquanto parte da cidade e dos moradores como 
pertencentes a cidade. A fim de alcançar este objetivo, é necessário especificar como se deu a 
urbanização da cidade de Chapecó, por conseguinte, dos bairros Pinheirinho e Jardim Europa, 
bem como, a dinâmica espacial da presente segregação urbana. 
16 
 
 
Após, deve-se destacar a importância da cidade para as pessoas e como proporcionar 
com êxito, que estas e as próximas gerações tenham uma melhor qualidade de vida através da 
implantação de espaços públicos destinados a usos socioeducativos, esportivos e de convívio. 
Aplicando-se as legislações vigentes, aliadas a novas tecnologias e formas de projetar espaços 
para tais finalidades. 
Para melhor entender os espaços públicos, sua funcionalidade e contextualização, será 
realizado estudos de casos de parques e praças que possuam as conotações aplicáveis e 
compatíveis com o objetivo da pesquisa. Para a aplicação dos estudos concretizados, serão 
realizados levantamentos de dados e cartografia da área, ressaltando as carências e 
potencialidades dos bairros em análise, para que ocorra o desenvolvimento do anteprojeto de 
um parque urbano. 
A pesquisa será realizada com método científico indutivo, com caráter ao nível 
exploratório, delineada por levantamento bibliográfico tendo como principais autores, Roberto 
Lôbato Côrrea, Elaine Kohlsdorf, Jan Gehl, Jane Jacobs, Richard Rogers, Milton Santos, dentre 
outros, os mesmos foram trazidos para elucidar todo o contexto de urbanização, segregação 
socioespacial e como produzir espaços públicos para as pessoas. Questionários padronizados 
com perguntas estruturadas serão realizados utilizando técnicas de análise quantitativa e 
qualitativa, para apurar as opiniões do público alvo. A análise e interpretação dos resultados se 
dará pela apresentação de gráficos e tabelas. 
 
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA DA PESQUISA 
Anteprojeto de um parque urbano no Bairro Pinheirinho na cidade de Chapecó. 
1.1.1 Questão problema 
Atualmente os bairros Pinheirinho e Jardim Europa, bem como, as regiões limítrofes 
não possuem um espaço físico adequado e projetado para o lazer e recreação, tão pouco, para 
relação de seus habitantes, uma vez que se encontram à margem dos projetos públicos nesta 
área da cidade, dado o contexto social a que se encontra. Além de sofrer principalmente o bairro 
Pinheirinho com falta de infraestrutura básica como, pavimentação de vias e drenagem, devido 
a sua ocupação irregular ao longo do tempo, corrobora ainda, como problemática, que a 
17 
 
 
arquitetura empregada no local aliada ao descaso sociopolítico, conduziu a segregação 
geoespacial do conceito de sociedade, aqui analiticamente enfrentado. 
Como promover maior qualidade de vida as pessoas através do urbanismo? 
 
1.2 OBJETIVOS 
1.2.1 Objetivo geral 
Desenvolver um anteprojeto de um parque urbano no Bairro Pinheirinho em Chapecó, 
capaz de tornar-se um elemento de ligação física e social do tecido urbano. 
1.2.2 Objetivos específicos 
• Conhecer a história da urbanização da cidade de Chapecó e dos Bairros Pinheirinho e 
Jardim Europa; 
• Investigar a dinâmica espacial da segregação urbana na cidade de Chapecó; 
• Destacar a importância da cidade para pessoas; 
• Pesquisar a temática parque urbano e educação social; 
• Explorar soluções urbanísticas para o tema; 
• Buscar legislações referentes ao tema; 
• Realizar estudos de caso; 
• Desenvolver levantamentos de dados e cartografia da área; 
• Elaborar diagnóstico evidenciando potencialidades e carências da área; 
• Apresentar proposta de intervenção urbana com alicerce socioeducativo 
1.3 JUSTIFICATIVA 
Tem por justificativa o anteprojeto de um parque que o mesmo proporcione espaços de 
recreação e lazer com conotação socioeducativa e contemplativa na região dos Bairros 
Pinheirinho e Jardim Europa, na cidade de Chapecó. 
18 
 
 
Nesta região periférica da cidade existe uma grande expansão urbana, devido a projeção 
do contorno viário leste, por conseguinte houve um desiquilíbrio socioeconômico entre os 
novos habitantes e os moradores antecedentes aos mesmos. 
Novos loteamentos estão sendo implantados levando em consideração a legislação e 
fiscalização pertinente no que tange a infraestrutura e desenvolvimento, entretanto o retro 
exposto, há divergência no que se refere aos investimentos nos bairros antigos, que se 
encontram repletos de vazios urbanos, áreas sem infraestrutura, sem pavimentação, drenagem 
e sem áreas de convívio públicas. Gerando assim, uma preocupante dissintonia social. 
Atualmente o bairro Pinheirinho não possui um espaço físico adequado e projetado para 
o lazer e recreação, tão pouco, para relação de seus habitantes, uma vez que se encontra a 
margem dos projetos públicos nesta área, dado o contexto social a que se encontra. 
Este projeto procura abordar os potenciais e as carências do bairro, embasado 
juntamente com educação e vida em sociedade, a fim de, através da arquitetura e urbanismo, 
buscar a equalização entre diferentesclasses sociais, proporcionando espaços agradáveis e 
contemplativos em meio a natureza, tornando o habitat um lugar que valorize seus moradores 
como um todo. 
19 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA URBANIZAÇÃO 
2.1.1 Urbanização brasileira 
Nos primórdios o Brasil, era um país essencialmente agrário, onde sua principal 
atividade econômica era a exportação de produtos de derivação agrícolas e extrativista. 
Segundo Milton Santos, em seu livro A Urbanização Brasileira: O processo de urbanização do 
país iniciou por volta da década de 1950, no século XIX, na era da industrialização, a 
mecanização do campo e a concentração fundiária de grandes produtores, dentre outros fatores, 
foram preponderantes para o êxodo rural, gerando um aumento populacional e o 
desenvolvimento do espaço urbano (SANTOS, 2013, p. 19). 
Em 1970, a maioria da população brasileira já vivia nas cidades, devido à grande oferta 
de emprego, saúde e educação nas mesmas. A taxa de urbanização que em 1940 era 26,36%, 
em 1980 alcança 68,86% (Figura 1). 
Figura 1 - Taxa de urbanização brasileira. 
 
FONTE: IBGE (Censos demográficos 1940 – 2000), 2017. 
Por conseguinte, esta urbanização desenfreada provocou várias mudanças e problemas 
na organização socioespacial do país, cada região de uma forma particular (SANTOS, 2013, p. 
31). 
0% 20% 40% 60% 80% 100%
1940
1960
1980
2000
Taxa de urbanização brasileira
RURAL URBANA
20 
 
 
 
O forte movimento de urbanização que se verifica a partir do fim da Segunda Guerra 
Mundial é contemporâneo de um forte crescimento demográfico, resultado de uma 
natalidade elevada e de uma mortalidade em descenso, cujas causas essenciais são os 
progressos sanitários, a melhoria relativa nos padrões de vida e a própria urbanização 
(SANTOS, 2013, p. 33). 
Milton Santos comenta; “Quanto mais intensa é a divisão do trabalho numa área, tanto 
mais cidades surgem e tanto mais diferentes são umas das outras” (SANTOS, 2013, p. 57). Ou 
seja, quanto mais uma cidade produz, mais ela vai se desenvolver, devido ao aumento de suas 
necessidades. Espaços distintos começam a ser criados, caracterizando seus moradores de 
formas opostas, divididos entre os bairros de classes econômica e sociais. 
Os planos urbanísticos e a atividade de planejamento no Brasil chegam a seu auge, na 
década de 1960 e início da de 1970 (...) entendia-se por planejamento urbano o 
conjunto das ações de ordenação espacial das atividades urbanas que, não podendo 
ser realizadas ou sequer orientadas pelo mercado, tinham de ser assumidas pelo 
Estado, tanto na sua concepção quanto na sua implementação (DEÁK e SCHIFFER, 
2004, p. 13). 
O planejamento é de responsabilidade do Estado, na maioria das vezes, não é 
devidamente adequado a toda sociedade. Conectadas ao planejamento urbano estão as leis de 
zoneamento que determinam as formalidades do uso e a ocupação do solo (MARICATO, 
2013). 
Portanto, o processo de urbanização brasileira progrediu de forma concentradora, com 
seus altos e baixos, apesar de em tese, se propor a melhorar a qualidade de vida da população e 
diminuir as distâncias, acabou se tornando um tema complicado, pois acarretou amplos 
problemas, que crescem a cada dia e acabam se tornando difíceis de serem resolvidos. 
2.1.2 Urbanização da cidade de Chapecó e dos Bairros Pinheirinho e Jardim 
Europa 
O Município de Chapecó localiza-se no oeste do Estado de Santa Catarina, na inserção 
da bacia hidrográfica do Rio Uruguai, cujo curso define a divisa com o Estado do Rio Grande 
do Sul. “A história de sua colonização fazia parte de um projeto de colonização feito pelo 
governo estadual que objetivava colonizar todo o oeste de Santa Catarina, considerado pelas 
autoridades da época como um vazio demográfico” (ALBA, 2002, p. 21). 
O território do oeste e extremo-oeste de Santa Catarina, até 1916, tinha sido alvo de 
disputas entre Santa Catarina e Paraná, e anteriormente entre Brasil e Argentina – divergências 
conhecidas como a “Questão de Palmas” e a “Questão das Missiones”, respectivamente, sendo 
21 
 
 
 
esta última iniciada a partir da criação da Colônia do Sacramento, tendo o caso se encerrado em 
1884 com a intervenção do presidente Cleveland, dos Estados Unidos, dando ação favorável ao 
Brasil (BELLANI, 1989). A desenvolvimento urbano de Chapecó está ligado ao processo 
histórico e econômico que compôs a região Oeste Catarinense (BAVARESCO, 2006, p. 1). 
Hass (2003), descreve que quando os primeiros desbravadores chegaram por volta de 
1920, para explorar os recursos naturais, pinhais cercavam o pequeno povoado cortado pelo rio 
Passo dos Índios. Naquela época, Chapecó abrangia uma área de 14.053 Km², que atualmente 
seria a região Oeste Catarinense. A sede do município, inicialmente, estava situada no Passo 
Bormann, alternando-se com Xanxerê até que, em 1931, passou para a localidade de Passo dos 
Índios, que é hoje Chapecó (BELLANI, 1990). 
Em 1931, houve a primeira tentativa de planejar o espaço urbano com o desenho do 
traçado das ruas, o que se pode associar com o esboço do primeiro Plano Diretor, 
famoso por possuir o traçado de malha urbana ortogonal, com isso, Chapecó ficou 
conhecida como uma cidade planejada. As ruas foram organizadas e projetadas com 
um traçado largo, longo e retilíneo, já pensadas para um desenvolvimento futuro 
(FUJITA, BERTO e FACCO, 2014). 
O traçado lembra um tabuleiro de xadrez, proposto em virtude da busca pela 
uniformidade e regularidade da malha, sem considerar o relevo e a hidrografia existentes, 
(ZENI, 2007). O traçado implementado ocasionou diversos problemas na qualidade urbana e 
ambiental. 
Em 1960, o município de Chapecó exibia grande importância comercial em Santa 
Catarina. Foram aprovados então doze novos loteamentos na cidade de Chapecó, devido a 
demanda, pois, imigrantes vinham procurar emprego e necessitavam de lugar para morar 
(FUJITA, BERTO e FACCO, 2014). A década de 1970 foi marcada pelo desenvolvimento 
através de novas ações oficiais e de incentivos governamentais assim, o setor das 
agroindústrias se acentuaram na cidade (ZENI, 2007, p.39). 
A cidade de Chapecó, localizada na região de um dos maiores complexos 
agroindustriais do Brasil (...) quando se verifica uma desmetropolização e em 
contrapartida, um crescimento das médias e novas cidades, não é desprezível ao 
crescimento populacional e das atividades econômicas de Chapecó e, por conseguinte, 
do seu espaço geográfico (ALBA, 2002, p. 10). 
Através da Lei nº 068/74, surgiu em 1974, o 1º Plano de Desenvolvimento Urbano do 
Município, o mesmo fazia referência ao traçado original e adotava-o para estabelecer o 
ordenamento de uso e ocupação do solo (ALBA, 2002). 
22 
 
 
 
A partir do final da década de 1970 e decorrer da década de 1980, houve um aumento 
significativo das áreas habitadas. E em 1990 foi proposto um novo Plano Diretor para Chapecó, 
seguindo os princípios da Lei Complementar nº 04 de 31/05/1990, onde apresentava diretrizes 
urbanísticas, relativas ao meio ambiente, parcelamento do solo urbano, sistema viário, 
zoneamento e o código de obras (ZENI, 2007, p.40). Posteriormente, o Plano Diretor sofreu 
diversas alterações. 
Segundo o IBGE, em 2010, o município possuía uma população de 183.530 habitantes, 
91,6% dos quais em área urbana e ocupa uma área de 626 km², apresentando uma densidade 
demográfica de 293,2 hab/km². O índice anual de crescimento de 2000 a 2010 foi igual a 2,48%, 
Tabela 1. 
Tabela 1 - Evolução da população na cidade de Chapecó-SC. 
ANO POPULAÇÃO TOTAL URBANA % RURAL % 
1960 52.089 16.668 32 35.421 68 
1970 49.865 20.275 40,7 29.590 59,3 
1980 83.768 55.269 66 28.49934 
1991 123.050 96.751 78,6 26.299 21,4 
2000 146.967 134.592 91,6 12.375 8,4 
2010 183.530 168.113 91,6 15.417 8,4 
FONTE: IBGE (Censos demográficos 1960 – 2010), 2010. 
 
Conforme o censo 2010 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
a população do Bairro Pinheirinho é disseminada entre homens e mulheres. Sendo que a 
população masculina, representa 1.040 habitantes, e a população feminina, 1.037 habitantes. O 
gráfico (Figura 2) a seguir evidencia essa relação: 
23 
 
 
 
Figura 2 - População Bairro Pinheirinho. 
 
Fonte: Censo IBGE, 2010. 
 
2.2 DINÂMICA ESPACIAL DA SEGREGAÇÃO URBANA 
A cidade, enquanto agrupamento de pessoas diferentes, é uma estrutura complexa que 
abrange diversas experiências, sejam elas boas ou ruins. A diversidade qualitativa que é própria 
da cidade, abeira-se da desigualdade, pois, são as diferenças que geram a heterogeneidade e 
vitalidade dos organismos urbanos (SANTOS, 1988, p. 15). 
Ao longo de suas existências, as cidades sempre historiaram, de variados modos, as 
diferenças culturais, sociais e econômicas das classes que as miscigenam, muitas vezes por 
meio de dinâmicas espaciais segregatórias, onde as mesmas, vem assumindo características 
cada vez mais intransigentes na cidade contemporânea (VILLAÇA, 2001, p. 142). 
A segregação [no Brasil] afeta uma enorme parcela, não raro a maioria da população 
de uma cidade, a qual mora em favelas, em loteamentos de periferia ou em cortiços. 
Não se trata, nessa situação da segregação de um grupo especifico, por razões 
fortemente étnicas ou culturais, embora a correlação entre pobreza e etnicidade seja, 
conforme já se disse, forte, o que se tem é uma situação na qual os pobres são 
induzidos, por seu baixo poder aquisitivo, a residirem em locais afastados do centro 
comercial [...]. Nesses locais não é apenas a carência de infraestrutura a contrastar 
com os bairros privilegiados da classe média e das elites, que é evidente, a 
estigmatização das pessoas em função do local de moradia, é muito forte (SOUZA, 
2011, p. 69). 
As dificuldades urbanas atuais, consubstanciam-se em, desigualdades sociais, 
irregularidade fundiária, precariedade habitacional, dificuldades de acessibilidade e mobilidade 
urbana, permanência do automóvel particular como meio de locomoção principal, aumento 
24 
 
 
 
desordenado das cidades, vazios urbana. Tudo isso, leva a uma fragilização do tecido urbano e, 
consequentemente, gera insegurança e violência, acarretando em disposições espaciais que 
provocam afastamento, domínio e privatização das rotinas diárias. 
A segregação como um mecanismo de dominação e exclusão, sempre impede ou 
dificulta o acesso dos segregados a algum serviço, benefício, direito ou vantagem, seja 
público, seja privado. Pode ser o conforto de um serviço de transportes, um bom 
parque, os serviços públicos ou os shoppings. A segregação espacial urbana atua 
através da acessibilidade ou seja, através das facilidades ou dificuldades de locomoção 
no espaço urbano. Uns têm os equipamentos e serviços urbanos mais acessíveis, 
outros, menos acessíveis entendendo-se acessibilidade em termos de tempo e custo de 
deslocamento no espaço urbano (VILLAÇA, 2001, p. 2) 
Conforme reforça Roberto Lobato Corrêa: 
A segregação é dinâmica, envolvendo espaço e tempo, e este processo de fazer e 
refazer pode ser mais rápido ou mais lento, de modo que uma fotografia, um padrão 
espacial, pode permanecer por um longo período de tempo ou mudar rapidamente. A 
dinâmica da segregação, no entanto, é própria do capitalismo, não sendo típica da 
cidade pré-capitalista, caracterizada por forte imobilismo sócio-espacial” (CORRÊA, 
1989, p. 69). 
Conforme o autor, “a dinâmica espacial da segregação gerou, de um lado, aquilo que a 
literatura registra como sendo a “zona em transição”, área de obsolescência em torno do núcleo 
central, também denominada de “zona periférica do centro” (CORRÊA, 1989, p. 70). Essa 
organização no espaço também gera o padrão de segregação “centro x periferia”, em que: 
O primeiro, dotado da maioria dos serviços urbanos, públicos e privados, é ocupado 
pelas classes de mais alta renda. A segunda, subequipada e longínqua, é ocupada 
predominantemente pelos excluídos. O espaço atua [assim] como um mecanismo de 
exclusão (VILLAÇA, 1998, p. 143). 
Neste contexto de dinâmica da segregação, os bairros que possuem acesso fácil as 
atividades comercias e sociais, são valorizados cada vez mais, impedindo que muitos adquiram 
um imóvel nesta região, somados a especulação imobiliária que mantêm imensos vazios na 
cidade à expectativa de valorização. Este processo proporcionou que bairros habitados por 
pessoas de uma classe com melhores condições, fossem sendo constituído de novos valores de 
usos e uma nova segregação socioespacial. Para Corrêa, “Reproduz-se assim, através de novas 
formas, novas áreas sociais, segregadas e dotadas de “novos estilos de vida” (CORRÊA, 1989, 
p. 71). 
Ainda no mesmo condão, conforme citado anteriormente, famílias são levadas a deixar 
áreas centrais e se dirigirem para as zonas periféricas, carentes de uma infra-estrutura adequada 
e longe dos trabalhos e comércios. Nestes bairros, a criminalidade só aumenta e a qualidade de 
vida está cada vez mais precária. Eles carecem de uma atenção particular do Estado, com 
25 
 
 
 
projetos que busquem uma solução viável a essas regiões e sua população (MARICATO, 
2013). 
Neste interím, há de se fazer um esforço coletivo para repensar, sob um olhar ético 
filosófico, os valores e propósitos da arquitetura e do urbanismo contemporâneos, buscando 
uma justa contribuição para a melhoria da qualidade de vida do ambiente construído e das 
cidades. Fica uma certeza, de que não se deve afastar pessoas e, sim promover contatos e 
vitalidade. 
2.2.1 Segregação socioespacial entre os Bairros Pinheirinho e Jardim Europa. 
O surgimento de novos espaços urbanos com a implantação de loteamentos em locais 
afastados do centro, conquentemente gerou a disseminação de moradias irregulares em diversas 
áreas da cidade. “A cidade possui seu espaço urbano segregado, originado principalmente pela 
intervenção do Estado, do setor agroindustrial e dos promotores imobiliários no espaço, através 
do poder político, econômico e ideológico” (BEDIN e NASCIMENTO, 2010, p. 16). 
Na cidade de Chapecó, a segregação apresenta características espaciais próprias do 
modelo denominado “centro x periferia”, caracterizado pela concentração de camadas 
de alta renda nas áreas centrais e dos estratos menos favorecidas economicamente nas 
periferias. Apesar desta característica ainda ser predominante na cidade, percebe-se o 
início de uma mudança neste padrão espacial em decorrência de novas atividades de 
consumo e também uma mudança no padrão de habitação, que começa a destacar-se 
na atualidade, mediante o surgimento de condomínios residenciais fechados afastados 
da área central e de favelas dispersas ao longo do tecido urbano (BEDIN e 
NASCIMENTO, 2010, p. 3). 
Em Chapecó, a região do bairro Pinheirinho, localizado na área Leste da cidade, pode 
ser citado como exemplo de bairro periférico que persiste com problemas sociais que tem 
origem ainda no seu surgimento (GOMES, 1998). 
Vieira (2005, p. 14) entende a segregação socioespacial a partir da análise das relações 
que ocorrem: 
A segregação socioespacial se apresentaria como um processo de acesso desigual 
entre as diferentes classes da cidade, com um diferenciado consumo e utilização dos 
meios ou bens de consumo coletivo, como também com relação à sua localização 
espacial – ricos de um lado e pobres de outro (...) a segregação socioespacial nãoocorre de forma espontânea ou por vontade ou desejo próprio dos moradores – quando 
se trata da classe de menor renda – mas sim, determinada, programada e planejada, de 
modo a separar ricos e pobres (VIEIRA, 2005, p. 14-18). 
O bairro Pinheirinho é limítrofe do bairro Jardim Europa, sendo que os mesmos são 
separados pela Sanga Iracema, um afluente do Lajeado Passo dos Índios, muito embora a 
26 
 
 
 
proximidade física e geográfica, visualiza-se uma clara segregação socioespacial, uma 
assimetria georeferencial que converge na clara dissonância visual. 
Tal segregação deriva-se de muitas especificidades, dentre elas, data de criação dos 
bairros, sua população preponderante, descaso político no que se refere a infraestrutura, sua 
localização geográfica. E principalmente devido as habitações irregulares dispersos no tecido 
urbano do bairro, mas, principalmente junto às margens Sanga Iracema. 
Historicamente analisando o bairro Pinheirinho foi habitado, mesmo que em alguns 
pontos irregularmente, a mais tempo do que seu vizinho Jardim Europa, é perceptível em suas 
características arquitetônicas e urbanísticas, sua forma de habitação, disposição ou malha 
urbana, entre outros, conforme pode-se perceber na Figura 3. 
Figura 3 - Características arquitetônicas de cada bairro. (A) e (B) Bairro Pinheirinho, (C) e (D) Bairro jardim 
Europa. 
 
 
Fonte: A autora, 2017. 
A segregação urbana na área é visível, derivando-se de questões sociais e culturais, 
localização geográfica, status econômico da população predominante, aliada a falta de 
infraestrutura básica. 
Numa análise mais a fundo da segregação urbana e sua contextualização denota-se que 
o bairro Pinheirinho é povoado por população de classe média e baixa, esta localizado em região 
periférica da cidade, distante cerca de 10 (dez) quilômetros do centro da mesma, tendo sido 
A B 
C D 
27 
 
 
 
povoado de forma precária sem observância de infraestrutura básica, por este motivo, o valor 
imobiliário é mais acessível. 
Já, o bairro Jardim Europa é mais ressente e foi concebido de um projeto arquitetônico 
e urbanístico seguindo novos padrões legislativos, sendo implantado atendendo os elementos 
de infraestrutura básica, alem do projeto em questão, não ser pautado em viabilidade social para 
população de baixa renda. 
Diante do exposto, incorre nas duas localidades em análise a gritante segregação urbana, 
aonde uma microssociedade efetivamente não convive com a outra, desta maneira, motivada 
pelas diferenças culturais e socioeconômicas, contribui para a separação a falta de interesse 
público no que tange a soluções da problemática. “A dinâmica da cultura depende de crenças, 
convicções e comportamentos que são adquiridos. O estudo dos processos por meio dos quais 
a cultura é transmitida implica que nos interessemos, antes de tudo, pelas relações individuais” 
(CLAVAL, 2002, p. 145). “A cultura desempenha um papel crucial na produção do espaço 
urbano e na projeção da importância de uma cidade para fora de seus limites físicos, assim 
como o poder” (SOUZA, 2011, p. 28). 
Inclusão/exclusão social é o conceito utilizado para fazer referência a inserção de 
pessoas, grupos ou segmentos sociais que não têm as mesmas oportunidades dentro 
da sociedade, por motivos relacionados a condições socioeconômicas, de gênero, cor 
de pele, socioculturais, falta de acesso a tecnologias, entre outros. Tal inserção deve 
considerar as condições concretas em relação à existência da exclusão (LINDO, 2011, 
p. 50). 
A falta de investimento e interesse público na área, com foco nos habitantes, não tem 
desenvolvido projetos a fim de reduzir a desigualdade social, uma vez que, o conceito adotado 
na cidade de Chapecó, e desenvolvimento econômico industrial, desconsiderando o bem-estar 
dos citadinos. 
Os bairros em estudo, são a exemplificação clara da segregação urbana sócio espacial e 
de como a inobservância e ausência de políticas públicas do poder público pode causar um 
verdadeiro abismo social entre uma mesma sociedade, separando-as por classe econômica, 
expressões culturais, investimento infra estrutural, tornando uma incongruência físico temporal 
a existência de ambos os espaços. 
A segregação: 
Deve ser analisada segundo índices e critérios diferentes: ecológicos (favelas, 
pardieiros, apodrecimento do coração da cidade), formais (deterioração dos signos e 
significações da cidade, degradação do urbano por deslocação de seus elementos 
28 
 
 
 
arquitetônicos), sociológico (níveis de vida e modos de vida, etnias, culturas e sub-
culturas etc.) (LEFEBVRE,2001, p.98) 
Desta incoerência espacial observada, se faz necessário, a fim de proporcionar inter-
relação entre as massas, mecanismos de aproximação das pessoas, dos habitantes da localidade, 
neste aspecto, o planejamento urbanístico tem fundamental papel, ao passo que pode criar 
movimentos, relações, interesses convergentes, levando a convivência harmônica dos 
habitantes e proporcionando condições de vida aos moradores dos bairros. 
 
2.3 A DIMENSÃO MORFOLÓGICA TOPOCEPTIVA DOS LUGARES 
A dimensão topoceptiva estrutura-se em três níveis cognitivos que são: percepção 
espacial, imagem mental e modo especializado. Relacionando a configuração espacial à noção 
de lugar, que mantém a segurança emocional dos indivíduos. 
Topocepção, é composto por topo, do grego, que significa lugar e ceptere e capetere, do 
latim, que indicam receber, apreender. O termo caracteriza-se pela observação e projeção do 
espaço, o que proporciona assim, orientabilidade e identificabilidade do lugar (KOHLSDORF 
e KOHLSDORF, 2017, p. 261). 
“A condição dessa experiência infinita é o próprio quadro urbano: a infinitude dos 
percursos anda junto com um espaço singular. ... Oferecendo um enquadramento para a 
caminhada, o espaço permite ... aventurar-se sem se perder” (MONGIN, 2009, p. 48). 
2.3.1 Topocepção na percepção espacial 
O desempenho topoceptivo na percepção se realiza mediante atributos morfológicos de 
sua configuração que se dividem em incidentes nas dimensões morfológicas e específicos à 
dimensão topoceptiva (KOHLSDORF e KOHLSDORF, 2017, p. 272). 
Não se pode considerar a morfologia como se fosse realidade autônoma, que 
encontrasse em si mesma sua própria natureza e atributos. Assim, quer se trate de 
padrões gerais de organização do espaço, quer de elementos pontuais que o 
mobilizam, é preciso ir além do puro nível empírico, visual (MENESES, 1996, p. 
148). 
Os atributos incidentes nas dimensões morfológicas, são um processo de construção da 
noção de lugar adaptados a topocepção em termos de: percursos significativos na situação 
29 
 
 
 
considerada, eventos gerais das sequências e campos visuais. As noções espaciais nos atributos 
específicos à dimensão topoceptiva constroem-se sobre composições de elementos 
morfológicos que podem ser materializados de diversas formas, “os efeitos topoceptivos 
estabelecem noções sobre o lugar por correspondência às duas relações nas quais aquelas se 
baseiam: a topológica e a perspectiva” (KOHLSDORF e KOHLSDORF, 2017, p. 275). 
“Toda a ação que humaniza a paisagem pode conter objetivos e valores estéticos que se 
comunicam através dos sentidos ou da percepção” (LAMAS, 2014, p. 58) As principais 
configurações de cenas topológicas mostram: estreitamento, paredes próximas ao observador; 
alargamento, paredes afastadas do observador; alargamento parcial, quando apenas uma das 
paredes aparentemente distancia-se; amplidão, quando todas as paredes estão muito longe; 
enclausuramento, quando todas as paredes estão próximas. 
Os efeitos perspectivos proporcionam a composição do observador com o espaço, dentreeles tem-se o direcionamento, emolduramento, impedimento, visual fechada, mirante, conexão 
efeito em Y e realce, Figura 4. 
Figura 4 - Padrões de efeitos topológicos e perspectivos. 
 
Fonte: Kohlsdorf, 2017. 
30 
 
 
 
Portanto o estudo da percepção ambiental interessa-nos enquanto compreensão das 
unidades selecionadas para compor a experiência visual. Para o Desenho Urbano, os 
objetivos principais destes estudos se tornam claros: a identificação de imagens 
públicas e da memória coletiva. A partir do estudo do que os usuários percebem, como 
e com que intensidade pode-se montar diretrizes para a organização físico-ambiental 
(DEL RIO, 1990, p. 92). 
2.3.2 Topocepção na imagem mental do espaço 
As características desta topocepção encontram-se em qualquer representação 
imaginética de espaços, Figura 5, através de elementos como caminhos, bairros, limites, pontos 
focais e marcos visuais, que proporcionam orientabilidade e identificabilidade. “E significa 
necessariamente considerar as relações entre cada um destes e entre seus conjuntos, porque elas 
geram níveis informativos equilibrados, escassos, excessivos, ambíguos ou irrefutáveis” 
(KOHLSDORF e KOHLSDORF, 2017, p. 278). 
Figura 5 - Exemplo de mapa mental. 
 
Fonte: Kohlsdorf, 2017. 
. Caminhos, segundo Kevin Lynch, “são canais ao longo dos quais o observador 
costumeiramente, ocasionalmente, ou potencialmente se move. Podem ser ruas, calçadas, linhas 
de trânsito, canais, estradas-de-ferro” (LYNCH, 1960, p. 47). Importa ao efetivo desempenho 
topoceptivo que os caminhos sejam representados precisamente, de forma hierarquizada ou não, 
incluindo caminhos informais e também de vias sem pavimentação (KOHLSDORF e 
KOHLSDORF, 2017, p. 279). 
Na percepção de Lynch, bairros são partes razoavelmente grandes da cidade na qual o 
observador “entra”, e que são percebidas como possuindo alguma característica comum, 
31 
 
 
 
identificadora. (LYNCH, 1960, p. 66). Os bairros são separados por limites, podendo ser 
considerados barreiras ou pontos de ligação, conforme confirma Lynch: 
Limites, bordas ou fronteiras se podem configurar na imagem como barreiras, quando 
indicam separações entre partes; sob forma de costuras, caso em que exerçam papel 
de aproximá-las ou as unir; e também serem indefinidos sempre que não se 
apresentarem com nitidez no mapa mental (KOHLSDORF e KOHLSDORF, 2017, p. 
279). 
Pontos focais, “são pontos estratégicos de uma cidade através dos quais o observador 
pode entrar, são os focos intensivos para os quais ou a partir dos quais ele se locomove” 
(LINCH, 1960, p. 52). Marcos visuais, possuem atributos principalmente relacionais, Lynch 
(1960, p. 53) destaca que “alguns marcos são distantes, tipicamente vistos de muitos ângulos e 
distâncias, acima do ponto mais alto de elementos menores e usados como referências radiais”. 
Pontos focais, assim como os marcos visuais possuem, hierarquia, intensidade e 
tamanhos. “Seus atributos de tamanho e forma se associam à hierarquia devida a suas 
intensidades, para estabelecer quantidade e a qualidade de informação que oferecem e assim 
incidir no desempenho topoceptivo dos lugares” (KOHLSDORF e KOHLSDORF, 2017, p. 
279). (Figura 6). 
Figura 6 - Elementos que formam a imagem mental do espaço. 
 
Fonte: Kohlsdorf, 2017. 
32 
 
 
 
Ante o exposto, as características na imagem mental do espaço podem sofrer além das 
citadas, outras inspirações, “existem outras influências atuantes sobre a imaginabilidade, como 
o significado social de uma área, sua função, sua história ou mesmo seu nome” (LINCH, 1960, 
p. 51). “Com isto, objetivava identificar as imagens e as suas partes/elementos mais 
significativos” (DEL RIO, 1990, p. 93). 
2.3.3 Topocepção no conhecimento especializado dos lugares 
Esta topocepção divide-se em três categorias, global, parcial e síntese. A categoria 
global refere-se a planta baixa, “nela se definem os elementos malha, macroparcelamneto, 
microparcelamento e relações entre cheios e vazios e semicheios, como relevantes à 
topocepção” (KOHLSDORF e KOHLSDORF, 2017, p. 282). 
Malha, Figura 7, é a composição dos eixos das vias de circulação, adjacente a malha 
tem-se as macroparcelas, que nada mais são do que a marcação das quadras, suas subdivisões 
correspondem aos lotes, estes designados de microparcelas. Por fim, a representação de cheios 
e vazios dentro dos lotes, é a projeção das edificações implantadas, através deste mapa é 
possível identificar o alinhamento da edificação em relação ao lote, além de proporcionar a 
visão dos espaços em que existem adensamentos de habitações (KOHLSDORF e 
KOHLSDORF, 2017, p. 283-284). 
Figura 7 - Exemplos de composição da malha. 
 
Fonte: Kohlsdorf, 2017. 
33 
 
 
 
A categoria parcial, segundo Kohlsdorf (2017, p.288), representa os elementos do sítio 
físico (Figura 8), bem como, relevo do solo, vegetação e sistema hídricos, juntamente com a 
composição espacial volumétrica das edificações, no que tange tamanho, forma, proporção e 
relações entre seus elementos arquitetônicos. Já, a categoria síntese representa os atributos 
morfológicos em um parâmetro geral, da estrutura interna do espaço, Figura 8 e Figura 9. 
Figura 8 - Exemplos de configuração de relevo. 
 
Fonte: Kohlsdorf, 2017. 
34 
 
 
 
Figura 9 - Relações das edificações. 
 
Fonte: Kohlsdorf, 2017. 
A importância da categoria de análise de “Morfologia Urbana” está em compreender 
a lógica da formação, evolução e transformação dos elementos urbanos, e de suas 
inter-relações, a fim de possibilitar-nos a identificação de formas mais apropriadas, 
cultural e socialmente, para a intervenção na cidade existente e desenho de novas áreas 
(DEL RIO, 1990, p. 85). 
 
2.4 A CIDADE PARA PESSOAS 
O conceito de cidade para as pessoas tem por premissa tentar proporcionar com êxito 
que estas e as próximas gerações tenham uma melhor qualidade de vida através da implantação 
de espaços públicos com usos socioeducativos, esportivos e de convívio. (GEHL, 2013) 
O grande desafio a ser contraposto ao este conceito organizacional é a visão de cidade 
indústria, como se o conceito de pessoa aqui se opusesse a máquina, a capital, a lucro, a 
desenvolvimento e a progresso. Há desentendimento relativo a lógica do capital e do progresso, 
no que tende a pessoa, que atrela o bem-estar a decrescimento econômico, por exemplo. 
(GEHL, 2013) 
O arquiteto Jan Gehl, no livro “Cities for people”, Cidade para Pessoas, em tradução 
livre, (Island Press, 2010, 1ª ed.), sustenta, entre outras teses, que uma cidade para pessoas não 
35 
 
 
 
tem edifícios altos, pois o contato com a vida da cidade só se pode obter até o quinto andar, e 
que a questão da densidade se resolve com projetos arquitetônicos orientados por uma ideia 
humanista. 
Neste condão, uma cidade para pessoas teria políticas públicas a fim de transformar os 
espaços de mera capitalização de lucros focado somente em desenvolvimento econômico, que 
usa dos mecanismos do poder gerencial somente para movimento em espaços de convivência e 
desenvolvimento intelectual, desfocando a utilização do serviço público, do conceito de 
sobrevivência, elevando ao patamar de dignidade e vivencia (GEHL, 2013). 
Tudo é passível de associações simbólicas, possui referências a práticas e tradições 
locais – valores esquecidos por essa voga cultural, que parece querer a todo custo 
devolver aos cidadãos cada vez mais diminuídos nos seus direitos, materialmente 
aviltados e socialmente divididos, sua “identidade” (ou algo similar que o console de 
um embrulho cotidiano), mediante o reconhecimento de suas diferenças “imateriais” 
(ARANTES, 2014, p. 142).Segundo Jahn Gehl, os espaços públicos têm papel basilar na formação e conservação 
da identidade cultural de um povo. “Quanto mais espaço é ofertado, mais vida tem a cidade”. 
(Gehl, 2013, p.12), assim, as praças, parques e ruas de uma cidade devem ser pensados para a 
população, considerando o clima e os costumes locais e não somente a economia determinante. 
Seguindo essa ótica, é necessário estudar os desejos e necessidades dos citadinos, para 
que se possa entender como desenvolver os espaços públicos urbanos. Proporcionando espaços 
mais atrativos, criando e recriando mais cidades voltadas às pessoas (GEHL, 2013). 
O ponto fundamental tanto do jantar comemorativo quanto da vida social nas calçadas 
é precisamente o fato de serem públicos. Reúnem pessoas que não se conhecem 
socialmente de maneira íntima, privada, e muitas vezes nem se interessam em se 
conhecer dessa maneira (...) se os contatos interessantes, proveitosos e significativos 
entre os habitantes dascidades se limitassem à convivência na vida privada, a cidade 
não teria serventia (...) a confiança na rua forma-se com o tempo a partir de inúmeros 
pequenos contatos públicos nas calçadas. (...). Grande parte desses contatos é 
absolutamente trivial, mas a soma de tudo não é nenhum pouco trivial. A soma desses 
contatos públicos casuais no âmbito local – a maioria dos quais é fortuita, a maioria 
dos quais diz respeito a solicitações, a totalidade dos quais é dosada pela pessoa 
envolvida e não imposta a ela por ninguém- resulta na compreensão da identidade 
pública das pessoas, uma rede de respeito e confiança mútuos e um apoio eventual na 
dificuldade pessoal ou da vizinhança. A inexistência dessa confiança é um desastre 
para a rua. Seu cultivo não pode ser institucionalizado. E, acima de tudo, ela implica 
não comprometimento pessoal (JACOBS, 2000, p. 59-60). 
Para que os espaços públicos atraiam pessoas, é importante que estes ofereçam 
infraestrutura eficiente, pensando por exemplo, em lugares seguros e adequados para proteger-
se do calor, da chuva e do vento, e evitar, assim, uma experiência sensorial desagradável, 
36 
 
 
 
espaços para descanso, leitura, observação, lazer, prática de exercícios áreas que se relacionem 
com a paisagem e os condicionantes. (GEHL, 2013) 
Uma rua com infra-estrutura para receber desconhecidos e ter a segurança como um 
trunfo devido à presença deles – como as ruas dos bairros prósperos – precisa ter três 
características principais: 1) Deve ser nítida a separação entre o espaço público e o 
espaço privado. O espaço público e o privado não podem misturar-se, como 
normalmente ocorre em subúrbios ou em conjuntos habitacionais. 2) Devem existir 
olhos para a rua, os olhos daqueles que podemos chamar de proprietários naturais da 
rua. Os edifícios de uma rua preparada para receber estranhos e garantir a segurança 
tanto deles quanto dos moradores devem estar voltados para a rua. 3) A calçada deve 
ter usuários transitando ininterruptamente, tanto para aumentar o número de olhos 
atentos quanto para induzir um número suficiente de pessoas de dentro dos edifícios 
a observar as calçadas (JACOBS, 2000, p. 35-36) 
Ainda que o conceito de cidade para pessoas seja em tese conflitante com o conceito de 
crescimento econômico e capital, deve-se tentar buscar um equilíbrio, a fim de que as políticas 
públicas sejam desenvolvidas pautadas em um conceito de “saúde ambiente e bem-estar”, assim 
teremos um capital econômico saudável pois a população que gera o desenvolvimento, também 
estará saudável. “Não só ao prazer estético do viver bem, mas sobretudo ao imperativo social 
de utilizar os meios técnicos ao nosso alcance em função da melhoria material da condição de 
vida dos habitantes” (ARANTES, 2014, p. 122). 
A primeira coisa que deve ficar clara é que a ordem pública – a paz na calçada e nas 
ruas – não é mantida basicamente pela polícia, sem isso negar a sua necessidade. É 
mantida fundamentalmente pela rede intrincada quase inconsciente, de controle e 
padrões de comportamento espontâneos presentes em meio ao próprio povo e por ele 
aplicados” (JACOBS, 2000, p. 32). 
 
2.5 O ESPAÇO PÚBLICO 
Espaço segundo (CONCEITO.DE, 2013) é um termo que vem do latim spatium e que 
admite várias acepções. A principal diz respeito à extensão que contém a matéria existente, ou 
em uma acepção semelhante, o espaço é a parte que ocupa um objeto sensível e a capacidade 
de terreno ou lugar. No mesmo sentido determinante, público seria, portanto, do latim publicus, 
é um adjetivo que permite qualificar aquilo que é manifesto, notório, sabido ou visto por todos, 
e aquilo que pertence a toda a sociedade e que é comum ao povo. 
Em um conceito direto e etimológico espaço público, portanto, é o lugar, terreno, 
matéria que está aberto, a disposição de toda a sociedade, para fins de uso e gozo da população 
geral, assim, conclui-se que, em regra, qualquer pessoa tem o domínio, ainda que precário, 
37 
 
 
 
daquele bem, e neste corolário, focando na matéria, podendo circular ou fazer uso livremente 
do mesmo. (CONCEITO.DE, 2013) 
Habitualmente, abrangendo o conceito, espaço público seria um lugar destinado ao uso 
social típico da vida urbana, como um parque para o qual vão as pessoas com fins de lazer ou 
descanso, no qual, a administração pública é responsável pela regulação e pela gestão, fixando 
as suas condições de uso (CONCEITO.DE, 2013). “Em certos aspectos de seu desempenho, 
todo parque urbano é um caso particular e desafia as generalizações” (JACOBS, 2000, p. 98). 
Para Vicente Del Rio, os espaços públicos desempenham funções importantes, como 
relações sociais, culturais, de circulação e higiene, tanto mental como física. Sua importância 
não está na quantidade, mas nas suas relações ao contexto urbano a às atividades sociais (DEL 
RIO,1990). 
O órgão público tem por premissa garantir a acessibilidade dos espaços públicos a todos 
os cidadãos, sem distinções de qualquer tipo, por exemplo, não pode estar fechado a nenhuma 
classe social ou etnia que seja resguardado as especialidades legais, as quais não são o foco do 
presente estudo (CONCEITO.DE, 2013). Os espaços públicos “devem estar envolvidos pelo 
tecido urbano ou, pelo menos, encostados nele, com uma boa ligação ao sistema de transporte 
público e privado da cidade” (MASCARÓ, 2008, p. 29). 
Outro aspecto do espaço público é abrangido pela perspectiva de atuação política, 
analisado sob o foco de sua inclusão na categoria de objeto com propósito de uso e gozo comum, 
aberto a todos, este tem a finalidade, em conceitos abrangentes, a interação social, subdividido 
em funções materiais, qual seja, dar apoio físico às atividades coletivas e funções simbólicas, 
permitir o intercâmbio e o diálogo entre os membros da comunidade. (SERPA, 2007) 
Entre os denominados "filósofos do espaço público", destacam-se, as contribuições de 
Flannah Arendt e o filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas. Para Arendt, o espaço 
público é apresentado como “… lugar da ação política e de expressão de modos e subjetivação 
não identitários, em contraponto aos territórios familiares e de identificação comunitária.” 
(SERPA, 2007, p.16) e para Habermas, “… o espaço público seria o lugar para exellence do 
agir comunicacional, o domínio historicamente constituído da controvérsia democrática do uso 
livre e público da razão.” (SERPA, 2007, p.16). 
38 
 
 
 
Assim, neste contexto de espaço público com finalidade específica, junto a atuação da 
administração pelo ente governamental, pautado no conceito de bem comum de uso e gozo de 
todos, transcreve-se observações indispensáveis no que tange a responsabilidade de criação do 
que seria o espaço ideal. “O desafio do espaço públiconão se refere somente a espaço bem 
projetado, mas principalmente à programação e ativação do espaço” (KNUIJT, 2015, p. 86). 
A cidade em seu dinamismo próprio vai produzindo modificações na qualidade de seu 
espaço, destruindo “lugares” e substituindo-os por “não-lugares”, em sentido negativo 
se o planeamento urbano não é praticado por uma forte atuação governamental, 
monitorada por ativa participação da cidadania, controlando o sistema de circulação 
e a localização de atividades pelo seu zoneamento no espaço de uma cidade, à medida 
que ela vai crescendo. (FILHO, MALTA, 2003, p. 79) 
Ressalta-se um afastamento entre intimidade e exterioridade, entre o que pertence ao 
privado e ao público e uma sociedade que se ergue no declínio da experiência e na intensificação 
da vivência, marcando uma crise na forma e na capacidade de relação entre pessoas. É neste 
aspecto de antítese da vida em sociedade que o espaço público deve fazer seu papel reformador. 
(SERPA, 2007) 
As relações sociais constituídas entre os indivíduos e se transformam em sistemas 
simbólicos que para Serpa passam a ser caracterizados socialmente onde a “… diferença e 
desigualdade articulam-se num processo de apropriação espacial, definindo uma acessibilidade 
que é, sobretudo, simbólica” (SERPA, 2007, p.20). 
 Os parques de bairro ou espaços similares são comumente considerados uma dádiva 
conferida à população carente das cidades. Vamos virar esse raciocínio do avesso e 
imaginar os parques urbanos como locais carentes que precisem da dádiva da vida e 
da aprovação conferida a eles. Isso está mais de acordo com a realidade, pois as 
pessoas dão utilidade aos parques e fazem deles um sucesso, ou então não os usam e 
os condenam ao fracasso (JACOBS, 2000, p. 97). 
 “Caminhamos para a consagração do individualismo como modo de vida ideal em 
detrimento de um coletivo cada vez mais decadente” (SERPA, 2007, P.35), onde elevam-se 
barreiras alegóricas que alteram o espaço público e ocasionam uma aproximação de espaços, 
porém, individualizados. 
Conforme se observa, há uma dissintonia do conceito de sociedade no que tange a vida 
em coletividade, passando a ser mero agrupamento de pessoas em determinado espaço, tal fato 
se dá, entre outros motivos, mas com pontualidade na arquitetura e urbanismo público, na má 
gestão dos espaços públicos, que tem como foco a economia e capitalização e não a saúde e o 
bem-estar social (SERPA, 2007). 
39 
 
 
 
A visão econômica, se evidencia na valorização imobiliária, os parques urbanos são os 
artifícios de consumo, onde os mesmos são “… produtos de operações urbanas que buscam 
vantagens comparativas e atratividade para as áreas requalificadas” (SERPA, 2007, p.53). Os 
parques acabam valorizando a área onde são implantados, visto que, atraem aqueles que buscam 
uma melhor qualidade de vida e repelem aqueles com menores condições. 
“Os novos parques parecem ter sido concebidos como elementos centrais de operações 
urbanas para provocar voluntariamente uma implacável mecânica de substituição de população, 
funcionando como aceleradores das mudanças no perfil social dos bairros e cidades 
requalificados.” (SERPA, 2007, p.42). 
Diante de todo exposto, pode-se ressaltar a contradição conceitual de espaço público e 
sua aplicabilidade socioeconômica, o que pode ser acarretado como distorção da finalidade, 
estes aspectos relacionam-se para a resistência da segregação social, onde pessoas de baixa 
renda, aos poucos são afastadas dos lugares que pertenciam, ante a crescente habitação de uma 
classe social contrária e educacionalmente separatista, que se impõe através do potencial 
econômico direcionado aos espaços que julgam melhores pela infraestrutura apresentada. 
Considerando a preponderância de políticas públicas voltadas para crescimento do 
capital econômico no que tange a estrutura das cidades, os espaços públicos deveriam ser 
criados distintamente deste conceito, levando em consideração as pessoas e suas relações de 
convivência, preservando o idealismo conceitual de cidades para pessoas. 
Devemos buscar a recuperação de áreas verdes e espaços institucionais ocupados pela 
população empobrecida, sem alternativa de moradia (FILHO e MALTA, 2003, p. 69), para isso, 
não basta criar espaços públicos pois a Lei assim determina, é necessário que estes tenham a 
finalidade de destino, o conceito de cidade para pessoas, pode ser deslocado do macro espaço, 
para o micro espaço, a fim de auxiliar na gestão adequada destes espaços, aproximando-os da 
finalidade correspondente. 
2.6 O ESPAÇO PÚBLICO ALIADO A EDUCAÇÃO SOCIAL 
A educação social, contextualizando com a dialética apresentada, deve ser entendida 
como educação além do espaço escolar, como uma progressão do indivíduo, a fim de aprimorar 
suas maneiras de interação e relações sociais (FREIRE, 1993). E ainda; 
40 
 
 
 
“Neste Serviço, entende-se por ação socioeducativa intervenções de caráter 
preventivo, que ampliam a possibilidade de trocas culturais e de vivências, 
desenvolvendo o sentimento de pertença e de identidade, fortalecendo vínculos 
familiares e incentivando a socialização e a convivência comunitária.” (SEDEST, 
2014, p. 7) 
Inicialmente, ressalta-se a crescente ocupação dos espaços públicos na busca de maior 
aproximação da arte com o público, bem como com o cotidiano. Já a educação social na 
atualidade tende a acontecer somente no ambiente escolar. 
Num contexto urbano, tanto em função do sistema capitalista, quanto pelo desempenho 
da arte em espaço público de modo a tentar amenizar os conflitos por ele suscitados, a cidade 
deve ter o seu papel de educadora, como ressalta Freire: 
“...há um modo espontâneo, quase como se as Cidades gesticulassem ou andassem ou 
se movessem ou dissessem de si, falando quase como se as Cidades proclamassem 
feitos e fatos vividos nelas por mulheres e homens que por elas passaram, mas ficaram, 
um modo espontâneo, dizia eu, de as Cidades educarem” (FREIRE, 1993, p. 23). 
Por sua vez, segundo Freire pensar o espaço público é ao mesmo tempo pensar a cidade, 
no que tange, o cotidiano dos indivíduos, relações de convívio, de lugares diversos, a fim de 
contribuir positivamente na formação do indivíduo. Percebe-se que é na vida social e nos 
espaços do cotidiano, que acontecem a socialização e o entendimento dos valores sociais. 
As necessidades sociais[...] compreendem a necessidade de segurança e a de abertura, 
a necessidade de certeza e a necessidade de aventura, a da organização do trabalho[...]. 
O ser humano tem [...] necessidade de ver, de ouvir, de tocar, de degustar e a 
necessidade de reunir essas percepções num mundo. A essas necessidades 
antropológicas socialmente elaboradas[...] acrescentam-se necessidades específicas, 
que não satisfazem os equipamentos comerciais e culturais [...] trata-se da necessidade 
de uma atividade criadora, de obra, necessidades de informação, de simbolismo, de 
imaginário, de atividades lúdicas (LEFEBVRE, 2001, p. 105). 
 Por isso, proporcionar sociabilidade e convivência ao mesmo tempo, também promove 
a ressignificação de realidades individuais e coletivas apresentando-se como um meio para a 
educação social. 
O conceito de educação urbana está diretamente relacionado com outros como equidade, 
cidadania inclusiva, coesão, sustentabilidade e educação para a paz. (PARK, 1967, p. 20). 
“Trata-se de uma lição de urbanidade que as pessoas contratadas para cuidar de criança snão 
têm condições de ensinar, porque a essência dessa responsabilidade é que ela seja exercida sem 
a necessidade de um contrato” (JACOBS, 2000, p. 91). 
Um dos principais sentidos da educação é a capacidade de promover o melhor 
crescimento possível ou desenvolver as potencialidades

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