Seminário Crimes economicos e garantias individuais

V ictoria F igueir e do M oro RA : 0015471 9 T urm a: DI R- O PTM 2 5 O pta tiv a : Corru pç ão: organiz a çõe s crim in os as e e m presari ais e a e x p ans ão do d ir eito pe nal SEMIN Á RIO I Tema: Q u a is os r eflex os ao s di reit o s e ga r an ti as i nd iv idua is da s d e nú n ci as gen é ricas em cr imes e mp r es a r iai s e con tr a a o r d em ec on ô mica? A Le gislaçã o de cr im e s em pr esar iai s r ece be cons tant e ate nção nos dia s de hoj e e m virtude de cas o s le v a do s a conheci me nto públ i co , a e xe mplo da ope r ação Lava Jat o . Fala-s e e m cr im e e mpresar ial quando o de li to e s tá r el acionado di r e ta me nt e ao e xe r cíci o da e mpresa, s e ndo de aut or ia de s e us ge s tore s ou sócio s . São proce ss ad os e m âmbi to pe nal, com a penal i z ação dos int e grante s de em pr e s as como crimi no s o s co mun s. Par ce l a do s crime s cor por ati v o s encont r a previ s ão e xpress a e m l e i própr ia. Já os c r im e s co nt r a or dem econôm i ca e nco nt r am pr evi s ã o nas le is de núme ro 8. 137/90 e 1 .5 21 / 5 1 , v i s ando e vit ar l e s ão ao si s t e ma, bem com o prote ger e l im it ar o int erv enci oni s mo e s t at al na e conomi a. Em pr im e iro mome nto, importa nte r e s s alt ar que a Cons ti tui ção F e de r al pát r i a t or na pos s ível a re s pon s abil i z ação do s at os de pe s s oa s j u r í dica s . Vejamo s : Art. 1 7 3 - Re s sa l va do s o s ca sos p re v istos n e s ta Con sti t ui ç ão , a e x p l ora ç ão di r e ta de at i v i dad e e c o nôm i c a pe l o E stad o só s e rá pe rm i t i da qu a nd o ne ce ssária aos i mp e r ati v os da se g u ra nça n ac i ona l ou a re le van te i nte r e ss e c ol et i v o , c on f orm e de f i n i dos e m l e i . ( .. . ) § 5 º - A le i , s e m pr e j uízo da r e sp o ns ab i l i da d e i n divi dual dos di r i g e n t e s da pe s soa ju rí d i ca , e stab e l e c e r á a re s pon sa b i l i d ad e d e sta, s uj e i tand o - a às pun i ç õe s compatí v e i s c om s ua nat ure za , n o s atos pra ti cad os contr a a orde m e conô mi ca e f i n anc e i ra e c o ntra a e c o nom i a pop u l ar. A l uz de s te s fat os i ni ci ai s , ca be anál i s e da s de núnci as re al izada s de modo ge né r ico nos cr im e s e mpresa r ias e cont r a a o r dem e conôm ica . Em s e t r atando da de nomi nad a \u201cde núncia ge né r ica \u201d , não há i ndividual i z ação da conduta d os acu s ado s quan do o c r im e é de aut oria col e t iva. As s im, todo s o s r é u s re s pon derão s em i mput ação es pecí fica da cond ut a . A s sume -s e que , se o indi v í duo ti nha pode r de ge s tão ou parti ci pação como s ócio, pos s uí a conhe ci me nt o dos de li tos al i pr ati cados . Toda v ia, co mo bem s e s abe , ta l qua dr o não co ndiz com a r eal idade mat e rial . É nes t e a s pe ct o em q ue re s ide um d os pr inci pai s empe cil hos às ga r ant ia s i ndividuai s do s env olvido s na s denúnci a s de cr ime s e mp r es a r iai s e contra a ordem e conômi ca. A Cons t i t uiçã o Fede ral pát ria ins ta ur a como dire it o f u ndame nt al de t odos o s ci dadão s o p r incí pi o do de v ido p r oce s s o l e gal, do c ontradit ório e da a mpl a de fesa e m s eu arti go 5 º. A nar r ação não indi v i dual i z ada do s fat os na denúnci a ge né r ica é um e mpe ci l ho di ret o a ta is garanti as . Ta mbé m v iol a e s te t i po de denúnci a as dis pos i çõe s do P act o I nte r naciona l de Di r e it os Civi s e Pol í ti cos (1 9 6 6) , ao pa s s o que g ar ant e ao ac us a do o di r e it o de s e r info r mado da acu s ação e r e s pect i v a s r a z õe s de acu s ar d e modo mi nuci os o. Ai nda, o arti go 4 1 do Códig o de Pr oce s so Penal ex ige a e xpos içã o mi nuci os a do fato crimi no s o. A s s im di s põe: Art. 4 1 - A de núnc i a ou qu e i x a cont e rá a exp o si ç ão do f a t o crim i nos o, com todas a s suas ci rc u nstânc i as, a qua l ifi c aç ão d o a cusado ou escl ar e ci me ntos pe l o s q ua i s s e p o ss a i de nti f i cá - lo, a c l ass i f i c aç ão do cr i me e , qua ndo ne ce ssári o, o rol da s tes te m un ha s . Depree nde-s e do direi t o int e r no, por t anto, a ne ce s s i dade de im puta r a condut a di ret ame nte ao i ndi v íduo. Tr at a- se , aqui , da s noçõe s ba s i l ar e s de a utoria e mat e rial idade que perme i am o dire it o pr oce s sual penal em t e r r it ório pátrio \u2013 fato de s con s i de rado e m s u a e xt e ns ão nas de núncia s ge né r i ca s. Em aná li s e ex t e ns i v a , a té me s mo as ga r anti as e di rei t os do s inve s ti dor e s e pa r ti ci pant e s no me i o e conômico s ão at ingi do s . A autuaçã o po r crim e emp r e s a r ial e / ou contra a or dem e conômi ca t e m im pact o d i r e to na econom i a, be m como e m s eus pr inci pai s a cioni s ta s e cli e nt e l a, v e z que a at ividade e mpresa r ial é mant ida e nquant o pe r dur a a de nú ncia. Um a mane i r a de ate nuar os r e feridos ris co s s em abar car alt e raçõe s l e gislat i v as é, por s upo s t o, uma r edaçã o cl ar a e mi nuciosa do cas o . Is t o deriva do pr óp r i o fat o de que a condut a d o ci dadão, pa r a ser e nqua dr ada c omo pa r te do ti po pe nal , deve s e enca ix ar com pr e cisão na r e dação da nor ma j ur ídi ca. A s denúnci as ge né r ica s , por mai s parad oxal que pa r e ça, de v em dar iní ci o ao aba r co de mai or e s peci f ici dade , de modo a e li mi nar os risco s cont ido s e m e s te ti po de a utua ção. Toda v ia, pa r ece -me cor r et o el i mi nar a modal i dade de de núncia ge nérica do ordenam e nt o ju r ídi co pátrio. De i xar de imput ar a r e s po ns a bil i dade especí fica ao r é u e m r az ã o da f al ta de indi v i duali z açã o da cond uta, pr e v is ta na mo dal idade de de núncia ge né r ica s , ate nt a diret am e nte os direi t os pr ote gi do s ex t e ns i v am e nt e por nos s a le gis la ção inte r na e i nte r naciona l e , po r con s e quê nci a, v ai cont r a dire it os e garanti as com uns a t odo s .

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