Buscar

APS NR10

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA – BAURU
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
ALEXANDRE DE OLIVIERA PIRES
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
BAURU
2018
ALEXANDRE DE OLIVEIRA PIRES
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE
Atividade Prática Supervisionada apresentada como requisito para obtenção de graduação em Engenharia Civil da Universidade Paulista de Bauru.
Orientador: Profº Luiz Adriano
BAURU
2018
INTRODUÇÃO
A eletricidade é vital para a vida moderna é desnecessário ressaltar sua importância, quer propiciando conforto aos nossos lares, quer atuando como insumo nos diversos segmentos da economia. Por outro lado o uso da eletricidade exige do consumidor a aplicação de algumas precauções em virtude do risco que a eletricidade representa, muitos não sabem, desconhece ou desconsideram esse risco. Os acidentes ocorridos com eletricidade, no lar e no trabalho, são ao que ocorrem com maior freqüência e comprovadamente os que trazem as mais graves conseqüências. 
As normas de segurança estabelecem que as pessoas devam ser informadas sobre os riscos a que se expõem, assim como conhecer seus efeitos e as medidas de segurança aplicáveis. As atividades com eletricidade apresentam os seguintes riscos a seus usuá- rios: Danos Econômicos (incêndio, explosões) No dia a dia, seja no lar ou na indústria a maior preocupação sem dúvida é com o choque elétrico, visto que esse é o tipo de acidente que ocorre com maior freqüência. Incêndios e explosões causados pela eletricidade são sinistros que ocorrem com maior freqüência. 
É importante alertar que os riscos do choque elétrico e seus efeitos estão diretamente ligados aos valores das tensões da instalação, e é bom lembrar que apenas altas tensões causam grandes lesões. Mas por outro lado existem mais pessoas expostas à baixa tensão do que as altas tensões e que leigos normalmente não se expõe às altas, proporcionalmente podemos considerar que as baixas tensões são as mais perigosas. 
O maior risco no trabalho com a eletricidade é o contato direto, que pode ser definido como o ocorrido quando uma pessoa tem acesso a alguma parte energizada de uma instalação, provocando uma passagem de corrente através do corpo, uma vez que este é o condutor e fecha um curto-circuito entre a massa e a terra
CHOQUE ELETRICO
Choque elétrico é o conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifestam no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por corrente elétrica. As manifestações relativas ao choque elétrico dependendo das condições e intensidade da corrente, podem ser desde uma ligeira contração superficial até uma violenta contração muscular que pode provocar a morte. Até chegar de fato a morte existem estágios e outras conseqüências que veremos adiante. Os tipos mais prováveis de choque elétrico são aqueles que a corrente elétrica circula da palma de uma das mãos à palma da outra mão, ou da palma da mão até a palma do pé.
O QUE É NORMA REGULAMENTADORA
É aquilo que se estabelece como base ou medida para a realização ou avaliação de algo, que é ou que age conforme regulamentado por lei.
As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA NR-10
A constante atualização da legislação brasileira referente à prevenção de acidentes do trabalho é uma das principais ferramentas à disposição de trabalhadores e empregadores para garantir ambientes de trabalho seguros e saudáveis. A Convenção Coletiva de Segurança e Saúde no Trabalho do Setor Elétrico do Estado de São Paulo, aprovada após amplo debate e negociação entre representantes do Governo, Empresas e Trabalhadores, estabeleceu diretrizes para melhoria e modernização das atividades de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, visando prioritariamente valorizar a proteção do trabalhador diretamente em contato com instalações e serviços elétricos. 
O novo texto da Norma Regulamentadora Nº 10, instituída originalmente pela Portaria 3214/1978 do Ministério do Trabalho, atual Ministério do Trabalho e Emprego, em vigor desde dezembro de 2004, reflete em grande parte as propostas emanadas do Grupo responsável pela implantação da citada Convenção. A principal novidade estabelecida na Convenção Coletiva foi a criação de treinamento específico em aspectos de Engenharia de Segurança e Saúde no Trabalho, definindo tópicos e duração mínima, cujo teor foi reforçado no texto da NR 10. 
Para dar seqüência aos trabalhos previstos na Convenção, um grupo de profissionais das entidades partícipes desenvolveu o presente material didático de apoio para atender à demanda da população eletricitária, que deverá ser atualizado e ampliado permanentemente. A equipe responsável pelo trabalho efetuou um acurado levantamento de documentação técnica existente nas empresas, em entidades de pesquisa e ainda em livros e publicações editados e disponibilizados à sociedade, consolidando textos para atender aos objetivos específicos da legislação, elaborando outros para preencher as lacunas existentes, sempre preservando as fontes de consulta na Bibliografia. 
A equipe, ainda, recomenda enfaticamente que antes da utilização do presente manual para o treinamento básico da NR-10, as empresas o adaptem às suas particularidades não descritas ou previstas neste documento. Que o presente trabalho possa auxiliar os esforços de trabalhadores, empregadores e governo na melhoria das condições de trabalho e na preservação da vida humana é o desejo do Grupo Tripartite de profissionais que o elaborou.
NR-10
A norma regulamentadora nº 10 do Ministério do Trabalho e Emprego é regulamentada pela Portaria Nº 3.214, de 08 de Junho de 1978, que aprova as normas regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho.
Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
Objetivo da NR-10
Para intervenções em instalações elétricas, a NR-10 define que as instalações elétricas em locais de trabalho devem possuir dispositivos de seccionamento de ação simultânea de desligamento de circuitos que tenham recursos que impeçam a reenergização do circuito, e sinalização de impedimento de reenergização.
Para qualquer ensaio ou teste previsto na norma deve-se utilizar equipamento adequado devidamente aferido e em perfeito estado de conservação, EPI’s, vestimenta adequada e observar a distância de segurança.
Quando um circuito é desenergizado para intervenções nas instalações elétricas, deve-se sinalizar para que não ocorra nenhum tipo de acidente que possa ser causado por outro trabalhador. Se o trabalhador não está ciente de que o circuito está desligado de propósito, ele pode reenergizar o circuito durante a intervenção e causar um acidente de trabalho grave. Essa sinalização é feita através de simbologias e placas de sinalizações. Por isso, é de extrema importância que todos os trabalhadores da empresa devem ter conhecimento da simbologia das placas
5.2. Estrutura da NR-10
A norma regulamentadora nº 10 apresenta a seguinte estrutura:
• Levantamento, transporte e descarga individual de materiais;
• Mobiliário dos postos de trabalho;
• Equipamentos dos postos de trabalho;
• Condições ambientais de trabalho;
• Organização do trabalho.
Além disso, a norma regulamentadora nº 10 apresenta 2 (dois) anexos acerca das condiçõesergonômicas nas seguintes áreas de trabalho:
• Anexo I – Trabalho dos Operadores de Checkouts;
• Anexo II – Trabalho em Teleatendimento/Telemarketing.
Existe também, outras normas técnicas que abordam sobre a ergonomia, por exemplo:
• NBR ISO 11228-3:2014 – Ergonomia – Movimentação manual. Parte 3: Movimentação de cargas leves em alta frequência de repetição;
• NBR ISO 11226:2013 – Ergonomia – Avaliação de posturas estáticas de trabalho;
• Entre outras.
5.3. Aplicação 
 A aplicação da ergonomia no ambiente de trabalho pode ser estabelecida nas seguintes etapas:
Concepção do Programa de Ergonomia – Nesta fase baseia-se no levantamento dos riscos ergonômicos e na concepção do programa de ergonomia;
Conscientização dos Funcionários – Nesta fase busca através de treinamentos e palestras a conscientização dos funcionários acerca dos riscos ergonômicos e sua prevenção;
Correção do Programa de Ergonomia – Nesta fase baseia-se na correção e no aperfeiçoamento do programa de ergonomia aplicado no ambiente de trabalho.
 ESPÉCIES AMBIENTAIS DO TRABALHO
Para aplicação das condições ambientais do trabalho é necessário que se conheça o local de trabalho, logo, o ambiente deverá ser examinado por profissional qualificado que após a análise estabelecerá regras desde os móveis a serem utilizados pelos trabalhadores, até a postura dos mesmos.
Assim, nos locais de trabalho que sejam solicitados empenho intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:
- Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO;
- Índice de temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC (graus centígrados);
- Velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
- Umidade relativa do ar não inferior a 40%.
Nota-se que em atividades que exijam concentração e a utilização do intelectual é necessário que não se tenha barulho, devendo as empresas seguir os índices acima, sob pena de autuação por parte do MTE.
Além disso, as empresas devem observar a iluminação do ambiente, pois nos locais de trabalho a iluminação deve ser adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
Devendo seguir as regras abaixo em relação à iluminação:
- A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
- A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitarofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
- Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.
Portanto o empregador deve sempre examinar se a luz natural ou artificial não está interferindo na realização das atividades dos trabalhadores, por exemplo, o reflexo da luz na tela do computador pode causar esforço para enxergar.
Assim, as aplicações de tais medidas podem poupar o esforço da visão dos empregados, evitando e prevenindo doenças relacionadas com a visão.
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
Desta forma a NR-10, estabelece que se deva levar em consideração, no mínimo:
- As normas de produção;
- O modo operatório;
- A exigência de tempo;
- A determinação do conteúdo de tempo;
- Ritmo de trabalho;
- O conteúdo das tarefas.
Já nas tarefas que determinem sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
- Para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
- Devem ser incluídas pausas para descanso;
- Quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.
A inobservância destas condições pode refletir no desenvolvimento de doenças profissionais como, por exemplo, a DORT (Doenças Osteoarticulares Relacionadas ao Trabalho).
Portanto, para prevenir e evitar que os trabalhadores desenvolvam este tipo de doença as empresas devem buscar aplicar tais regras.
NOTA TÉCNICA 060/2001
A presente Nota Técnica tem por objetivo a orientação de empregados, empregadores, auditores-fiscais do trabalho, profissionais ligados à área e outros interessados na indicação da melhor postura a ser adotada na concepção dos postos de trabalho.
8.1. AMBIENTE CONFINADO 
Ambientes confinados é qualquer aérea não projetada para ocupação continua, movimentação restrita, a qual tem meios limitados de entrada e saída e a ventila- ção existente é insuficiente para remover contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que possam existir ou se desenvolver. Podemos citar como exemplos de ambientes confinados, dutos de ventilação, tanques em geral, rede de esgoto ou água, tonéis, containeres, cisternas, minas, valas, vasos, colunas, silos, diques, poços de inspeção, caixas subterrâ- neas, etc. Estes ambientes podem possuir uma ou mais das seguintes características: • Potencial de risco na atmosfera; • Deficiência de O2 (menos de 19,5%) ou excesso (mais de 23%); • Configuração interna tal que possa provocar asfixia, claustrofobia, ou que dificultem a saída rápida de pessoas; • Agentes contaminantes tóxicos ou inflamáveis. 
Tanques abertos podem ser considerados como ambientes confinados, pois a ventilação natural inexiste, o potencial de acúmulo de fontes geradoras ou de escape de gás, torna atmosfera perigosa. Para reconhecer um ambiente confinado, é preciso conhecer o potencial de risco do ambiente, processos, produtos, etc., porém o mais sério risco se concentra na atmosfera do ambiente confinado. Todos os ambientes confinados devem ser adequadamente sinalizados, identificados e isolados, para evitar que pessoas não autorizadas adentrem a estes locais. 
Antes do empregado entrar num ambiente confinado, a atmosfera interna deverá ser testada por empregado treinado e autorizado, com um instrumento de leitura direta, calibrado e testado antes do uso, adequado para trabalho em áreas potencialmente explosivas, intrinsecamente seguro e protegido contra emissões eletromagnéticas ou interferências de radiofreqüências, calibrado e testado antes da utilização para as seguintes condições: • Concentração de oxigênio; • Gases e vapores inflamáveis; • Contaminantes do ar potencialmente tóxicos. 
 
8.2. SINALIZAÇÃO E REERNERGIZAÇÃO 
Deverá ser adotada sinalização adequada de segurança, destinada à advertência e à identificação da razão de desenergização e informações do responsável. Os cartões, avisos, placas ou etiquetas de sinalização do travamento ou bloqueio devem ser claros e adequadamente fixados. No caso de método alternativo, procedimentos específicos deverão assegurar a comunicação da condição impeditiva de energização a todos os possíveis usuários do sistema. Somente após a conclusão dos serviços e verificação de ausência de anormalidades, o trabalhador providenciará a retirada de ferramentas, equipamentos e utensílios e por fim o dispositivo individual de travamento e etiqueta correspondente. 
Os responsáveis pelos serviços, após inspeção geral e certificação da retirada de todos os travamentos, cartões e bloqueios, providenciará a remoção dos conjuntos de aterramento, e adotará os procedimentos de liberação do sistema elétrico para operação. A retirada dos conjuntos de aterramento temporário deverá ocorrer em ordem inversa à de sua instalação. Os serviços a serem executados em instalações elétricas desenergizadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem atender ao que estabelece o disposto no item 10.6. daNR 10, que diz respeito a segurança em instalações elétricas desenergizadas.
8.3. EQUIPOTENCIALIZAÇÃO 
EQUIPOTENCIALIZAÇÃO É o procedimento que consiste na interligação de elementos especificados, visando obter a equipotencialidade necessária para os fins desejados. Todas as massas de uma instalação devem estar ligadas a condutores de prote-ção. Em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal, em condições especificadas, e tantas eqüipotencializações suplementares quantas forem necessárias. Todas as massas da instalação situadas em uma mesma edificação devem estar vinculadas à equipotencialização principal da edificação e, dessa forma, a um mesmo e único eletrodo de aterramento. Isso sem prejuízo de eqüipotencializações adicionais que se façam necessárias, para fins de proteção contra choques e/ou de compatibilidade eletromagnética 
8.4. BLOQUEIO E IMPEDIMENTO 
Bloqueio é a ação destinada a manter, por meios mecânicos um dispositivo de manobra fixo numa determinada posição, de forma a impedir uma ação não autorizada, em geral utilizam cadeados. Dispositivos de bloqueio são aqueles que impedem o acionamento ou religamento de dispositivos de manobra. (chaves, interruptores), 
É importante que tais dispositivos possibilitem mais de um bloqueio, ou seja, a inserção de mais de um cadeado, por exemplo, para trabalhos simultâneos de mais de uma equipe de manutenção. Toda ação de bloqueio deve estar acompanhada de etiqueta de sinalização, com o nome do profissional responsável, data, setor de trabalho e forma de comunicação. 
As empresas devem possuir procedimentos padronizados do sistema de bloqueio, documentado e de conhecimento de todos os trabalhadores, além de etiquetas, formulários e ordens documentais próprias. Cuidado especial deve ser dado ao termo “Bloqueio”, que no SEP (Sistema Elé- trico de Potência) também consiste na ação de impedimento de religamento automático do equipamento de proteção do circuito, sistema ou equipamento elétrico. Isto é, quando há algum problema na rede, devido a acidentes ou desfunções, existem equipamentos destinados ao religamento automático dos circuitos, que religam automaticamente tantas vezes quanto estiver programado e, conseqüentemente, podem colocar em perigo os trabalhadores.
 Quando se trabalha em linha viva, é obrigatório o bloqueio deste equipamento, pois se eventualmente houver algum acidente ou um contato ou uma descarga indesejada o circuito se desliga através da abertura do equipamento de prote- ção, desenergizando-o e não religando automaticamente. Essa ação é também denominada “bloqueio” do sistema de religamento automático e possui um procedimento especial para sua execução.
8.5. ISOLAMENTO DE PARTES VIVAS
São elementos construídos com materiais dielétricos (não condutores de eletricidade) que têm por objetivo isolar condutores ou outras partes da estrutura que esta energizadas, para que os serviços possam ser executados com efetivo controle dos riscos pelo trabalhador. 
O isolamento deve ser compatíveis com os níveis de tensão do serviço. Esses dispositivos devem ser bem acondicionados para evitar acumulo de sujeira e umidade, que comprometam a isolação e possam torná-los condutivos. Também devem ser inspecionados a cada uso e serem submetidos a testes elé- tricos anualmente.
8.6. ISOLAÇÃO DUPLA OU REFORÇADA
Este tipo de proteção é normalmente aplicado a equipamentos portáteis, tais como furadeiras elétricas manuais, os quais por serem empregados nos mais variados locais e condições de trabalho, e mesmo por suas próprias características, requerem outro sistema de proteção, que permita uma confiabilidade maior do que aquela oferecida exclusivamente pelo aterramento elétrico. 
A proteção por isolação dupla ou reforçada é realizada, quando utilizamos uma segunda isolação, para suplementar aquela normalmente utilizada, e para separar as partes vivas do aparelho de suas partes metálicas. Para a proteção da isolação geralmente são prescritos requisitos mais severos do que aqueles estabelecidos para a isolação funcional. 
Entre a isolação funcional e a de proteção, pode ser usada uma camada de metal, que as separe, totalmente ou em parte. Ambas as isolações, porém, podem ser diretamente sobrepostas uma à outra. Neste caso as isolações devem apresentar características tais, que a falha em uma delas não comprometa a prote- ção e não estenda à outra. 
Como a grande maioria das causas de acidentes são devidas aos defeitos nos cabos de alimentação e suas ligações ao aparelho, um cuidado especial deve ser tomado com relação a este ponto no caso da isolação dupla ou reforçada. Deve ser realizada de tal forma que a probabilidade de transferência de tensões perigosas a partes metálicas susceptíveis de serem tocadas, seja a menor possível. 
O símbolo utilizado para identificar o tipo de proteção por isolação dupla ou reforçada em equipamentos é o mostrado na figura ao lado, normalmente impresso de forma visível na superfície externa do equipamento.
 CONCLUSÃO
A  aplicação da NR 10 no laboratório acadêmico da alta tensão é pertinente e deve ser observada. Desse modo, um trabalho de adequação do ambiente do laboratório aos quesitos da NR 10 é recomendado.
Oportunidade para aplicação da NR 10
O presente artigo se limitou às questões legais envolvidas no objetivo deste trabalho. Existem outros aspectos, além da pertinência legal, que reforçam a oportunidade de adoção da NR 10 no laboratório acadêmico de alta tensão. Entre eles, estão:
o laboratório objeto deste artigo está localizado em instituição de ensino superior;
os alunos lá presentes estarão em breve nas instalações técnicas brasileiras em que são obrigatórios o conhecimento, a adoção, a prática, a divulgação e a exigência da NR 10;
as questões que envolvem a segurança dependem de posturas pessoais e coletivas as quais são impactadas por aspectos de cultura, de hábito, de crenças;
os aspectos culturais e de hábitos e crenças, que são de difíceis mudanças em nosso íntimo; e
a adoção da NR 10 no laboratório está sintonizada com as diretrizes do ensino superior nacional (Art. 43 inciso II [17]).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - Norma Regulamentadora nº 10. Segurança em instalações e serviços em eletricidade, Portaria nº 598, de 07/12/2004 (D.O.U. de 08/12/2004 – Seção 1) Ementas: Portaria nº 126, de 03/06/2005 (D.O.U. de 06/06/2005 – Seção 1).
	BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho, publicado no DOU em 9 de agosto de 1943.
	FREITAS, L. A NR 10 pede parâmetros. Lumière Elétrica, São Paulo, n. 162, p. 48-54, out. 2011.
	BRASIL. Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, publicada no DOU, de 23 de dezembro de 1977.
	BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego - Portaria 3.214 de 8 de junho de 1978. Aprova as Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho, publicada no DOU, de 6 de julho de 1978.
	SILVA, M. W. D. A unidade, coerência e completude do ordenamento jurídico e o conceito de reincidência tributária. Revista Jurícia Consulex, Brasília, maio 2009. p. 62-65.
	PEREIRA, J. G. NR 10. Entrevistado pela Man-it Soluções em Manutenção. Disponível em: https://sites.google.com/site/ocanaleletro/entrevista-sobre-a-nr-10>. Acesso em: 30 set. 2012.
	SALVADOR, L. Consequências da ampliação da competência da Justiça Trabalhista. Consultor Jurídico, 15 ago. 2006. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2006-ago-15/reflexos_competencia_justica_trabalho#paginas>. Acesso em: 15 set. 2012.
	BRASIL. Lei nº 8.213 – Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. Publicado no DOU,de 25 de julho de 1991, Art. 120 – Previdência Social proporá ação regressiva.
	FERREIRA, A. B.D. H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.
	JOÃO BARRICO, J. G. P. Guia O Setor Elétrico de Normas Brasileiras – NR 10. São Paulo: Atitude Editorial, 2011.
	BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Publicado no DOU de 12 de dezembro de 1990, que dispõe sobre regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
	LIMA, F. G. M. D. O significado e alcançe da expressão “relação de trabalho”. Procuradoria Regional do Trabalho 7 Região, Disponível em: http://www.prt7.mpt.gov.br/artigos/maio_2007_significado_expressao_relacao_trabalho.pdf>. Acesso em: 30 set. 2012.
	BRASIL. Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, publicado no DOU de 9 de setembro de 1942.
	DIMOULIS, D. Manual de introdução ao estudo do Direito. 4. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001.
	CNI – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. Normalização, metrologia e avaliação de conformidade – Ferramentas de competitividade. Disponível em: http://www.normalizacao.cni.org.br/f_index.htm>. Acesso em: 30 set. 2012.
	BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Publicado no DOU de 23 dezembro de 1996.

Continue navegando