Buscar

Seminário Comercial Bruno Arminio (1)

Prévia do material em texto

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
SEMINÁRIO – DIREITO COMERCIAL
Bruno Arminio – RA00146516
Prof. Fernando Marques
São Paulo
2018
Discorra sobre os aspectos gerais do Contrato de Compra e Venda Mercantil, considerando seu fato histórico, surgimento- e seus elementos básicos necessários.
 
Em se tratando dos aspectos gerais do Contrato de compra e Venda Mercantil, cumpre ressaltar, preliminarmente, um pouco sobre seu fato histórico, o surgimento do referido contrato. O código comercial de 1850 estabelecia três requisitos para que o contrato fosse considerado mercantil: subjetivo, objetivo e finalístico. O requisito Subjetivo referia-se a qualidade dos contratantes, teria que ser comerciante o comprador ou o vendedor; o segundo requisito restringia o objeto do contrato aos bens móveis ou semoventes; o último requisito referia-se aos objetivos do negócio, ou seja, a obrigatoriedade de inserir o bem adquirido na cadeia de circulação de mercadorias. Já o Código Civil de 2002 estabelece como requisito único para a compra e venda a condição de empresário dos dois contratantes. Assim, toda compra e venda em que comprador e vendedor são empresários é considerada mercantil e estudada pelo Direito Comercial satisfeita essa condição, as demais, como objeto e circulação são decorrentes diretas.
 Dentre seus aspectos, suas características, para que este contrato desempenhe sua devida função, existem três elementos essenciais, a todo e qualquer contrato de compra e venda, que devem estar presentes: coisa, preço e consentimento. 
Conforme o artigo 482 do Código Civil: “a compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço”. A coisa é necessariamente uma mercadoria mas não precisa ser presente, isto é, não precisa existir no momento da contratação, aliás ocorre seguidamente de a coisa contratada ainda não existir ou, embora existente, ainda não seja de propriedade do vendedor. O preço goza do princípio geral de liberdade de composição. O valor a ser pago por determinado contrato é estipulado e fixado apenas por eles. Mesmo quando o preço for fixado por arbitragem é considerado livre porque escolhida a forma de fixação pelos contratantes. Por fim, em um contrato de compra e venda mercantil, entende-se que o elemento do consentimento recai sobre o dever das partes de acertarem as disposições do contrato, de forma que seja de comum acordo a ciência dos fatos posteriores à exigibilidade das obrigações acordadas, bem como o desmantelamento destas. Contanto que todo o acordo disponha sobre uma transação empresarial, decorrente de uma cadeia de circulação de mercadorias.
Com base na apresentação do Trabalho em sala, bem como na legislação aplicável, disserte sobre o Contrato de Representação Comercial e suas peculiaridades (regulamentação, objeto, extinção e rescisão). Cite alguns exemplos de atividades que comportam a representação comercial.
A representação comercial é definida como “um contrato no qual uma das partes (representante comercial autônomo) se obriga obter pedidos de compra e venda de mercadorias fabricadas ou comercializadas pela outra parte (representado). Sob o ponto de vista lógico ou econômico, poderia ser entendida como uma espécie de mandato, mas, juridicamente falando, este enfoque estaria equivocado. Isto porque a atividade desenvolvida pelo representante comercial possui uma disciplina jurídica própria que não a considera como uma modalidade específica de mandato ”. A representação comercial é atividade autônoma - sem qualquer vínculo de trabalho - típica e detalhada pela Lei n. 4886/65, posteriormente alterada pela Lei n. 8420/92, sendo o representante comercial autônomo empresário, pessoa natural, ou jurídica.
 O objeto do contrato de representação comercial autônoma é a promoção, conquista e manutenção do mercado consumidor/clientela, dentro do território definido para a atuação do representante, agenciando propostas e/ou pedidos, encaminhando-os à representada. 
 Em relação a sua extinção, esta pode se dar pelo decurso do prazo, e resilição unilateral ou bilateral mediante aviso com prazo previsto no contrato. Vale ressaltar que a lei estabelece as indenizações devidas pela resolução do contrato de representação comercial. Em se tratando de rescisão, o artigo 35 da Lei nº 4.886/65 elenca as situações que ensejam a rescisão por justa causa pela representada, ou seja, situações que permitem a finalização do contrato por culpa do representante comercial, como por exemplo a prática de atos que importem em descrédito comercial do representado, ou a falta de cumprimento de quaisquer obrigações inerentes ao contrato de representação comercial. Já o artigo 36 da Lei nº 4.886/65 elenca as situações que ensejam a rescisão por justa causa pelo representante, ou seja, situações que permitem a finalização do contrato por culpa da representada, como por exemplo a fixação abusiva de preços em relação à zona do representante, com o exclusivo escopo de impossibilitar-se a ação regular, ou o não-pagamento de sua retribuição na época.
Considerando a apresentação ocorrida em sala, disserte sobre o contrato de Franquia, destacando, entre outras, suas características principais, origem, modalidades de franquias, direitos e deveres das partes, extinção contratual do Contrato de Franquia.
O contrato de franquia é o acordo em que o detentor de propriedade industrial concede permissão para determinada empresa produzir e comercializar de forma direta, produtos de marcas consolidadas no mercado. Sob a ótica empresarial, trata-se de um método de distribuição de produtos e/ou serviços através de parcerias entre empresas, que trocam suas experiências e competências desenvolvidas relacionadas a esses produtos.
No campo do direito, a franquia é um conjunto de contratos em que um é destacado como principal e os demais acessórios ou dependentes. Esse tipo de contrato é utilizado principalmente na área comercial, com o objetivo de que o consumidor tenha acesso mais rápido e direto ao produto.
O contrato de franquia deve ser bilateral, consensual, oneroso, empresarial, de execução continuada, internacional ou nacional, híbrido e complexo, de prestações recíprocas (comutativo, informal).
Em relação a sua natureza jurídica, todas as nossas ações são decorrentes de um contrato, desde o simples acender de uma luz, contrato com a companhia que a fornece, o pão que compramos na padaria (contrato de compra e venda), até relações mais complexas como a compra de um curso e assim por diante.
A franquia é um contrato bilateral e onero, ou seja, gera deveres e obrigações para ambas as partes. Neste tipo de contrato uma das partes cede a outra o direito de comercializar. Aquele que cede é o franqueador, em contrapartida, quem que tem o direito de comercializar é denominado de franqueado. A principal característica desse contrato é a autonomia jurídica e financeira do franqueado como empresário, não estando ligado ao franqueador a qualquer vínculo empregatício.
Em relação aos direitos de deveres das partes, o franqueador deve definir e desenvolver o conceito de negócio que será franqueado, testando na prática este conceito, em uma ou mais “unidades-piloto” que, sempre que possível, devem ser instaladas, operadas e geridas pela própria empresa franqueadora. Deve manter e capacitar uma equipe qualificada para assessorar, orientar e inspirar, inclusive pelo exemplo, os franqueados no que diga respeito ao cumprimento das Normas, Políticas e Padrões acima referidos, apoiar e orientar seus franqueados na elaboração e implementação de planos e ações necessários à concretização do potencial de resultados de cada franquia.
Em relação ao franqueado, este deve investigar a empresa franqueadora e seus integrantes antes de firmar qualquer documento ou efetuar qualquer pagamento relativo à aquisição de sua franquia, para ter certeza de que está se vinculandoa uma marca e uma organização saudáveis, tanto do ponto de vista jurídico quanto financeiro e tributário. Observando os Padrões, Normas, Processos e Políticas da rede em tudo o que se refere à implantação, operação e gestão de sua unidade franqueada, mantendo a consistência de imagem, de produto e de serviços que deve caracterizar a rede da qual faz parte.
Em relação a sua extinção causa mais comum é a expedição de prazo acordado entre franqueador e franqueado. O prazo, geralmente, é determinado variando de um a cinco anos. No contrato deverá conter expressamente a opção de renovação pelo franqueado. É também costume constar no contrato cláusulas que extingam o mesmo por denúncia vazia. O que fundamenta estas cláusulas é o fato do contrato de franquia ser baseado na boa-fé das partes. Portanto, se ao franqueado não interessar mais a continuação da franquia, basta comunicar a intenção sem necessidade de fundamentação desta decisão.

Continue navegando