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Traalho de Antropologia

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Universidade Jean Piaget De Angola
Faculdade de Ciências Da Saúde
Licenciatura De Medicina Geral
REPRESENTAÇÕES: CULTURAL/SAÚDE/DOENÇA/ NO CONTEXTO ANGOLANO
Trabalho de Pesquisa da Cadeira 
De Antropologia, Ministrada 
pelo Professor A. Cupi Baptista 
Sociólogo
Curso: Medicina Geral
Ano: 1º
Grupo nº: 8
Luanda, Outubro de 2017
 Integrantes do Grupo
 
 
Nome
Avaliação dos Integrantes (Individual)
Avaliação do Trabalho (Colectivo)
Amélia de Matos
Josefa Manuel
Julieta Nicodemos
Maria Teresa Afonso
Margarete da Costa
Rosa João António
Rui Mariano
Vitorino Maquete
Introdução
cultura é "todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, amoral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade". 
Cultura pode ser definida também como um conjunto de elementos que mediam e qualificam qualquer actividade física ou mental, que não seja determinada pela biologia, e que seja compartilhada por diferentes membros de um grupo social. Trata-se de elementos sobre os quais os atores sociais constroem significados para as acções e interacções sociais concretas e temporais, assim como sustentam as formas sociais vigentes, as instituições e seus modelos operativos. A cultura inclui valores, símbolos, normas e práticas.
Objectivos
 
	Objectivo Geral
 Abordar a respeito da Representação cultural, Saúde e Doença no contexto angolano;
 Apresentar a concepção de saúde e Doença no contexto geral;
 Anunciar mitos e tabus como elementos culturais.
	Objectivo Especifico
 Descrever a cultura e seus fundamentos ligados à saúde e Doença;
 Apresentar a concepção entre mito e tabu, no contexto cultural inerente à saúde e Doença;
 Expuser a Medicina Tradicional como mecanismo para o tratamento de Doença na sociedade angolana. 
Representação cultural
A cultura é compartilhada e padronizada, pois consiste em uma criação humana, partilhada por grupos sociais específicos. 
Embora o conteúdo e formas inerentes a cada cultura possam ser apreendidos e replicados individualmente – conferindo à cultura carácter de experiência pessoal internalizada e incorporada – respeita à antropologia: 
 Identificar os padrões culturais repartidos pelos colectivos de indivíduos; 
Inferir sobre o que há em comum nas acções, atribuições de sentido, significados e simbolismo projectados pelos indivíduos sobre o mundo material e “natural” e; 
 Ponderar sobre a experiência de viver em sociedade, sobre adoecer e se cuidar, definindo-a como experiência eminentemente intersubjectiva e relacional, mediada pelo fenómeno cultural.
A fim de ilustrar o argumento aqui mostrado, observe-se os diferentes padrões culturais frente aos tipos de comida e à alimentação. Em Angola, a combinação do arroz com o feijão é fundamental para que a refeição seja considerada completa. Sem essa, mesmo havendo carne, muitos afirmam não satisfazer a sua fome. Outros, sempre precisam de um prato de carne para se sentir alimentados. Esses podem até “sair da mesa com fome”, após comer um abundante prato de comida chinesa cheio de legumes misturados com um pouco de carne. Já o chinês, sente-se completamente satisfeito com esse tipo de comida.
Nessa perspectiva, é a cultura que define os padrões sociais sobre o quê e quando comer, assim como a relação entre tipos de alimentos que devem ser combinados ou não, e, por conseguinte, a experiência de saciar a fome ou não é, sociobiologicamente, determinada. Cabe à biologia indicar a necessidade de nutrição e evidenciar certas limitações quanto aos alimentos considerados tóxicos. 
Ao se afirmar que cultura está ligada a qualquer actividade física ou mental, não se está referindo a ela como uma colcha de retalhos, composta por pedaços de superstições ou comportamentos desprovidos de coerência e lógica intrínseca. Fundamentalmente, a cultura organiza o mundo de cada grupo social, segundo a sua lógica própria. Trata-se de experiência integradora, total e totalizante, de pertencimento e, consequentemente, formadora e mantedora de grupos sociais que compartilham, comunicam e replicam suas formas, instituições e os seus princípios e valores culturais.
Cultura, doença e saúde
Ao se partir do pressuposto de que a cultura é um fenómeno total e que, portanto, provê uma visão de mundo os indivíduos que a compartilha, orientando, dessa forma, os seus conhecimentos, práticas e atitudes, a questão da saúde e da doença está contida nessa visão do mundo e praticas sociais. A doença e as preocupações para com a saúde são universais na vida humana, presentes em todas as sociedades. Cada grupo organiza-se colectivamente – através de meios materiais, pensamento e elementos culturais – para compreender e desenvolver técnicas em resposta às experiências, ou episódios de doença e infortúnios, sejam eles individuais ou colectivos. 
Com esse intuito, cada e todas as sociedades desenvolvem conhecimentos, práticas e instituições particulares, que se podem denominar sistema de atenção à saúde.
O sistema de atenção à saúde engloba todos os componentes presentes em uma sociedade relacionados à saúde, incluindo os conhecimentos sobre as origens, causas e tratamentos das enfermidades, as técnicas terapêuticas, seus praticantes, os papéis, padrões e agentes em ação nesse “cenário”. A esses são somadas as relações de poder e as instituições dedicadas à manutenção ou restauração do “estado de saúde”.
Esse sistema é amparado por esquemas de símbolos que se expressam através das práticas, interacções e instituições; todos condizentes com a cultura geral do grupo, que, por sua vez, servem para definir, classificar e explicar os fenómenos percebidos e classificados como “doença”.
O sistema de atenção à saúde é um modelo conceitual e analítico, não uma realidade em si para os grupos sociais com os quais se convive ou se estuda. Porém, ele auxilia a sistematização e compreensão de um complexo conjunto de elementos e factores experimentados no quotidiano, de maneira fragmentada e subjectiva, seja em nossa própria sociedade e cultura ou diante de outras não familiares.
O sistema cultural de saúde ressalta a dimensão simbólica do entendimento que se tem sobre saúde e inclui os conhecimentos, percepções e cognições utilizadas para definir, classificar, perceber e explicar a doença. Cada e todas as culturas possuem conceitos sobre o que é ser doente ou saudável. Possuem também classificações acerca das doenças, e essas são organizadas segundo critérios de sintomas, gravidade etc. As suas classificações, tanto quanto os conceitos de saúde e doença, não são universais e raramente reflectem as definições biomédicas. 
As classificações dessas doenças são organizadas segundo critérios próprios, os quais guiam os diagnósticos e terapias, cujos especialistas detêm elementos e materiais para tratá-las e as reconhecer como curadas ou não. Dessa forma, a cultura oferece teorias etiológicas baseadas na visão do mundo de determinado grupo, as quais, frequentemente, apontam causas múltiplas para as enfermidades, que podem ser, por exemplo: “místicas” e/ou “não místicas”. 
Dentre as causas “não místicas” (“não religiosas”, “não somáticas”, dentre outras) encontram-se teorias e percepções sobre o corpo e seu (mal) funcionamento frente à ingestão não adequada de determinados alimentos e clima, ainda, relações sociais e de trabalho tensas. Essas, por sua vez, se combinam para fornecer uma medicina preventiva ligada ao comportamento e à higiene, assim como elementos atrelados a uma medicina curativa. 
Quanto às causas “místicas”, essas, frequentemente, combinam com as “não místicas” e podem indicar mais que um tipo de tratamento necessário, a exemplo: um para curar o corpo físico e outro para curar o corpo ou estado espiritual ou social. Teorias etiológicas que incluem “causas naturais” também estão presentes em sistemas etnomédicos, ou seja, não biomédicos. 
Para as “causas naturais” das doenças, os sistemas etnomédicoscontam com tratamentos baseados no conhecimento de ervas e técnicas de manipulação corporal, e sua eficácia evidencia o etnocentrismo biocientífico, muitas vezes presente diante dos demais sistemas culturais de atenção à saúde.
Concepções de Mitos e Tabus relacionados à Saúde
O corpo não é somente uma entidade biológica, mas um fenómeno cultural e histórico. A experiência do viver se torna, portanto, uma interpretação activa do ambiente externo e ao mesmo tempo de produção e expressão deste. O caminho biológico não está sendo negado, porém é considerado dentro de análise mais ampla, dedicada à dimensão histórica e cultural do fenómeno. A incorporação individual é o ponto de partida para a procura do conhecimento popular da doença e a exploração do seu universo simbólico sociocultural. A força da representação biológica do corpo e da doença deve levar em consideração o universo das premissas culturais que a sabedoria popular oferece aos seus atores sociais, os recursos intelectuais dos pacientes (Magnani et al.2007).
De acordo com Helman (2009), as doenças populares são mais do que agrupamentos específicos de sintomas e sinais físicos. Elas também têm uma variedade de significados simbólicos – morais, sociais ou psicológicos – para aqueles que sofrem delas. Em alguns casos, elas ligam o sofrimento do indivíduo a alterações no ambiente natural ou a obras de forças sobrenaturais. Em outros casos, o quadro clínico das doenças é um modo de expressar, de uma forma culturalmente padronizada, que o sofredor está envolvido em conflitos sociais, como desarmonia com familiares, amigos ou vizinhos.
Os sentidos sociais produzidos em torno da doença se tornam símbolos que determinam específicas dinâmicas sociais, pois é nas relações entre os indivíduos que estes se definem, se redefinem e se confirmam constantemente. Nas relações sociais esses símbolos tornam-se legítimos, agem e se manifestam. Os mitos, as crenças populares, os medos, a experiência pessoal sobre o fenómeno da doença são factores que accionam os mecanismos humanos (Magnani et al. 2007).
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Com base nesses dados observa-se que muitas pessoas acabam confundindo ambos os conceitos de tabu e mito ou as vezes consideram ser a mesma coisa; sendo que cada termo tem sua diferenciação e seu significado, pois ao tratar sobre tabu nos remete situações proibidas. Quando se trata de mitos observa-se que estes estão muito direccionados à maneira de comportamento da sociedade, suas crenças e costumes de enfrentar uma de terminada situação.
Essa definição do conceito de tabu é bem distinguida por Buxó (1988), quando relata que o conceito de tabu, na literatura antropológica, refere-se a indivíduos, coisas ou palavras cuja qualidade são objectos de temor ou susceptíveis à proibição e, em qualquer circunstância, os tabus são mais restritivos a respeito do comportamento interactivo da mulher. Luz et al. (2007) afirmam que para algumas mulheres, por exemplo, é tabu lavar a cabeça no puerpério, enquanto eliminam líquidos. A perda sanguínea é considerada perigosa, e a mulher se resguarda de lavar a cabeça para não reverter este sangramento vaginal para a cabeça. Caso isso ocorra, a mulher poderá, consequentemente, ficar louca.
De acordo com Luz et al. (2007), o período de resguardo refere-se às acções de guardar, cuidar com protecção em que a mulher permanece em repouso de três a trinta dias, aproximadamente. Esta protecção é feita por cuidados pós-parto em uma experiência que implica no envolvimento tanto de factores maternos quanto dos relacionados ao recém-nascido. Os tabus referentes a esse tema são apresentados nas falas das mulheres: recaída; o mal-dos-sete-dias e a protecção do quebrante. 
Com a prática da hospitalização para o parto, muitos dos tabus relativos ao pós-parto passaram a ser questionados ou caíram em desuso pelas mulheres. Outra forma que se pode correlacionar ao tabu é durante o período menstrual em que muitas mulheres consideram não poder lavar a cabeça no primeiro da menstruação. Muitas também consideram que não podem ingerir determinados alimentos porque vão influenciar no aumento do fluxo sanguíneo ou provocar cólicas menstruais, como é o caso da ingestão de frutas cítricas como o limão que se atribui o aumento do fluxo menstrual e também da manga que as mulheres consideram serem precursoras de cólicas menstruais. 
Helman (2009) menciona que a dieta errada também pode causar problema de saúde; por exemplo, o “sangue fino” e a pressão arterial baixa no sul dos Estados Unidos são atribuídos à ingestão excessiva de alimentos muito ácidos ou adstringentes, como limão, vinagre, picles, azeitonas ou chucrute, enquanto o “sangue grosso” resulta da ingestão excessiva de alimentos ricos, especialmente carne vermelha. 
Em outro estudo relatado por Nakano (2003), um quarto das mulheres entrevistada acreditava que a alimentação devia ser alterada durante a menstruação para evitar problemas de saúde. Por exemplo, elas diziam que os doces mantinham o fluxo menstrual por mais tempo, enquanto outros alimentos faziam-no cessar, resultando em cólicas menstruais, esterilidade, derrames, ou “tuberculose rápida”. 
Segundo Leal (1995), no relacionamento conjugal, existe situações tabus que indicam a relação directa entre fluxo menstrual e prática de saúde. A prática de resguardo menstrual difundida entre as mulheres de classes populares é a de que a menstruação é uma “forma de eliminar as impurezas, uma válvula de escape”. Faz parte do equilíbrio das coisas, o sangue que está dentro tem que sair, fluir.
Em relação aos mitos, Buxó (1988) descreve que os mitos, por sua vez, fazem parte das interpretações que cada sociedade tem sobre sua realidade. A elaboração mítica tem por objectivo justificar, racionalizar e legitimar realidades socioculturais. Dentro do contexto da saúde existe uma variedade de mitos que na maioria das vezes são passados de bisavós/mães/filhas e assim sucessivamente de geração em geração. É possível observar as fortes influências exercidas pelos mitos direccionados a saúde quando Ravelli (2004) relata que muitos são os ritos e mitos pertinentes à gestação e, consequentemente, ao cuidado prestado ao recém-nascido. 
Os saberes populares norteiam a história familiar, sendo que esses mitos e ritos foram utilizados pelas gerações passadas, visando a obtenção da cura de alguma patologia, mal-estar ou ferimentos, entre outras coisas. Uma crença popular bastante difundida desde a antiguidade, quanto aos cuidados com o recém-nascido, é a utilização do pó de café no coto umbilical (Marques et al. 2011). 
Prática totalmente desaconselhável dentro do âmbito dos saberes científicos da saúde, porém comuns e que evidenciam a influência de um ser na vida de outro. Muitas vezes a gestante recebe a orientação que não se deve fazer uma prática deste tipo, mas por influência de uma avó ou mãe, acaba realizando.
Ainda dentro do panorama sobre os cuidados com o recém-nascido, podemos destacar os mitos e crenças direccionados ao aleitamento materno; onde consecutivamente ouvimos as mães falarem: que o leite é fraco; é insuficiente; o bebé não quer pegar o peito; o leite do peito não mata a sede do bebé; amamentar deixa os seios caídos e feios; dentre outros. Com relação ao aleitamento materno Souza & Almeida (2005), destacam que “a figura do leite fraco consolidou-se socialmente, sendo um valor cultural aceito e repassado entre várias gerações”. 
Assim, os mitos e as crenças relacionados à lactação fazem parte do nosso quotidiano há muitos séculos. 
Representação Cultural, doença e saúde no contexto angolano
Durante décadas e até à actualidade, a medicina científica conviveu do lado de práticas populares de cura, tentando impor seu saber como o único capaz de explicar a etiologia e cura para as enfermidades. Portanto, médicos, intelectuais e cientistas, conviviam muitas vezes, de forma pouco harmoniosa com práticas populares dos feiticeiros, parteiras tradicionais, espíritas, práticas estas consideradas como "charlatanismo"pelos médicos.
Medicina tradicional na saúde e doença, intrínseco à cultura angolana
A medicina tradicional é, na definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), “a soma de conhecimentos, habilidades e práticas baseadas nas teorias, crenças e experiências indígenas de diferentes culturas, que são usados para manter a saúde, bem como para prevenir, diagnosticar, melhorar ou tratar as doenças físicas e mentais”.
Segundo a organização, planta medicinal é todo o vegetal que contém substâncias bio-activas com propriedades terapêuticas, profiláticas ou paliativas, sendo que pelo menos 80% da população de alguns países africanos e asiáticos dependem da medicina tradicional para os cuidados de saúde primários.
A teoria básica da medicina tradicional “surgiu da observação empírica das relações do homem com o meio ambiente. O homem primitivo, observando os fenómenos que ocorrem na natureza, conseguiu criar uma estrutura conceitual filosófica que permeia até aos dias actuais a cultura angolana.
Todo esse conteúdo filosófico foi transposto para o corpo humano, dando origem aos conceitos filosóficos da teoria básica da medicina tradicional angolana”.
De acordo ainda com a OMS, mais de 100 países já regulamentaram o uso de remédios à base de ervas, sendo que em Angola o anterior director do Instituto Nacional de Saúde Pública, Moisés Francisco, deu a conhecer que já estão em andamento projectos que regulamentam a actividade e que incidem na formação dos terapeutas e nas infra-estruturas dos centros de tratamento.
“ Em Angola, a prática da medicina tradicional terá cerca de 4 mil anos de existência, na opinião de Rosário Fernandes, pesquisadora de medicinas tradicionais antigas, formada em naturalismo pelo Stonebridge Associated Colleges da Inglaterra. A pesquisadora adianta que ela tem principalmente origem na cultura primitiva das comunidades tribais Sam (Hotentes) e Bantu ”.
De acordo com o pesquisador Rosário Fernandes, pesquisadora de medicinas tradicionais antigas, formada em naturalismo pelo Stonebridge Associated Colleges da Inglaterra, antes da chegada dos europeus a território angolano, os vários povos que o habitavam (Hotentotes, Bantu, entre outros), já tratavam os seus problemas de saúde, desde pestes, epidemias, doenças espirituais e emocionais, com recurso à medicina tradicional. “Os curandeiros, eram capazes de diagnosticar, prevenir, tratar e curar as doenças próprias da época, hereditárias ou não”. “Através do naturalismo e a troco de quase nada, os kimbanda asseguraram no passado a saúde pública das várias gerações de famílias angolanas, com os seus conhecimentos e experiência em terapêuticas organizadas a partir dos recursos naturais agrícolas, florestais, hídricos e minerais de Angola”.
Conclusão
Apesar de passíveis de contradições internas e, consequentemente, geradores de predicamentos, sustenta-se, aqui, a premissa de que os valores, conhecimentos e comportamentos culturais atrelados à saúde formam um sistema sociocultural integrado, total e lógico. Portanto, as questões relativas à saúde e à doença não podem ser analisadas de forma isolada das demais dimensões da vida social, mediadas e permeadas pela cultura que confere sentido a essas experiências.
Os sistemas de atenção à saúde são sistemas culturais, consonantes com os grupos e realidades sociais, políticas e económicas que os produzem e replicam.
Avó Kitoco (presidente do Fórum da Medicina Tradicional em Angola (FMTA)), Considera que tais práticas tradicionais e outras acções curativas populares “são complementar a medicina moderna, sobretudo, nas zonas rurais” dos países com poucos serviços na área sanitária.
Bibliografia
Livro: Antropologia, saúde e doença: uma introdução ao conceito de cultura aplicado às ciências da saúde. 
Autores: Esther Jean Langdon & Flávio Braune Wiik
Sites:
 http://viajar.sapo.ao/descubra-o-pais/austral/medicina-tradicional
Anexo
Anexo

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