Buscar

02 A Terra

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 60 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Geotécnica
(A Terra)
Geotécnica – 2016.2 – UERJ
Bruno Teixeira Lima
Geotécnica - 2016 – UERJ
2. A TERRA
2.1. Dados da Planetologia (Astrogeologia)
2.2. A formação da Terra
2.3. Estrutura do Globo Terrestre
2.4. Modelo de evolução da Terra
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.1. Dados da Planetologia (Astrogeologia)
➢ Os conhecimentos diretos relativos à natureza do
Globo terrestre limitam-se aos que se obtêm através
do estudo de rochas aflorantes à sua superfície ou
retiradas da profundidade, em minas (até 3 km) ou
através de sondagens (até 8 km).
➢ É possível observar à superfície rochas oriundas de
zonas mais profundas (duas, três ou mais dezenas de
km), trazidas à superfície pelos movimentos tectónicos
e, subsequentemente, postas a descoberto pela
erosão. Japão previsão de chegada ao manto em
2020.
➢ Outros materiais mais profundos têm possibilidade de
ascender à superfície (como fragmentos de rochas),
arrastados para cima, englobados no seio de lavas.
 2.1. Dados da Planetologia (Astrogeologia)
➢ Os conhecimentos obtidos por esta via referem-se a
uma delgada película superficial quando comparada
com os cerca de 6.400 km de raio do nosso planeta.
➢ A parte inferior (maioria) fica, assim, fora da
possibilidade de observações diretas.
➢ Meios indiretos, como os utilizados no domínio da
Geofísica, em particular os que dizem respeito ao
estudo e interpretação dos sismos, permitem
reconhecer no interior do Globo três unidades
concêntricas (crosta, manto e núcleo) e defini-las em
termos de determinados parâmetros físicos, como
densidade, rigidez, pressão, temperatura, etc..
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.1. Dados da Planetologia (Astrogeologia)
➢ Estes parâmetros quando conjugados com outras
informações, tais como, densidade global do planeta,
magnetismo terrestre, tipos e composições dos
meteoritos, abundância e distribuição dos elementos
químicos no sistema solar, permitem conceber um
determinado modelo, coerente à luz do estado atual
dos conhecimentos científicos e que se aceita como
possível constituição do Globo terrestre.
Geotécnica - 2016 – UERJ
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.2. A formação da Terra
➢ Idade se estima em 4.600 M.A., os atuais modelos para
a sua evolução térmica, embora variem entre si, todos
apontam para um início frio seguido de um longo
período de aquecimento.
➢ Pode admitir-se que o aquecimento inicial teria atingido
altas temperaturas devido à desintegração de certos
elementos radioativos (urânio, tório e potássio) e,
também, a energia libertada por impactos de corpos
meteóricos.
➢ Posteriormente ao declínio daqueles elementos, o
Planeta teria arrefecido até um estado mais ou menos
constante.
Geotécnica - 2016 – UERJ
➢ Elipsóide de revolução de muito pequeno 
achatamento 
➢ Raio Equatorial = 6.378,388 km
➢ Raio Polar = 6.353,912 km
➢ Superfície = 510 bilhões de km2 (29% terras emersas)
➢ Cerca de 2/3 dos continentes concentram-se no 
hemisfério norte
➢ Volume = 1,083 bilhões de km3 (1,083 x 1027 cm3)
➢ Massa = 5,978 x 1027 g
➢ Densidade = 5,52
 2.2. A formação da Terra
Forma e dimensões da Terra
Geotécnica - 2016 – UERJ
➢ Embora nos impressione o vigor do relevo, sobretudo
nas áreas montanhosas, ou o conhecimento que
temos das grandes profundidades de certas zonas
oceânicas, a verdade é que estas rugosidades são
quase imperceptíveis à escala do Globo.
➢ Relevo mais alto – Everest: 8,848 km.
➢ Uma das fossas mais profundas – junto das Ilhas
Marianas: 11,035 km. A mais profunda – fossa das
Filipinas: 11.516 km.
➢ Desnível de aproximadamente 20 km, que
corresponde a apenas 0,3% do raio da Terra.
 2.2. A formação da Terra
Geotécnica - 2016 – UERJ
Curva hipsobatimétrica de Holmes
(ou curva hipsográfica)
 2.2. A formação da Terra
29%
800 m
3.750 m
Plataforma continental
Vertente continental
Grandes bacias oceânicas F
o
s
s
a
s
 a
b
is
s
a
is
 (
p
ro
f.
 >
 6
.0
0
0
 m
)
G
ra
n
d
e
s
 c
a
d
e
ia
s
 m
o
n
ta
n
h
o
s
a
s
 
(a
lt
. 
>
 3
.0
0
0
 m
)
Geotécnica - 2016 – UERJ
➢ Dá uma ideia da distribuição das áreas emersas e imersas
(terras e mares), além de que dá uma boa visão da proporção
relativa das áreas compreendidas entre determinados limites
de altitude ou de profundidade.
➢ Em ordenadas figura uma escala vertical entre +8,848 km e -
11,035 km.
➢ Em abcissas figura uma escala de 0 a 100 relativa a
percentagens da superfície terrestre.
➢ 29% de terras emersas opõem-se a 71% de mares.
➢ Altitude média dos continentes é de cerca de 800 m.
➢ Profundidade média dos oceanos é de cerca de 3.750 m.
➢ Pode visualizar-se a exiguidade das terras de altitude superior
a 3.000 m.
Curva hipsobatimétrica de Holmes
 2.2. A formação da Terra
Geotécnica - 2016 – UERJ
➢ No domínio submerso individualizam-se várias zonas
separadas por rupturas de declive:
➢ A plataforma continental é o prolongamento dos
continentes sob o nível do mar, não ultrapassando
geralmente os 200 m;
➢ Após uma ruptura de declive, segue-lhe, em profundidade,
um trecho de acentuado declive, correspondente ao talude
ou vertente continental, que marca, aproximadamente, o
limite das massas continentais;
➢ Este declive termina de encontro a um trecho muito menos
inclinado, que representa o conjunto das grandes bacias
oceânicas;
➢ O gráfico põe ainda em evidência a reduzida área
correspondente às fossas abissais, situadas abaixo dos
6.000 m.
 2.2. A formação da Terra
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
➢ Os sismos são causados por movimentos de origem
tectonica, por esforços resultantes da atividade vulcânica
e, mais raramente, por deslocamentos superficiais de
terrenos, tais como, abatimentos e escorregamentos.
➢ Os primeiros, os mais frequentes, importantes, e às
vezes catastróficos (terremotos) são os que melhor
contribuem para o conhecimento das zonas profundas do
Globo.
➢ No mar, os abalos sísmicos podem provocar violenta
agitação das águas – maremoto ou “tsunami” – tão
conhecidos pelas suas trágicas consequências.
Breves noções de Sismologia
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
➢ Quando, ocasionalmente, se dá a ruptura nas massas
rochosas da litosfera, isto é, quando se origina uma falha
ou quando há deslocamentos relativos entre blocos
separados por falhas, produzem-se movimentos
vibratórios, que se propagam na massa do Globo, sob a
forma de ondas elásticas (ondas sísmicas).
Breves noções de Sismologia
 Virunga National Park - Congo
Geotécnica - 2016 – UERJ
➢ Hipocentro ou foco – local onde se produz o sismo.
➢ Epicentro – região da superfície, situada na vertical do
foco, que corresponde ao ponto onde o sismo é sentido
com maior intensidade.
➢ Sismógrafos – aparelhos de precisão que fazem o
registro rigoroso das oscilações sísmicas traçando em
função do tempo decorrido, os deslocamentos do solo
(duas oscilações na horizontal e uma na vertical).
Breves noções de Sismologia
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Geotécnica - 2016 – UERJ
➢ Sempre que ocorre um abalo sísmico e passado um intervalo
de tempo, que é função da distância ao sismógrafo, assiste-
se à chegada das primeiras ondas, as mais velozes, também
chamadas de ondas primárias ou ondas P, caracterizadas
por movimentos verticais resultantes de uma série de
impulsos alternados de dilatância e compressão através das
rochas, razão pela qual são também designadas de ondas
longitudinais ou de compressão.
Breves noções de Sismologia 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Geotécnica - 2016 – UERJ
➢ Decorrido novo intervalo de tempo, também função da
distância ao sismógrafo, surgem as ondas transversais,
bem marcadas por um aumento brusco de amplitude.
Menos velozes do que as primeiras, são por isso
designadas por ondas secundárias ou ondas S. Neste
tipo de ondas as vibrações são perpendiculares à
propagação da onda sísmica.
➢ Finalmente os sismógrafos podem registrar ondas mais
lentas, as chamadas ondas L ou ondas longas, de
grande amplitude. Estas ondas geram-se com a chegada
à superfície (ondas superficiais), na zona epicentral,
das duas ondas anteriores (P e S).
Breves noções de Sismologia
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Três zonas principais:
- A mais superficial, ou crosta, é a menos densa (d= 2,8 a 3)
e atinge profundidades entre 10 e 70 km;
- O manto, mais denso que a crosta (d=3,3 a 5,5) que se
estende até à profundidade de 2.890 km;
- O núcleo, zona mais central e também a mais densa (d >
10).
➢ A diferença acentuada entre as densidades dos materiais da
crosta (2,8 a 3) e da Terra, no seu todo (5,2), implica a
existência, em profundidade, de materiais de densidade
elevada.
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Geotécnica - 2016 – UERJ
Geotécnica - 2016 – UERJ
➢ A base da crosta é marcada por um aumento brusco da
velocidade de propagação das ondas sísmicas o que
corresponde à importante descontinuidade conhecida
pelo nome do geofísico, Mohorovicic, que a definiu (ou
simplesmente MOHO). Esta superfície é também o limite
superior do manto.
➢ A profundidade de 2.890 km (limite interno do manto)
existe uma nova descontinuidade, dita de Gutenberg,
bem marcada por uma queda brusca da velocidade de
propagação das ondas P (de cerca de 14 para 8 km/s) e
pela interrupção das ondas S.
➢ No núcleo externo não existe propagação das ondas S.
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Variação das propriedades físicas com a profundidade
Geotécnica - 2016 – UERJ
Variação da velocidade de propagação das ondas P e S 
em função da profundidade, no interior do Globo
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
A CROSTA
➢ A crosta atinge uma profundidade de 30 a 40 km sob os
continentes, podendo ser mais espessa, na ordem dos 70
km, sob as grandes cadeias montanhosas recentes.
➢ Sob os oceanos a espessura da crosta é menor e mais
uniforme, rondando os 10 km abaixo do nível do mar, ou seja,
cerca de 6 a 7 km, em média, abaixo do fundo oceânico.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
A CROSTA
➢ A verificação da velocidade de propagação das ondas sísmicas
na crosta revela que nas regiões continentais existem duas
zonas sobrepostas.
➢ A mais externa, de natureza, grosso modo, granítica ou
granodiorítica com uma espessura média de 17 km, é a
chamada crosta continental superior, que se separa da zona
imediatamente inferior, ou crosta continental inferior, pela
descontinuidade de Conrad.
➢ Nas áreas oceânicas não existe equivalente da crosta
continental superior, enquanto que a inferior parece continuar-
se naquilo a que se chama crosta oceânica e que constitui os
fundos oceânicos. Em alguns locais a crosta oceânica está
oculta sob delgada película de sedimentos.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
A CROSTA
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Crosta Continental Superior
➢ Do ponto de vista geológico e químico verifica-se grande
heterogeneidade e variação regional à superfície dos
continentes. De fato, é muito grande a variedade de rochas
aflorantes.
➢ Nas margens dos continentes acumulam-se, por vezes,
grandes quantidades de sedimentos oriundos da constante
erosão das enormes massas continentais.
➢ Porém, nas regiões mais antigas (as mais extensas)
predominam as rochas eruptivas (granitos e rochas afins), e
metamórficas (sobretudo gnaisses).
➢ Este conjunto de rochas caracteriza-se por um valor médio das
ondas sísmicas P da ordem de 5,6 km/s, por uma densidade
próxima de 2,7 e por uma relativa abundância de sílica (cerca
de 62%) e de alumina (cerca de 16%) – termo Sial.
Geotécnica - 2016 – UERJ
Crosta Continental Inferior
➢ Recentemente, ganha corpo a ideia de que a crosta continental
inferior tem uma composição intermédia, próxima da crosta
superior, mas com minerais de alta pressão e, portanto,
formada por rochas mais densas do que as da superfície.
➢ Quimicamente e em comparação com a camada superior, esta
zona mais profunda da crosta continental é praticamente
destituída de potássio, de urânio e de tório, elementos que,
como se sabe, são fontes de calor por declínio radioativo.
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
Geotécnica - 2016 – UERJ
Crosta Oceânica
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
➢ Nos grandes fundos oceânicos a película sedimentar é
relativamente delgada (em média cerca de 500 m) existindo
extensões apreciáveis destituídas de sedimentação.
➢ Estes sedimentos são, na maioria, produtos precipitados da
própria água do mar tais como, hidróxidos de ferro e
manganésio, carbonatos vários e esqueletos de organismos
(uns de natureza calcária e outros siliciosos). A estes se juntam
sedimentos detríticos muito finos e poeiras transportadas pelos
ventos, constituindo as chamadas argilas vermelhas dos
grandes fundos.
➢ A sedimentação é muito lenta, estimando-se em alguns
milímetros por milénio.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
A CROSTA
Geotécnica - 2016 – UERJ
Crosta Oceânica
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
➢ Sob esta película sedimentar, as sondagens têm revelado a
ocorrência de lavas basálticas. Também em cristas e relevos
submarinos, onde em geral não há sedimentos, as dragagens
têm trazido à superfície os mesmos tipos de rochas.
➢ Tratam-se, em ambos os casos, de basaltos toleíticos, isto é,
rochas mais pobres de potássio e mais ricas de alumínio do
que os basaltos das erupções continentais.
➢ Ainda com base no comportamento das ondas sísmicas, tem-
se admitido na crosta oceânica, sob a fina camada
sedimentar, a existência de uma camada superior, ou camada
basáltica, com 1 a 4 km de espessura, revelando estruturas
características de erupções submarinas e onde as ondas P se
propagam a velocidades compreendidas entre 4 e 5 km/s.
Geotécnica - 2016 – UERJ
Crosta Oceânica
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
➢ Sob a camada basáltica, superior, admite-se ainda uma outra,
um pouco mas espessa (5 a 6 km), designada por camada
oceânica, na qual a velocidade das ondas P sobe para 6 a 7
km/s.
➢ Esta camada é tida como de origem e composição, também
basáltica, semelhantes à da camada superior, tendo, porém,
sofrido posteriores transformações mineralógicas e texturais
que lhe modificaram as propriedades físicas.
➢ Paralelamente ao termo Sial, referido para a crosta continental
superior, o termo Sima (de silício e magnésio) envolve a crosta
continental inferior e a crosta oceânica, formadas por rochas de
composição basáltica e com densidade média da ordem de 3.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O MANTO
➢ Esta grande zona está bem separada da crosta por um
aumento brusco da velocidade de propagação das ondas P
(que sobe para 8,1 km/s) o que define a descontinuidade de
Mohorovicic (ou Moho).
➢ Em profundidade contacta com o núcleo, pela descontinuidade
de Gutenberg, a 2.890 km.
➢ A sua espessura é quase metadedo raio da Terra.
➢ O seu volume corresponde a cerca de 83% do volume do
Planeta.
➢ Em termos de massa, o manto representa aproximadamente
68% da massa da Terra.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O MANTO
➢ Admite-se que a crosta se desenvolveu, muito cedo, na história
da Terra, a partir de um manto primitivo, por segregação,
através de um processo longo e complexo que culmina com a
formação da crosta continental diferenciada.
➢ Por outro lado, sabe-se que o manto é a região fornecedora da
energia responsável, entre outros fenómenos geológicos, pela
abertura dos oceanos, pela deriva dos continentes, pelos
movimentos orogénicos e pelos grandes sismos.
➢ Reconhecem-se no manto três zonas: uma desde a periferia
até à profundidade de 200 km, uma entre 200 km e 700 km e,
ainda outra, que se prolonga até ao contato com o núcleo. As
duas primeiras correspondem ao que se designa por manto
superior e a terceira, ao manto inferior.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O MANTO
➢ Na zona periférica (isto é, até 200 km) verifica-se, em geral,
aumento gradual e lento da densidade e da velocidade de
propagação sísmica (embora se admita, em alguns locais, o
contrário, ou seja, decréscimo daquelas grandezas).
➢ Entre os 200 e os 700 km o aumento dos valores daquelas
propriedades é rápido, não havendo a certeza se as variações
são contínuas.
➢ Finalmente, no manto inferior as variações são lentas e
regulares.
➢ Recentemente, com o desenvolvimento da teoria da tectónica
de placas voltou a ter importância o conceito de astenosfera.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O MANTO
➢ A astenosfera trata-se de uma zona de menor rigidez
(revelada pela sismologia) de limite difuso, situado
aproximadamente entre 60 km e 250 km de profundidade,
intercalada entre materiais mais rígidos do próprio manto.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O MANTO
➢ Há, portanto, por cima desta zona plástica uma certa porção de
manto rígido que forma com a crosta o conjunto da litosfera.
➢ Na astenosfera a temperatura aproxima-se do ponto de fusão
das rochas.
➢ Admite-se que a camada litosférica desliza sobre a astenosfera.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O NÚCLEO
➢ Situado abaixo dos 2.890 km onde se separa do manto
pela descontinuidade de Gutenberg.
➢ Constitui a zona central do globo terrestre, com 32% da
sua massa à qual corresponde apenas 16% do volume do
Planeta.
➢ Uma vez ultrapassada a profundidade de 2.890 km, as
ondas P reduzem consideravelmente de velocidade,
enquanto as ondas S deixam de se propagar (pelo que é
evidente que há modificação importante dos materiais
existentes acima e abaixo da referida superfície).
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O NÚCLEO
➢ O decréscimo muito acentuado da velocidade das ondas P (de
14 km/s para 8 km/s) deve corresponder a um aumento
considerável da densidade dos materiais do núcleo; com efeito,
de um valor de 5,5 na base do manto, passa-se bruscamente
ao valor aproximado de 10, à periferia do núcleo, continuando a
densidade a aumentar, sendo cerca de 13,6 na sua região mais
central.
➢ Admite-se, de há muito, que o núcleo seja essencialmente
formado por ferro (Fe) associado a uma pequena parte de
níquel (Ni) e, daí, a designação frequente de Nife atribuída à
zona central do globo. Corroboram nesta hipótese a existência
do campo magnético terrestre e a composição essencialmente
ferroniquélita de certos meteoritos.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.3. Estrutura do Globo Terrestre
O NÚCLEO
➢ Por outro lado, o desaparecimento das ondas S ao atingirem a
superfície dos 2.890 km, e atendendo ao fato de estas ondas
não se propagarem em meio líquido, levou à hipótese de que,
pelo menos, a zona mais externa do núcleo estaria no estado
líquido.
➢ Esta zona líquida, ou núcleo externo com mais de 2.000 km
de espessura estender-se-ia em profundidade até cerca de
5.150 km, onde se verifica nova variação importante na
velocidade das ondas P, correspondente à passagem para o
núcleo interno, considerado no estado sólido.
➢ Esta variação assinala nova descontinuidade, às vezes
designada por descontinuidade de Lehman.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra
➢ Arcaico – Longo período desde o início do planeta, há 4.600
M.A. Até um limite fixado nos -2.500 M.A. Também chamado de
Azóico, devido à ausência de vida.
➢ Proterozóico – situado entre -2.500 M.A. E -600 M.A., isto é,
entre o Arcaico e o início dos tempos caracterizados pela
existência de vida (do grego próteros = que antecede, e zóicos
= animais). O conjunto do Arcaico e do Proterozóico constitui o
chamado Precâmbrico.
➢ Fanerozóico – Intervalo de tempo posterior a -600 M.A. até
ao presente (de phanerós = evidente). Divide-se em:
➢ Paleozóico: de -600 M.A. a -230 M.A.;
➢ Mesozóico: de -230 M.A. a -60 M.A.;
➢ Cenozóico: de -60 M.A. ao presente.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra
➢ A partir do estudo da idade absoluta das rochas sabe-se hoje
que a diferenciação da maior parte da crosta continental é
arcaica, isto é, deu-se há mais de 2.500 M.A..
➢ Esta crosta primitiva não correspondeu nunca a uma capa
contínua envolvente de todo o globo, antes porém, apenas a
uma porção com cerca de 1/3 da área global diferenciada dos
restantes 2/3, formados por crosta oceânica.
➢ Aquela porção de crosta continental, ou siálica, parece ter-se
mantido como única e contínua durante a maior parte do
Precâmbrico, constituindo uma grande mancha com a forma de
um crescente que se admite mais ou menos coincidente com a
do primitivo e único continente que dela resultou – a Pangea –
ao qual se opunha o também primitivo e único oceano – a
Pantalassa.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra
➢ Os continentes tal como os conhecemos, espalhados à
superfície e envolvidos pelos oceanos são, fragmentos da
Pangea separados e deslocados até às posições que
atualmente ocupam, na sequência de longa e complexa
evolução (ainda atuante).
➢ Esta evolução, hoje muito aprofundada na teoria da tectónica
de placas decorreu sobretudo durante os tempos fanerozóicos,
isto é, posteriormente ao Precâmbrico.
➢ Uma característica importante das plataformas continentais é a
existência de grandes áreas, mais ou menos centrais, mais
antigas, envolvidas por zonas sucessivamente mais jovens.
➢ Estas áreas centrais correspondem a núcleos de ascensão de
material magmático diferenciado, oriundo da profundidade.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra
➢ Estas zonas cresceram, alargaram-se e acabaram por se fundir
numa espécie de superescudos que, unidos entre si, formaram
um conjunto correspondente à totalidade da crosta continental
precâmbrica figurada pela Pangea.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra
➢ O modelo de sequência dos acontecimentos geológicos
tem as seguintes grandes fases, escalonadas no tempo:
➢ Acreção e diferenciação (4.600 a 4.200 M.A.):
1. O material cósmico, representado por gases e poeiras,
muitas já aglutinadas em corpos de maiores ou menores
dimensões – os planetesimais – são reunidos num
protoplaneta indeferenciado, constituído por uma mistura
homogénea;
2. O protoplaneta começa a aquecer a partir da energia
gravitacional da acreção e do declínio de elementos
radioativos, conduzindo à fusão do ferro que, por
densidade, se concentra no núcleo, diferenciando-se de
uma espessazona envolvente, o manto, silicatada e
ferromagnesiana.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra
3. Entretanto, na superfície, individualiza-se uma capa
externa, pouco espessa (± 10 km) – a crosta primitiva de
composição química próxima da da atual crosta
oceânica.
4. Na sequência da diferenciação, libertam-se para o
exterior gases que virão a constituir a atmosfera primitiva,
entre eles hidrogénio, vapor de água e dióxido de
carbono.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra
➢ Impactos gigantes (4.200 a 3.800 M.A.):
1. A recém formada crosta é bombardeada por inúmeros
meteoritos, entre eles alguns de gigantescas proporções,
oferecendo uma imagem superficial muito semelhante À
dos planetas vizinhos;
2. Os impactos mais importantes distribuíram-se de um só
lado segundo uma série de pontos, hoje bem localizados,
iniciando ou intensificando nesses locais fenómenos de
diferenciação do manto.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra
➢ Diferenciação siálica (3.800 a 2.500 M.A.):
1. A diferenciação da crosta continental resultou do efeito
térmico dos impactos, far-se-ia sentir muitas centenas de
milhões de anos após esses choques e teria tido uma
duração também muito longa;
2. Como resultado da convexão térmica criada, o material do
manto superior e médio, rico de elementos protossiálicos
foi diferenciado mais profundamente do que o fora no
período anterior e, parte dele, o mais leve, ascendeu à
superfície na zona de influência do fenómeno de colisão.
Emergiram, assim, porções de crosta siálica, ou núcleos
protocontinentais, instáveis.
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra
➢ Formação da Pangea (2.500 a 600 M.A., no
Proterozóico):
1. Alargamento e coalescência dos núcleos
protocontinentais em escudos maiores e mais estáveis
(2.500 M.A. a 1.700 M.A.);
2. União destes núcleos num único superescudo contínuo, a
Pangea, fazendo sobressair um amplo empolamento
associado à criação de fraturas e de ondulações e ao
aparecimento de vulcanismo (1.700 M.A. a 600 M.A.).
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra
➢ Completa-se, assim, com o Precâmbrico (Arcaico +
Proterozóico), a individualização da crosta continental.
➢ Seguem-lhe, no decurso do Fanerozóico (600 M.A. à
atualidade) modificações originando bacias e
enrugamentos locais, dando origem a depósitos de
cobertura e a acrescentamentos, sobretudo nas suas
zonas marginais, representados pelo que se designou
por crosta recente.
➢ É, ainda, neste período que se dá a fracturação da
Pangea e subsequente dispersão global das massas
continentais para as posições que ocupam atualmente,
segundo um esquema de criação de grandes fraturas e
crescimento da crosta oceânica, arraste de placas
litosféricas e sua reabsorção pelo manto, ao longo das
grandes fossas oceânicas
Geotécnica - 2016 – UERJ
 2.4. Modelo de evolução da Terra

Continue navegando