Buscar

Dialetica marxista

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Pensamento dialético marxista
- A dialética tem longa história na filosofia. Mas, a dialética de referência para Marx e Engels era a de Hegel, que tinha dois elementos no centro da reflexão: o processo histórico e a contradição (conflito), sendo que o movimento histórico é explicado pela ocorrência das contradições: 
Segundo Hegel, a realidade é intrinsecamente contraditória e existe em permanente transformação; e o modo de pensar que nos permite conhecê-la não pode deixar de ser, ele mesmo, dinâmico (...). Tudo, portanto, é instável (...). Heráclito – na interpretação de Hegel - teria lançado os fundamentos de uma visão dialética do mundo, com o reconhecimento de que tudo existe em constante mudança e com a compreensão de que o conflito está na origem de todas as coisas. (KONDER, 1988, p.4). 
- Entretanto, Marx achava que a dialética de Hegel estava de “pernas para ar”, pois ela ia das ideias aos fatos e não dos fatos às ideias. Dois elementos costumam ser enfatizados como a diferença entre a dialética hegeliana e a dialética marxiana. Em Marx, a dialética é:
Anti-idealista. Troca-se a ênfase no protagonismo das ideias pela ênfase no protagonismo das circunstâncias exteriores à mente. Estas é que determinariam as ideias (o hegelianismo nos levaria a ver a sociedade como um resultado das ideias humanas). Por isso, o marxismo, enquanto corrente de pensamento, também é chamado de “materialismo histórico-dialético”. 
Crítica. A dialética, em Marx, serve para demonstrar as contradições existentes (e seu provável curso futuro, dadas as condições do presente). Em Hegel, a dialética era utilizada para demonstrar que o curso das contradições passadas redundou num presente insuperável, absoluto, incorrigível, síntese última do espírito humano (do ponto de vista político, nada seria mais perfeito que o governo Napoleônico). Por contraste, a dialética marxista busca antagonizar com o presente e tem na “revolução” uma tarefa normativa: reconciliar a atividade humana (que é sempre coletiva) com a intenção auto-libertadora que a teria originado. Somente a práxis revolucionária possibilitaria isso. [1: “O reino da liberdade só começa, de fato, onde cessa o trabalho determinado pela necessidade e pela finalidade externa; pela própria natureza das coisas, portanto, ele fica além da esfera da produção material” (MARX, O CAPITAL).]
 
obs: o materialismo dialético acredita na determinação material “em última instância”. Entretanto duas ressalvas importantes devem ser feitas: 1) a noção de “circunstâncias materiais” não se reduz ao plano econômico. Por exemplo, em “A Ideologia Alemã”, Marx e Engels falam da impotência das ideias frente à força da gravidade (assim, o material parece ser efetivamente o mundo exterior à mente de forma geral); 2) A partir da noção de práxis, Marx buscava romper com a oposição estanque entre matéria e ideia: no fluxo histórico da atividade humana, circunstâncias materiais e pensamento se co-determinam numa dialética permanente (Cf. LOWY, 1985 e LEFEBVRE, 1977). [2: Vejam como Engels vê a questão da determinação material em trecho reproduzido no livro “Um Toque de Clássicos”.]
- Segundo LOWY, a dialética marxista pode ser decomposta em três elementos: 
 	a) Movimento (determinado pela “praxis”, quando se trata de movimento histórico na esfera social).
b) Totalidade. Lowy: a noção de totalidade deve ser pensada como a ideia de um contexto “organicamente” integrado. Ou seja, não se poderia pensar um elemento qualquer isolado do conjunto do qual faria parte. Podemos dizer que, em geral, a ideia de totalidade, no marxismo, é usada como sinônimo de modo de produção (capitalista, asiático, socialista etc). 
c) Contradição: É a relação entre os opostos. No mundo social, é basicamente a rivalidade entre subordinados e subordinadores. Mas, de um modo geral, a contradição é sinônimo de interação. A contradição, no decurso do tempo, tenderia a se anular, formando algo novo. Trata-se do esquema: 
tese (afirmação)- antítese (negação)-síntese (superação)[3: Em Alemão, a palavra é “Aufhebung”, que significa simultaneamente: conservação, negação e elevação.]
- Engels buscou formalizar a dialética (da natureza e do social) a partir de três “leis”:
a) Transformação da quantidade em qualidade e vice-versa.
b) Interpenetração dos contrários.
c) Negação da negação.
Mas, tal formalização por parte de Engels já foi muito criticada, por ser excessivamente esquemática. 
 
Em Marx, a ação prática (uma interação conflituosa) é o objeto da análise sociológica.

Outros materiais