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CONTESTAÇÃO A AÇÃO POPULAR.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE RECIFE/PE
Processo n0_________________
GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO, já qualificado nos autos, de número em epígrafe, por intermédio do defensor público, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar CONTESTAÇÃO À AÇÃO POPULAR, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DA TEMPESTIVIDADE
Salienta-se que a presente contestação é devidamente tempestiva, haja vista que o prazo para a defensoria pública conta-se em dobro, nos moldes do artigo 186 do Código de Processo Civil.
Assim, considerando que a intimação foi realizada em 10/09/2018. 
DOS FATOS
Na narrativa fática o autor suscitou que o Decreto X/2018 editado pelo Governador do Estado, nomeando o Sr. MARTINIANO SANTOS para o exercício do cargo de Presidente do Banco do Estado de Pernambuco , viola a moralidade administrativa, eis que, segundo seu convencimento , é fato público e notório que o Sr. Martiniano responde à ação judicial movida pela Fazenda Nacional relativa ao não pagamento de impostos federais, mais precisamente ao seu imposto de renda. Diante disso, questiona como pode uma pessoa que responde por tal fato ser nomeada para exercer um cargo público de alta responsabilidade.
Alega que o Decreto X/2018 é um ato lesivo e por isso seria cabível Ação Popular, entretanto, não demonstrou quais seriam os prejuízos concretos que o mesmo poderia a vir causar, como exige a lei que regulamenta a referida ação.
DO DIREITO
A discricionariedade da Administração Pública é sempre conferida por lei. Ocorre quando a lei deixa uma margem de apreciação ao administrador, podendo ele exercer um relativo poder de escolha, pautado em critérios de oportunidade e conveniência, os quais devem sempre ser analisados sob os auspícios da legalidade e do mérito, tendo em vista que a Administração Pública está vinculada ao princípio da legalidade e deve sempre perseguir como finalidade a defesa do interesse público.
Assim sendo o Poder Judiciário, ao realizar o controle de atos administrativos que estejam dentro do limite de atuação discricionária da Administração, não deve adentrar no mérito administrativo, ou seja, na análise de conveniência e oportunidade feita pelo administrador. Permitir a realização do controle judicial das escolhas feitas pela Administração, seria transferir a sua discricionariedade para o Judiciário e, portanto, uma violação ao princípio da separação de poderes. Sobre o controle judicial do mérito administrativo, o Prof, Lênio Streck ensina: 
“Só há controle judicial de conteúdo quando o ato administrativo for vinculado, nos casos de ato discricionário cabe ao Judiciário apenas controle da forma, nos termos que especificamos acima. No contexto atual praticamente todos os países europeus estão revendo o conceito de discricionariedade administrativo, pois já se admite controle jurisdictional, mesmo nos casos de discricionariedade do administrador.” (grifo nosso) (STRECK, Lênio Luís. Verdade e consenso. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 41)
. O art. 2º da Constituição Federal determina:
 “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988).
 Da interpretação do referido dispositivo se infere o princípio da separação dos poderes, o qual é cláusula pétrea, inclusive, conforme disposição do art. 60º, §4º, III da CF/88.
O princípio da separação dos poderes garante que cada Poder, ao exercer as suas funções, não interfira naquilo que é função típica de outro. É uma garantia do Estado Democrático de Direito. Ou seja, um Poder não pode interferir em matérias de competência do outro.
O autor da ação pretende o controle judicial de um ato administrativo discricionário, de uma escolha política de competência do chefe do Poder Executivo estadual, pois a lei atribui ao Governador do Estado poderes para indicar pessoa ao cargo de Presidente do Banco do Estado, mas não diz quem deve ser, ficando a cargo do Governador a escolha, de acordo com critérios de conveniência e oportunidade
Adotou-se a decisão que lhe pareceu mais favorável ao interesse público.
Não procede a argumentação do autor, porquanto foram observadas as normas legais e regulamentares aplicáveis ao fato.
DO PEDIDO
Ex positis, requer de Vossa Excelência digne-se julgar totalmente improcedente a presente ação, extinguindo o processo e arquivando os autos.
Nesses Termos,
Pede Deferimento
Recife, 20 de Setembro de 2018. 
Advogado...
OAB...

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