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Subestações Prof. Moacyr Dias de Souza Junior moacyr_dias@yahoo.com.br 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos Os estudos básicos para especificação dos equipamentos instalados em subestações estão relacionados aos estudos de fluxo de potência para determinação das correntes nominais, dos estudos de curto-circuito para capacidade de interrupção dos disjuntores e dos estudos de sobretensões para a determinação dos níveis de isolamento. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos Corrente Nominal: Corrente que o equipamento deverá conduzir continuamente sem exceder os valores de temperatura especificados para seus diversos componentes. Os valores padronizados pela ABNT e IEC de corrente nominal são: 200, 400, 630, 800, 1250, 1600, 2000, 3150, 4000, 5000 e 6200 A. Para especificação de corrente nominal dos equipamentos de uma subestação, é necessário saber o carregamento dos circuitos, através do estudo de fluxo de potência dentro de um horizonte de planejamento, além das condições operativas da subestação (manobras de componentes para manutenção de equipamentos ou linhas). 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos Para o estudo de fluxo de potência o Sistema Elétrico de potência é representado por componentes básicos: gerador, carga, linha de transmissão e elemento shunt. Na formulação convencional de fluxo de potência, a rede elétrica é modelada no nível de barramentos e ramos, conhecida como modelagem barra-ramo, onde as subestações são representadas por barras, ou nós, e linhas de transmissão são representados por ramos que interligam as barras do sistema. A representação simplificada de cada subestação é definida de acordo com a configuração e status das chaves e disjuntores que a compõe. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos Quando as chaves e disjuntores que “ligam” duas ou mais seções de barra estão fechados, estas são consideradas como uma única barra. Por outro lado, quando qualquer dos dispositivos em série (disjuntor ou chave estiver aberto, as seções de barra são representadas separadamente, por duas barras distintas. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos Modelagem de Linhas de Transmissão: As linhas de transmissão são usualmente representadas pelo modelo equivalente , definido por uma impedância série, que representa as perdas ativas e reativas, e uma admitância em derivação, que modela o efeito capacitivo da linha. O elemento série é composto de uma resistência série e reatância série e a admitância em derivação é normalmente apresentada apenas pela susceptãncia. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos Os parâmetros série deste modelo podem ser representados pela admitância série, definida por: 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos onde gkm e bkm são a condutância e susceptância série da linha, respectivamente. No modelo pi da linha de transmissão os parâmetros série de rkm e xkm são positivos, significando que a linha de transmissão dissipa potência ativa e que a reatância é do tipo indutiva, o que implica em gkm positivo e bkm negativo. Já o parâmetro bkm shunt é positivo, pois representa o efeito capacitivo da linha de transmissão. Tensões complexas de cada barramento: 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos A corrente que flui através do ramo ligando dois barramentos será dado por: 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos Sendo Skm a potência complexa que flui por este ramo. Esta poderá ser expressa em função dos parâmetros da linha e da tensão e ângulo de cada barra. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Equipamentos de manobra: são componentes do SEP que têm a função de estabelecer a união e o seccionamento entre geradores, transformadores, consumidores e LT's, de acordo com as exigências de serviço - (Disjuntores e Chaves Seccionadora); Equipamentos de proteção: tem por finalidade a proteção do sistema contra descargas de origem atmosféricas e contra surtos ocasionadas por manobras ou correntes de curto-crcuitos, limitando conseqüentemente os valores de surtos de tensão – (Pára-raios, Relés e Fusíveis); Equipamentos de Transformação: são destinados a modificação dos níveis de tensão e corrente sem alterar a potência de transmitida – (Transformadores de Força e de Instrumentos – TCs e TPs); Chave: Dispositivo mecânico de manobra, que na posição aberta assegura uma distância de isolamento e na posição fechada mantém a continuidade do circuito elétrico, nas condições especificadas (NBR 6935). Seccionador: dispositivo mecânico de manobra capaz de abrir e fechar o circuito quando uma corrente de “intensidade desprezível” é interrompida (NBR 6935). 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Correntes de intensidade desprezível – correntes de característica capacitiva. Obs.: para tensões iguais ou menores que 460 kV, uma corrente não superior a 0,5 A é considerada como “intensidade desprezível” Para valores de tensões superiores ao determinado, somente sob consulta ao fabricante. Para correntes superior a intensidade desprezível, pode ser adaptado à chave um dispositivo de extinção de arco. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Tipos de acionamento: Individual: um pólo de cada vez, por vara de manobra; Manual: secciona os três pólos de uma vez; Manual e Motorizada: de comando local ou remoto. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Seleção e aplicação Na seleção e adequada utilização das chaves em sistemas de alta-tensão, devem ser observadas as características do sistema em que elas serão aplicadas e a função que devem desempenhar. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Seleção e aplicação Características do sistema: as de natureza térmica e elétrica (capacidade de condução de correntes nominal e de curto-circuito, suportabilidade às solicitações dielétricas, etc), as de natureza mecânica (esforços devido às correntes de curto-circuito, ventos, etc.), além do tipo de instalação onde ficará localizada a chave (se para uso interno ou externo). 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Seleção e aplicação Funções: seccionamento de circuitos por necessidade operativa, ou por necessidade de isolar componentes do sistema (equipamentos ou linhas) para realização de manutenção nos mesmos. Obs.: as chaves abertas que isolam o componente em manutenção devem ter uma suportabilidade entre terminais às solicitações dielétricas. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Função desempenhas pelas Chaves Seccionadora 1 – “by-passar” equipamentos: disjuntores e capacitores série para manutenção ou por necessidade operativa; 2 – Isolar equipamentos: disjuntores, capacitores série, barramentos, transformadores, reatores, geradores, ou linhas para execução de manutenção; 3 – Manobrar circuitos entre barramentos de uma subestação. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Função desempenhas pelas Chaves Chave terra Chave de operação em carga Chave de aterramento rápido 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Tipos construtivos: 1 - Seccionadores de abertura lateral e de abertura central 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Tipos construtivos: 2 - Seccionador de dupla abertura 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Tipos construtivos:3 - Seccionadoras pantográficos, semipantográficos e verticais reversos 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Tipos construtivos: 3 - Seccionadoras pantográficos, semipantográficos e verticais reversos 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Especificações Técnicas 1) Tensão Nominal Tensão para a qual o equipamento é projetado para serviço contínuo; deve ser igual à máxima tensão operativa do sistema no qual o equipamento será instalado (ABNT ∕ IEC). 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Especificações Técnicas 2) Níveis de Isolamento As chaves, do ponto de vista do comportamento de seus isolamentos nos ensaios dielétricos, são constituídas por isolamentos auto-regenerativos (ar e porcelana), ou seja, isolamentos capazes de recuperar suas características dielétricas após uma descarga (em laboratório) para a terra, entre pólos (fase-fase) e entre terminais. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC 2) Níveis de Isolamento O isolamento entre terminais de um seccionador aberto pode desempenhar duas funções quanto aos surtos de manobra: 1_ Função segurança: quando o seccionador pode ser submetido a surtos de manobra em um terminal, estando o outro terminal aterrado com o pessoal de campo trabalhando em algum equipamento adjacente a este seccionador. Nesse caso, a IEC ( International Electrotechnical Commission) classifica como classe A. 2_Função serviço: quando o seccionador em serviço pode ser submetido a surtos de manobra em um terminal, estando o outro terminal energizado com a tensão nominal de freqüência industrial. Nesse caso, a IEC classifica como classe B. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC 2) Níveis de Isolamento 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Especificações Técnicas 3) Freqüência Nominal Freqüência do sistema no qual o equipamento irá operar. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Especificações Técnicas 4) Corrente Nominal Exemplo: Especificação da corrente nominal dos seccionadores da subestação, com esquema de manobra em anel, em função do carregamento máximo dos circuitos e da condição de operação da subestação com disjuntores em manutenção. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Especificações Técnicas 4) Corrente Nominal 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Especificações Técnicas 4) Corrente Nominal - Sobrecarga contínua Quando o seccionador está trabalhando a uma temperatura ambiente inferior a 40° C ele poderá trabalhar em sobrecarga contínua, isto é, poderá conduzir continuamente uma corrente superior (IA) à corrente nominal (IN) sem exceder os limites máximos de temperatura especificados. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Especificações Técnicas 4) Corrente Nominal - Sobrecarga contínua 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Sobrecarga de curta duração → as chaves poderão se submetidas a sobrecargas de curta duração (IS) durante um intervalo de tempo (ts), quando, operando a uma determinada temperatura ambiente, estiverem conduzindo uma corrente inferior à corrente (IA) que poderiam conduzir continuamente a esta temperatura sem exceder os limites de temperatura especificados. Este tipo de sobrecarga pode ser observado nas seguintes condições operativas: _ durante a partida de motores ou compensadores síncronos as chaves ao submetidas a correntes elevadas durante um curto intervalo de tempo, não acarretando, entretanto, uma elevação apreciável de temperatura na chave; _durante condições operativas de emergência ou em aplicações específicas: chaves utilizadas para a frenagem eletromagnética de compensadores síncronos. IS > IA 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Especificações Técnicas 5) Corrente Nominal de Curto-circuito Valor eficaz da corrente que a chave (lâmina principal ou de terra) pode conduzir por um pequeno intervalo sem sofrer danificação mecânica, devido ao aquecimento superior a máxima temperatura permitida quando a chave conduz sua corrente nominal. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Especificações Técnicas 6) Esforços Mecânicos Ocasionados por ação do vento e correntes de curto- circuito. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC A recomendação geral dos fabricantes de colunas de porcelana é de que os esforços terminais calculados não ultrapassem 50% dos esforços nominais. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Primeiramente deve-se assumir ou calcular a velocidade do vento (intensidade do vento). 1 – Valor do vento adotado: através de consulta em atlas climatológico, estabelecendo um vento máximo para região. 2 – Cálculo: consulta a uma estação meteorológica, verificando a altura do anemômetro da estação para correção da intensidade do vento informada para a altura dos condutores terminais da chave. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Corrigida a altura do vento, calcula-se a pressão do vento. Calcula-se o esforço longitudinal do vento (vento atuando perpendicularmente ao plano formado pelas colunas de porcelana da chave e ao barramento ligado aos seus terminais) Assim, o esforço terminal resultante será: 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Ensaios – Diagrama de Conexões em Ensaios Dielétricos 1 – Pólos da chave: Aa, Bb, Cc; 2 – Terminais da chave: A, B, C, a, b, c 3 – Base da chave: T 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Ensaios de Rotina a. Ensaios de tensão aplicada de freqüência industrial, a seco (1 minuto ABNT, IEC e ANSI) A tensão de freqüência industrial é aplicada ao equipamento elevando o seu valor até atingir a tensão nominal especificada para o equipamento, a qual deverá ser mantida durante o período de 1 minuto. O equipamento passará no ensaio se não apresentar nenhuma descarga (neste período de tempo) para a terra ou entre pólos ou entre terminais. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Ensaios de Rotina 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Ensaios de Rotina A ANSI também estabelece os ensaios #13 a #18 com chave aberta, aplicando-se a cada terminal uma tensão 10% superior ao valor da tensão nominal de freqüência industrial fase-terra, com os demais terminais da chave aterrados. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Ensaios de Tipo a.Ensaio de tensão aplicada de freqüência industrial. Procedimento semelhante ao ensaio realizado nos ensaios de rotina, com a diferença de realização deste sob chuva. ABNT e IEC: 1 min. (seco e sob chuva) ANSI: 1 min. (seco) e 10 segundos (sob chuva) 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Ensaios de Tipo b. Ensaio de impulso atmosférico Este ensaio é realizado a seco para impulsos de polaridade positiva e negativa. Geralmente as chaves apresentam menor suportabilidade para os impulsos de polaridade positiva. B1. Com a chave fechada (lâmina principal) e a lâmina de terra aberta, aplicar 15 impulsos consecutivos a cada pólo da chave com valor de crista igual à tensão suportável nominal a impulso atmosférico especificada para terra. A chave passará no ensaio se ocorrerem no máximo duas descargaspara terra ou entre pólos. (ABNT e IEC) B2. Com a chave aberta (lâmina principal e terra) aplicar 15 impulsos consecutivos a cada terminal da chave com valor de crista igual à tensão suportável nominal a impulso atmosférico especificada entre terminais. O terminal oposto deve ser aterrado (chaves U ≤ 242 kV) ou com tensão nominal à freqüência industrial (chaves U > 300 kV). Pode- se aumentar o isolamento para a terra a fim de se evitar descargas. A chave passará no ensaio se o número de descargas entre terminais ou entre pólos não exceder a dois. (ABNT e IEC) 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Ensaios de Tipo c. Ensaio de impulso de manobra Este ensaio é realizado a seco e ∕ ou sob chuva para impulso de polaridade positiva e negativa. O ensaio é realizado com a chave fechada e aberta. Geralmente o isolamento fase-terra da chave apresenta menor suportabilidade para a polaridade positiva nos ensaios a seco e para a polaridade positiva nos ensaios sob chuva.. C1. Chave fechada – são aplicados 15 impulsos consecutivos, seguindo o mesmo procedimento do item B1. (ABNT e IEC) C2. Chave aberta – procedimento semelhante ao item B2, com a aplicação de 15 impulsos. (ABNT e IEC) 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Ensaios de Tipo d. Ensaio de elevação de temperatura Este ensaio é executado com a corrente nominal, não devendo haver elevação de temperatura superior aos valores tabelados. e. Ensaio de corrente de curto-circuito Estes ensaios devem ser realizados com as correntes de curto-circuito e duração especificados. No caso do laboratório não possuir capacidade suficiente, é possível reduzir a corrente aumentando-se o tempo de duração do curto-circuito, mantendo-se I² T = constante. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - SC Definição do arco elétrico: é uma corrente elétrica num meio isolante (ar, gás, SF6, etc.), que ocorre a partir da ionização desta matéria. Sejam duas superfícies condutoras que apresentam diferença de potencial. Quanto mais próximas se encontrarem, mais fácil será a ocorrência deste fenômeno. Uma vez ionizado, estabelece-se um canal condutor que se acopla a estas superfícies de contato. O arco não se extinguirá, portanto, mesmo que os condutores se separem, desde que a diferença de potencial seja suficiente para mantê-lo ativo. O ponto em que o arco se fixa é estável. Uma vez que encontra o caminho mais curto, ele se mantém nesse local, pois, diferentemente do meio que circunda o arco, este já se encontra ionizado. Geralmente, a corrente que atravessa o arco elétrico é intensa e variável, e seu escoamento na matéria ionizada emite uma radiação cujo espectro é característico do meio onde se encontra. Esse fenômeno provoca um barulho intenso devido à grande expansão da matéria e emite calor excessivo. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Período pré-arco: A formação do arco elétrico se dá pela ionização de um meio isolante e é facilitada pela proximidade entre as superfícies condutoras. A ionização do meio interior de um disjuntor ocorre de três diferentes formas: _ ionização elétrica (eletromagnética), devido ao campo elétrico formado pela separação dos contatos; _ ionização mecânica ou por choque devido à colisão de elétrons; _ ionização térmica devido às altas temperaturas entre os contatos. No movimento de abertura do disjuntor, os contatos principais, ao se separarem, provocam a ruptura dielétrica da região entre eles.O fato da corrente elétrica alternada ser interrompida de forma brusca leva a uma alta variação de , o que resulta numa sobretensão.Esse fenômeno provoca o começo da ionização do meio. Inicialmente, enquanto os contatos de arco ainda se tocam, nos instantes que precedem a sua separação, devido à diminuição da área de passagem da corrente, a densidade da corrente aumenta rapidamente, provocando um súbito aumento da temperatura dos contatos. Inicia-se , portanto, um processo de ionização térmica do meio. dt di 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Ao se separarem, o meio já se encontra suficientemente ionizado para formar o arco elétrico e forçar a continuação da passagem de corrente. O meio passa a ser, então, progressivamente ionizado, não só pela componente térmica, mas também pela componente eletromagnética devido ao campo elétrico pela separação dos contatos e pela componente mecânica devido aos choques ocasionados entre os íons acelerados por esse mesmo campo elétrico e as moléculas e ∕ ou átomos do meio. Assim, o meio, que inicialmente era isolante, torna-se um gás ionizado denso de elétrons. Devido a este fenômeno de ionização, a ruptura dielétrica e a aparição do arco manifestam-se imediatamente, dando continuidade ao circuito. . 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Período de arco ativo e extinção: Quando os contatos do disjuntor se separam, a região entre eles é submetida a um forte campo elétrico devido à diferença de potencial entre o terminal energizado e o terminal com potencial zero. Além disso, a temperatura do meio já se encontra muito elevada devido ao aumento da densidade de corrente a poucos instantes antes da separação. Assim, para extinguir o arco elétrico no disjuntor, o meio deve ser resfriado. Período pós arco: Depois da fase térmica, ou seja, o resfriamento do arco, surge a fase de regeneração dielétrica, ou seja, nessa fase o valor da tensão transitória de restabelecimento (TTR) contínua aumentando até atingir seu pico máximo. O aumento da tensão entre os contatos principais do disjuntor provoca a ionização do meio novamente. Assim, se a velocidade de reionização devido a esta tensão for superior à desionização resultante do resfriamento, ocorre novamente a formação do arco, representando um fracasso dielétrico. O aumento da rigidez dielétrica do meio realizado da desionização da zona de arco pode ser obtido por dois processos distintos: 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ 1 – Recombinação de íons positivos e elétrons por convecção (devido ao jato de gás) e por condução (forçando o arco contra superfícies de resfriamento), na zona em que a temperatura é reduzida. 2 – Por difusão e ejeção de partículas ionizadas para fora do espaço entre os contatos devido ao movimento de gás sobre pressão. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Extinção ideal do arco: para que um disjuntor consiga realizar com sucesso a interrupção de uma corrente alternada de maneira ideal, é preciso que ele passe diretamente do estado condutor ao estado isolante no exato momento da passagem da corrente por zero. Dessa forma, sua resistência deve passar do valor zero a infinito em um intervalo de tempo infinitesimal. Neste caso, o disjuntor deve ser capaz de absorver toda a energia liberada pelo arco antes do corte e suportar a TTR (tensão transitória de restabelecimento), presente nos terminais de contato. Devido à impossibilidade de atender as condições idéias, a manobra de abertura de disjuntor com o objetivo de cortar a corrente elétrica leva sempre à formação de um arco elétrico entre os seus contatos . Assim, a técnica para isolar o arco elétrico é baseada em três fatores: 1 – redução da temperatura; 2 – alongamento do arco elétrico; 3 – velocidade de abertura dos contatos. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ A principal função dos disjuntores é a interrupção de correntes de falta tão rapidamente quanto possível, de forma a limitar a um mínimo os possíveis danos causados aos equipamentos pelos curtos-circuitos. Além das correntes de falta, o disjuntor deveser capaz de interromper correntes nominais de carga, ou ainda condução de correntes de carga na posição fechada. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Tipos de disjuntores a.Disjuntores a óleo O óleo mineral possui características isolante e extintor; Efeitos da característica de extinção: efeito de hidrogênio e efeito de fluxo (resfriamento) Efeito de hidrogênio → a altíssima temperatura do arco decompõe o óleo (ou seja,processo de vaporização do óleo), liberando vários gases com predominância do hidrogênio. Esse tem um efeito refrigerante acentuado (ou seja, o resfriamento do mesmo). O volume de hidrogênio formado dependerá da magnitude da corrente de curto-circuito. Efeito de fluxo → circular o óleo da região ionizada visando o alongamento do arco. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Tipos de disjuntores a. Disjuntores a óleo A1. disjuntores de grande volume de óleo → contatos localizados no centro de um grande tanque com óleo, sendo usado para interrupção das correntes e prover um isolamento para terra. Não possui câmara de extinção. A2. disjuntores de pequeno volume de óleo → possui câmara de extinção do arco com fluxo forçado do óleo sobre o arco. Obs.: vantagens dos disjuntores de grande volume de óleo em comparação ao outro modelo → grande capacidade de extinção do arco (usado para elevadas tensões) e possibilidade do uso de TC’s de bucha.. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Disjuntor de grande volume de óleo - GVO 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Disjuntor de grande volume de óleo - GVO 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Tipos de disjuntores b. Disjuntores a ar Comprimido Consiste na aplicação de ar comprimido , através de uma fonte pressurizada de ar) na região do arco, promovendo o resfriamento da região entre os contatos. Ao mesmo tempo, por meio de válvula este ar ionizado é expelido para atmosfera. Vantagem: expelir o ar ionizado para atmosfera sem qualquer tratamento. Desvantagem: Grande ruído gerado para liberação dos gases ionizados. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Mono Blast: apresenta uma câmara de sopro axial em uma única direção, ou seja, o ar que se encontra pressurizado nas câmaras de ar comprimido é canalizado em sentido longitudinal na direção do contato móvel. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Duo Blast: apresenta sopro duplo, ou seja, tanto na direção do contato fixo quanto do móvel, aumentando consideravelmente a capacidade de resfriamento. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Tipos de disjuntores c. Disjuntores a Vácuo Devido à alta temperatura a que os contatos principais são submetidos quando do movimento de abertura do disjuntor, por conta do aumento da densidade de corrente, ocorre uma emissão de metal líquido dos contatos. Esta nuvem de partículas metálicas é formada por elétrons e íons, que servem de caminho para que o arco elétrico se estabeleça e se fixe nos contatos de arco. Conforme o disjuntor dá continuidade à sua manobra de abertura e os contatos se afastam um do outro, as pontes metálicas tendem a diminuir. Quando a corrente se aproxima do zero, o arco é extinto e, assim que a corrente é interrompida, essas partículas se depositam rapidamente sobre a superfície dos contatos.O disjuntor, conseqüentemente, recupera sua rigidez dielétrica. A ausência de íons logo após a interrupção da corrente faz com que as características do disjuntor a vácuo se aproximem do ideal no que diz respeito à suportabilidade dielétrica. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Tipos de disjuntores d. Disjuntores a SF6 Característica do gás: é um dos gases mais pesados conhecidos, sendo cinco vezes mais pesado que o ar. A pressão atmosférica o gás apresenta uma rigidez dielétrica 2,5 vezes superior à do ar. A rigidez dielétrica aumenta rapidamente com a pressão, equiparando-se à de um óleo isolante de boa qualidade à pressão de 2 bars. O gás apresenta a qualidade eletronegativa, ou seja, possui afinidade pela captura de elétrons livres. Essa propriedade determina uma rápida remoção dos elétrons presentes no plasma do arco estabelecido. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Tipos de disjuntores d. Disjuntores a SF6 Os primeiros disjuntores de hexafluoreto de enxofre eram do tipo “dupla pressão”, baseado no princípio de funcionamento dos disjuntores a ar comprimido. O SF6 era armazenado num recipiente de alta pressão (aproximadamente 16 bars) e liberado sobre a região entre os contatos do disjuntor. No entanto, diferentemente dos disjuntores de ar comprimido, aqui o hexafluoreto de enxofre não é descarregado para a atmosfera após atravessar as câmaras de interrupção, e sim para um tanque de baixa pressão. Após a interrupção, o gás descarregado no tanque de baixa pressão era bombeado novamente para o reservatório de alta pressão, passando por filtros de alumina ativada para remoção de produtos da decomposição do SF6. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Tipos de disjuntores d. Disjuntores a SF6 As principais desvantagens dos disjuntores de SF6 a dupla pressão eram a baixa confiabilidade dos compressores de gás e a tendência do hexafluoreto de enxofre a liquefazer-se à temperatura ambiente quando comprimido (a temperatura de liquefação do gás a 16 bars é 10° C), o que tornava necessário instalar aquecedores no reservatório de alta pressão, com conseqüente aumento da complicação e redução da confiabilidade. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Tipos de disjuntores d. Disjuntores a SF6 Disjuntores tipo “puffer” ou tipo “impulso” ou ´”pressão única” → o SF6 permanece no disjuntor, durante a maior parte do tempo, a uma pressão constante de 3 a 6 bars. A pressão necessária à extinção do arco é produzida em cada câmara por um dispositivo tipo “puffer”, formado por um pistão e um cilindro, em que um desses dois elementos ao se movimentar desloca consigo o contato móvel e comprime o gás existente no interior do cilindro. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - DJ Transitórios Fenômenos transitórios são variações súbitas de tensão e corrente provocados por descargas atmosféricas, faltas no sistema ou operação de equipamentos. Sobretensões Classificação: _ sobretensões de origem externa: provenientes de causas externas ao sistema considerado, como por exemplo as descargas atmosféricas que agem diretamente sobre os sistemas elétricos ou nas suas proximidades. _ sobretensões de origem interna: causadas por eventos dentro do sistema em consideração, tais como curto-circuito ou manobras de equipamentos. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - PR Classificação de sobretensões conforme NBR 6939/99 Classificação conforme NBR 6939. Classificação de acordo com a forma e a duração da sobretensão. Sobretensão temporária: sobretensão de freqüência fundamental de duração relativamente longa. Obs.: A sobretensão pode ser não amortecida ou fracamente amortecida. Em alguns casos sua freqüência pode ser várias vezes menor ou maior do que a freqüência fundamental. Sobretensão transitória: sobretensão de curta duração, de alguns milissegundos ou menos, oscilatória ou não oscilatória. Obs.: sobretensões transitórias podem ser seguidas imediatamente por sobretensões temporárias. Em tais casos as duas sobretensões são consideradas eventos separados. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - PR Sobretensõestransitórias são classificadas em: a) sobretensões de frente lenta: sobretensão transitória, usualmente unidirecional, com tempo até a crista tal que 20 μs < Tcr ≤ 5000 μs, e tempo até o meio valor (na cauda) T2 ≤ 20 ms; b) sobretensões de frente rápida: sobretensão transitória, usualmente unidirecional, com tempo até a crista tal que 0,1 μs < T1 ≤ 20 μs, e tempo até o meio valor (na cauda) T2 ≤ 300 μs; c) sobretensões de frente muito rápida: sobretensão transitória, usualmente unidirecional, com tempo até a crista tal que Tf ≤ 0,1 μs, duração total Tt ≤ 3 ms, e com oscilações superpostas de frequências 30 kHz < f < 100 MHz. . 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - PR . 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - PR Pára-raios ideal Impedância infinita entre os seus terminais na condição de regime permanente do sistema, ou seja, comporta-se como um circuito aberto até a ocorrência de uma sobretensão no sistema; Entrada instantânea de condução quando ocorrer sobretensão; Parar de conduzir, ou seja, retornar à condição de circuito aberto assim que a tensão do sistema retornar ao seu estado inicial; Tal operação não deve causar nenhum distúrbio ou degradação ao sistema ou ao próprio dispositivo de proteção. . 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - PR Funcionamento Básico: Localizado normalmente na entrada ou saída de circuitos às subestações, estes estão dispostos um para cada fase. São compostos por duas placas metálicas, uma ligada à fase e a outra ligada a malha de aterramento. Quando ocorre um pico de tensão este proporciona redução da rigidez dielétrica entre placas permitindo a condução fase-terra. Reduzido o pico de tensão, a rigidez dielétrica do meio restabelece sua característica nominal e a condução de corrente é interrompida. . 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - PR Evolução – Pára-raios 1 – Centelhador característica: o meio dielétrico é o ar desvantagens: _ forte influência das condições atmosféricas em suas características disruptivas; _ incapacidade de extinguir, na maioria das aplicações, o arco elétrico de baixa impedância, formado quando da sua disrupção, ocasionando a passagem da corrente de curto-circuito do sistema, corrente essa que será mantida até atuação da proteção de sobrecorrente; _ elevada corrente de arco produz uma rápida erosão dos eletrodos dos centelhadores, ocasionando uma variação progressiva nos seus níveis de proteção. Obs.: a sobretensão máxima dos equipamentos protegidos é limitado pelo centelhador. . 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - PR Evolução – Pára-raios 2 – Centelhador em série a resistores não-lineares (tipo válvula) Formados basicamente por centelhadores montados em série com resistores não- lineares. Materiais utilizados na confecção dos resistores não-lineares: hidróxido de alumínio, óxido de ferro, sulfeto de chumbo e Carboneto de Silício (SiC). Função dos centelhadores: isolar o pára-raios do sistema sob condições de regime permanente e auxiliar na extinção da corrente subseqüente que flui através dos elementos não-lineares, quando da sua passagem pelo zero. Obs.: a corrente de descarga só é interrompida quando a tensão passa por zero. Função dos resistores não-lineares: limitar a corrente de arco. Inconveniente: normalmente os resistores não-lineares possui valores resistivos muito elevados, acarretando numa tensão elevada nos terminais do pára-raios. . 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - PR Evolução – Pára-raios 3 – Pára-raios com gap Funcionamento baseado no alongamento do arco através do “gap” com auxílio de um campo magnético. Durante o processo de descarga ocorre ionização do meio (gap) formando um caminho da corrente para terra. Com a passagem de corrente por uma bobina (bobina de sopro magnético) cria-se um forte campo magnético, com a tendência de expandir a corrente através do gap, ou seja, forma-se um alongado arco elétrico. . 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - PR Evolução – Pára-raios 3 – Pára-raios somente com resistores não-lineares Neste caso, são utilizados somente blocos de resistores não-lineares na sua construção, onde o material utilizado é o óxido de zinco (ZnO) que apresenta uma característica não-linear muito superior ao do carboneto de silício (SiC). . 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - PR Definição – Transformador de Potencial São transformadores para instrumento cujo enrolamento primário é conectado em derivação com o circuito elétrico, e que se destinam a reproduzir no seu circuito secundário a tensão do circuito primário com sua posição fasorial substancialmente mantida em uma posição defendida, conhecida e adequada para uso com instrumentos de medição, controle ou proteção. Desenvolvidos para operar com secundário conectado a cargas de elevadas impedância (voltímetros, wattímetros, freqüêncímetro e bobinas de aparelhos eletrodinâmicos). Apresentando um elevado número de espiras no primário (adequado a tensão nominal que este terminal está conectado) e pequena quantidade de espiras no secundário (sendo está quantidade proporcional a tensão padrão estabelecida por norma para os terminais do secundário – 115 Volts). A condição normal de operação do TP corresponde a operação à vazio do transformador de potência. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Diferença fundamental entre transformadores de potência e TP O que limita a máxima potência que se pode transferir por um transformador de força é o seu aquecimento, que é fixado pela classe de isolação do material empregado na sua fabricação. Colocando-se, por exemplo, ventiladores no radiador, pode-se aumentar a capacidade de transmissão de potência pelo transformador. Já o TP o que limita a sua máxima potência é o seu erro de transformação dado pela sua classe de exatidão. Fonte: Proteção de Sistemas Elétricos de Potência (autor: Geraldo Kindermann). 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Valores nominais que caracterizam o TP A.Tensão primária e relação de transformação nominal; Seleciona-se a relação normalizada para uma tensão primária igual ou imediatamente superior à tensão de serviço. A. Classe de tensão de isolamento nominal; A seleção da classe de tensão de isolamento de um TP depende da máxima tensão da linha do circuito. Livro: Introdução a proteção dos sistemas elétricos (pg. 48). A.Freqüência nominal; Os TPs são fabricados para 50 e ∕ ou 60 Hz. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Valores nominais que caracterizam o TP A.Carga nominal; Para determinação da carga imposta a um TP, basta somar as potências que cada um dos aparelhos conectados ao seu secundário absorve. Segundo a ABNT, a carga é indicada por P12,5 (correspondente à potência aparente de 12,5 VA), P25, P50, P100, P200 e P400. Segundo a norma ASA, os TPs têm suas cargas indicadas por letras: W (corresponde a 12,5VA), X (= 25 VA), Y (= 75 VA), Z ( = 200 VA) e ZZ (= 400 VA). Obs.: as cargas devem ser ligadas em paralelo permitindo assim que todas fiquem sujeitas a mesma tensão medida. A.Classe de exatidão nominal; A classe de exatidão exprime nominalmente o erro esperado do transformador de potencial, levando em conta o erro de relação de transformação e o erro de defasamento angular entre as tensões primária e secundária. Para se determinar a classe de exatidão do TP, são realizados ensaios a vazio e em carga com valores padronizados por norma. A escolha da classe de exatidão dos TPs depende da precisão dos aparelhosa serem conectados no seu secundário. Os TPs enquadram-se em uma das seguintes classes de exatidão: 0,3; 0,6 ou 1,2. As classes 0,3 e 0,6 destinam-se a aparelhos de medida ou laboratório e faturamento, enquanto a classe 1,2 destina-se à alimentação de aparelhos indicadores diversos e relés. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Valores nominais que caracterizam o TP A.Ambiente de utilização; •uso exterior ou interior •posição de montagem 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Cálculo do erro Devido a condições construtivas, a tensão primária nem sempre corresponde ao produto da relação de transformação com a tensão secundária, sendo necessário o uso de alguns cálculos para encontrar o valor exato da tensão primária. FCR → Fator de correção de relação; RTPr → relação de transformação real; RTP → relação de transformação nominal. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Cálculo do erro ,onde: Vp → tensão real aplicada no primário. O erro percentual pode ainda ser dado por: Onde: FCR p - fator de correção de relação percentual %100 p ps p V VVRTP %100 pp FCR %100 RTP RTP FCR rp 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Exemplo: Uma medição efetuada por um voltímetro indicou que a tensão no secundário do transformador de potencial é de 112,9 V. Calcular o valor real da tensão primária, sabendo-se que o TP é de 13.800 V, e que este apresenta um fator de correção de relação igual a 100,5%. → RTPr = 120,6 → Vp real = 13.615,74 Volts %100 Pr RTPnom RT FCRp VS Vp RT Pr 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Exemplo: No ensaio do TP de 13.800 – 115 Volts, grupo de ligação 1, foram anotados os seguintes resultados: Tensão primária aplicada: 13.800 V Tensão secundária medida: 113,6V Com base nestes resultados, determinar a classe de exatidão do transformador sob ensaio. 225,101%10001225,1 01225,1 120 47,121Pr 47,121 6,113 800.13 Pr 120 115 800.13 FCRp RTPnom ealRT FCR ealRT RTPnom 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP +10 Ângulo de Fase (ß) em Minutos Fa to r d e C or re çã o da R el aç ão (F C R ) -40 99,0 Atrasado -70 -50-60 99,2 99,6 99,4 100,2 100,0 99,8 -30 -20 -10 0 101,0 100,8 100,6 100,4 101,2 101,4 Adiantado +30+20 +40 +50 +70+60 99,6 98,8 Classe 0,6 Classe 0,3 Classe 1,2 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Tipos de TP’s 1)TP’s indutivos 2)Grupos de Ligação: Segundo ABNT, estes são definidos 3)de acordo com o tipo de conexão do primário do TPI e 4)o aterramento do sistema. 5)Grupo I: são aqueles projetados para ligação entre fases. São basicamente os do tipo utilizados nos sistemas de até 34,5 kV. 6)Grupo II: são aqueles projetados para ligação entre fase e neutro de sistema diretamente aterrados. 7)Grupo III: são aqueles projetados para ligação entre fase e neutro de sistemas onde não se garante a eficácia do aterramento. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Tipos de TP’s 2) TP’s Capacitivos A medida que se aumenta a tensão nominal, o número de espiras necessários para se estabelecer a densidade de campo magnético desejado também aumenta. Po outro lado, a corrente primária nominal diminui. Isto significa construir, para níveis de tensões elevadas, Tps com enrolamento primário dotado de elevado número de espiras de fio muito fino (capaz de suportar uma corrente primária nominal cada vez menor). Do ponto de vista construtivo isto significa maiores custos pela dificuldade de execução da tarefa (a chance de romper o fio fica muito grande), sem esquecer a natural necessidade de maiores quantidades de isolamentos, para tensões maiores. Desta forma é praticamente impossível bons projetos de Tps com tensão primária nominais acima de 138 kV. Desta forma, é usual construir-se TPIs até 138 kV e para aplicações em sistemas com tensões superiores utilizam-se Tps acoplados a um divisor de potencial capacitivo (TPCs transformadores de potencial capacitivo). 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Os TPCs basicamente utilizam-se de dois conjuntos de capacitores (C1 e C2) que servem para fornecer um divisor de tensão. A tensão no ponto B é ajustada próxima a Vp do Transformador de potencial. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Circuito equivalente do TPC referente ao primário. Desprezando o circuito de excitação e tomando-se o circuito equivalente de Thevenin visto dos terminais do secundário do TP, temos: 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Para que a tensão V's independa da corrente de carga I's, o reator XL deve ser ajustado de forma que Zo = 0. Ou seja, 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP Dessa forma, a tensão no secundário V's não será influenciada pela corrente de carga I's sendo dada por: Obs.: estando um TP com carga e havendo a necessidade de retirá-la, é necessário que o enrolamento secundário fique aberto. O fechamento do secundário de um TP através de um condutor de baixa impedância provocará um curto-circuito; em outras palavras, uma corrente secundária demasiadamente elevada, e em consequência a primária, pode provocar a danificação do TP e, ainda, uma possível perturbação no sistema do circuito principal. Obs.: estando um TP alimentando vários instrumentos elétricos, estes devem ser ligados em paralelo a fim de que todos eles fiquem submetidos à mesma tensão secundária do transformador. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TP É um transformador destinado a reproduzir proporcionalmente em seu circuito secundário a corrente de seu circuito primário com sua posição fasorial mantida, conhecida e adequada para uso em instrumentos de medição, controle e proteção. Isto é, o transformador de corrente de reproduzir, no seu secundário, uma corrente que é uma réplica da corrente do primário do sistema elétrico. O transformador de corrente tem basicamente três finalidades, que são: _ Isolar os equipamentos de medição, controle e relés do circuito de Alta Tensão (AT); _ Fornecer no seu secundário uma corrente proporcional à do primário; _ Fornecer no secundário uma corrente de dimensões adequadas para serem usadas pelos medidores e pelos relés. Observações: Composto por fios grossos para que sua resistência elétrica seja bem pequena; Poucas espiras, para que sua reatância seja a menor possível; Instrumentos ligados no secundário do TC estão todos em série, para garantir que a corrente elétrica seja a mesma em todos os equipamentos. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO Dentro da precisão requerida, considera-se o TC um transformador operando dentro das características ideais. Deste modo, vale a lei similar à Lei de Ohm, aplicada a circuitos eletromagnéticos, isto é: . Fp => Força magnetomotriz da bobina primária do TC; Fs => Força magnetomotriz da bobina secundária do TC; R => Relutância do circuito magnético do núcleo do TC; Φ => Fluxo magnético no núcleo do TC. .. sp FF 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC Supondo o transformador ideal (relutância magnética = nula). ... IsNsIpNp Is Np Ns Ip Is Ns Np Ip IsNsIpNp oIsNsIpNp . 1 . .. .. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC Definindo a relação de transformação do TC, como sendo o termo designado pela expressão abaixo: Assim, Como os equipamentos são padronizados para 5 A, as relações de transformação do TC são convencionalmente denotados por x ∕ 5. Np Ns RTC RTC Ip Is 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC Exemplo: Considerando o TC da figura abaixo, determine a relação de transformação e a corrente secundária que passa pelo relé. 5 150 5 5 .3030 30 20 600 RTC Np Ns RTC A RTC Ip Is 4 30 120 5 150 120 Is Ip Np Ns RTC 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC Determinada carga absorve da rede uma certa corrente Ip que circula no enrolamento primário do TC. A corrente que circula no secundário do TC (Is), provoca uma queda de tensão na sua impedância interna (Z2) e na impedância Zc que por conseqüência afeta o fluxo principal, exigindo uma corrente magnetizante Io diretamente proporcional. Assim, o erro do TC é resultado sensivelmente da corrente que circula no ramo magnetizante (Io). Considerando um TC de relação 1:1, para que a corrente secundária reproduzisse fielmente a corrente do primário, seria necessário que Ip = Is. No entanto, a corrente que circula na carga não corresponde exatamente à corrente do primário, ocasionando o erro do TC. Ip = Io + Is 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC Tipos de TCs. A) Transformador de Corrente de Alta Reatância São transformadores de corrente que tem a bobina primária enrolada sobre o seu núcleo magnético. B) Transformador de Corrente de Baixa Reatância Devido à lata corrente primária, a bitola do fio é grande, ficando impraticável construtivamente fazer espiras no núcleo magnético do TC. Deste modo, o primário é apenas uma barra que transpassa o núcleo do TC. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC Este RC é também conhecido como tipo Bucha. Utiliza o mesmo princípio usado no TC de medição tipo alicate. Neste caso, a relação de transformação vale Ns ∕ 1. Obs.: TC tipo bucha: é aquele cujas características elétricas são semelhantes ao TC tipo barra, porém sua instalação é Feita na bucha dos equipamentos (transformadores, disjuntores, etc), que funcionam como enrolamento primário. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC Carga Secundário: Para um TC, a carga secundária representa o valor ôhmico das impedâncias formadas pelos diferentes aparelhos ligados a seu secundário, incluindo-se os condutores de interligação. Exemplo: Considerando uma carga nominal de 300 VA a ser ligada no secundário de um TC, a sua impedância de carga nominal é dado: Obs.: a carga dos aparelhos que devem ser ligados aos TCs tem que ser dimensionada criteriosamente. Assim, como os aparelhos são interligados aos TCs através de fios, normalmente de grande comprimento, é necessário calcular-se a potência dissipada nesses condutores e somá-las a potência dos aparelhos correspondentes. Zc → impedância do condutor , em Ώ/m; L → comprimento do cabo em metros. 12 5 300 22Is P Zc potência cosinstrumenttotal IZlPotPot 2 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC Fator de Sobrecorrente: é definido pela relação da máxima corrente de curto-circuito que passar pelo primário do TC e a sua corrente primária nominal, para que a precisão de sua classe seja mantida. Os valores máximos das correntes de curto-circuito que podem passar pelo primário do TC para que o seu erro seja mantido é padronizado de acordo com as normas do país ao qual o sistema elétrico pertence. Os valores do fator de sobrecorrente (FS), padronizadas são: _ Pela ANSI => FS = 20%; _ Pela ABNT => FS = 5 , 10, 15 e 20%. A tendência no Brasil é FS = 20% Exemplo: um TC com RTC de 600 / 5 e FS = 20, só pode ser usado num sistema elétrico onde a máxima corrente de curto-circuito no local da instalação do Tc não ultrapassar o valor de 20 x 600 = 12.000 A. A limitação verificada é a garantia do Tc de não ultrapassar o seu erro de sua classe de exatidão. TCnom circuitocurtomáx Ip Ip FS _ _ 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC Diferença entre o TC de medição e proteção: Os TCs de medição devem manter sua precisão para correntes de carga nominal. Já os TCs de proteção devem ser precisos até o seu erro aceitável para corrente de curto- circuito de 20In. Portanto o núcleo magnético do TC de proteção deve ter seção transversal grande, para não saturar no instante do curto-circuito. Os núcleos magnéticos dos TCs de medição são de seção menor que os de proteção, para propositadamente saturarem durante os curtos-circuitos. A saturação limita o valor de sobretensão aplicada nos equipamentos de medição. Obs.: a máxima corrente de curto-circuito no local do TC deve estar dentro da limitação da classe de exatidão do TC, de acordo com o seu FS, isto é, por exemplo: AIp Ip Ip Ip Fs TCnom TCnom TCnom circuitocurtomáx 400 108 20 _ _ 3 _ _ 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC TC com secundário em aberto. No TC é a carga do circuito que impõe a Icarga que passa pelo primário do TC. Com o TC funcionando normalmente com carga, ou com o seu secundário em curto-circuito, vale a seguinte equação: Quando o secundário do TC abre, Is = 0. Note que neste caso Np x Icarga fica fixo (constante), porque a carga no circuito não mudou. Assim, o valor R x Φ aumenta para ficar com o mesmo valor Np . Icarga. Como a relutância mantém o mesmo valor, pois não há modificação nos parâmetros de permeabilidade comprimento e área da seção, o fluxo magnético dentro do núcleo cresce, entrando na região de saturação do TC. SSpp ININ 0argacp IN S 11 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC O excessivo aumento do fluxo magnético no núcleo do TC causa os seguintes efeitos: 1 – excessivas perdas por histerese e correntes no núcleo do TC, aquecendo-o rapidamente, e queimando o TC; 2 – Produção de elevadas tensões no terminal secundário do TC, vindo a perfurar isolação. 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC Erro de relação de transformação: é aquele que é registrado na medição de corrente com TC, onde a corrente primária não corresponde exatamente ao produto da corrente lida no secundário. Os erros de TCs são devidos basicamente à corrente do ramo magnetizante. Logo a impedância do enrolamento primário não exerce nenhum efeito sobre o erro do TC. Assim, o erro pode ser corrigido através do fator de correção de relação (FCRr). → onde RTCr é a relação de transformação real e RTC a relação nominal. Finalmente, o erro de relação pode ser calculado percentualmente através da equação: → onde Ip é a corrente primária do TC. O erro também pode ser expresso por Ep = (100 - FCRp). RTC RTCr FCRr 100 Ip IpIsRTCr Ep 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC Saturação magnética: é o estado alcançado quando um aumento na aplicação externa de um campo magnético H não pode aumentar a magnetização do material adicionalmente, de modo que o campo magnético total β limita-se. l IN H Area 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC H → campo magnético [Ae ∕ m]; N → número de espiras; I → intensidade de corrente [A]; L → comprimentodo núcleo magnético [m]. B → densidade fluxo magnético [Tesla]; Φ → fluxo magnético [Weber]; A → área da seção perpendicular ao fluxo magnético [m²]. → H = intensidade de campo magnético, β = densidade de fluxo magnético e μ = permeabilidade magnética l IN H Area H 3) Estudos Básicos para Especificação dos Equipamentos - TC
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