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DIREITO DO TRABALHO I É o ramo autônomo do direito, formado de princípios e normas, que analisa as relações individuais e coletivas do trabalho (art, 1 CLT). Natureza do Direito do Trabalho: as normas do Direito do Trabalho pertencem ao direito privado uma vez que as relações jurídicas se dão entre particulares. Corrente minoritária: ramo do Direito Público/Social em referência ao processo trabalhista ➔ O D.T protege o empregado por ser a parte vulnerável da relação ➔ Na relação de emprego existe mesmo sem necessariamente o contrato ou a carteira de trabalho OBS: Com a EC 45/04, a justiça do trabalho passou a ser o órgão competente para analisar as relações de trabalho e emprego (art 114 CF) Art 611 A/B flexibiliza a relação empregado e empregador. FONTES: Materiais: representam o momento pré-jurídico, inspirador da elaboração da norma, ou seja, aquele momento que antecede a norma já criada. São os fatores econômicas sociais, políticos, históricos, culturais, filosóficos, movimentos sociais, revoluções etc, todos aqueles fatores que levam à edição da norma, como por exemplo, a greve. Formais: Representam a norma já materializada, já construída. Momento eminentemente jurídico. ➔ Autônomas – criadas pelas próprias partes da relação jurídica. Ex: acordo coletivo, convenção coletiva, acordo da ccp ➔ Heterônomas – criadas por um terceiro. Ex: Constituição federal, CLT, medidas provisórias, súmulas etc. PRINCÍPIOS: Direitos e garantias fundamentais: são princípios gerais do direito, aplicáveis no direito do trabalho, os princípios constitucionais fundamentais da Constituição, presentes no Título I; há princípios gerais no art. 5º, o respeito à dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, mais inúmeros outros, todos relacionados com questões trabalhistas. Princípios constitucionais específicos: liberdade sindical (art. 8º); não-interferência do Estado na organização sindical (art. 8º); direito de greve (art 9º), representação dos trabalhadores na empresa (art 11), reconhecimento de convenções e acordos coletivos (art 7º, XXVII); etc. Função do princípio da norma favorável ao trabalhador (art 7): é tríplice a sua função: primeiro, é princípio de elaboração de normas jurídicas, significando que, as leis devem dispor no sentido de aperfeiçoar o sistema, favorecendo o trabalhador, só por exceção afastando-se desse objetivo; a segunda função é hierárquica, é princípio de hierarquia entre as normas; é necessário estabelecer uma ordem de hierarquia na aplicação destas; assim, havendo duas ou mais normas, estatais ou não estatais, aplica-se a que mais beneficiar o empregado; a terceira função é interpretativa, para que, havendo obscuridade quanto ao significado destas, prevaleça a interpretação capaz de conduzir o resultado que melhor se identifique com o sentido social do direito do trabalho. Princípio da irrenunciabilidade dos direitos: é nulo todo ato destinado a fraudar, desvirtuar ou impedir a aplicação da legislação trabalhista; só é permitida a alteração nas condições de trabalho com o consentimento do empregado e, ainda assim, desde que não lhe acarretem prejuízos, sob pena de nulidade. Proteção Proteção de relação de emprego (art 7,I CF) Proteção ao mercado de trabalho da mulher (art 7, XX CF) Proteção do trabalho infantil e exploração do trabalho adolescente (art 7, XXXIII CF) Proteção do meio ambiente de trabalho ( art 225 c/c art 200 CF) Proibição da discriminação ( art 7, XXX e XXXI CF) Proteção em face da automação ( art 7, XXVIII CF) Proteção do salário ● Garantia do salário mínimo (art 7, IV CF) ● Irredutibilidade salarial (art 7, VI CF) ● Isonomia salarial (art 7, XXX CF) CRITÉRIOS INFRACONSTITUCIONAIS Proteção ou tutelar: Como o empregado é a parte mais fragilizada da relação, deve ser protegido. “In dubrio pro operário”- quando há uma norma, e mais de uma interpretação para tal, o judiciário deve usar a interpretação mais favorável ao empregado. Ex: art 391 CLT a proteção desde a confirmação da gravidez. Sendo desde a comunicação ao empregador, ou desde a apresentação do atestado ou desde a fecundação (a mais benéfica). Ademais, deve ser usada também a norma mais favorável ao empregado. Condição (cláusula) mais benéfica: Mesmo que haja modificação, vale a condição que mais beneficia o empregado. Ex: Regulamento da empresa prevê certo bônus ao empregado, se modificado só será aplicado o novo regulamento aos empregados contratados após a modificação. Continuidade da relação de emprego: a regra na CLT é o contrato por tempo indeterminado. O contrato por tempo determinado é previsto em condições especificas do art 443, ss 1 e 2 da CLT. ➢ Ss 1 – trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços específicos ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. ➢ Ss 2 – Só será valido se tratar: de serviço que justifique a predeterminação do prazo, de atividades empresariais de caráter transitórios, de contrato de experiência. Primazia da realidade (art 9 CLT): Vale o que realmente acontece, mesmo que diverso do acordado. EMPREGADOR (art 2 CLT) É a empresa individual ou coletiva que tem finalidade lucrativa. ❖ Assume o risco da atividade ❖ Admite ❖ Assalaria ❖ Dirige a prestação pessoal de serviço Figuras equiparadas (ss 1) Pessoa jurídica sem finalidade lucrativa 1. Profissionais liberais 2. Instituições de beneficência 3. Associações recreativas 4. Instituições sem fins lucrativos Grupo econômico (ss 2) Conjunto de empresas ligadas por interesses em comum, atuando no mercado em conjunto, sendo a responsabilidade solidária. Responsabilidade Solidária - Credor (empregador) pode cobrar as verbas de qualquer devedor Subsidiária - Credor cobra primeiro a dívida ao devedor principal, e caso não pague, aos demais devedores conforme a lista de sucessão. Sucessão de empregadores (art 10 e 448 CLT) Operações solidárias - Alterações na estrutura jurídica das empresas 1. Transformação: Mudança de tipo societário. Ex: Era LTDA e se transformou em S/A. A empresa que sucede é responsável pelo pagamento de todos os créditos do empregado, mesmo os aqueles anteriores à operação. O que garante o pagamento dos créditos é o patrimônio que passa da empresa anterior para a nova (art 1.113 cc e art 220 e 222 da Lei 6.404/76) 2. Fusão: Duas empresas se juntam, formando uma nova empresa. A empresa que surge é responsável pelo pagamento de todos os créditos do empregado, mesmo os anteriores a fusão (art 1.120 cc e art 228 da Lei 6.404/76) 3. Incorporação: Uma empresa compra outra. A empresa que compra é responsável pelo pagamento de todos os créditos do empregado, mesmo os anteriores à compra (art 1.116 cc e art 227 da Lei 6.404/76) 4. Cisão: Uma empresa se divide em duas. As empresas que são geradas pela divisão são responsáveis pelos pagamentos dos créditos anteriores. 5. Licitações: A licitação é um processo administrativo que visa assegurar igualdade de condições a todos que queiram realizar um contrato com o Poder Público. A Licitação é disciplinada pela Lei 8.666/93. Esta estabelece critérios objetivos de seleção das propostas de contratação mais vantajosas para o interesse público. Denominado terceirização. Responsabilidade pelo pagamento de verbas ao empregado I. Empresa (P.J com lucratividade) que o contratou - art 2 caput CLT II. Pessoa jurídica sem fins lucrativos que o contratou - art 2, ss 1 CLT III. Grupo econômico - art 2, ss 2 CLT IV.A empresa que sucede a empresa que havia o contratado - art 10, art 448 e A CLT V. O(s) sócio(s) da empresa que contratou o empregado - art 50 cc - art 8 e art 28 CDC (desconsideração da personalidade jurídica) VI. Sócio retirante: O sócio que já saiu da sociedade da empresa ainda continua a ser responsável subsidiariamente pelas dívidas do período em que era sócio por 2 anos após averbada a alteração societária no órgão competente (art 10A CLT - qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados) O empregado cobrará as verbas na seguinte ordem: 1. Empresa contratante 2. Sócios atuais (desconsiderando a P.J - se a empresa não tiver patrimônio, o patrimônio particular dos sócios pagará as obrigações) 3. Sócio retirante (nas ações ajuizadas até 2 anos após a saída) ➔ O empregado é contratado pela empresa para prestar serviços, podendo ocorrer: A. Na própria empresa B. No domicílio do empregado - empregado em domicílio - art 6 CLT B.1 - Serviço prestado em casa ou oficina do empregado - normalmente costureiras, técnicos etc. B.2 - CTPS assinada, salário, prazo para entregas, tarefas determinadas C. Teletrabalho - modalidade de trabalho realizada pelo empregado à distância, por meios informatizados - art 6, p único CLT C.1 - Pode haver controle e supervisão (subordinação) mesmo que remotamente C.2 - Inclusão, pela reforma, preponderadamente fora das dependências da empresa, sem trabalho externo C.3 - Esta modalidade de trabalho precisa estar expressa em contrato com especificação das atividades Alteração dos regimes Teletratablho para presencial: Determinação do empregador, com prazo de trabalho mínimo de 15 dias e registro em aditivo contratual. Presencial para teletrabalho: mútuo acordo e registro aditivo contratual. ❖ Responsabilidade de aquisição, fornecimento e manutenção de equipamentos - previstos em contrato escrito ❖ Fornecimento de instruções de modo expresso e ostensivo para evitar acidentes de trabalho e assinatura de termo de responsabilidade pelo empregado comprometendo-se a segui-las. Poderes do empregador Em razão da subordinação jurídica estabelecida pelo contrato de trabalho, o empregador tem alguns poderes que no entanto, não são absolutos. Vale lembrar que o excesso do uso de qualquer poder gera ilicitude, posto recair na figura de abuso de direito, equiparado ao ato ilícito pelo código civil. São eles: Diretivo - decide o modo como o empregado deve realizar as atividades Regulamentar - o empregador cria as normas da empresa e o empregado deve segui-las Fiscalizatório - o empregador tem a obrigação de fiscalizar o modo como o empregado realiza as tarefas para evitar acidentes. Disciplinar - pode punir o empregado que não seguir as regras. OBS: Deve ser realizada logo após a falta praticada, sob pena de ser reconhecido como "perdão" tácito. A punição deve ser proporcional a falta. Há 3 tipos de punições na área trabalhista: ● Advertência (escrita ou verbal) ● Suspenção ● Justa causa Não há previsão legal para a gradação das punições. Contudo, a justa causa só pode ser aplicada nas condições legais do art 482 e 483 CLT. EMPREGADO (art 3 CLT) É quem presta serviço com: S ubordinação – Obedece as determinações do empregador. OBS: Há vários tipos de subordinação (técnica, financeira e jurídica), mas a estabelecida na relação de emprego é a jurídica, ou seja, a que advém do contrato de trabalho. H abitualidade – O empregado tem dias e horários certos para prestar serviço. Não há necessidade de ser todo dia, apenas frequência. O nerosidade – O empregado recebe valores como contraprestação do serviço. OBS: Não importa se for menos que 1 salário mínimo P essoalidade – O empregado não pode se fazer substituir no trabalho sem autorização do empregador. OBS: A pessoa é contratada pelas suas características. ATENÇÃO: O empregado tem que ser pessoa física/natural. Deve-se estar atento à possibilidade de fraude, criação de pessoa jurídica para faudar direitos (pejotização). Por fim, vale ressaltar que o empregado trabalha por conta alheia (alteridade), não ocorrendo, em hipótese alguma, o risco do negócio. REFORMA Passou a haver possibilidade de contratação de trabalhador autônomo com exclusividade e habitualidade, licitamente, sem a possibilidade de pedido de reconhecimento de vínculo, desde que cumpridas as reformas legais (art 442 – B CLT). Foi incluída também outra modalidade de contrato de trabalho (relação de emprego): Trabalho intermitente (art 452 – A CLT). Neste caso, o empregado não presta serviço com habitualidade. Trabalha certo tempo na empresa e durante outro período fica fora da mesma, podendo prestar serviço a outro empregador. Empregado doméstico Pessoa física que trabalho com subordinação, mediante salário com frequência de mais de 2 dias na semana (art 1 da L.C 150/15) Origem do trabalho doméstico: Trabalho escravo. Antes da lei complementar 150/15, o trabalho doméstico tinha jornada fixada em lei, não tinha direito a H.E ou adicional noturno. Com a alteração realizada pela lei, os direitos domésticos foram equiparados aos dos celetistas. São: - Jornada de 8h/d e 44h/s (art 2 L.C 150/15) Horário extra com adicional de 50% Intervalo para almoço - 1h - Regime de compensação de jornada Trabalha a mais em um dia e mais no outro (art 2, ss 5) Término do contrato de trabalho sem compensação - pagos com hora extra (art 2, ss6) - Regime do tempo parcial (art 3) Até 25h/s - Contrato por tempo determinado (art 4) Contrato de experiência, 90 dias (art 5) Necessidade transitória (art 5,II) Substituição temporária (art 5, II) OBS: Contrato de experiência a prorrogação não pode ultrapassar 90 dias (art 5, ss1), sendo descumprimento do contrato por tempo indeterminado - Jornada 12 X 36 (art 10) Acompanhamento em viagem → Adicional de 25% superior ao valor do salário hora normal (art 11, ss 2) Acordo escrito prévio OBS: O art 7 da CLT dispõe que os empregados domésticos e rurais têm legislação específica onde se deve buscar seus direitos só podendo a CLT ser usada quando a legislação específica autorizar. - Trabalho noturno Após 22h até 5h → adicional de 25% sobre o valor da hora trabalhada (art 14). E em horários misto, 20% sobre as horas trabalhadas. - Intervalo mínimo de 11h entre 2 jornadas (art 15) Menos que 11h, paga a diferença como hora extra - Repouso semanal de 24h consecutivas (art 16) Pagamento em dobro se trabalhar na folga - Férias de 30 dias após 12 meses de trabalho (art 17) - Proibição de desconto de alimentação, vestuário, produtos de higiene e moradia (art 18) OBS: Moradia só se for em local diferente da residuária do empregado (art 18, ss 2) - Recolhimento obrigatório pelo empregado do FGTS (art 21) Multa rescisória de 40% é feita através de recolhimento mensal - Licença a maternidade (art 25) Estabilidade da gestante mesmo se estiver no início do aviso prévio (art 25, p. único) - Seguro desemprego - Dispensa por justa causa: → Maus tratos a idosos → Violência doméstica ou familiar contra mulher → Ação específica para reconhecer a falta grave (inquérito para a apuração) ❖ A jornada mista começa antes das 22h e acaba depois do horário noturno começar, só se aplica se for horário fixo, caso não, será horário extra Jornada de trabalho → tempo que efetivamente o empregadoestá a disposição do empregador Intervalo → período de descanso (almoço) EMPREGADO RURAL (Lei 588/73) ● Pessoa física ● Trabalha em propriedade rural ou prédio rústico ● Serviço não eventual ● Com dependência ● Mediante salário - Jornada de 8h/d e 44h/s - Intervalo para repouso e alimentação de acordo com os usos e costumes (art 5) - Trabalho noturno (art 7) → Lavoura de 22h às 5h → Pecuária de 20h às 4h OBS: Adicional de 25% - Descontos salariais possíveis: → de moradia até 20% → de alimentação sadia e farta até 25% OBS: É necessário que ocorra prévia autorização. Quando vários empregados dividem a mesma residência ocorrerá a divisão entre eles do desconto de moradia Não pode haver moradias coletivas de famílias Após o término do contrato de trabalho o empregado possui 30 dias para desocupar a residência - Contratação temporária feita por produtor rural pessoa Não pode superar 2 meses, senão transforma-se em tempo certo indeterminado - Criação de escola Propriedade que tiver o serviço e trabalhando nos seus limites mais de 50 famílias terá escola primária gratuita para os filhos dos empregados Empregador rural ● Pessoa física ou jurídica ● Atividade agroeconomica ● Caráter eventual/permanente ● Diretamente ou através de prepostos → Exploração comercial em estabelecimento agrário - 1 alteração sem mudar a substância do produto (art 3, ss 1) →Turismo rural associado à exploração agroeconomica TRABALHADORES QUE NÃO APRESENTAM OS REQUISITOS DO VÍNCULO DE EMPREGO Autônomo Tradicionalmente era o que trabalhava por conta própria, correndo o risco do seu negócio. Não apresentava habitualidade na prestação de serviço para um mesmo tomador nem subordinação a ele. A doutrina chama um certo tipo de autônomo que não tem fixadez na realização de uma atividade, de eventual. O eventual ora realiza uma atividade, ora outra. Ex: quebra galho/chapa A reforma, no entanto, mudou um pouco a disciplina legal permitindo que as empresas contratem autônomos com exclusividade e habitualidade, para que haja vínculo de emprego é preciso que haja regularidade formal. A empresa fica obrigada a exigir a prova na formação do contrato e a vistoriar, durante toda a duração do contrato, a manutenção de tais formalidades, sob pena de possibilitar o reconhecimento de vínculo de emprego (art 442 B CLT) Coorporativo É o trabalhador que se associa a outros trabalhadores, pessoas físicas, criando uma pessoa jurídica, a coorporativa. Dividindo tarefas e todos os valores A CLT, art 442, dispõe que não há vínculo entre a cooperativa e os associados ou entre eles e o tomador, desde que não haja presença dos requisitos da relação de emprego. Caso Concreto 1 O Sindicato dos Empregados de Bares e Restaurantes de Minas Gerais celebrou convenção coletiva de trabalho com o Sindicato Patronal de Bares e Restaurantes de Minas Gerais. A referida norma coletiva estabeleceu para os integrantes da categoria profissional representada pelo sindicato profissional, o pleno funcionamento dos bares e restaurantes aos domingos com o devido revezamento do repouso semanal dos empregados, sendo uma folga aos seus empregados aos domingos, a cada duas semanas inteiras trabalhadas. Finalmente, as partes estabeleceram um prazo de vigência de 1 (um) ano para a vigência da convenção coletiva. Analisando o caso concreto apresentado, esclareça se esta norma coletiva se caracteriza como fonte material ou formal do direito do trabalho? Esclareça ainda, a diferença entre fontes autônomas e heterônomas. Além disso, esclareça se em caso de divergência entre disposto em acordo coletivo ou convenção coletiva para membros da mesma categoria profissional, qual norma irá prevalecer? A convenção coletiva é fonte formal, porque é em norma que se cria direitos para as partes. A fonte formal autônoma é criada pelas partes da relação jurídica, como é a presente convenção coletiva. Já a fonte formal heterônoma é criada por pessoas que não fazem parte da relação jurídica, ou seja, por terceiro, como as leis. Sempre que houver divergência entre o estabelecido em acordo e convenção coletiva, irá vingar, conforme o art 620 CLT, o disposto no acordo coletivo Convenção coletiva → Sindicato dos empregados x sindicato dos empregadores Acordo coletivo → Sindicato dos empregados x empresa Nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho, súmulas e outros enunciados de jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho a) não poderão criar obrigações que não estejam previstas em lei. b) poderão criar obrigações que não estejam previstas em lei. c) poderão criar obrigações desde que não haja violação das normas de ordem pública. d) poderão restringir direitos legalmente previstos, desde que haja contrapartida em favor do trabalhador. e) poderão criar obrigações que não estejam previstas em lei, desde que fiquem excepcionadas as empresas em recuperação judicial. Caso Concreto 2 João foi admitido pela empresa ABC Ltda. como auxiliar de serviços gerais em 01/02/2017. Suas funções eram desenvolvidas nas segundas, quartas e sextas das 9:00 às 18:00 h com intervalo de uma hora para refeição e descanso. Em 04/04/20185 o tomador de serviços informou que os seus serviços não eram mais necessários. Recebia o valor mensal de R$ 1100,00. Ele recebeu somente os dias trabalhados. Acontece que a Carteira Profissional de João não é anotada e o tomador de serviços disse que não há nenhum direito. Pergunta-se : a) Seria cabível o reconhecimento do vínculo de emprego? Quais os requisitos para configuração do vínculo de emprego? b) Qual o princípio do direito do trabalho iria amparar esta pretensão? Sim, seria cabível o reconhecimento do vínculo de emprego, art 3 CLT, porque João trabalha com subordinação, habitualidade (segunda, quarta e sexta de 9h às 18h com intervalo), onerosidade (recebe valor fixo mensal de 1.100 reais) pessoalidade, e é pessoa física. O princípio usado para haver o reconhecimento é o da primazia da realidade, onde no direito do trabalho vale o que realmente acontece. Diana é empregada em uma Multinacional como secretária; Danilo é caseiro em um sítio de propriedade de Joaquim e cuida da propriedade; Magali é governanta da residência de Mônica e Márcio é trabalha em home office para a Universidade ABC como tutor on line. Nesses casos: a) apenas Márcio é considerado empregado doméstico. b) apenas Magali e Danilo são considerados empregados domésticos. c) apenas Diana, Magali e Márcio são considerados empregados domésticos. d) todos são considerados empregados domésticos. Caso Concreto 3 A empresa Infohoje Ltda. firmou contrato com Paulo, pelo qual ele prestaria consultoria e suporte de serviços técnicos de informática a clientes da empresa. Para tanto, Paulo receberia 20% do valor de cada atendimento, sendo certo que trabalharia em sua própria residência, realizando os contatos e trabalhos por via remota ou telefônica. Paulo deveria estar conectado durante o horário comercial de segunda a sexta-feira, sendo exigida sua assinatura digital pessoal e intransferível para cada trabalho, bem como exclusividade na área de informática. Sobre o caso sugerido, pergunta-se: Paulo possui direito a obtenção de vínculo de emprego com a empresa Info hoje? Em caso tipo específico de trabalhador que se enquadraria Paulo? Caracterize e justifique. Paulo tem sim vínculo empregatício, pois o trabalho que exerce preenche os 5 requisitos, conforme o art 3 da CLT. Trabalhando com; subordinação (seguindo as regras da empresa e exercendo suas atividades), habitualidade(estando a disposição no horário comercial de segunda a sexta), onerosidade (recebendo 20% de cada atendimento feito), pessoalidade (assinando digitalmente os trabalhos realizados), e ademais, sendo pessoa física. Paulo é celetista, por trabalhar para empresa com fins lucrativos, na modalidade de teletrabalho trabalhando em casa por meios informáticos e de comunicação, art 75B da CLT. Maria, durante três anos, prestou serviços ao Clube de Mães Madalena Arraes, que é uma entidade sem fins lucrativos instituída para desenvolver atividades culturais e filantrópicas com a comunidade carente. Cumpria jornada de trabalho diário das 8 às 17 horas, com uma hora de intervalo para repouso e alimentação, devidamente controlada, e, enquanto estava trabalhando era obrigada a usar uniforme. Entregava relatórios semanais sobre as suas atividades e os resultados obtidos com as crianças e recebia mensalmente um valor fixo pelo trabalho prestado. Em relação à situação descrita, A) presentes as características da relação de emprego na relação mantida entre Maria e o Clube de Mães, deve ser reconhecido o vínculo de emprego entre as partes, não sendo óbice para tal reconhecimento o fato de o Clube de Mães ser entidade filantrópica sem finalidade lucrativa. B) somente seria possível o reconhecimento do vínculo de emprego entre as partes se presente a subordinação de Maria em relação ao Clube de Mães, o que não se verifica no presente caso. C) embora presentes as características da relação desemprego, o fato de o Clube de Mães ser entidade filantrópica sem finalidade lucrativa impede o reconhecimento do vínculo de emprego entre as partes. D) a finalidade lucrativa do empregador e o recebimento de participação do trabalhador nesse lucro é essencial para a caracterização do vínculo de emprego. Caso Concreto 4 Marília era sócia da Sociedade Empresária Recanto Feliz. Não mais tendo interesse em continuar como sócia, resolveu vender suas quotas para Joaquim Barbosa. Toda a transação comercial tramitou normalmente e foi averbada em março do corrente ano. Marcio Augusto, empregado, da Sociedade Empresária resolveu acionar a empresa judicialmente e esta em dúvidas se a ex sócia Marília possui responsabilidade sobre os supostos débitos trabalhistas. Pergunta-se: Analisando-se as alterações da Lei 13467/2017 quanto a figura do sócio retirante, esclareça se existe ou não responsabilidade no caso concreto? Fundamente. Marília tem responsabilidade secundária pelo pagamento das verbas a Mario Augusto. O sócio retirante, de acordo com o art 10A, tem responsabilidade no pagamento das verbas nas ações ajuizadas até 2 anos após a averbação da alteração contratual. Responsabilidade subsidiária. Caso houvesse alguma ilicitude na saída de Marília da sociedade, sua responsabilidade seria solidária com os demais sócios, art 10 A, p. único. Acerca dos grupos econômicos e da sucessão de empregadores, julgue os itens a seguir, considerando a reforma trabalhista de 2017. I Uma vez caracterizada a sucessão trabalhista, apenas a empresa sucessora responderá pelos débitos de natureza trabalhista, podendo-se acionar a empresa sucedida somente se comprovada fraude na operação societária que transferiu as atividades e os contratos de trabalho. II Para a justiça do trabalho, a mera identidade de sócios é suficiente para configurar a existência de um grupo econômico. III Configurado o grupo econômico, as empresas responderão subsidiariamente pelas obrigações decorrentes das relações de emprego. Assinale a opção correta. a) Apenas o item I está certo. b)Apenas o item III está certo. c) Apenas os itens I e II estão certos. d) Apenas os itens II e III estão certos. e) Todos os itens estão certos. Caso Concreto 5 Em 2010, Platão foi contratado pelo Município do Belo Horizonte para prestar serviços internos ligados à administração pública. Em meados de 2016, por meio de uma ação civil pública intentada pelo Ministério Público, a administração pública teve que romper com os serviços prestados por todos aqueles que não ingressaram em seus quadros por concurso público. Platão, indignado, procurou um advogado e entrou com uma Reclamação Trabalhista, pleiteando o reconhecimento do vínculo com o Município de Belo Horizonte e o consequente pagamento das verbas decorrente deste vínculo. Diante do caso apresentado, responda justificadamente: Platão terá êxito na Reclamação Trabalhista no que concerne ao reconhecimento do vínculo empregatício e consequentemente a existência do contrato de trabalho? Justifique indicando a posição jurisprudencial sobre a matéria. O reconhecimento do vínculo empregatício entre Platão e município de BH não é possível, porque para trabalhar na administração pública deverá haver concurso público, art 37 CLT. Mario presta serviços com subordinação, mas sem continuidade, havendo alternância de períodos de prestação de serviços e inatividade, determinados em horas, dias ou meses. Ênio assume os riscos de sua atividade econômica, não possui subordinação e presta serviços sem exclusividade, de forma contínua ou não. Finalmente, Joaquim foi contratado verbalmente, possuindo subordinação, horário de trabalho a cumprir e salário fixo mensal, prestando serviços no local do contratante. Considerando a legislação vigente e as alterações introduzidas pela Lei n° 13.467/2017, as modalidades de trabalho de Mario, Ênio e Joaquim são classificadas, respectivamente, como sendo a) trabalho em regime de tempo parcial, avulsa e contrato individual de trabalho. b) autônoma, intermitente e contrato individual de trabalho. c) contrato individual de trabalho, intermitente e autônoma. d) avulsa, autônoma e intermitente. e)intermitente, autônoma e contrato individual de trabalho. Caso Concreto 6 Anacleto, policial militar, trabalhou para a empresa Indústria Mundo Novo Ltda. como agente de segurança, nos horários em que não estava a serviço da corporação militar. Na referida empresa, Anacleto cumpria expressamente as ordens emanadas da direção, recebia um salário mensal, e trabalhava de forma contínua e ininterrupta, todas as vezes que não estava escalado na corporação. Considerando a situação apresentada e a jurisprudência sumulada pelo TST, esclareça se é possível o reconhecimento de um contrato de emprego entre Anacleto e a Indústria Mundo Novo Ltda? Anacleto é empregado da indústria Mundo Novo, porque possui os 5 requisitos de reconhecimento de vínculo empregatício; subordinação (cumprindo as ordens da direção), habitualidade (forma contínua e ininterrupta em todas as suas folgas do outro emprego), onerosidade (recebendo salário mensal), pessoalidade, e é pessoa física, art 3 da CLT.
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