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RESUMO MERCADO FINANCEIRO

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PRIMEIRA MATÉRIA DE MERCADO FINANCEIRO
Sistema Econômico 
	
SETOR ECONÔMICO
	SETOR FINANCEIRO/MONETÁRIO
			↓					↓
		PRODUÇÃO -> RIQUEZA 			Circulação de riqueza
-> PIB/PNB
		-> Criação de riqueza (produção)
 
			Produção/circulação -> empresas -> estrutura patrimonial
								Lado dos ativos -> investimentos
								Lado dos passivos -> financiamento
mercado financeiro
Grande parte das transações são feitas a crédito
MERCADO FINANCEIRO
-> Agentes econômicos 
↓
-> transações econômicas 
a) transações à vista -> moeda
b) transações à crédito -> alteração da situação patrimonial dos agentes
		-> elevação do nível geral de risco tanto dos agentes econômicos como do sistema econômico;
		-> necessidade da criação de mercados financeiros
		-> permitem a reestruturação dos passivos dos agentes econômicos de acordo com as necessidades de estruturação de seus ativos
		-> as práticas financeiras
		-> posturas financeiras e as decisões de portfólio -> gasto de investimento
A postura financeira depende do funcionamento dos mercados: 
		• defensiva = f(normalidade do mercado de bens e fatores de produção); 
		• especulativa = f(normalidade do mercado financeiro); 
		• Ponzi = f(apoio do mercado financeiro).
dinheiro -> base do poder de compra
crédito -> amplia a base
	ATIVO
	PASSIVO
	 (destino dos recursos)
	recursos próprios
recursos de terceiros
- exigíveis
- financiamento: fontes, origens e recursos
.	As economias capitalistas modernas descobriram um instrumento poderoso de viabilização do investimento: o desenvolvimento e o aprofundamento das relações financeiras entre os agentes econômicos. As relações financeiras são estabelecidas sempre que um agente econômico é capaz de transferir o comando sobre recursos para terceiros, contra o reconhecimento de uma obrigação (e de seu serviço) por parte do beneficiário. Esta transferência serve para viabilizar a separação entre quem possui comando sobre a renda social e quem vai utilizá-la efetivamente, ou seja, serve para viabilizar gastos que seriam inviáveis em qualquer outra circunstancia.. A mais simples e fundamental forma de relação financeira conhecida é o crédito. Uma relação de crédito se estabelece, em geral, quando um agente empresta recursos a outro, por um prazo determinado e é remunerado por isto através do pagamento de juros.	
O que essas inovações institucionais, como sistemas de crédito e de contratos, trazem consigo é a possibilidade de criação de mercados não apenas de produtos, mas também para obrigações (títulos). Sistemas financeiros constituem-se de instituições e mercados voltados para a viabilização de transações com promessas de pagamento a ser realizado no futuro, feito por agentes que se tornam devedores; e aceitas por outros agentes, como direitos a serem exercidos na mesma data, tornando-os com isto, credores dos primeiros. Sistemas financeiros mais sofisticados permitirão também a negociação de títulos de propriedade, em que se transacionam expectativas de pagamento, solidarizando-se todas as partes como co-proprietárias de um dado empreendimento. Aqui são comprados e vendidos, portanto, direitos de propriedade, chamados de ações de uma empresa.
	Sistemas financeiros modernos permitem que tais transações sejam feitas rotineiramente e em grande escala. Antes do desenvolvimento desses sistemas, essas transações eram eventuais, vistas com desconfiança, como ilegítimas ou mesmo ilegais. 
O desenvolvimento de sistemas organizados de crédito liberta os empreendedores da necessidade de nascerem ricos. Relações financeiras servem, assim, para alavancar o desenvolvimento econômico, permitindo uma alocação de recurso muito mais eficiente do que aquela que resultaria previamente. O desenvolvimento de atividades financeiras, porém, não representa “almoço grátis”. Transações com promessas de pagamento, isto é, com ativos, sujeitam uma economia de mercado a riscos antes desconhecidos.
MERCADO FINANCEIRO -> estruturação dos passivos dos agentes econômicos -> nível de alavancagem -> o nível de risco das estruturas passivas dos agentes econômicos: fragilidade financeira -> posturas financeiras e estruturas patrimoniais
HYMAN MINSK -> 1 – estruturas do passivo: formas de financiamento dos agentes econômicos (origem dos recursos)
J. M. KEYNES -> 2 – estruturas do ativo: forma do gasto (alocação dos recursos dos agentes econômicos) (destino dos recursos: investimento, consumo, etc)
-> os mercados financeiros e a estruturação dos passivos:
- tipologia básica dos mercados financeiros 
a) mercado de crédito bancário 
b) mercado de títulos e capitais
c) mercado de derivativos 
OBS:
O conceito de fragilidade financeira significa que o grau de prudência no endividamento dos agentes econômicos que constituem um sistema financeiro, seja por critério de liquidez (disponibilidade de caixa), seja por solvência (capacidade de pagamento).
MERCADO FINANCEIRO 
Estruturação patrimonial dos agentes econômicos -> - risco do credor e capacidade de pagamento do devedor 
					 - risco do devedor 
- Ativos (assets)
Tipologia
reais (são tangíveis, como carro, casa, jóias, etc)
financeiros (surgem de passivos, são classificados de acordo com sua liquidez)
monetários (levam em consideração apenas a parte monetária do ativo circulante)
Características
rentabilidade
O conceito de rentabilidade observada é de ganho nominal e de valores absolutos. Ela é normalmente expressa em percentual (%) e é apurada através de um simples cálculo matemático: divida o valor de resgate (ou venda) pelo valor de aplicação (ou compra), subtraia 1 e multiplique por 100.
Liquidez
 Liquidez de um investimento nada mais é do que a capacidade de transformá-lo em recursos disponíveis novamente, a qualquer tempo, quando bem quisermos, por um preço justo. Assim, um investimento é considerado líquido, ou de alta liquidez, quando o investidor consegue resgatá-lo (ou vendê-lo) no mercado secundário, a qualquer momento e por um preço justo.
segurança (risco)
● É a possibilidade de se ter um retorno diferente daquele esperado em um investimento.
	● Isto inclui a possibilidade de se ter perda parcial ou total do valor originalmente investido. Pode ser avaliado observando-se o comportamento passado de uma classe ou ativo específico.
	● É a possibilidade quantificável de perdas ou menores retornos em um investimento.
	● Genericamente podemos definir Risco como sendo a incerteza de se atingir objetivos para um específico período de tempo.
OBS: 
NÃO é possível encontrar os três atributos num mesmo investimento e/ou aplicação, ou seja, encontrar uma operação que seja simultaneamente rentável, segura e com alta liquidez.
MERCADO FINANCEIRO
mercado monetário de crédito bancário 
a.1) operações de curto prazo
a.2) instituições básica: bancos comerciais 
a.3) operações individualizadas (idiossincráticas)
	a.4) obrigações intransferíveis na maioria dos casos
		a.4.1) praticamente só existe o mercado primário. O mercado secundário é praticamente inexistente 
	a.5) os recursos das operações decorrem da criação de meios de pagamento pelos bancos comerciais através do acionamento do multiplicador bancário
	a.6) operações intermediadas pelos bancos comerciais 
	a.7) risco de crédito é da instituição intermediadora -> os bancos comerciais 
mercado de títulos e capitais 
b.1) operações de longo prazo (geralmente)
b.2) instituições básicas do mercado: bancos de investimento e corretoras
b.3) operações padronizadas e regras genéricas 
b.4) operações negociadas em mercados secundários 
	b.4.1 – organizados: bolsas 
	b.4.2 – não-organizados: mercados de balcão (over the counter)
b.5) relações financeiras desintermediadas 
b.6) o risco de crédito bem como o risco de capital dos investidores
No mercado de crédito, as transações são feitas de forma individualizada, identificando-se as duas partes que realizam o empréstimo. Da operação resultam obrigações que são, em princípio,intransferíveis ou não-negociáveis, ainda que, como se verá, essa característica muda em tempos mais recentes. Isto é assim porque os contratos tendem a ser desenhados de modo a satisfazer as demandas específicas dos tomadores e dos emprestadores em termos de taxas de juros, prazos, garantias e outras disposições relevantes para as partes. 
Nos mercados de títulos, ao contrário, as transações obedecem de qualquer forma a regras mais genéricas, desprezando-se as idiossincrasias de cada parte interessada. Os contratos resultantes podem não ser negociáveis, mas obedecem de qualquer forma a regras padronização que tornam os títulos de natureza semelhante, substitutos entre si. Quando podem ser negociados, isto é, revendidos em mercados secundários, esses títulos ganham liquidez, isto é, têm sua capacidade de conversão em dinheiro, aos olhos de seu possuidor, aumentada.
	O mercado de crédito se desdobra em dois segmentos importantes, o de crédito de longo prazo e o de crédito de curto prazo. Mercados de títulos são ainda mais diferenciados. Neles transacionam-se não apenas papéis diferenciados de acordo com a duração do contrato, como também papéis que correspondem a compromissos de natureza econômica e jurídica diferentes. Assim, podemos identificar mercados de papéis de curta duração com, digamos, até três meses de maturidade (este segmento é chamado de mercado monetário) opondo-os a papéis de maior maturidade. A característica mais relevante para essa caracterização é que papéis de curta duração não estão sujeitos ao risco de capital. Este risco é o de haver variação de valor entre a compra e a venda do papel. O possuidor de papéis de maturidade mais longa pode querer convertê-los em dinheiro antes de sua data de redenção, vendendo-os nos mercados secundários. Esses papéis correm o risco de capital porque seu preço, quando da sua colocação à venda, pode não ser o mesmo de sua compra. Se a maturidade do contrato é pequena, porém, seu valor é resgatado pelo valor de face, ao invés de ser vendido em mercados secundários. Recebe-se como principal exatamente o que foi emprestado, sem risco de capital. Com a ausência de risco de capital é característica da própria moeda (o valor de R$ 1 é sempre R$ 1!), papéis com semelhante propriedade são transacionados em mercados ditos monetários.
MERCADO FINANCEIRO 
I – Mercado de crédito bancário 
II – Mercado de títulos e capitais
Risco x retorno 
Risco de crédito: risco de financiar algum agente e não recebê-lo. Garantias (colateral); taxa de juros.
Risco de capital: depende do andamento da realidade econômica (dólar, etc). 
Risco de liquidez: risco de “pegar” ativos que quer se desfazer e não encontrar compradores
Risco sistêmico: risco do sistema entrar em colapso, todos os ativos são afetados; risco da realidade como um todo “desabar”.
OBS:
O risco de mercado advém da possibilidade de ocorrerem perdas mediante movimentos desfavoráveis nos valores de mercado ou no preço de ativos, títulos ou instrumentos do mercado financeiro, por razões normais de mercado (taxa de câmbio, juros ou Bolsa de valores, fatores econômicos, etc.). O exemplo clássico de risco de mercado é o da Bolsa de Valores.
O Risco de crédito pode ser definido como a perda potencial que pode ocorrer devido a mudança na qualidade de crédito ou até mesmo o default de uma contraparte. (Default = não pagamento de uma obrigação). Apesar de não ser facilmente observado como o risco de mercado, o risco de crédito representa o grande desafio para os gerentes (administradores) de carteira, uma vez que tal modalidade de risco está estreitamente relacionada à evolução do quadro econômico (macro e micro).	Incorre-se em risco de crédito quando se adquire dívidas emitidas por agentes econômicos (empresas, consumidores, governos, etc.), materializadas nas mais diferentes modalidades de títulos de dívida tais como CDB’s, debêntures, commercial papers, NTN’s, LFT’s, Letras de câmbio, etc.
O risco de Liquidez pode acarretar as seguintes conseqüências:
	● Falta de referência de preços para avaliação correta de uma carteira (Marcação à Mercado).
	● Problemas na venda de ativos para fazer face a saques de cotistas de um Fundo de Investimento, por exemplo.
	● Prejuízos inesperados em função de não obtenção de preço justo para determinado ativo que, dentre outros motivos, pode ter sido ocasionado por uma posição maior do que se deveria ter.
RISCO x RETORNO x VALOR
-> trade – off fundamental: risco x retorno
	- risco x incerteza
- risco: é probabilístico -> é possível construir-se uma distribuição probabilística objetiva baseada em séries históricas (dados) dos eventos.
- incerteza: não há a disponibilidade de séries históricas (temporais) que possibilitem a construção de uma distribuição probabilística objetiva. APENAS SUBJETIVA. 
-> o risco e a sua gestão 
 - deve ser contextualizado historicamente, ou seja, considerado dentro dos marcos jurídicos/institucionais que hospedam os diversos eventos que compõem a realidade econômica/financeira produzidos pelos agentes econômicos. 
-> o risco de ativos individuais 
- análise de sensibilidade aos possíveis cenários contextos: importância da cenarização e das probabilidades de suas respectivas ocorrências. 
Exemplo da análise de risco de ativos individuais
1) ativo A: V/R: R$ 10000
 Ativo B: V/R: R$ 10000
2) 
	Ativo A
 
	Cenários possíveis
1 – pessimista
2 – mais provável 
3 – otimista
	Probabilidades
0,25
0,50
0,25
1,00
	Retorno % a.a
13%
15%
17%
X = 15%
	Valor ponderado
3,25%
7,5%
4,25%
X = 15%
	Ativo B
	1 – pessimista
2 – mais provável 
3 – otimista
	0,25
0,50
0,25
1,00
	7%
15%
23%
X =15%
	1,75%
7,5%
5.75%
X = 15%
OBS:
No sentido mais básico, risco pode ser definido como possibilidade de perda. 
Os ativos de maiores possibilidades de perda são encarados como mais arriscados do que aqueles de menores possibilidades de perda.
Mais formalmente, os termos risco e incerteza são usados indiferentemente com referência à variabilidade de retornos esperados relativos a um dado ativo.
A diferença entre risco e incerteza, conforme definida pelos estatísticos, relaciona-se ao conhecimento das probabilidades ou chances de ocorrerem certos resultados. O risco existe quando quem toma decisões pode estimar as probabilidades relativas a vários resultados. Distribuições probabilísticas objetivas baseiam-se normalmente em dados históricos. Por exemplo, se um indivíduo desejar determinar as probabilidades relativas aos retornos de um dado ativo, poderá desenvolver uma distribuição probabilística baseada em dados históricos de retornos de outros ativos do mesmo tipo. A incerteza existe quando quem toma decisões no tem nenhum dado histórico e precisa fazer estimativas aceitáveis, a fim de formular uma distribuição probabilística subjetiva. Por exemplo, se o projeto proposto for completamente novo para a empresa, quem toma decisões poderá atribuir subjetivamente probabilidades a vários resultados, através de pesquisa e consulta com outros. No decorrer desta seção, os termos risco e incerteza serão usados alternativamente, em referência a situações que envolvem decisões com risco. 
RISCO X RETORNO 
- risco: medida de dispersão -> amplitude total, variância, desvio padrão 
- retorno: medida de tendência central -> média aritmética, moda, mediana
GESTÃO DE RISCO
Risco 	-> função crescente do tempo 
	-> custo dos passivos (ou retornos dos ativos) devem ser maiores no longo prazo do que no curto prazo, pois no longo prazo o risco deve ser maior. 
-> gestão do risco: a diversificação
DIVERSIFICAR para administrar o risco dos ativos, significa criar carteiras (portfólios)
Busca-se com isto a obtenção de carteiras eficientes (aquelas cujo risco é inferior a soma dos riscos dos ativos individuais que a compõe)
->na construção de portfólios eficientes destaca-se como fundamental oconceito estatístico de correlação.
OBS: deve-se observar a correlação entre o comportamento dos possíveis ativos nos diversos quadros conjunturais econômico/financeiros. 
OBS: 
 O risco não deve ser considerado apenas em relação ao período de tempo presente, mas como função crescente do tempo. Embora os retornos relativos a um dado ativo se assemelhem a uma anuidade, e, portanto, tenham valores esperados semelhantes para cada período de tempo, não é raro encontrar diferentes graus de risco. Mesmo quando os valores esperados não são iguais em cada ano, as distribuições probabilísticas de retornos prováveis se tornarão mais dispersas com o passar do tempo, devido à dificuldade de se prever exatamente os resultados futuros. Corno regra geral, se as previsões forem feitas para um futuro cada vez mais distante, mais variáveis e, portanto, mais arriscados serão os valores previstos.
Diversificação. A fim de reduzir o risco total é melhor combinar ou adicionar à carteira existente, ativos que tenham uma correlação negativa (ou pouco positiva) com os ativos existentes. Pela combinação de ativos negativamente correlacionados, a variabilidade total de retornos ou risco, σk, poderá ser reduzida. O resultado da diversificação para reduzir o risco é ilustrado na Figura 5.5. Esta mostra que a carteira que contém os ativos F e G negativamente correlacionados e que possuem o mesmo retorno esperado, tem o mesmo retorno, porém menor risco do que qualquer dos ativos tomados separadamente. Ainda que os ativos não sejam negativamente correlacionados, quanto menor for a correlação positiva entre eles, menor será o risco resultante .
	A combinação de ativos cuja correlação positiva é perfeita não reduzirá absolutamente o risco total da carteira, abaixo daquele de menor risco, ao passo que a combinação de ativos com correlação negativa perfeita reduzirá o risco a um nível abaixo do que aquele relativo a qualquer um de seus ativos componentes, que em certas situações pode ser até zero. A combinação de ativos com correlações recaindo entre a correlação positiva perfeita e a correlação negativa perfeita reduzirá o risco total da carteira. Um exemplo de correlação positiva perfeita poderia ser um empacotador de carne adquirindo outro empacotador de carne; a correlação negativa perfeita poderia resultar da aquisição de um moinho de farinha feita pelo empacotador de carne. Quando as vendas de carne aumentam, as vendas de farinha decrescem e vice-versa. Muitas vezes, uma empresa precisa visualizar a correlação de um ativo proposto com sua carteira existente de ativos; o procedimento usado não é diferente daquele seguido a formação de uma carteira de dois ativos novos.
CAPITAL ASSET PRICES MARKETING (CAPM)
(O método de precificação de ativos financeiros)
-> o modelo avalia o impacto de um investimento individual (título) sobre o binômio risco e retorno de um portfólio de ativos financeiros.
Obs1: 	o modelo CAPM, em síntese, trata de um importante aspecto na avaliação do risco individual dos agentes econômicos, principalmente empresas e governos, pelo conjunto do mercado financeiro.
Obs2: o modelo baseia-se na hipótese dos mercados eficientes:
- tipologia dos riscos hospedados pelo modelo:
a) risco diversificável (ou risco não- sistemático)
b) risco não diversificável (risco sistemático ou risco relevante) -> risco que afeta todo o universo dos agentes econômicos. 
	- o coeficiente beta é a mensuração do risco sistemático;
	- a carteira teórica do mercado é o beta
	- sendo: Km = performance da carteira teórica 
		Kj = performance do jotaiésimo ativo
		R²m = variância da carteira teórica do mercado
		TEMOS: Bj = cov (Kj; Km)/ r²m -> cov (Kj; Km) = covariância entre as taxas de retorno da carteira do mercado
->o coeficiente B consiste num índice de co-movimento entre os comportamentos individuais dos ativos e o comportamento do mercado
-> precificação dos ativos no modelo CAPM
	Kj = RF + Bj(Km - RF)
ONDE: RF = taxa de retorno do ativo livre de risco
	Bj = beta do ativo j
	Km = taxa de retorno da carteira do mercado 
O Modelo de Precificação de Ativos Financeiros (CAPM) 
 Durante os últimos 20 anos, desenvolveu-se grande volume de teoria com relação à conciliação entre risco-retorno. O aspecto mais importante é o risco global da empresa, julgado pelos investidores no mercado. Tal risco afeta significativamente as oportunidades de investimento e o que é mais importante, a riqueza dos proprietários. Denomina-se comumente, de modelo de precificação de ativos financeiros (CAPM) a teoria básica relativa a risco e retorno. Ela foi desenvolvida para explicar o comportamento dos preços de títulos e fornecer um mecanismo que possibilita aos investidores avaliar o impacto do investimento proposto num título sobre o risco e o retorno da carteira como um todo. 15 Nesta seção utilizaremos o CAPM para entender a conciliação básica de risco-retorno envolvida em todos os tipos de decisões financeiras.
SUPOSIÇÕES DO MODELO 
 O modelo de precificação de ativos financeiros baseia-se em várias suposições que criam um mundo quase perfeito. Embora pareçam irreais, estudos empíricos têm confirmado sua racionalidade e deram suporte para a existência das relações descritas pelo CAPM. As suposições básicas referem-se à eficiência dos mercados e às preferências do investidor. 
 •Mercados eficientes: Supõe-se que o mercado onde os investidores transacionam com títulos (ou ativos) seja altamente eficiente. Isto significa que todos os investidores têm a mesma informação sobre os títulos. Supõe-se que todos os investidores encaram os títulos sob a visão de mantê-los por um período de um ano. No há restrições quanto ao investimento, taxas, nem custos de corretagem. Nenhum investidor é considerado suficientemente grande para afetar significativamente o preço de mercado da ação. 
 •Preferências do investidor: Supõe-se que os investidores prefiram ganhos de retorno maiores (versus menores). Ao mesmo tempo, eles são avessos ao risco preferindo riscos mais baixos (versus mais altos). Eles preferem, em geral, investirem títulos que ofereçam o retorno mais elevado para um dado nível de risco ou o risco mais baixo para um dado nível de retorno. Supõe-se que eles usem o valor esperado para medir o retorno e o desvio-padrão para o risco.
 
TIPOS DE RISCO 
 	O risco do título (ou ativos) consiste de dois componentes — risco diversificável e não-diversificável O risco diversificável, às vezes chamado de risco não-sistemático representa a parcela do risco de um ativo que pode ser eliminada pela diversificação. Este resulta da ocorrência de eventos randômicos ou não-controláveis, tais como greves, processos, ações regulatórias, perda de cliente especial e assim por diante. Os eventos que levam as firmas a enfrentarem riscos diversificáveis variam de empresa a empresa; são, portanto, específicos a uma dada empresa O risco não-diversificável também chamado risco sistemático, é atribuído às forças que afetam todas as empresas. Fatores como guerra, inflação, incidentes internacionais e eventos políticos, motivam o risco não-diversificável. Este risco pode ser avaliado em relação ao risco de uma carteira diversificada de todos os ativos comumente chamado de carteira do mercado ou o mercado. 
Já que qualquer investidor pode formar uma carteira de ativos que diversificam todo o risco diversificável, o risco relevante é somente o risco não-diversificável.16 Conseqüentemente, todo investidor (ou empresa) deve preocupar-se com o risco não –diversificável, o qual reflete a contribuição de um ativo ao risco ou desvio-padrão da carteira. Este risco não é igual para todo ativo; ativos diferentes afetarão a carteira de diversas maneiras. Em outras palavras, o risco não-diversificável de cada ativo depende do modo como este se comporta no contexto de mercado. Visto que o risco relevante difere de ativo para ativo, sua mensuração é importante para possibilitar aos investidoresescolher para suas carteiras de ativos que ofereçam as características requeridas de risco-retorno. 
MODELO CAPM 
O modelo de precificação de ativos financeiros liga o risco relevante e o retorno para todos ativos. Isto será discutido em quatro partes. A primeira parte define e descreve o coeficiente beta que é um índice de risco nâo-diversificável. A segunda parte apresenta uma equação do modelo; a terceira parte descreve graficamente a relação entre risco e retorno, e a ultima apresenta alguns comentários gerais sobre o CAPM.
Coeficiente beta. A fim de avaliar o risco não-diversificável de um ativo, deve ser determinado seu coeficiente beta β. O coeficiente beta pode ser visto como um índice do grau de conformidade ou co-movimento de retorno do ativo com o retorno do mercado. Pode-se calcular o coeficiente beta de um ativo examinando-se os retornos históricos do ativo em relação aos retornos do mercado. 17 Os retornos do mercado deveriam ser baseados num amplo índice de todos os ativos com risco, como tal índice não é disponível convenientemente, ele é medido tipicamente através do retorno médio de todos (ou urna grande amostra de) ativos. O Standard & Poor’s 500 Stock Composite Index ou qualquer outro índice de ações é geralmente usado para medir o retorno do mercado. A Tabela 5.5 fornece os betas de certas ações selecionadas. O beta do mercado é igual a 1; todos os outros betas são vistos em relação a este valor. Os betas de ativos podem assumir valores que sejam positivos ou negativos; betas. 
SEGUNDA PROVA DE MERCADO FINANCEIRO
O SISTEMA FINANCEIRO INTERNACIONAL
Gestão do risco de ativos -> 
Os marcos institucionais do sistema econômico/financeiro 
Problema historicamente datado 
Sistema financeiro 
Mecanismo de ajuste: meios pelos quais os desequilíbrios dos balanços de pagamentos entre países são corrigidos -> realinhamento da taxa de cambio de um país em relação aos demais.
Liquidez do sistema: disponibilidade adequada de moeda internacional. A escassez de moeda internacional restringe o comercio e as transferências de capital.
Credibilidade: confiança na estabilidade do sistema como um todo e em seus principais componentes, como por exemplo, o valor de uma moeda-chave, é um fator que favorece a participação em transações internacionais. A falta de confiança conduz à cautela excessiva e interfere a prosperidade global.
Sistema de taxa de câmbio
Sistema de taxa de câmbio automática: Há Dois tipos de automatismo cambial: sistema fixo com mercadoria-padrão e o de livre flutuação cambial. Sob um sistema fixo com mercadoria padrão, cada um dos países-membros fixa o preço de suas respectivas moedas nacionais em termos de urna mercadoria – na prática, ouro ou prata -, determinando, por conseguinte, as diversas taxas de câmbio bilaterais. Cada uma das moedas nacionais é lastreada por um coeficiente fixo de reservas em mercadoria-padrão, que é o fator de livre conversão das moedas para a própria mercadoria. Com taxas de cêmbio fixas, desequilíbrios de balanço de pagamentos são eliminados mediante transferências internacionais da mercadoria. Estas têm o efeito de aumentar ou diminuir a oferta de moeda do país, provocando variações do respectivo nível de preços. O ajustamento do nível de preços, por sua vez aumenta ou diminui a competitividade, reconduzindo assim o balanço de pagamentos ao equilíbrio. Sob livre flutuação divisas, quaisquer desequilíbrios de balanço de pagamentos são eliminados pelo ajuste automático das taxas de câmbio. 
Sistema com (N-1) taxas de câmbio: Um país — o enésimo membro de um sistema com N países - fixa seu câmbio em termos de urna mercadoria — ouro por exemplo — ao passo que os demais países fixam seu câmbio em termos da moeda do enésimo país. O sistema de N-1 taxas de câmbio é uma variante do sistema de mercadorias padrão apresentado acima, mas não há conexão automática entre a oferta de moeda em um determinado país e a mercadoria que lastreia a enésima moeda. Para que o sistema possa funcionar, os participantes com desequilíbrios em seus balanços de pagamentos precisam adotar políticas econômicas internas de ajuste. Na prática, o ajustamento pode ser politicamente difícil tanto para os países com superávit quanto para aqueles deficitários. Esta é uma causa da fragilidade desse sistema. O enésimo país ocupa uma posição especial que pode também apresentar problemas. Sua moeda é a principal divisa internacional, o principal meio de compensação e de reservas do sistema. Para que outros países detenham os montantes adequados da moeda-chave, o enésimo país tem de registrar déficit em seu balanço de pagamentos. Mas se este déficit tornar-se demasiado grande, os demais países perderão a confiança no enésimo país. A falta de confiança na moeda-chave acabará por minar a confiança no próprio sistema. 
Administração multilateral da taxa de câmbio: A administração multilateral da taxa de câmbio é uma forma de regime de taxa de câmbio flutuante. Na prática os governos não estão dispostos a permitir a flutuação totalmente livre da taxa de câmbio devido aos custos econômicos e políticos envolvidos. Eles preferem tentar administrar o processo de ajustamento o que é feito mediante coordenação multilateral de políticas econômicas e acordos visando ajudar os países a enfrentar desequilíbrios de curto prazo. Mas o crescimento dos mercados financeiros observados a partir dos anos 70 reduziu a capacidade dos governos de influenciar o curso do câmbio, obrigando-os a adotar políticas econômicas cuja meta prioritária fosse evitar desajustes cambiais. 
União monetária: A última forma de evitar problemas de ajustamento da taxa de câmbio é a adoção de uma moeda comum. Esta proporciona os benefícios decorrentes da eliminação das incertezas e dos custos de transação em relação aos demais participantes. Mas os desequilíbrios de balanço de pagamentos não desaparecem; tornam-se problemas regionais que exigem outras soluções para seu ajustamento, tais como mobilidade da mão-de-obra, salários flexíveis e transferências sociais. 
Evolução estrutural do sistema financeiro e a dinâmica dos mercados financeiros
Padrâo ouro (1815- 1930) -> Pax Britannica
Sistema de câmbio fixo com o ouro como mercadoria-padrão. Os países fixavam uma certa massa de ouro pela qual sua moeda podia ser livremente convertida, sendo o Banco Central obrigado a trocar por ouro as cédulas por ele emitidas. A quantidade de papel-moeda em circulação em um país era estritamente proporcional ao nível de suas reservas. Controlava-se a inflação e gerava confiança no sistema. 
A Grã-Bretanha adotou o padrão ouro em 1816. O comércio internacional era, em grande medida, cotado e financiado em libras esterlinas; esta era a principal moeda de reserva e o componente mais importante do mercado de capitais mundial (até o início da Segunda Guerra Mundial).
Padrão ouro-dólar -> Pax Americana
O SISTEMA DE BRETTON WOODS (1945-1973)
Visava desenhar o arranjo financeiro internacional; construir um novo padrão financeiro internacional que pudesse evitar a ocorrência de uma depressão como a dos anos 30 e promover o crescimento econômico e prosperidade no pós-guerra. Desejava-se criar um ambiente de estabilidade cambial.
Sistema com N-1 taxas de câmbio e o dólar era a moeda chave.
- papel fundamental do dólar americano;
- taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis;
- FMI: O FMI foi criado para supervisionar a operação do novo sistema financeiro internacional. O FMI existe para suprir instrumentos de crédito destinados a aliviar dificuldades temporárias no balanço de pagamentos e problemas decorrentes do endividamento externo. Esses créditos provêm das cotas de cada um dos membros do FMI. Quanto maior for o recurso a esses fundos, tanto mais severas as condições exigidas para a correção do problema subjacente.
- Banco Mundial: No início, o papel do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), usualmente chamado de Banco Mundial, era a reconstrução da Europa destruída pela guerra. Atualmente,em conjunto com sua instituição-gêmea, a Associação para o Desenvolvimento Internacional (AID), auxilia os países em desenvolvimento outorgando-lhes financiamentos de longo prazo para projetos e programas. 
	
Padrão atual (padrão sem padrão) 1980 – hoje
- global
- primado do mercado de capitais
- desregulamentação
- livre movimentação de capitais
- altamente volátil e especulativo
- predomínio dos conglomerados financeiros (too big to fail)
- gestão do risco: derivativos e produtos estruturados
Observações 
Padrão ouro e padrão ouro dólar: 
Estabilidade dos fundamentais (taxa de câmbio, juros, rendas e inflação) -> produção e crescimento econômico;
BAIXO RISCO SISTÊMICO
Padrão sem padrão:
Volatilidade dos fundamentais -> especulação
ELEVADO RISCO SISTÊMICO
Se a estrutura do sistema é estável, o risco sistêmico é baixo;
Estruturalmente, o sistema é de instabilidade. Tem que fazer gestão em um ambiente volátil (arriscado); a estrutura institucional é de instabilidade, predomínio da especulação;
O cenário é incerto, não há como prever (volatilidade); vive-se de especulação e não há incentivo à produção e desenvolvimento econômico.
A década de 1960: déficits nos EUA e expansão dos euromercados
- anos 60: déficit no BP americano tornou-se um sério problema (guerra do Vietnã, exportação de dólares e empréstimos externos);
- os controles impostos pelos EUA deram grande impulso ao desenvolvimento do mercado de eurodólares. As multinacionais americanas reagiram depositando seus ganhos o exterior, os euromercados, e também começaram a utiliza-los para consolidar suas necessidades de financiamento.
- em 1973 encerra o sistema de BW de taxas de câmbio fixas.
Resumindo: Fim de BW – o mundo cresce absurdamente
	Surgimento do eurodólar/ operações off share;
	EUA inunda o mundo de dólares para pagar suas dívidas -> consequência da guerra fria; para financiar a hegemonia americana; consequência da quebra do padrão ouro-dólar.
	Em 1973: acaba a estabilidade -> começa o período de instabilidade;
	Eurodólar: com o choque do petróleo, passaram para os árabes -> petrodólares: aplica no SFI através de empréstimos -> RECICLAGEM DOS PETRODÓLARES -> América Latina. 
ESTABILIDADE:
- padrão ouro (1815-1930)
- padrão ouro dólar (1944-1973)
- consenso keynesiano ou “o mundo de Bretton Woods”
	- FMI -> estabilidade das taxas de câmbio
	- GATT -> estabilidade/liberdade do comércio exterior
	- BIRD -> organismo de financiamento; reconstrução e desenvolvimento.
INSTABILIDADE:
- padrão atual: padrão sem padrão 
	(consenso de Washington/ predomínio da doutrina/ideologia neoliberal) -> desregulamentação
- primado do mercado
- globalização e 3ª revolução tecnológica 
- mercados de capitais globais e enormes movimentos de capitais.
“Novos” instrumentos (produtos) financeiros aptos à gestão do risco neste contexto, bem como inovações financeiras complexas -> derivativos e produtos estruturados.
OBSERVAÇÃO:
Aumento dos preços do petróleo e reciclagem dos petrodólares
- desvalorização do dólar gerou perdas aos detentores de dólares e produtores de commodities cotadas em dólar, principalmente o petróleo. Em 1973 a OPEP aumentou os preços do petróleo usando a guerra árabe-israelense como justificativa. Isso afastou a possibilidade de reestabelecer as taxas de câmbio fixas. 
- Os aumentos de preço do petróleo provocaram superávits nos balanços de pagamentos de muitos países produtores de petróleo e déficits nos dos importadores.
- o FMI, em 1974 constituiu uma linha de credito especifica, tomando emprestado dos países produtores e passando aos PMD’s. RECICLAGEM DOS PETRODÓLARES
- A parte do leão da reciclagem dos petrodólares coube aos bancos comerciais, especialmente filiais de bancos dos EUA no exterior. Os fluxos transitavam pelo mercado de euromoedas, especialmente por Londres, Luxemburgo e alguns mercados offshore. A reciclagem de petrodólares obrigou as autoridades dos EUA a suspender os controles oficiais de capitais, permitindo aos bancos americanos concorrerem livremente por depósitos e empréstimos em petrodólares. Os anos 70 testemunharam uma expressiva expansão dos negócios bancários internacionais por meio de empréstimos sindicalizados — os bancos atuavam em consórcios, pois as somas envolvidas eram demasiadamente grandes para emprestadores individuais. Entre 1973 e 1978, a dívida dos PMD5 aumentou de US$130 bilhões para us$336 bilhões. Mas esses foram anos de rápida expansão econômica, e o serviço da dívida não apresentou problemas. Uma combinação de fatores levou os encargos da dívida a um ponto de ruptura: em 1979, em decorrência da revolução iraniana, os preços do petróleo dispararam novamente, mais do que dobrando, de US$ 13 para US$ 32 o barril. Mais uma vez a máquina de reciclagem entrou em ação, e a dívida dos PMD’s cresceu de US$ 336 bilhões, em 1978, para US$ 662 bilhões em 1982.
Os países da América Latina foram os tomadores de empréstimos mais prolíficos.
O prirneiro choque do petróleo desencadeara inflação nos países desenvolvidos. Nos EUA as taxas de juros aumentaram de 9,5%, em meados e 1978, para cerca de 16,6%, em meados de 1981. Esta elevação desencadeou uma grave recessão nos países desenvolvidos, o que impactou as receitas de exportação dos PMD’s tanto em virtude da redução da demanda por seus produtos e serviços por parte dos países desenvolvidos quanto pelo movimento adverso de seus termos de troca - a razão entre os preços de exportações e de importações. Além disso, os custos do serviço da dívida explodiram, uma vez que boa parte da dívida dos PMDs fora contratada a taxas flutuantes. As elevadas taxas de juros nos EUA provocaram uma apreciação do dólar em relação às moedas dos PMD’s aumentando assim o valor real do serviço de suas dívidas. Simultaneamente, os empréstimos tornavam-se escassos já que as altas taxas de juros americanas atraíam para os EUA os fluxos de capital disponíveis. 
- sistema de taxas de juros flutuantes: ajustadas periodicamente (três, seis meses, etc.) em função da LIBOR. Na prática, o eurobanco pode oferecer um empréstimo concomitantemente procurar os recursos para realizá-lo. LIBOR significa London Inter-Bank offered rate e é uma taxa de juros referenciada pela taxa de remuneração dos depósitos de três ou seis meses na praça de Londres, que permanece sendo o principal centro financeiros internacional para euromoedas, embora existam diversos outros grandes centros financeiros operando no mercado.	As taxas de juros são diferentes para uma mesma moeda, caso as operações ocorram dentro do país emissor da mesma ou fora dele, no euromercado. Assim, as operações com dólares americanos dentro dos EUA têm uma taxa de juros baseada na prime-rate, que é a taxa preferencial que os bancos oferecem aos seus clientes de primeira linha, acrescida ou não de um adicional de risco denominado spread. Já as operações com dólares americanos (ou qualquer outra moeda) no euromercado têm as suas taxas baseadas na LIBOR. O euromercado veio a tornar-se uma fonte alternativa de recursos no mercado interno dos EUA quando as autoridades monetárias americanas contraíram a oferta monetária em 1966, como parte da estratégia de combate à inflação do Vietnam. O Federal Reserve System (Fed) lançou mão de regulamentação especial e, apesar dos juros do mercado serem os maiores desde 1920, não permitiu aos bancos elevarem os juros pagos ao CD’s. ele e outros banco levantaram fundos na Europa, transferindo-os para a matriz em Nova Iorque, e reemprestaram aos seus grandes clientes nos EUA. Esse mecanismo é utilizado até hoje.
Mudanças estruturais no SFI e alterações profundas nos mercados financeiros (globais) a partir da crise das dividas externas latino-americanas
ANOS 70 (segunda metade):
- reciclagem dos petrodólares pelos mercados de créditos bancários internacionais
- o ativo dos bancos era passivo das economias latino-americanas que por sua vez, financiavam grandes projetos industrializantes e estruturantes (destaque para o IIPND do Brasil – 1974/79).
- revolução Iraniana, Guerra irã-Iraque e o segundo choque do petróleo -> inflação mundial e desvalorização do dólar.
- inflexão radical da política monetária dos EUA: Paul Volcker e o choque dos juros -> a PRIME RATE foi multiplicada por três: aumento de 200%.
- default generalizado do SFI baseado nos mercados de credito bancário: quebram os grandes bancos comerciais (principalmente dos EUA) e as economias latino-americanas.
- eleições de Ronald Reagan (EUA) E Margareth Tatcher (Inglaterra) e retorno do liberalismo (neoliberalismo)
- os problemas decorrentes da renovação dos escambos do SFI (ativos podres e passivos impagáveis)
	- acordo de Plaza (1985)
	- plano Backer (1985)
	- acordo Louvre (1987)
	- plano Brady (1989) e a securitização das dívidas externas
- desregulamentação generalizada dos sistemas econômicos e financeiros
- despatrimonização dos estados
- fim do primado dos bancos comerciais e dos mercados de crédito bancário no SFI 
- emergência e rápida consolidação dos mercados de títulos e capitais globais
- reintrodução de antigos instrumentos produtivos financeiros: derivativos, securitização, produtos estruturados, etc.
OBSERVAÇÃO:
- “Quando Paul Volcker, então diretor do banco central americano, o Federal Reserve, decidiu combater a inflação em seu país na base do porrete, jogou para as nuvens a taxa de juros. Surtiu efeito antiinflacionário desejado dentro de casa, mas provocou cataclismo em outra ponta: os países que tinham tomado os tais empréstimos dos pretrodólares não conseguiam pagar os novos juros altos do Fed. O México foi o primeiro a pedir água: em agosto de 1982, anunciou moratória da dívida externa. Brasil e outros completaram a reação em cadeia. Pânico dos bancos privados que tinham emprestado tanto dinheiro e não viam perspectivas de receber.
FMI e Banco Mundial entraram em cena novamente, já despidos de suas funções originais de Bretton Woods. Na tentativa de se adaptarem à nova realidade financeira do mundo, transformaram-se em administradores de crises. Dessa vez, não se tratava apenas de salvar os países endividados - que, na verdade, estavam apenas bloqueados no acesso a mais dinheiro. Mais difícil talvez era a situação dos bancos privados, com bilhões a receber de governos que anunciavam não ter condições de pagar.
Tem origem aí a linha mais severa de críticas às instituições de Bretton Woods porque, apesar de já virem adotando um receituário conservador na concessão de empréstimos, tornaram-se mais rigorosas suas exigências para socorrer os sufocados. Impuseram uma austeridade que seus críticos denunciam mais como estrangulamento, pois impede crescimento da economia na hora em que precisa mais. as vantagens vão para os países ricos, o Tesouro americano e o sistema bancário privado internacional, que passa a ter melhores condições de receber o que lhe devem.”
- O Plano Backer, outubro de 1985.
Os países devedores logo se decepcionaram devido às dificuldades econômicas decorrentes do “programa de ajustamento” do FMI. Em, 1985, o secretário do Tesouro norte-americano lançou um programa trienal destinado a promover o crescimento em 156 das maiores nações devedoras, envolvendo liberalização das economias – privatizações, abertura comercial e cortes nas despesas do governo – e a injeção de novos empréstimos externos, sendo US$ 20 bilhoes concedidos por bancos comerciais e US$ 10 bilhões por instituições multilaterais. O resultado foi decepcionante, em aprte porque os empréstmos dos bancos não alcançaram a escala desejada e em parte por má administração dos próprios PMD’s.
∙ O Plano Brady, fevereiro de 1989.
O Plano Brady partia de um apoio oficial à redução, ainda que limitada da dívida.. O principal mecanismo adotado foi a troca da dívida bancárioa pendente, com desconto substancial, por títulos garantidos pelo Tesouro dos EUA. Esses novos títulos ficaram conhecidos como “bradies”. O México foi o primeiro a renegociar a conversão da maior parte de sua d´vida nesses novos títulos. Outros países seguiram seu exemplo. Em fins da década de 1990. a credibilidade de muitos dos fevedores latino-americanos aumentara tanto que eles conseguiram recomprar seus Brasies com “títulos soberanos”, bem mais baratos e sem a garntia dos EUA.
- Os Acordos do Plaza e do Louvre
Na década de 90, as iniciativas tomadas para administrar o problema da dívida resultarm em tentativas de coordenação multilateral de políticas financeiras. O Acordo do Plaza , de setembro de 1985, anunciado alguns dias antes do Plano Backer, era um acordo entre as principais nações industrializadas no sentido de tomar medidas coordenadas a fim de assegurar a estabilidade monetária e as taxas de câmbio adequadas. Em especial, buscavam coanter a valorização do dólar, que, desde 1981, já atingira 60%. De fato, o dólar estava muito apreciado e declinou tão rapidamente que os ministros do Grupo dos Sete (G7) — Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos — se reuniram para tentar reverter tal trajetória. 
O Acordo do Louvre, de fevereiro de 1987, tinha em vista afirmar que a depreciação do dolar fora suficiente eque as taxas de câmbio eram “bastante coerentes com os fundamentos econômicos subjacentes”.
Na época, houve boatos de uma cláusula secreta objetivando manter as moedas em alinhamento pré-acordado com o dólar e um retorno velado às taxas de câmbio estáveis. Contudo, nada se concretizou. 
A CRISE DAS DIVIDAS EXTERNAS LATINO AMERICANAS DOS ANOS 80
O fim de uma era
Mudança estrutural do eixo dos mercados financeiros, da forma de se fazer finanças e gestão de risco:
b.1) o ‘fim’ dos mercados de crédito bancários como protagonistas da dinâmica dos sistemas financeiros ‘urbe et orbe’ e, consequentemente, dos bancos comerciais.
b.2) a emergência dos mercados de títulos e capitais como locus principal da maioria das atividades financeiras.
	C) Outros fatores coadjuvantes:
	 c.1) o retorno do discurso, ideologia e praticas liberais (e neoliberais)
	D) A desregulamentação geral da maioria das práticas econômicas e financeiras (principalmente)
	E) Substituição da politica fiscal pela política monetária como principal instrumento das políticas econômicas.
	F) Deflagração da 3ª Revolução tecnológica (revolução das T.I)
	G) Resgate de antigos instrumentos financeiros para melhor gerir as finanças, agora em novo patamar.
		g.1) securitização
		g.2) derivativos
		g.3) operações e produtos estruturados
A CRISE DAS DIVIDAS EXTERNAS LATINO-AMERICANAS (ANOS 80)
- a instabilização da ‘estabilidade’ e o processo de fragilização financeira das estruturas patrimoniais estruturadas a partir de uma pré-visão da conjuntura econômica/financeira internacional.
- o choque dos juros dos EUA em 1979 e a rápida mudança destas estruturas patrimoniais dos países latino-americanos de posturas de baixo risco (hedge e/ou especulativa) para posturas ponzi.
- a securitização como instrumento de contorno do ‘nó’ financeiro do mercado de crédito bancário do SFI.
SECURITIZAÇÃO
Processo através do qual ativos realizáveis (recebíveis) de diversos agentes econômicos (empresas financeiras e não financeiras) podem ser retirados de seus balanços (off the balance operation) e transformados em títulos dos mercados de títulos e capitais e, portanto, serem negociados em mercados secundários (organizados ou não)
Tais realizáveis (fluxos futuros de caixa) passam a se constituir em colaterais (garantias) para os títulos produto da engenharia financeira (“empacotamento”) do processo de securitização.
OBS: SECURITIZAÇÃO: processo de transformar uma obrigação que foi gerada em atividade de oferta de credito em papéis colocáveis diretamente no mercado. A securitização pode ser do tipo primário ou secundário. A securitização primaria é a substituição do crédito bancário pela colocação direta de papéis de tomadores junto ao público não-financeiro. O segundo é o processo que coloca os ativos dos bancos no mercado de capitais, em geralempréstimos realizados aos tomadores finais. As grandes empresas perceberam que se atuassem no mercado de capitais diretamente e de acordo com as regras do mesmo, conseguiriam captar recursos a taxas menores do que as dos bancos. A securitização implica na desintermediação financeira, isto é, a instituição financeira não exerce mais o papel de intermediaria de crédito, mas pode contudo, tornar-se corretora e promotora de negócios. 
A securitização secundária a instituição continua ofertando credito, mas respeita cláusulas contratuais padronizadas, pois posteriormente “empacotam” seus ativos e os colocam no mercado de capitais. O ativo oferecido é o serviço da divida criado pelo banco ou outra instituição financeira. Em geral, os emprestadores, chamados de ‘poupadores’ são investidores institucionais que controlam grandes volumes de recursos. A securitização secundária é muito vantajosa para financiar atividades com fluxo de receias esperadas previsíveis e regulares. 
 
DERIVATIVOS 
Ativos financeiros cujos preços derivam dos preços de outros ativos, denominados “ativos subjacentes”, que podem ser:
Commodities b) moedas c) títulos, taxas de juros, taxas de inflação, etc.
A funcionalidade dos derivativos reside no fato de que eles possibilitam a separação do risco e do retorno dos ativos subjacentes e, consequentemente, negociá-los separadamente.
Assim, os derivativos constituem-se exclusivamente no mercado que comercializa os riscos dos diversos ativos subjacentes permitindo a atividade especulativa com altíssimo grau de alavancagem. Por outro lado, permite também a construção de estruturas interessantes de hedge:
Mercado a termo: são contratos em que as partes acordam em pagar e receber dado preço ou taxa em um momento futuro. Esses contratos foram inicialmente negociados fora do recinto das bolsas de valores de forma não padronizada (mercado de balcão). Posteriormente, esses contratos começaram a ser negociados em bolsas de valores com todo o sistema de garantias de liquidação característico das bolsas. Essa operação pode ser bem exemplificada pelo acordo de compra, realizado em bolsa de valores, de uma ação para o prazo de três meses com um preço fixado hoje.
Mercado futuro: contratos futuros são aqueles em que a parte assume a obrigação de entrega de um determinado item numa determinada data, a um preço predeterminado. 
Mercado de opções: São contratos fundamentalmente diferentes dos contratos futuros e a termo, pois nas opções, para o titular há o direito, mas não há a obrigatoriedade do exercício da opção.
Swaps: são contratos que envolvem duas ou mais operações a termo, ou de futuros, nos quais as partes trocam o fluxo de caixa referente a uma taxa por outro fluxo atrelado a uma taxa diferente. São muito comuns os contratos nos quais as partes trocam taxas fixas por taxas flutuantes e vice-versa, ou aqueles onde há a troca de variações cambiais por taxas de juros.
Derivativos exóticos: são contratos que envolvem combinações dos derivativos já apresentados de maneira a se obterem comportamentos de fluxo de caixa diferentes daquele obtidos somente com a utilização dos contratos primários. Existem contratos que impõem limites de alta (caps) ou de baixa (floor) em um produto financeiro. Podem ser construídos contratos que possuem comportamento favorável somente em momentos de estabilidade de taxas ou em momentos de alta volatilidade no mercado.

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