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AD2 PAULO CESAR

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A
VALIAÇÃO A DISTÂNCIA
 (AD2)
D
ISCIPLINA
:
 
ESTADO E ECONOMIA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO
CURSO
:HISTÓRIA
POLO
:CAXIAS
ALUNO(A)
:PAULO CESAR GONÇALVES DE OLIVEIRA 
MATRÍCULA
: 17216090098
DATA
: 0
6
 /10 / 2018
 
FONSECA, Pedro Cezar Dutra; MONTEIRO, Sergio Marley Modesto. "O Estado e as suas razões: o II PND". In: Revista de Economia Política. Vol. 28, 1 (109). jan-mar 2007. p. 28-46.
O II Plano Nacional de Desenvolvimento surge como uma proposta do Governo Geisel de dar um novo runo à economia nacional. Essa proposta em muito surpreende os diversos economistas da época, tanto os que apoiavam o governo como os da oposição, pelo método em que ela se apoiava. Nesse ponto o plano era ousado, na medida em que a crise do petróleo sufocava economias pelo mundo afora, principalmente as do terceiro mundo, e políticas fiscais mais ortodoxas eram os remédios mais constantemente aplicados.
O II PND tinha como objetivos aumentar a capacidade enérgita e da produção de insumos básicos e de bens de capital, uma mudança de rumo comparado à política anterior, do perído conhecido como “milagre” econômico, que consistia no incencito à produção de bens duráveis. Algumas incoerências se apresentavam como o possível alinhamento dos econômistas do IPEA com os teóricos CEPALINOS, principalmente, no tocante a participação do Estado como órgão de excelência no desenvolvimento econômico, pensamento este duramente criticado pelos ideólogos do movimento de 1964.
Podemos dizer, que após lançadas as metas iniciais do projeto, importantes segmentos da sociedade brasileira se alinharam com as críticas ao Plano, dentre estes, economistas como Delfim Neto se mostravam mais favoráveis a um recuo da atividade econômica, Simonsem achava o Plano uma obra de ficção, enquanto setores da imprensa e empresários criticavam o caráter estatizante do projeto e cobravam a volta da democracia.
Neste sentido várias perguntas ficaram no ar, porque apesar de tantas críticas o governo insistia no projeto e, mesmo quando na opção pelo creescimento, qual o motivo da escolha por um crescimento demasiadamente acelerado, quando a opção do ajuste fiscal parecia ser a mais acertada, e por último o porquê da escolha do Estado como fomentador desse processo em plena crise?
Para responder a estes questionamentos diversas estudos foram realizados, entre estes, Castro e Souza tomaram a dianteira na defesa do II PND e, afirmaram que os superávits apresentados pela balança comercial brasileira a partir de 1983, eram frutos do processo de substituição de importações implantados pelo II PND e no investimento em setores ligados ao comércio internacional e, que, após devidamente sedimentados, resultaram no aumento das exportações, diminuição da importação e da dependência do petróleo externo. Nesse sentido Castro e Souza (1985, p.32, apud FONSECA; MONTEIRO, 2007, p.30):
“as escolhas de 74 conformavam uma estratégia econômica oportuna e promissora”. O argumento de fundo para sustentação deste ponto de vista remete a uma interpretação do processo de industrialização de países de desenvolvimento tardio, marcado por “autênticas mutações”. Estas constituem grandes blocos de investimento que ocorrem em ondas e, uma vez realizados, alteram o funcionamento da economia e elevam-na a outro patamar.
Em contraponto a análise de Castro e Souza, Aguirre e Sad, questionam os objetivos estritamente econômico do plano, para isso, entendem que as razões ideológicas do plano como a forma de dominação neopatrimonialista do Estado Brasileiro, suplantavam às motivações econômicas, para isso recorreram às obras de diversos autores como Weber e Bendix. Fonseca e Monteiro identificam naquele trabalho um avanço no sentido de se verificarar os motivos políticos do plano, mas discordam quanto a metodologia aplicada. Assim, para estes autores, a opção que o Governo Geisel levou para levar adiante o II PND deve ser entendido pela própria conjuntura econômica da época, para isso identificam duas hipóteses básicas, a primeira procura entender o II PND e o projeto de distensão política, que se inicia um pouco antes da posse de Geisel, num mesmo processo, um não se separando do outro, facilitando, assim, o aumento da base de apoio do regime, que foi prejudicada com as iniciativas do período do “milagre econômico”. 
Já a segunda hipótese, mostra-nos que os dois motivos podem estar perfeitamente associados e, assim, possamos compreender as motivações e o sentido histórico do plano, ou seja, um motivo não excluiu o outro. 
Por fim, ou autor concluiu o seu estudo confirmando as suas hipóteses iniciais, ou seja, apesar de ter em mente que o II PND é um plano com claras visões políticas, inserido num contexto pós “milagre econômico”, que com seu término enfraquecia às teses de coesão social proporcionada pelo alto desempenho da economia, mas de outro modo ele tinha proposições concretas inseridas num projeto de desenvolvimento nacional.
Nesse sentido o plano procurou atingir dois objetivos: procurou manter o crescimento econômico do período anterior e, por outro lado, incentivava às mudanças políticas que se pretendiam implementar desde antes da posse de Geisel e, que foi caracterizada como distensão política. Assim, procurou-se legitimar o governo autoritário através de mecanismos racionais, tanto no campo econômico como no de direito, processos estes que vinham desde 1964 e que ganharam força com a chegada do novo governo.
No entanto as tradicionais práticas (neo)patrimonialistas, embutidas na construção da sociedade brasileira, que influenciaram aspectos da elaboração e implementação do II PND, não são negadas, mas não constituem a sua essência, como afirmam Castro e Souza (2007, p. 45):
Desta forma, as tradicionais práticas (neo)patrimonialistas, embedded na formação histórico-social brasileira, como demonstra a análise inspirada no marco institucionalista, certamente estão presentes em aspectos da formulação e na implementação do II PND, mas não constituem sua busílis. Esta é, fundamentalmente, sua pretensão de legitimidade formal-legal, que pode probabilisticamente coexistir com práticas de dominação tradicional, mas não constituem sua marca, sua razão de ser, seu sentido como ação social. Fica claro, na análise da conjuntura, que esta remete à expectativa de construção de uma dominação de caráter racional.
Esse racionalismo não implica afirmar que o plano não apresentou falhas tanto na sua implantação como financiamento, jogando seus encargos para outras gerações, impactando as dívidas externas e internas e a inflação, como defendem grande parte dos economistas. 
A racionalidade se fundamenta no raio x da economia brasileira, nas suas fragilidades e necessidades de investimentos, havendo uma consistência interna entre os seus problemas e as propostas apresentadas. Em relação aos seus aspectos externos, havia a percepção pela conjuntura internacional, de que a crise não seria passageira e, que, a solução para enfrentá-la deveria estar inserida no fortalecimento do desenvolvimento nacional, mas especificamente no enfrentamento do problema energético.
Por fim, o PND II não trata simplesmente da retomada do crescimento econômico, mas de dar uma nova orientação ao processo de industrialização brasileira, como afirma Castro e Souza (2007, p. 45):
[...] ao priorizar a industrialização pesada, os tradeables e a alteração da matriz energética, cujo impacto na estrutura do balanço de pagamentos nos anos seguintes parecem inquestionáveis. Certamente estava permeado de condicionantes políticos, como qualquer ato de planejamento, mas estes em nada ferem sua racionalidade econômica.
ALMEIDA, Gelsom Rozentino de. "A crise dos anos 1980: Estado e economia". In: 1º Tempos Históricos. Vol. 13, semestre de 2009. p. 39-69.
Para entendermos a crise dos anos 80 na economia brasileira precisamos nos voltar para os acontecimentos dos anos 70 na economia mundial. No início daquela década teve fim a “Era Kenesiana” que foi o ápice do crescimento capitalistamundial e, ocorreu, também, a falência do sistema de Bretton Woods. Assim, os EUA não foram capazes de sustentar o dólar como moeda padrão, o que acarretou uma derrama de oferta de dólares no mercado. A crise de Bretton Woods fomentou o processo de operações tanto de empréstimos como de depósitos fora dos Bancos Centrais. O primeiro choque do petróleo, bem como a reciclagem dos petrodólares, pioraram o cenário externo contribuindo com o excesso de oferta de crédito nos circuitos financeiros internacionais, criando, assim, riscos cada vez maiores.
Nesse contexto, as políticas americanas do fim da década de 70 de elevação unilateral e sem precedentes da taxa de juros, transformou o dólar como reserva universal em oposição de sua função como meio mundial de financiamento e pagamentos, isso representou o fim da estabilidade projetada em Bretton Woods. 
Esses acontecimentos, impulsionaram um processo incipiente de globalização que começava a tomar corpo e que ALMEIDA (2009, p.40-41) define: 
Pode-se entender, em termos gerais, o processo de globalização como intrínseco ao próprio desenvolvimento do capitalismo, com o crescente alargamento e unificação dos mercados, incorporação constante de inovações
tecnológicas e de processos de trabalho, tendência ao acúmulo e concentração do capital e hegemonia do capital financeiro.Nos dias atuais existem cerca de 40 mil empresas multinacionais, 250 mil subsidiárias, uma quantidade muito maior de empresas nacionais e, no entanto, o poder de definição estratégica pertence a pouco mais de 200 empresas e 20 bancos, que controlam as áreas de ponta em Ciência e Tecnologia (microeletrônica, robótica, informática, biotecnologia, etc) e os investimentos. Cresce a importância do planejamento, marketing, concepção do produto e diminui a da produção em si, valorizando o binômico ciência e tecnologia (C&T). A mão de obra especializada perde o emprego enquanto se valoriza “robôs” e programas de qualidade, com predomínio do conhecimento fabril multifacetado. Pressiona-se pela desregulamentação do trabalho visando a diminuição de seus custos, a partir da redução dos encargos fiscais, por exemplo.
Após uma análise inicial da década de 70, no cenário internacional, o período de 74 a 79 da economia brasileira, marcado fortemente por choques externos, que afetariam demasiadamente as estratégias de desenvolvimento brasileiro adotadas até aquele momento e, que, exporiam acentuadamente as suas contradições, como a euforia criada pelo perído do chamado “milagre brasileiro” . Nesse cenário, o primeiro choque do petróleo, com a explosão do preço do barril, pelos países membros da OPEP no final de 1973, mostrou como o Brasil e o mundo industrializado estavam reféns dessa matriz energética e, que, o descompasso entre o crescimento econômico e o aumento de sua produção poderiam causar efeitos potencialmente danosos à economia mundial.
Nesse contexto, as política adotadas pelo II PND poderiam ser vistas como ousadas demais em face da gravidade da situação econômica mundial, parte das justificativas apresentadas para a adoção de medidas da expansão do desenvolvimento, contidas naquele plano, podem ser entendidas como medidas de contenção às críticas apresentadas pela oposição à crise econômica vigente.
Já no início dos anos 80, o Brasil foi afetado diretamente pela política de valorização do dólar que refletiu sobretudo na deterioração das relações de troca, com isso o balanço comercial foi diretamente afetado, permanecendo esse processo até meados da década de 80. Em conjunto com a crise cambial, ocorreu o segundo choque dos preços do petróleo, além do aumento das taxas de juros pelos banqueiros internacionais. Com esse cenário internacional desfavorável, diversos países emergentes tiveram problemas para honrar os seus empréstimos externos, com isso esses países foram “coagidos” a se submeterem as políticas ortodoxas determinadas pelo Fundo Monetário Internacional, que procurou estabelecer negociações individuais, o que acabou por enfraquecer uma posição conjunta dos países devedores.
 Nesse contexto, o Brasil foi uma figura central ao se engajar, de primeira, na cartilha de cumprimento de ajustes fiscais altamente recessivos e contrários ao desenvolvimento nacional. 
Apesar do contexto de ajuste fiscais, no início da década de 80, o governo decidiu manter o seu programa de investimento, culminando com o III PND, com incentivos à exploração do petróleo, à substituição de matrizes energéticas na indústria e no transporte, à substituição de importações, e no incentivo às atividades voltadas para a exportação. Mas, logo após, em 81, passou a adotar uma política fiscal mais tradicional, com restrição ao crédito, aumento de juros para conter a demanda inflacionária, na contenção salarial e no controle de gastos do governo. 
Com o fim dos governos militares e o início da Nova República, vários questionamentos surgiram sobre a política econômica e as negociações que estavam em curso com o FMI, verificou-se que apesar de uma retórica inicial de oposição aos acordos estabelecidos com o Fundo, constatou-se que as políticas de ajustes fiscais não seriam de grande maneira modificadas. 
Entre 1985 e 1989 a política econômica do primeiro governo civil, o Governo Sarney, passou por diversas fases, com diversos planos como o plano Cruzado, Bresser e Verão sem no entanto atingirem os objetivos para os quais foram criados, resumindo-se a tentativas de congelamento de preços e salários para a redução da inflação, sem contudo procurar combater os reais inimigos do desenvolvimento econômico, como as reformas tributária, política e da máquina administrativa.
Por fim, podemos verificar que as diversas políticas econômicas de estabilização econômica tiveram características divergentes. Os setores ligados ao comércio externo procuraram manter o seu interesse, impondo uma agenda de desvalorização da moeda nacional para o incentivo das exportações.
Nesse contexto, verifica-se que a população mais pobre foi a maior prejudicada, essa afirmativa baseia-se nos diversos dados estatísticos de distribuição de renda, que comprovaram um maior acumulo de capital por parte dos mais ricos. Esses dados foram frutos de diversas políticas de contenção do consumo, que tiveram como objetivo atender aos interesses dos países centrais na geração de superávits comerciais e fiscais. 
Esse processo vem de muito tempo, como afirma, ALMEIDA (2009, p.68):
Observa-se que, se o processo de concentração de renda no Brasil é parte estrutural do seu desenvolvimento capitalista e histórico, este processo se
agravava em conseqüência das políticas econômicas implementadas ao longo da década. O único momento em que, de certa forma, ocorreu minimamente uma distribuição de renda – talvez um “efeito colateral”-, foi durante a execução do Plano Cruzado. E, mesmo assim, se ocorreu um aumento de participação na renda dos 30% mais pobres (e, também, um pouco menor, dos 50% mais pobres), este foi decorrente da redução dos 10% mais ricos, que representariam a classe média no Brasil. Mas, seu caráter foi efêmero e a retomada da concentração de renda inclusive se acelerou após este “intervalo”.

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