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Escola Estadual Professor Wilson Roberto Simonini Isabela Matos de Almeida, Larissa dos Santos Reis, Letícia Trindade Tavares da Silva, Milena Bomfim Ribeiro de Souza A DROGA DA MORTE: DEPENDÊNCIA DO CRACK São Paulo 2016 Isabela Matos de Almeida, Larissa dos Santos Reis, Letícia Trindade Tavares da Silva, Milena Bomfim Ribeiro de Souza A DROGA DA MORTE: DEPENDÊNCIA DO CRACK Trabalho de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do terceiro grau do ensino médio, sob a orientação da Prof. Joilson Correia São Paulo 2016 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 5 2. O QUE É O CRACK? .......................................................................... 6 2.1 CARACTERÍSTICAS ......................................................................... 7 2.2 USO .................................................................................................... 7 2.3 OS EFEITOS DO CRACK ................. Erro! Indicador não definido. 2.3.1 Efeitos do crack a curto prazo ..................................................... 7 2.3.2 Efeitos do crack a longo prazo .................................................... 8 2.4 EFEITOS PSICOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS ................................ 9 2.5 QUAIS SÃO AS CAUSAS DA DEPENDÊNCIA AO CRACK? ....... 10 2.6 ABSTINÊNCIA ................................................................................. 11 2.7 QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS DA DEPENDÊNCIA AO CRACK? .................................................................................. 11 2.8 CONSEQUÊNCIAS DO USO DO CRACK PARA A SAÚDE ......... 12 2.8.1 Intoxicação pelo metal ............................................................... 12 2.8.2 Fome e sono .............................................................................. 12 2.8.3 Pulmões...................................................................................... 12 2.8.4 Coração ...................................................................................... 13 2.8.5 Ossos e músculos ...................................................................... 13 2.8.6 Sistema neurológico .................................................................. 13 2.8.7 Prejuízo cognitivo ....................................................................... 13 2.8.8 Doenças psiquiátricas ................................................................ 13 2.8.9 Sexo............................................................................................ 14 2.8.10 Morte ......................................................................................... 14 3. TRATAMENTO .................................................................................. 14 4. DEPOIMENTOS ................................................................................ 15 5. HISTÓRIA ............................................................................................ 6 5.1 Brasil ................................................................................................... 6 6. Conclusão .......................................................................................... 16 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 17 5 1. INTRODUÇÃO O crack nasceu nos guetos americanos e se alastrou pelo mundo, principalmente nas grandes cidades. Mas hoje já há relatos de grupos de viciados até em plantações de cana no Brasil. Nas cidades do interior, lugares como rodoviárias e praças centrais tornam-se "filiais" da cracolândia paulistana. O crack se alastra porque é uma droga barata e mais viciante (e devastadora) que as outras. A cracolândia é praticamente seu único habitat, e o crack pelo seu grande poder no ponto de vista do usuário, já que o prazer acontece quase instantaneamente após ser fumado, acabou propagando-se no boca a boca, chegando a classe média. " Já não existe essa coisa de droga de pobre ou droga de rico, uma droga leva à outra. Quem fuma maconha pode passar a fumar crack quando ouve que aquilo vai dar um barato maior." (Dr. Carlos Salgado, presidente da Abead). A dependência da droga deixa o usuário em constante estado de paranóia - ou simplesmente "nóia", como eles dizem. Quando o viciado tem o crack, ele fica em alerta para que ninguém tire a droga dele. Quando não a tem procura desesperadamente formas de conseguir dinheiro para mais algumas "pedras". É ai que surgem os outros crimes ligados ao uso de entorpecente - roubos, furtos, latrociníos, prostituição. Tudo para conseguir a droga. 6 2. HISTÓRIA O crack apareceu nos Estados Unidos primeiramente em bairros pobres do centro das cidades de New York, Los Angeles e Miami no final de 1984 e em 1985. No Brasil, o crack passou a ser conhecido nos anos de 1990. 2.1 Brasil As informações sobre a chegada do crack ao Brasil vêm da imprensa leiga ou de órgãos policiais. A primeira apreensão da substância no município de São Paulo registrada nos arquivos da Divisão de Investigação sobre Entorpecentes (DISE) aconteceu em 1990. Algumas evidências apontam para o surgimento da substância em bairros da Zona Leste da cidade, para, depois, alcançar a região da Estação da Luz (que ficou conhecida como Cracolândia), no Centro da cidade. 3. O QUE É O CRACK? O crack é uma mistura da pasta-base de cocaína refinada com bicarbonato de sódio e água. Muitas vezes a mistura é falsificada com o acréscimo de cimento, cal, querosene e acetona, para aumentar o seu volume. Quando aquecida, a mistura separa as substâncias líquidas das sólidas. As substâncias líquidas são então descartadas e as sólidas são convertidas na “pedra de crack” que, com a utilização de um cachimbo, é então fumada e absorvida pelo corpo em quase 100% do total ingerido. A via inalatória confere à droga um tempo de ação e um poder viciante extremamente rápidos, o que tem tornado o crack um verdadeiro flagelo. 7 3.1 CARACTERÍSTICAS Nas formas mais puras, as pedras de crack aparecem como cristais brancos, com bordas irregulares, com uma densidade ligeiramente maior do que cera de vela, ou ainda, se assemelham a um plástico duro e quebradiço. Formas mais puras de crack afundam na água ou derretem nas bordas quando perto de uma chama (o crack vaporiza a 90 °C, 194 °F).O surgimento do crack foi a solução encontrada para o problema do preparo da pasta básica para consumo. Os traficantes, então, passaram a vender doses bem pequenas de crack por um preço tão baixo quanto 3 dólares estadunidenses. 3.2 USO Para o consumo inalatório da droga, são utilizados cachimbos elaborados pelos próprios usuários, geralmente de alumínio e compartilhados entre o grupo de uso. Também tem sido comum o consumo de cigarros comuns ou de maconha com fragmentos de pedras de crack. A forma injetável de cocaína não teve sucesso e foi quase extinta no Brasil, substituído pelo crack que provoca efeito semelhante e tão potente quanto a cocaína injetada. 3.2.1 Efeitos do crack a curto prazo O crack causa um barato intenso de curta duração que é imediatamente seguido pelo oposto — uma depressão, paranoia e uma fissura por mais droga. As pessoas que a usam não comem nem dormem adequadamente. Elas podem experimentar taquicardia, espasmos musculares e convulsões. A droga pode fazer as pessoas sentirem-se paranoicas1, zangadas, hostis e ansiosas — mesmo quandonão estão sob o efeito do barato. Independentemente da quantidade ou da frequência que a droga é usada, o crack aumenta a probabilidade de o usuário vir a experimentar um ataque cardíaco, derrame cerebral, ataque epiléptico ou insuficiência respiratória, qualquer uma destas coisas pode resultar em morte súbita. 8 Fumar crack apresenta uma série de riscos à saúde. O crack é muitas vezes misturado com outras substâncias que criam gases quando é queimado. Como a fumaça do crack não permanece forte por muito tempo, os canudos de crack são geralmente muito pequenos. Isto frequentemente causa rachaduras e bolhas nos lábios, causadas porque os usuários pressionam os lábios num canudo muito quente. 3.2.2 Efeitos do crack a longo prazo Além dos riscos comuns associados ao uso da cocaína, os usuários de crack podem sofrer de problemas respiratórios severos, incluindo tosse, dificuldades na respiração, danos e sangramento pulmonares. Os efeitos do uso do crack em longo prazo incluem danos graves ao coração, fígado e rins. Os usuários ficam mais propensos a ter doenças infecciosas. O uso diário contínuo causa insônia e perda de apetite, o que faz a pessoa ficar malnutrida. Fumar crack também pode causar um comportamento agressivo e paranoico. Como o crack interfere com a forma como o cérebro processa os elementos químicos no corpo, uma pessoa precisa de mais e mais da droga para se sentir apenas “normal”. Os dependentes de crack (como ocorre com dependentes de outras drogas) perdem o interesse em outras áreas da vida. Quando o efeito da droga passa, isso causa depressão grave, que fica cada vez mais profunda depois de cada uso. Isto pode ficar tão sério que uma pessoa fará quase qualquer coisa para conseguir a droga, até cometer assassinato. Caso ela não consiga a droga, a depressão pode tornar-se tão intensa que pode levá-la a cometer o suicídio. 9 3.3 EFEITOS PSICOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS Os efeitos iniciais do crack são mais rápidos e intensos que injeções de outras drogas. A duração dos efeitos do crack é muito curta, em média cinco minutos, enquanto a cocaína, depois de injetada ou usada por via intranasal, provoca efeitos com duração em torno de 20 a 45 minutos. Os efeitos causados pelo crack são: Euforia; Agitação; sensação de prazer; irritabilidade; alterações da percepção e do pensamento; taquicardia e tremores; perda de apetite; extrema autoconfiança; insônia; estado de alerta; aumento de energia/disposição física; Grandes quantidades podem induzir tremores, vertigens, espasmos musculares, paranóia, ou com doses repetidas, uma reação tóxica muito parecida com intoxicação por anfetamina. O uso regular do crack pode provocar alucinações e causar comportamentos violentos, episódios paranoicos e, inclusive, impulsos suicidas. O uso de drogas estimulantes (principalmente anfetaminas e cocaína) pode levar a "parasitose delirante" (síndrome Ekbom: a crença equivocada de que se está infestado de parasitas). Essas ilusões também estão associados a febre alta ou abstinência do álcool, muitas vezes, juntamente com alucinações visuais sobre insetos. Pessoas que vivem essas alucinações podem arranhar-se e causar danos cutâneos graves e sangramento, especialmente quando estão delirando. 10 Grandes quantidades (várias centenas de miligramas ou mais) intensificam o efeito do crack para o usuário, mas também pode levar a um comportamento bizarro, errático e violento. Alguns usuários de crack relataram sentimentos de agitação, irritabilidade e ansiedade. Em casos raros, morte súbita pode ocorrer no primeiro uso do crack ou de forma inesperada depois. As mortes relacionadas ao crack são, muitas vezes, resultado de parada cardíaca ou convulsões seguidas de parada respiratória. Pode-se desenvolver uma tolerância considerável ao uso do crack, é quando os viciados procuram atingir o mesmo prazer de sua primeira experiência. Alguns usuários aumentam a frequência das doses para intensificar e prolongar os efeitos eufóricos. Embora a tolerância a altas doses possa ocorrer, os usuários poderão também tornar-se mais sensíveis (sensibilização) para efeitos anestésicos e convulsivante do crack, sem aumentar a dose tomada. Aumento de sensibilidade pode explicar algumas mortes que ocorrem após doses aparentemente baixas de crack. O primeiro relato de acidente vascular cerebral induzido por cocaína data de 1977. Com o desenvolvimento e disseminação do crack na década de 1980, houve um aumento significativo no número de relatos de casos descrevendo os acidentes vasculares cerebrais isquêmicos e hemorrágicos associados ao uso de cocaína, porém não há fatores de risco para que ocorra um AVC associado ao uso de cocaína. O consumo de crack fumado através de latas de alumínio como cachimbo, uma vez que a ingestão de alumínio está associada a dano neurológico, tem levado a estudos em busca de evidências do aumento do alumínio sérico em usuários de crack. 3.4 QUAIS SÃO AS CAUSAS DA DEPENDÊNCIA AO CRACK? Os efeitos do crack sobre o organismo são muito parecidos que os da cocaína, porém mais intensos que eles. A diferença é que enquanto a cocaína demora cerca de quinze minutos para chegar ao sistema nervoso central, o crack faz 11 isso em apenas oito a quinze segundos e seu efeito dura apenas dez minutos, tempo suficiente para iniciar o vício. O crack causa intensa e rápida euforia, seguida por uma igualmente intensa depressão, um estado de grande tensão e incontrolável avidez por mais crack. Quando a droga acaba no organismo, o que acontece muito rapidamente, o prazer cessa e o indivíduo é tentado a repetir o uso da droga. Daí a forte tendência a consumi-la reiteradamente, quase que continuadamente. 3.5 ABSTINÊNCIA A abstinência dura cerca de dez semanas. Segundo o coordenador do ambulatório do HC, nos quatro primeiros dias o paciente se sente cansado e desestimulado, come muito e sofre alterações de humor. “Existe grande tendência de o dependente voltar a usar a droga caso a abstinência não seja tratada corretamente. Sem a medicação os sintomas continuam e, comumente, levam a um quadro de depressão, alterações no padrão de sono e desestímulo.” Na décima semana, aponta o médico, esses sintomas começam a desaparecer e o organismo começa a se recuperar. 3.6 QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS DA DEPENDÊNCIA AO CRACK? O crack atinge e repercute em praticamente todo o organismo: sistema nervoso, pulmões, coração, rins, tubo digestivo, coração, etc. O dependente de crack quase não come, nem dorme, o que ocasiona um rápido processo de desnutrição e emagrecimento, ainda mais intenso que o produzido pela cocaína. Uma pessoa adulta dependente de crack pode perder até dez quilos em um único mês. Os dependentes de crack também passam a não ligar mais para hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência. Neurologicamente, o uso do crack pode levar a dores de cabeça, tonteiras, inflamações dos vasos cerebrais, etc. Na 12 árvore respiratória a alta temperatura da fumaça do crack pode causar lesões na laringe, traqueia e brônquios que favorecem o aparecimento da pneumonia e da tuberculose. Na circulação, o crack provoca a liberação de adrenalina e, com isso, o aumento da frequência cardíaca e subida da pressão arterial, arritmias, isquemias e infarto agudo do miocárdio. No aparelho digestivo, o crack provoca sintomas como náusea, perda do apetite, flatulência, dor abdominal e diarreia. Mas a árvore respiratória é a que mais sofre com o vício do crack. Normalmentehá tosse, dor no peito, falta de ar, escarro sanguinolento. Podem ocorrer quadros psiquiátricos graves, como delírios, alucinações, paranoias, etc. 3.7 CONSEQUÊNCIAS DO USO DO CRACK PARA A SAÚDE 3.7.1 Intoxicação pelo metal O usuário aquece a lata de refrigerante para inalar o crack. Além do vapor da droga, ele aspira ao alumínio, que se desprende com facilidade da lata aquecida. O metal se espalha pela corrente sanguínea e provoca danos ao cérebro, aos pulmões, rins e ossos. 3.7.2 Fome e sono O organismo passa a funcionar em função da droga. O dependente quase não come ou dorme. Ocorre um processo rápido de emagrecimento. Os casos de desnutrição são comuns. A dependência também se reflete em ausência de hábitos básicos de higiene e cuidados com a aparência. 3.7.3 Pulmões A fumaça do crack gera lesão nos pulmões, levando a disfunções. Como já há um processo de emagrecimento, os dependentes ficam vulneráveis a doenças 13 como pneumonia e tuberculose. Também há evidências de que o crack causa problemas respiratórios agudos, incluindo tosse, falta de ar e dores fortes no peito. 3.7.4 Coração A liberação de dopamina faz o usuário de crack ficar mais agitado, o que leva a aumento da presença de adrenalina no organismo. A consequência é o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Problemas cardiovasculares, como infarto, podem ocorrer. 3.7.5 Ossos e músculos O uso crônico da droga pode levar à degeneração irreversível dos músculos esqueléticos, chamada rabdomiólise. 3.7.6 Sistema neurológico Oscilações de humor: o crack provoca lesões no cérebro, causando perda de função de neurônios. Isso resulta em deficiências de memória e de concentração, oscilações de humor, baixo limite para frustração e dificuldade de ter relacionamentos afetivos. O tratamento permite reverter parte dos danos, mas às vezes o quadro é irreversível. 3.7.7 Prejuízo cognitivo O prejuízo cognitivo pode ser grave e rápido. Há casos de pacientes com seis meses de dependência que apresentavam QI equivalente a 100, dentro da média. Num teste refeito um ano depois, o QI havia baixado para 80. 3.7.8 Doenças psiquiátricas Em razão da ação no cérebro, quadros psiquiátricos mais graves também podem ocorrer, com psicoses, paranoia, alucinações e delírios. 14 3.7.9 Sexo O desejo sexual diminui. Os homens têm dificuldade para conseguir ereção. Há pesquisas que associam o uso do crack à maior suscetibilidade a doenças sexualmente transmissíveis, em razão do comportamento promíscuo que os usuários adotam. 3.7.10 Morte Pacientes podem morrer de doenças cardiovasculares (derrame e infarto) e relacionadas ao enfraquecimento do organismo (tuberculose). A causa mais comum de óbito é a exposição à violência e a situações de perigo, por causa do envolvimento com traficantes, por exemplo. 4. TRATAMENTO Atualmente várias abordagens de tratamento para dependência de cocaína e crack no Brasil vêm sendo discutidas, porém existem muitas controvérsias sobre qual abordagem demonstra maior efetividade na literatura científica. Há um consenso de que a dependência de crack exige um tratamento difícil e complexo, por ser uma doença crônica e grave que deverá ser acompanhada por longo tempo. Não existe um único tratamento para eliminar o vício de crack: o dependente precisa ser atendido nas diversas áreas afetadas, tais como social, familiar, física, mental, questões legais, qualidade de vida e trabalho de estratégias de prevenção de recaída. Devido aos baixos índices de motivação do dependente e, consequentemente, pouca aderência do paciente ao tratamento, a família e a rede social de apoio exercem um papel de fundamental importância durante o processo de intervenção terapêutica. Contudo, a maioria dos estudos de revisão sobre famílias de dependentes químicos confirma que o universo familiar dessa população 15 é frequentemente disfuncional. Outra dificuldade no tratamento do vício de crack é a ausência de uma medicação específica que reduza o desejo pelos efeitos dessa substância. Inúmeros ensaios clínicos já foram realizados com antidepressivos tricíclicos (imipramina), inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) (fluoxetina, sertralina e paroxetina), anticonvulsivantes e estabilizadores de humor (carbamazepina, gabapentina, lamotrigina, lítio), antipsicóticos e agentes aversivos (dissulfiram). Contudo, os resultados não mostraram qualquer sucesso. 5. DEPOIMENTOS "A gente não pode dar o primeiro trago. Se der, pode ter certeza: fica quatro a cinco dias invernados (usando a droga)", conta João (nome fictício), de 29 anos, que começou a usar crack aos 12. Depois de uma internação em Bebedouro, município com 75 mil habitantes na região norte do Estado, ele conta que foi direto para a “biqueira”. "Achei rápido. Um mototáxi me levou e deixou na porta do traficante. Fiquei uma noite e um dia fumando, R$ 600, no meio do mato, sozinho com uma garrafa de 51, dois maços de cigarro, um BIC (isqueiro) e 20 gramas de pedra", conta ele, em nova tentativa de tratamento, no 13.º dia sem fumar crack, depois de 13 anos de uso. "De repente, você começa a ver trem rastejando no chão, barulho de viatura, sai correndo, perde droga, perde as coisas. Nesse dia, eu perdi R$ 200 no meio do mato por causa do maldito do crack. Com vergonha da minha mãe, voltei direto para a rua." "Não tenho mais sensação de loucura. Remorso. Passa rápido. Para mim, é como acabei de falar, dá remorso. Pelo fato de passar o tempo, você usou, né... Acabou que ... acabou sendo usado né...", diz Sid (nome fictício), viciado há seis anos, ao tentar descrever a sensação provocada pela droga logo após fumá-la em plena luz do dia, sentado na calçada de uma avenida movimentada de São José do 16 Rio Preto. "Só eloquência... aquela sensação de euforia, só desespero... mais nada." Não passa das 15 horas e é a quinta pedra do dia que ele usa." Alexandre (nome fictício), de 33 anos, que descobriu o crack há oito, confirma. "Foi tudo muito rápido. Quando começou o crack, já me internei rapidamente, foi avassalador. Comecei a emagrecer muito e a virar dois dias seguidos sem aparecer em casa. Com a cocaína eu voltava, mas com o crack não conseguia mais. Estamos falando de uma epidemia. Tirando a heroína, que não se usa no Brasil, é a droga mais violenta." Em tratamento em Vera Cruz, no Centro- Oeste paulista, ele conta como descobriu a droga. "Acabou a cocaína, eu falei (para um amigo): ‘Posso experimentar o crack’. Ele me deixou usar. Depois daí, nunca mais cheirei cocaína." "É o prazer de um orgasmo, irmão. Uma vez minha vizinha perguntou isso: 'o crack é bom?' Eu disse: 'Vixe, a droga é a coisa mais gostosa que tem, é melhor que sexo'", conta Jimi (nome fictício), de 39 anos, em uma das minicracolândias de São José do Rio Preto. "Crack dá grande prazer. Um jovem falou comigo outro dia que é 22 vezes mais forte que o sexo", confirma o padre Haroldo Rham, referência no tratamento de dependentes no interior." 6. Conclusão Inicialmente o crack foi disseminado nas classes mais baixas da sociedade, embora não se restrinja somente a ela. Tem se tornado cada vez mais comum jovens de várias classes sociais se renderem ao uso/consumo de Entorpecentes(ou drogas). Nos centros das grandes cidades e nas periferias é facilmente flagrado/encontrado homens, mulheres e até crianças consumindo o crack ou outro tipo de droga, nas baladas glamourosa, nas festa badaladas ou nas ruas , becos e vielas. 17 Uma possibilidade que pode acarretar o inicioda dependência é a influência doméstica, que significa ter algum conhecido, familiar ou da própria casa do usuário. Através deste espelho é possível o surgimento... O surgimento da curiosidade pela droga que constantemente resulta em vício. Alguns conseguem se livrar do vício, mas a grande maioria não. Aqueles que sobrevive miseravelmente, pois a dependência química tem como consequência, atos de violentação, alucinações e abstinência continua, para muitos a solução encontrada para manter a droga vai do roubo e até a prostituição. Com as péssimas condições de vida, não é surpresa que ocorra a morte precoce. Há também situações de risco em que o usuário se coloca ao deixar dívidas pendentes com traficantes. Cabe uma análise a população em relação a origem dessas pessoas que antes viviam em uma realidade, e agora se veem a margem da sociedade, desprezados. A família também é atingida pelo mau do crack (ou de outras drogas),além do sofrimento por ver seu ente querido nessas condições, são vítimas dos furtos, roubos e violência. Tentam ajudar de alguma forma, resgatar o familiar da dependência e suas consequências, no entanto o dependente se recusa a aceitar. O uso de drogas sem limite atualmente, torna possível entender a gravidade desta situação, que é uma questão pública alarmante. BIBLIOGRAFIA https://pt.wikipedia.org/wiki/Crack 18 ABCMED, 2014. Dependência do crack: o que é, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, prevenção, complicações. Dísponivel em: http://www.abc.med.br/p/536509/dependencia+do+crack+o+que+e+causas+si ntomas+diagnostico+tratamento+prevencao+complicacoes.htm http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2012/01/20/consequencias-do- uso-do-crack-para-a-saude http://www.mundosemdrogas.org.br/drugfacts/crackcocaine/effects-of-crack- cocaine.html http://infograficos.estadao.com.br/especiais/crack/prazer-maior-que-sexo-faz- viciado-fumar-ate-morrer.html 1. INTRODUÇÃO 2. HISTÓRIA 2.1 Brasil 3. O QUE É O CRACK? 3.1 CARACTERÍSTICAS 3.2 USO 3.2.1 Efeitos do crack a curto prazo 3.2.2 Efeitos do crack a longo prazo 3.3 EFEITOS PSICOLÓGICOS E FISIOLÓGICOS 3.4 QUAIS SÃO AS CAUSAS DA DEPENDÊNCIA AO CRACK? 3.5 ABSTINÊNCIA 3.6 QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS DA DEPENDÊNCIA AO CRACK? 3.7 CONSEQUÊNCIAS DO USO DO CRACK PARA A SAÚDE 3.7.1 Intoxicação pelo metal 3.7.2 Fome e sono 3.7.3 Pulmões 3.7.4 Coração 3.7.5 Ossos e músculos 3.7.6 Sistema neurológico 3.7.7 Prejuízo cognitivo 3.7.8 Doenças psiquiátricas 3.7.9 Sexo 3.7.10 Morte 4. TRATAMENTO 5. DEPOIMENTOS 6. Conclusão BIBLIOGRAFIA
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