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1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE Bom pessoal, vamos à luta?! Sou o professor Leandro Ravyelle e vamos embarcar nesse mundo que é a nossa disciplina de Administração Financeira e Orçamentária -AFO. Cursei bacharelado em matemática na Universidade Federal do Ceará (UFC) e atualmente sou servidor público no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, lotado na Diretoria de Programação e Orçamento, ou seja, estou diariamente trabalhando com o nosso objeto de estudo: orçamento público. Leciono nossa matéria desde 2016 e farei o máximo para trazer todo o meu conhecimento sobre o conteúdo para facilitar o seu aprendizado. Sou concurseiro, assim como vocês, e prometo trazer todas as dicas e macetes que aprendi ao longo dos meus anos de luta para facilitar o nosso estudo. Já fui aprovado em alguns concursos, dentre eles: SEDUC-CE (Professor do Estado) - 2013 Banco do Brasil (Escriturário) - 3º Lugar - 2015 (Assumi e trabalhei por 1 ano e 9 meses. Tribunal de Justiça do Estado da Bahia - 2015 - 22º lugar (Técnico Judiciário) - Atual cargo Tribunal Regional Federal 1ª Região - Analista Judiciário (Área Administrativa) - 34º lugar Tribunal Regional Federal 5ª Região - 2017 - Analista Judiciário (Área Administrativa) - 6º lugar Tribunal Regional Federal 5º Região - 2017 - Técnico Judiciário (Área Administrativa) - 92º lugar Na página seguinte, trarei mais uma prova comentada: ANALISTA ADMINISTRATIVO – ÁREA ADMINISTRATIVA, realizada no dia 27/09/2015, pela banca CESPE. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Agora, meu querido (a), é bunda na cadeira e correr para o abraço! Avante! 2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE ENTÃO, POVO, VAMOS AO QUE NOS INTERESSA: O QUE TEM NO NOSSO PDF? Uma apostila completa e esquematizada em mapas mentais do começo ao fim (é do começo ao fim mesmo, tá!? São mapas mentais resumindo os principais tópicos da disciplina, organizados na ordem sequencial e gradativa do conteúdo. Há também mais de 500 questões separadas por capítulo! Além disso, disponibilizo para os que adquirem uma pasta com provas comentadas ao longo do ano de diversas bancas (da banca CESPE já comentei todas as provas realizadas neste ano). Resolvi postar as provas comentadas na íntegra e separadas em PDF's diferentes com o intuito de não encher demais a nossa apostila teórica. Quer mais? Você terá direito a atualizações da apostila periodicamente a cada bimestre (até dez/2018). E como serão as atualizações? • Incluirei novos mapas mentais; • Novas tabelas para memorização; • Tópicos doutrinários que forem cobrados ao longo do período de atualização do PDF; • Mudanças de entendimento das bancas conforme questões cobradas ao longo do período de atualização; • Novas questões cobradas; • Entre outras. As atualizações serão feitas via Google drive (pela mesma forma que se dará o envio do PDF original) a cada 2 meses. Vamos nessa? Para saber mais, acompanhe o meu instagram ou solicite o seu material através do email: leandro.ravyelle@gmail.com 3 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE Tendo como referência os conceitos e as normas aplicáveis ao orçamento público, julgue os itens a seguir. 97 Ao reconhecer-se, ao final de um bimestre, a frustração na realização da receita, pode ser necessário rever as metas fiscais estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias (LDO), uma vez que, dependendo das dimensões do problema, o descumprimento de tais metas poderia comprometer também o cumprimento dos objetivos do plano plurianual (PPA). Isso evidencia que, mesmo durante a execução do orçamento anual, é possível e por vezes necessário promover alterações na LDO e no PPA. CERTO ERRADO Comentários: Questão pesadinha e bem polêmica. De fato, compete à LDO estabelecer para os poderes e o ministério público CRITÉRIOS DE LIMITAÇÃO DE EMPENHO e movimentação financeira se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da RECEITA PODERÁ NÃO COMPORTAR O CUMPRIMENTO DAS METAS de resultado primário ou nominal estabelecidas no anexo de metas fiscais. No próprio texto da LRF não há previsão sobre a possibilidade de alteração das metas, com o intuito de se facilitar a tarefa de economia de despesa. Vale dizer, inclusive, que isso seria uma ''gaiatice" ao conjunto de suas regras, já que os orçamentos devem buscar o alcance das metas prefixadas.A própria Constituição traz em seu texto: Art. 166 § 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual. A questão, porém, usou entendimento específico de que é sim permitido esse ajuste de metas. Em um caso concreto, no ano de 2014, o governo federal aprovou uma mudança, alterando a fórmula de cálculo das metas ficais para aquele exercício. Contudo, existem regras específicas que regulamentam as alterações das metas fiscais e de seus procedimentos de cálculo, pois essas alterações representam riscos ao equilíbrio econômico-financeiro do orçamento público. Em dezembro de 2014, diversas manchetes foram divulgadas com o mesmo assunto: com as contas no vermelho, o governo enviou ao Congresso um projeto de lei para não descumprir uma meta estabelecida por ele mesmo no final de 2013. O embate foi o seguinte: A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) daquele ano estabelecia o valor mínimo de R$ 116,1 bilhões de superávit primário. Isto é, a regra, naquele ano, era que fosse permitido "descontar" desse valor até R$ 67 bilhões referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ou seja, até R$ 67 bilhões que o governo gastar no ano com o programa seriam tirados da conta – reduzindo a economia a R$ 49,1 bilhões. Com o projeto de lei proposto, o projeto de lei enviado ao Congresso não muda oficialmente a meta de superávit, mas altera esse "desconto" determinado na LDO. Pela proposta, será possível abater dos R$ 116,1 4 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE bilhões o total de gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de desonerações de tributos aplicadas em diversos setores. Portanto, correta a questão e bastante pesada! GABARITO: CERTO 98 O chamado orçamento impositivo se caracteriza, entre outros aspectos, pela obrigatoriedade de execução das emendas parlamentares individuais, até o limite de 1,2% da receita corrente líquida anual prevista no projeto de lei orçamentária encaminhado pelo Poder Executivo ao Poder Legislativo. CERTO ERRADO Comentários: Com relação às despesas obrigatórias estabelecidas pela Constituição ou mediante lei, no entanto, não há falar em caráter autorizativo do orçamento. Para essas, o caráter será sempre obrigatório, e, portanto, impositivo. Mas com relação às despesas não obrigatórias, a sua execução insere-se na discricionariedade do gestor. Mesmo assim, tenha cuidado com este detalhe:em geral, mesmo depois da EC-86/2015 (execução obrigatória de 1,2% da RCL), o Orçamento Público brasileiro ainda é considerado autorizativo. Agora vamos aos detalhes da questão: o erro está em afirmar que o teto das emendas parlamentares será calculado com base na RECEITA PREVISTA NA LEI ORÇAMENTÁRIA CORRENTE, quando, na verdade, a apuração é feita com BASE NA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA DO EXERCÍCIO ANTERIOR. Vamos à letra da Constituição Federal: Art. 166..........................................................................................................§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão APROVADAS NO LIMITE DE 1,2% (UM INTEIRO E DOIS DÉCIMOS POR CENTO) DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA PREVISTA NO PROJETO ENCAMINHADO PELO PODER EXECUTIVO, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. § 11. É OBRIGATÓRIA A EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA REALIZADA NO EXERCÍCIO ANTERIOR, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. GABARITO: ERRADO 5 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 99 A medição dos resultados da ação governamental é um elemento-chave do orçamento-programa. Nos níveis intermediários da administração, a mensuração é feita com base nos resultados dos programas, mediante o estabelecimento de metas ou produtos, o que constitui uma medida da eficiência da organização. CERTO ERRADO Comentários: Eita, questão massa, povo! Detalhe sutil e que envolve mais administração geral do que AFO. O orçamento-programa deve evidenciar RESULTADOS, OU SEJA, A EFICÁCIA do que foi planejado (objetivos e as metas fixadas). Isso subsidiará a elaboração da LDO de cada exercício, pois, se algum programa não se revelar viável ou necessitar de ajustes, é com base nesse indicador, aliado à eficiência e à efetividade, que se fará a alocação de recursos e se evitará o desperdício. Logo, leve isto para as provas: a eficiência mede se os meios (insumos, custo/benefício/melhor aproveitamento dos recursos) para obtenção dos fins(outputs/resultados). Já a eficácia avalia se os fins(outputs/resultados) foram obtidos como previsto inicialmente na programação orçamentária. GABARITO: ERRADO 100 A transferência da contabilização de uma obrigação resultante de despesa realizada no exercício atual para o subsequente está associada à quebra dos princípios da totalidade e da publicidade. CERTO ERRADO Comentários: Negativo. Na verdade, a contabilização em exercício posterior de despesa realizada em exercício prévio DESCUMPRE O PRINCÍPIO DA ANUALIDADE/PERIODICIDADE/TEMPORALIDADE, uma vez que, estipulado, de forma literal, pelo caput do art. 2º da Lei nº 4.320/1964, este princípio delimita o exercício financeiro orçamentário: período ao qual a previsão das receitas e a fixação das despesas registradas na LOA irão se referir. Segundo o art. 34 da Lei nº 4.320/1964, o exercício financeiro coincidirá com o ano civil, ou seja, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano. GABARITO: ERRADO No que diz respeito ao sistema de planejamento e de orçamento federal, às diretrizes orçamentárias e ao orçamento anual, julgue os itens subsequentes. 6 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 101 O projeto e a lei orçamentária de 2015 discriminam, em categorias de programação específicas, as dotações destinadas ao pagamento de precatórios judiciários e de sentenças judiciais de pequeno valor, além das destinações para o cumprimento de sentenças judiciais constantes do orçamento de investimentos das empresas estatais. CERTO ERRADO Comentários:Questão pesadíssima, povo! Vejam que a prova de 2015 já buscava conhecimentos específicos da própria LDO da época (Lei nº 13.080/15). O dispositivo nela presente assim o traz: Art. 12 inciso IX: IX - ao pagamento de precatórios judiciários, de sentenças judiciais de pequeno valor e ao cumprimento de sentenças judiciais de empresas estatais dependentes; Essa questão vale também para a época atual, uma vez que a LDO 2019, aprovada através da Lei nº 13.707/2018) assim determina: Art. 11. O Projeto e a Lei Orçamentária de 2019 discriminarão, em categorias de programação específicas, as dotações destinadas: X - ao pagamento de precatórios judiciários, de sentenças judiciais de pequeno valor e ao cumprimento de sentençasjudiciais de empresas ESTATAIS DEPENDENTES; Portanto, o erro foi considerar na assertiva empresas estatais lato sensu, isto é, independentes e dependentes. GABARITO: ERRADO 102 Considerando que a lei orçamentária para 2015 incluiu, tanto na estimativa da receita como na fixação da despesa, a importância aproximada de R$ 905 bilhões a título de refinanciamento da dívida pública federal, é correto afirmar que a União poderá emitir o referido montante em títulos públicos para rolar o mesmo montante em títulos vencíveis durante o exercício. CERTO ERRADO 7 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE Comentários: Que prova, hein, meus caros. Lágrimas escorrem na prova, kkkkk! Inicialmente, vamos ver o que traz a LRF a respeito da dívida pública mobiliária. Dívida pública mobiliária é a dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, Estados e Municípios (art. 29, II). Já o refinanciamento da dívida mobiliária é a emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária (art. 29, V). Além disso, o refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária. Resumindo: a questão quer saber se é possível refinanciar o total da dívida, por meio de títulos, considerando que a lei orçamentária para 2015 incluiu, tanto na estimativa da receita como na fixação da despesa, a importância aproximada de R$ 905 bilhões a título de refinanciamento da dívida pública federal. GABARITO: CERTO 103 O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, é responsável pela orientação normativa aos órgãos setoriais e específicos, às unidades de planejamento e orçamento das entidades vinculadas aos ministérios, e às unidades responsáveis pelos orçamentos de outros poderes. CERTO ERRADO Comentários: Exatamente o que traz a lei nº 10.180/2001, vejamos: Art. 4º Integram o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal: I - o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central; § 3º Os órgãos setoriais e específicos ficam sujeitos à orientação normativa e à supervisão técnica do órgão central do Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem integrados. Art. 5º Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes, as unidades responsáveis pelos seus orçamentos ficam sujeitas à orientação normativa do órgão central do Sistema. Lembrando que hoje este órgão, hoje, é denominado Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG), cuja denominação foi alterada em 2016, om a Medida Provisória nº 72. GABARITO: CERTO 8 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE Com relação a sistema e processo de orçamentação, classificações orçamentárias, estrutura programática e créditos ordinários e adicionais, julgue os próximos itens. 104 As categorias de programação são identificadas por programas, projetos, atividades ou operações especiais e seus respectivos subtítulos. O projeto, em particular, deve constar de cada uma das diversas esferas orçamentárias a que pertence, sob programasdiversos. CERTO ERRADO Comentários: Mais uma questão super pesada, em que a CESPE retira o enunciado diretamente do texto da LDO, que é publicada por meio de uma lei ordinária, anualmente. Vejamos o que diz a LDO 2019, Lei nº 13.707/2018: Art. 4º Para efeito desta Lei, entende-se por: § 1º As categorias de programação de que trata esta Lei serão identificadas no Projeto de Lei Orçamentária de 2019 e na respectiva Lei, bem como nos créditos adicionais, por programas, projetos, atividades ou operações especiais e respectivos subtítulos, com indicação, quando for o caso, do produto, da unidade de medida e da meta física. § 6º O PROJETO DEVE CONSTAR DE UMA ÚNICA ESFERA ORÇAMENTÁRIA, SOB UM ÚNICO PROGRAMA. O erro está justamente nesse § 6º! Mas, prof., essa questão é de 2015 e usou texto da LDO 2019? Esse texto também aparecia na LDO 2015, na Lei 13.080/2015, § 6º. GABARITO: ERRADO 105 Situação hipotética: Determinado ente da administração pública, que necessita da abertura de um crédito especial, dispõe dos seguintes dados: diferença entre a receita realizada e a prevista: R$ 400; ativo financeiro no balanço patrimonial do exercício anterior: R$ 180; passivo financeiro no balanço patrimonial do exercício anterior: R$ 140; créditos extraordinários abertos no exercício: R$ 230; créditos adicionais reabertos: R$ 10. Assertiva: Nessa situação, há margem para abertura do crédito especial de R$ 200. CERTO ERRADO 9 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE Comentários: A fonte de recursos indica a origem dos recursos, de onde virão os recursos, para garantir a realização das despesas referentes aos créditos adicionais; indica, portanto, como serão financiadas as despesas a serem realizadas com a aprovação e abertura de créditos adicionais. As possíveis fontes de recursos para abertura de créditos adicionais são: FONTE DEDUÇÃO A SER FEITA NA FONTE O SUPERÁVIT FINANCEIRO APURADO EM BALANÇO PATRIMONIAL DO EXERCÍCIO ANTERIOR OS SALDOS DOS CRÉDITOS ADICIONAIS TRANSFERIDOS E AS OPERAÇÕES DE CRÉDITO A ELES VINCULADAS OS PROVENIENTES DE EXCESSO DE ARRECADAÇÃO CONSIDERANDO-SE, AINDA, A TENDÊNCIA DO EXERCÍCIO E DEDUZIR-SE-Á A IMPORTÂNCIA DOS CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS ABERTOS NO EXERCÍCIO. OS RESULTANTES DE ANULAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE DOTAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS OU DE CRÉDITOS ADICIONAIS, AUTORIZADOS EM LEI O PRODUTO DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO AUTORIZADAS, EM FORMA QUE JURIDICAMENTE POSSIBILITE AO PODER EXECUTIVO REALIZÁ-LAS RESERVA DE CONTINGÊNCIA OS RECURSOS DECORRENTES DE VETO, EMENDA OU REJEIÇÃO DO PROJETO DE LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL SOMENTE PARA CRÉDITOS SUPLEMENTARES E ESPECIAIS, MEDIANTE PRÉVIA AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA Vamos analisar agora cada fonte dada pelo enunciado: diferença entre a receita realizada e a prevista: R$ 400; Esse é o excesso de arrecadação. créditos extraordinários abertos no exercício: R$ 230; Devemos abater esse valor do excesso de arrecadação, assim: 400 - 230 = R$ 170 ativo financeiro no balanço patrimonial do exercício anterior: R$ 180; passivo financeiro no balanço patrimonial do exercício anterior: R$ 140; Esse é o superávit financeiro, assim: AF - PF = 180 - 140 = R$ 40 - 10 = R$ 30 créditos adicionais reabertos: R$ 10. (deve ser deduzido do superávit acima) A questão afirma que há margem para abertura do crédito especial de R$ 200. Basta somarmos os saldos remanescentes: R$ 170 + R$ 30 = R$ 200. GABARITO: CERTO 10 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 106 A vedação ao início de um investimento que ultrapasse o exercício financeiro antes de sua inclusão no PPA evidencia o modelo integrado entre o planejamento e o orçamento concebido e incorporado à Constituição Federal de 1988. CERTO ERRADO Comentários: Conforme a Constituição Federal: Art. 167. São vedados: § 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. Isso mostra a preocupação do constituinte com o planejamento e sua ligação com o escopo operacional, elencado na LOA. Essa questão é um pouco questionável pois o termo "concebido" torna o item um pouco duvidoso. Esse orçamento foi determinado pela Lei nº 4.320/1964, reforçado pelo Decreto-lei nº 200/1967, e teve a primeira classificação funcional-programática em 1974, mas foi apenas com a edição do Decreto nº 2.829/1998 e com o primeiro PPA 2000-2003 que se tornou realidade. Segundo Paludo (2018), a vedação expressa no § 1º acima refere- se ao princípio do planejamento-programação. Se ultrapassar um exercício financeiro, então o valor é significativo: tem que ser planejado e tem de constar no PPA. Logo, a Constituição Federal determina que nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no Plano Plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. A Lei de Diretrizes Orçamentárias obedece à anualidade, orientando a elaboração da Lei Orçamentária Anual, e deve ser compatível com o Plano Plurianual. A Lei Orçamentária Anual, por sua vez, é o documento que define todo o processo de gestão dos recursos públicos. A banca manteve o gabarito, mas ainda assim ressalvo que a palavra "concebido" tornou um pouco questionável e ambíguo o enunciado. GABARITO: CERTO 107 Um aspecto na classificação orçamentária por fontes de recursos é o estabelecimento de uma vinculação entre a origem e a aplicação de determinados recursos, de tal modo que estes tenham uma destinação exclusiva. Isso pode, eventualmente, provocar ociosidade ou escassez de recursos para financiar determinadas ações. CERTO ERRADO 11 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE Comentários: O registro da arrecadação dos recursos é efetuado por meio de códigos de natureza de receita, sendo que cada receita possui normas específicas de aplicação. Essas normas, por sua vez, podem especificar tanto “quem” deverá aplicar a receita quanto “qual” atividade estatal (qual política pública, qual despesa) deverá ser financiada por meio dessa receita. Dessa forma, uma mesma atividade estatal pode ser financiada por recursos de diferentes receitas, tornando necessário, portanto, agrupar e catalogar, sob o mesmo código comum, as diferentes origens de receita que porventura devam ser aplicadas da mesma forma, no financiamento da mesma atividade estatal. Denomina-se “Fonte/Destinação de Recursos” a cada agrupamento de receitas que possui as mesmas normas de aplicação. A Fonte, nesse contexto, é instrumento de Gestão da Receita e da Despesa ao mesmo tempo, pois tem como objetivo assegurar que determinadas receitas sejam direcionadas para financiar atividades (despesas) do governo em conformidade com Leis que regem o tema. Enquanto a natureza de receita orçamentária busca identificar a origem do recurso segundo seu fato gerador, A FONTE/DESTINAÇÃO DE RECURSOS POSSUI A FINALIDADE PRECÍPUA DE IDENTIFICAR O DESTINO DOS RECURSOS ARRECADADOS. Segundo Paludo (2018), as fontes de recursos servem para indicar como são financiadas as despesas orçamentárias. Elas são constituídas por certos agrupamentos de naturezas de receita, que atendem a determinada regra de destinação legal, e devem ser individualizadas de modo a permitir a identificação de sua aplicação de acordo coma imposição legal. Sendo assim, faz sentido o que foi afirmado pelo enunciado: ao vincularmos grande parte da receita a determinadas despesas, diminuímos cada vez mais a disponibilidade de recursos para despesas discricionárias. GABARITO: CERTO 12 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE Com respeito a programação e execução orçamentária e financeira, julgue os itens que se seguem. 108 A condição para o desbloqueio, em 2015, dos restos a pagar não processados é o compromisso de conclusão da execução das respectivas despesas até o final do exercício. CERTO ERRADO Comentários: Nos casos dos restos a pagar não processados, o empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando: VIGENTE O PRAZO PARA CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ASSUMIDA PELO CREDOR, NELE ESTABELECIDA VENCIDO O PRAZO DE QUE TRATA O ITEM ANTERIOR, MAS ESTEJA EM CURSOS A LIQUIDAÇÃO DA DESPESA SE DESTINAR A ATENDER TRANSFERÊNCIAS A INSTITUIÇÕES PÚBLICAS OU PRIVADAS CORRESPONDER A COMPROMISSOS ASSUMIDOS NO EXTERIOR SEJA DE INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO EXIGIR O CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ASSUMIDA PELO CREDOR Nos casos acima, os restos a pagar inscritos na condição de não processados e não liquidados posteriormente terão validade até 30 de junho do segundo ano subsequente ao de sua inscrição. Caberá as Unidades Gestoras - cujos empenhos se enquadrem nas situações abaixo, providenciar o desbloqueio para assegurar a continuidade da vigência: REFIRAM-SE ÀS DESPESAS EXECUTADAS DIRETAMENTE PELOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DO PODER EXECUTIVO FEDERAL OU MEDIANTE TRANSFERÊNCIA OU DESCENTRALIZAÇÃO AOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS, COM EXECUÇÃO INICIADA ATÉ 30 DE JUNHO DO SEGUNDO ANO SUBSEQUENTE AO DE SUA INSCRIÇÃO SEJAM RELATIVOS ÀS DESPESAS PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO –PAC MINISTÉRIO DA SAÚDE MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FINANCIADAS COM RECURSOS DA MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO. Logo, o problema está em afirmar que o que garante é compromisso de conclusão da execução, quando, na verdade, é o início da execução dessas despesas. GABARITO: ERRADO 13 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 109 A transferência por parte do STJ de um crédito e de seu respectivo recurso para o CNJ, com vistas à realização de treinamento de seus servidores, representa uma descentralização caracterizada, respectivamente, por um destaque e por um repasse. CERTO ERRADO Comentários: Tanto para os créditos orçamentários quanto para os recursos financeiros esses mecanismos possuem nomenclaturas diferentes. As descentralizações internas de crédito orçamentários são denominadas “provisão”, enquanto que as externas são conhecidas como “destaque”. Tratando-se de recursos financeiros, as descentralizações internas recebem o nome de “sub-repasse”, enquanto que as externas são chamadas “repasse”. É nesse momento que se verifica a correlação: se um órgão ou Unidade Orçamentária recebeu os créditos orçamentários sob a forma de destaque, então receberá os recursos financeiros sob a forma de repasse; se recebeu os créditos mediante provisão, então receberá os recursos sob a forma de sub-repasse. As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem quando for efetuada movimentação de parte do orçamento, mantidas as classificações institucional, funcional, programática e econômica, para que outras unidades administrativas possam executar a despesa orçamentária. GABARITO: CERTO Julgue os itens subsecutivos, referentes a conceitos e normas aplicáveis à receita pública. 110 A inscrição de um crédito em dívida ativa se configura como um fato contábil modificativo aumentativo para o ente público como um todo, pois faz surgir um ativo que não existia. CERTO ERRADO Comentários: Negativo: a inscrição de créditos em dívida ativa representa contabilmente uma VARIAÇÃO ATIVA ORIUNDA DE UM FATO PERMUTATIVO resultante da transferência de um valor não recebido no prazo estabelecido, dentro do próprio Ativo. Somente poderão ser encaminhados para inscrição em dívida ativa os créditos já reconhecidos como créditos a receber no ativo do órgão/ entidade de origem do crédito. Com relação ao Ente público, resta configurado um fato permutativo (resultante de um fato aumentativo e outro diminutivo dentro do mesmo Ente), mas no contexto de cada órgão o fato é: modificativo aumentativo para o órgão competente para a inscrição e modificativo diminutivo para o órgão de origem do crédito a receber. No entanto, esta regra não se aplica a Fundações e Autarquias, visto que, nesses casos, não há transferência de responsabilidade na cobrança de ativos dentro do mesmo ente público. GABARITO: ERRADO 14 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 111 Empréstimos tomados pelo poder público para atender eventuais insuficiências de caixa, até que se regularize o fluxo de receitas previstas, representam entradas compensatórias e, como tal, são ingressos extraorçamentários. Esses empréstimos constituem passivos exigíveis e devem ser quitados no próprio exercício. CERTO ERRADO Comentários: Quando se tratar de Antecipação de Receita Orçamentária (ARO), o art. 38, § 2º, da LRF e a Resolução no 43/2002 do Senado Federal estabelecem que essas operações somente podem ser efetuadas mediante a abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil. Compete ao Banco Central do Brasil manter sistema de acompanhamento e controle do saldo do crédito aberto e aplicar as sanções cabíveis no caso de inobservância dos limites. Além de cumprir as exigências referentes às contratações de operações de crédito, as ARO’s encontram-se sujeitas ainda às seguintes regras: SOMENTE PODEM SER REALIZADAS A PARTIR DO DÉCIMO DIA DO INÍCIO DO EXERCÍCIO SOMENTE PODERÃO SER REALIZADAS ATRAVÉS DE LEILÃO ELETRÔNICO DEVEM SER LIQUIDADAS COM JUROS E DEMAIS ENCARGOS ATÉ O DIA DEZ DE DEZEMBRO DE CADA ANO NÃO PODEM SER COBRADOS OUTROS ENCARGOS QUE NÃO A TAXA DE JUROS DA OPERAÇÃO, PREFIXADA INDEXADA À TAXA BÁSICA FINANCEIRA, OU À QUE VIER A ESTA SUBSTITUIR Além disso, a LRF estabelece que essa operação estará proibida enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada, e no último ano de mandato do Presidente, governador ou prefeito municipal. GABARITO: CERTO Com relação a conceitos e normas aplicáveis à despesa pública, julgue os itens a seguir. 112 As operações de crédito contraído pelo poder público integram a dívida pública fundada, independentemente do prazo de amortização, desde que a receita correspondente conste do respectivo orçamento. CERTO ERRADO Comentários: Para a LRF, a dívida pública consolidada ou fundada é o montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses, e ainda, as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do orçamento. GABARITO: CERTO 15 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 113 Uma transferência efetuada pela União a um município, para aquisição de equipamentos médicos, é uma despesa de capital efetiva, de forma que não se exigecontrapartida do município. CERTO ERRADO Comentários: São TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública. A despesa não efetiva normalmente se enquadra como despesa de capital. Entretanto, há despesa de capital que é efetiva como, por exemplo, as transferências de capital, que causam variação patrimonial diminutiva e, por isso, classificam-se como despesa efetiva. GABARITO: CERTO 115 São passíveis de inscrição em restos a pagar as despesas empenhadas e liquidadas, mas não pagas. Logo, o empenho da despesa não liquidada será considerado anulado, salvo em situações específicas, como, por exemplo, se for do interesse do gestor efetuar a inscrição sem que o serviço tenha sido executado, por estarem as partes em fase de negociação para assinatura de um contrato. CERTO ERRADO Comentários: Nos casos dos restos a pagar não processados, o empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando: VIGENTE O PRAZO PARA CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ASSUMIDA PELO CREDOR, NELE ESTABELECIDA VENCIDO O PRAZO DE QUE TRATA O ITEM ANTERIOR, MAS ESTEJA EM CURSOS A LIQUIDAÇÃO DA DESPESA SE DESTINAR A ATENDER TRANSFERÊNCIAS A INSTITUIÇÕES PÚBLICAS OU PRIVADAS CORRESPONDER A COMPROMISSOS ASSUMIDOS NO EXTERIOR SEJA DE INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO EXIGIR O CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ASSUMIDA PELO CREDOR Nada de interesse do gestor, não, meu povo! Deve ser interesse da administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor. Além disso, a inscrição não garante o direito ao pagamento. É necessário que se cumpra integralmente o estágio da liquidação (que em Restos a Pagar é definido como "processado"). Portanto, alguns empenhos inscritos poderão ser cancelados se o fornecedor não 16 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE entregar o material ou não prestar o serviço conforme combinado. Além disso, o enunciado afirma que as partes estavam em fase de negociação para assinatura de um contrato, isto é, contrato não estava assinado e, a ressalva permitida é com relação a ''Liquidação em curso", que é posterior à assinatura do contrato. GABARITO: ERRADO 116 São pagas à conta de despesa de exercícios anteriores as despesas anteriormente inscritas em restos a pagar, depois cancelados e posteriormente reinscritos, por reconhecimento do direito do credor, sem que haja necessidade de novos créditos orçamentários. CERTO ERRADO Comentários: Segundo a lei 4320, as despesas de exercícios anteriores são aquelas relativas a exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida (hipótese tratada no caso em tela) e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício. Já OS RESTOS A PAGAR COM PRESCRIÇÃO INTERROMPIDA, PODERÃO SER PAGOS À CONTA DE DOTAÇÃO ESPECÍFICA CONSIGNADA NO ORÇAMENTO, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica. Em relação ao fenômeno da REINSCRIÇÃO, segundo Giovanni Pacelli, caso os restos a pagar inscritos em anos anteriores sejam cancelados, não existe a possibilidade de reinscrição. Caso tal situação ocorra e fornecedor do material ou serviço se habilitar para o pagamento, deve haver o registro de despesas de exercícios anteriores. O instituto da reinscrição, no entanto, foi inserido no ordenado jurídico federal, para os restos a pagar não processados que foram bloqueados e que ainda não foram cancelados. Nestes casos, as unidades gestoras responsáveis pelos saldos dos restos a pagar bloqueados poderão efetuar os respectivos desbloqueios que ensejará a reinscrição. GABARITO: ERRADO 17 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE Com fundamento nos princípios e nas normas emanados da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), julgue os seguintes itens. 117 Um parlamentar que pretenda apresentar projeto de lei estendendo por mais dez anos os subsídios destinados à produção de determinados alimentos deverá, entre outras exigências, apresentar a estimativa dos gastos correspondentes ao período dos dez anos seguintes e introduzir disposição que obrigue o Poder Executivo a incluir os valores correspondentes nas respectivas propostas orçamentárias. CERTO ERRADO Comentários: Para a LRF, a renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado. ANISTIA pode ser entendida como o benefício que visa excluir o crédito tributário na parte relativa à multa aplicada pelo sujeito ativo ao sujeito passivo, por infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concedeu; REMISSÃO compreende o perdão da dívida em casos de pequeno valor, impossibilidade de pagamento, ou custo de cobrança maior que a dívida; CRÉDITO PRESUMIDO é aquele que representa uma dedução do tributo devido, outorgado pela autoridade tributária, na forma de crédito do tributo, e que foge da estrutura normal do sistema; ISENÇÃO é a dispensa legal, pelo Estado, do crédito tributário devido. Embora o termo “renúncia de receitas” compreenda tanto o caráter geral como o específico, a preocupação da LRF é com a renúncia que beneficia alguns, apenas, em detrimento dos demais. Assim, a LRF estabelece regras específicas para sua concessão e exige transparência desses atos tanto na LDO e como na LOA. A renúncia, em regra, deve ser concedida mediante lei específica e eventualmente mediante convênio. Segundo o art. 14 da LRF, a concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deve: ESTAR ACOMPANHADA DE ESTIMATIVA DO IMPACTO ORÇAMENTÁRIO-FINANCEIRO NO EXERCÍCIO EM QUE DEVA INICIAR SUA VIGÊNCIA E NOS DOIS SEGUINTES ATENDER AO DISPOSTO NA LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ATENDER A PELO MENOS UMA DAS SEGUINTES CONDIÇÕES DEMONSTRAÇÃO DE QUE A RENÚNCIA FOI CONSIDERADA NA ESTIMATIVA DE RECEITA NA LEI ORÇAMENTÁRIA E QUE NÃO AFETARÁ AS METAS DE RESULTADOS FISCAIS PREVISTAS NA LDO a) ESTAR ACOMPANHADA DE MEDIDAS DE COMPENSAÇÃO NOS DOIS EXERCÍCIOS SEGUINTES, POR MEIO DO AUMENTO DE RECEITA GABARITO: ERRADO 18 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE 118 O projeto da LRF foi concebido no bojo da busca pela estabilidade fiscal, visando à obtenção de superávits primários compatíveis com a estabilização da relação entre dívida externa e reservas internacionais. CERTO ERRADO Comentários: Segundo Paludo (2018), o PRINCIPAL MOTIVO da elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal foi a DÍVIDA PÚBLICA – EM ESPECIAL A DÍVIDA INTERNA, que vinha aumentando de forma descontrolada (principalmente na década de 1990) e sem possibilidades de pagamento, cujo montante, na véspera da aprovação da LRF, correspondia a 50% do PIB (32% da União e 18% de estados e municípios). Em dezembro de 2000esse percentual já era maior, e a dívida do Governo Federal havia ultrapassado os 800 bilhões de reais,1 dos quais mais de 500 bilhões eram dívida mobiliária. Essa lei complementar foi um divisor na história das finanças públicas no Brasil e em termos de responsabilidade na gestão dos recursos públicos, tornando-se uma espécie de código a orientar a conduta dos administradores públicos, impondo-lhes, de um lado, regras e limites e exigindo prestação de contas da utilização dos recursos públicos, e de outro, abrindo espaço para responsabilização e aplicação de sanções pessoais. Em termos de abrangência, a LRF se aplica à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, incluindo os Três Poderes e todos os seus órgãos e entidades, inclusive as empresas estatais dependentes. GABARITO: ERRADO 119 Situação hipotética: Nas previsões de receita de determinado ente para o exercício subsequente, tomou-se como referência a arrecadação estimada para o exercício em curso, que corresponde a R$ 100 bilhões, considerando-se uma inflação de 20%, o crescimento do PIB de 5% e alterações na legislação tributária com efeitos residuais na arrecadação. Assertiva: Nessa situação, as previsões da receita para o próximo exercício deverão ser de R$ 120 bilhões. CERTO ERRADO Comentários: A LRF estabelece que a previsão de receita deve estar acompanhada de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos e da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem. Deve constar também a metodologia de cálculo e as premissas utilizadas. Além disso, a previsão deve: RESPEITAR AS NORMAS TÉCNICAS E LEGAIS CONSIDERAR OS EFEITOS DAS ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO CONSIDERAR OS EFEITOS DA VARIAÇÃO DO ÍNDICE DE PREÇOS CONSIDERAR OS EFEITOS DO CRESCIMENTO ECONÔMICO QUALQUER OUTRO FATOR RELEVANTE 19 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE A previsão de receitas corresponde à projeção dos recursos para um determinado período futuro: permite visualizar previamente o valor total a ser arrecadado, com vistas a limitar a autorização de despesas e manter o equilíbrio das contas públicas. E os cálculos, prof.? Veja que você não precisava saber, na real, qual a fórmula real para esse cálculo, mas, como vimos acima, não deve observar apenas os efeitos na legislação tributária e as variações de índices de preços. Mas, se levarmos em conta somente a inflação de 20%, já chegaríamos em 120 bilhões, isso sem considerar o crescimento do PIB ou outros fatores não elencados no enunciado. Logo, a questão erra ao afirmar que as previsões da receita para o próximo exercício DEVERÃO ser de R$ 120 bilhões. GABARITO: ERRADO 120 O relatório resumido da execução orçamentária deverá contar, de acordo com as circunstâncias, com justificativas para a frustração de receitas, e especificar as providências adotadas em matéria de fiscalização e cobrança dos créditos da fazenda pública, assim como em matéria de combate à evasão e à sonegação. CERTO ERRADO Comentários: De acordo com o art. 52 da LRF, esse relatório resumido deve conter: RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA RREO BALANÇO ORÇAMENTÁRIO RECEITAS POR CATEGORIA ECONÔMICA POR FONTE DE RECURSOS DESPESAS POR CATEGORIA ECONÔMICA POR GRUPO DE DESPESAS DEMONSTRATIVO DA EXECUÇÃO RECEITAS POR CATEGORIA ECONÔMICA POR FONTE DE RECURSOS DESPESAS POR CATEGORIA ECONÔMICA POR GRUPO DE DESPESAS POR FUNÇÃOE SUBFUNÇÃO ACOMPANHA O RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA RREO DEMONSTRATIVO DA APURAÇÃO DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA DEMONSTRATIVO DE RECEITAS E DESPESAS PREVIDENCIÁRIAS DEMONSTRATIVO DOS RESULTADOS NOMINAL E PRIMÁRIO 20 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO (PROVA COMENTADA) PROFESSOR LEANDRO RAVYELLE DEMONSTRATIVO DE RESTOS A PAGAR POR PODER E ÓRGÃO ÚLTIMO BIMESTRE – ACRESCENTAR OS DEMONSTRATIVOS RREO DE QUE AS OPERAÇÕES DE CRÉDITOS NÃO ULTRAPASSARAM AS DESPESAS DE CAPITAL DAS PROJEÇÕES ATUARIAIS DOS REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, GERAL E PRÓPRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA VARIAÇÃO PATRIMONIAL, EVIDENCIANDO A ALIENAÇÃO DE ATIVOS E A APLICAÇÃO DOS RECURSOS DELA DECORRENTES SE FOR O CASO, INCLUIR JUSTIFICATIVAS SOBRE A LIMITAÇÃO DE EMPENHO E A FRUSTRAÇÃO DE RECEITAS Ainda a LRF, se for o caso, deverão ser apresentadas justificativas sobre a limitação de empenho e a frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança. Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a: § 1º O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de demonstrativos: § 2º Quando for o caso, serão apresentadas justificativas: II - da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança GABARITO: CERTO ENTÃO, POVO, VAMOS AO QUE NOS INTERESSA: O QUE TEM NO NOSSO PDF? Comentários: Nos casos dos restos a pagar não processados, o empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando: Comentários: Nos casos dos restos a pagar não processados, o empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando: (1)
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