Juscelino Kubitschek

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Instituto Municipal de Ensino Superior de Bebedouro
“Victório Cardassi”
ADMINISTRAÇÃO
TAINÁ APARECIDA VENTURA DE MELO
	
JUSCELINO KUBITSCHEK 
O SONHO DE ASCENDER O PAÍS
Bebedouro,
Junho de 2014
TAINÁ APARECIDA VENTURA DE MELO
JUSCELINO KUBITSCHEK – O SONHO DE ASCENDER O PAÍS
Trabalho arquitetado com a finalidade de obter a nota parcial bimestral na disciplina de Economia Brasileira Contemporânea do prof. Esp. Jefferson Luis Brentini da Silva, no curso de Administração.
Bebedouro,
Junho de 2014
Resumo
O presente trabalho visa expor o período de 1956-1961, período governado por Juscelino Kubitschek, mostrando a industrialização e o desenvolvimento brasileiro.
Tem também o objetivo de explicar o surto inflacionário e a desestabilidade econômica causadas pela negligência do Plano de Metas.
Palavras-chaves: industrialização, surto inflacionário, Plano de Metas
Introdução
O governo de Juscelino Kubitschek foi para o Brasil o despertar de uma nova era. Trouxe consigo o sonho de se tornar um país de primeiro mundo. As suas ideias revolucionárias fez desse período, o período do otimismo até antes desconhecido pelo povo brasileiro.
O rápido desenvolvimento e a industrialização fez com que Juscelino Kubitschek conquistasse a confiança do povo. “50 anos em 5”, esse foi o slogan que simbolizou sua vontade de fazer o Brasil prosperar em 5 anos o que prosperaria em meio século, criando para isso o Plano de Metas com o objetivo de melhorar os principais setores do país.
A construção de Brasília foi com certeza o ápice de seu governo. Uma ideia ousada para um presidente ousado, porém o preço a se pagar foi alto. O sonho desenvolvimentista de JK extrapolou os limites econômicos, a inflação teve grande destaque nessa época .
1. Vida de Juscelino Kubitschek em ordem cronológica[1: Cronologia extraída do livro “JK como nasce uma estrela” (Cony;Carlos Heitor, 2002)]
1902- Nascimento de Juscelino Kubitschek de Oliveira na cidade de Diamantina em Minas Gerais. Filho de Júlia Kubitschek de Oliveira e de João César de Oliveira.
1905- Falecimento de seu pai, João César de Oliveira. Morrera de tuberculose com 34 anos.
1914- Juscelino ingressa para o seminário da cidade, onde estuda para ser doutor.
1919- Passa no concurso de telegrafista dos Correios em Belo Horizonte.
1921- Muda-se definitivamente para Belo Horizonte. Juscelino mesmo sendo de uma família muito humilde pode contar com o apoio de sua mãe, que todo mês mandava uma mesada para ele. Consegue um emprego de telegrafista.
1922- Entra na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte.
1927- Termina a faculdade optando em se especializar em urologia.
1930- Viaja para a Europa, mais precisamente para a França que na época era destaque na área de medicina. Lá pretendia fazer estágio para alavancar sua carreira. No exterior Juscelino ampliou sua visão em relação ao mundo, fez diversos amigos entre eles Cândido Portinari. Seus estudos e aprofundamentos na história francesa instigou seu espírito democrático. Em novembro desde mesmo ano retorna ao Brasil desembargando no Rio de Janeiro.
1931- Casa-se com Sarah Luísa Lemos.
1933- É nomeado Interventor Federal em Minas Gerais.
1934- É eleito deputado federal pelo Partido Progressista.
1937- Perde o mandato com a instalação do Estado Novo, comandado Getúlio Vargas.
1940 a 1945- Eleito prefeito de Belo Horizonte constitui grandes obras como a abertura e asfaltamento de avenidas, construção do conjunto arquitetônico da Pampulha.
1950- Torna-se governador de Minas Gerais.
1955- Ganha as eleições à presidente da república pelo Partido Social Democrático (PSD).
1956- Toma posse da presidência colocando um fim ao estado de sítio que o país se encontrava e a censura de imprensa. Lança o Plano de Metas e cria o Conselho de Desenvolvimento.
1957- Dá-se inicio a construção de Brasília.
1958- Inicia-se as negociações com o FMI, que apresenta as condições para efetuar o empréstimo ao Brasil.
1959- JK rompe com o FMI recusando as exigências feitas pelo órgão.
1960- Em abril desse ano Brasília é inaugurada dentro do prazo estipulado por JK. Jânio Quadros se torna o novo presidente do país.
1961- Jânio Quadros toma posse do poder.
1964- Juscelino é exilado do país.
1967- Retorna ao Brasil e passa a trabalhar no Banco Denosa de Investimentos.
1968- É preso após a decretação do AI-5.
1972- Torna-se fazendeiro.
1976- Juscelino Kubitschek morre em um acidente de carro em quando ia de São Paulo ao Rio de Janeiro.
2. Plano de Metas
As dificuldades do governo JK iniciaram-se antes que Juscelino pudesse sentar-se na cadeira presidencial. A mudança de partido, que agora era PSD, desagradou e irritou os militares e os antigetulistas.
Apesar dos esforços dos adversários, Juscelino Kubitschek ganha as eleições com 3.077.411 de votos, e se torna o novo Presidente da República.
Tendo em vista que seu governo era causador de tanta discórdia política, JK precisava urgentemente conquistar o povo. Para isso precisaria mostrar a eles que seu mandato traria ao país o desenvolvimento e a industrialização, assim criou o Plano de Metas.
O Plano de Metas incluía os setores de energia, transporte, alimentação, indústria de base, educação e a construção de Brasília. Contanto com o auxílio estrangeiro, levou Richard Nixon (que estava no Brasil como representante de Washington para a posse do novo presidente), para Volta Redonda sede da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Esperava obter ajuda financeira dos Estados Unidos para a expansão da siderúrgica. JK queria aumentar a produção de aço no Brasil que era de 2 milhões para 5 milhões, e não havia ninguém melhor para dar essa ajuda do que o país que produzia 120 milhões de toneladas, atingindo essa meta JK estaria possibilitado à executar as outras. O discurso de Juscelino à Nixon foi tão eficaz que rendeu a ajuda de 35 milhões de dólares para expandir a CSN.
A indústria de base, a energia e o transporte foram os setores que mais receberam atenção do Plano de Metas.
3. Brasília
Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino.
 (Juscelino Kubitschek, 1956)
A ideia de construir uma nova capital surgiu diante de uma necessidade. O Rio de Janeiro (até então capital do Brasil) era vulnerável, não era difícil sofrer uma ataque pelo mar e ser invadido, além do mais o Rio de Janeiro naquela época vivia em tempos de perturbação e qualquer manifestação seria o suficiente para colocar o governo e o presidente em situação de risco.
Após ser aprovada a lei nº 2.874 em 19 de setembro de 1956, Juscelino não só pôde fazer a transferência da capital como também criou a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).
Brasília foi construída na região Centro-Oeste do país, mais precisamente no Planalto Central, um lugar desértico onde só havia vegetação rala típica do cerrado, um terreno de ondulações chato e amplo.
Apesar de toda controvérsia e descrença Brasília foi inaugurada em 21 de abril de 1960. Essa obra não só marcou o povo brasileiro, foi também o apogeu da carreira política de Juscelino Kubitschek.
3.1 Os opositores do sonho
Uma obra faraônica como Brasília causou grande desconforto em seus opositores. O deputado Carlos Lacerda do partido UDN, opositor de JK, recorreu a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com o intuito de intimidar todos que trabalhavam na Novacap para prestarem depoimento, pois segundo Carlos Lacerda havia irregularidades acerca da construção de Brasília.
Porém a tentativa de atrasar o obra falhou. Como a UDN não conseguiualiados para assinar a CPI seus planos fracassaram, já que sozinha não possuía forças.
4. Inflação
A inflação não foi mérito de Juscelino Kubitschek, foi uma herança que passou de geração em geração com início nos tempos de Dom João VI, passando pela crise do café em 1929, pelo governo de Getúlio Vargas e pelo governo de Café Filho. Mas foi no governo de Juscelino que teve um destaque maior.
A construção de Brasília e o desenvolvimento desenfreado em busca das 31 metas, fez com que a dívida externa aumentasse e que o país sofresse um surto inflacionário devido ao uso da emissão monetária, o que fez oscilar o PIB nacional. Outra causa do crescimento inflacionário dessa época foram os gastos que o governo tinha, já que ele gastava mais do que arrecadava de dinheiro com os impostos. Os que mais sofriam coma inflação era a classe trabalhadora, pois não recebiam um reajuste salarial desde 1951.
4.1 FMI
Mediante ao crescimento inflacionário, o Brasil fecha um acordo co o FMI (Fundo Monetário Internacional). Conduto isso não pareceu ser uma boa estratégia, pois o órgão adotava medidas com a finalidade de combater a inflação, entre elas estavam uso limitado das políticas monetárias e fiscais, câmbio livre para as importações, incentivo ao comércio exterior.
Então em 1959 Juscelino rompe com o FMI por não querer atender as exigências feitas, optando em dar continuidade ao seu Plano de Metas. Acreditava também que o Brasil já estava desenvolvido o suficiente para se tornar independente do FMI.
4.2 Inflação pelos olhos JK
JK afirmou durante o tempo de seu governo que momento algum usou a inflação como meio de desenvolver o país. Acreditava que as acusações se derivaram dos partidos rivais que insistiam em atacar seu governo.
Entretanto Juscelino não nega que o desenvolvimento gerado pelo Plano de Metas acarretou a um desenvolvimento demográfico notável e que o consumismo aumentou dentre os habitantes que já moravam nas cidades, situações que colaboraram com a inflação.
Afirma também que seu Plano de Metas representou apenas de 4% a 6% do PIB do país estando dentro dos limites da economia brasileira.
5. As heranças JK para o Brasil atual
Sem dúvida o nome Juscelino Kubitschek ficou marcado na história do Brasil. O presidente visionário em seus anos de mandato nos deixou de herança ricas colaborações ao país como a nova capital Brasília, o desenvolvimento da região centro-oeste, o desenvolvimento da indústria dando a oportunidade de empresas estrangeiras se instalarem no Brasil, o início da construção de automóveis quase cem por cento fabricados com peças nacionais e a construção de novas estradas.
Entretanto nem tudo foi bom. O surto inflacionário desse período foi assustador, quando JK deixou o governo a inflação ultrapassava 30% do PIB nacional. Essa porcentagem só foi aumentando com o passar do tempo, fazendo crescer a dívida externa que só foi sanada no governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva. O desenvolvimento das grandes cidades como São Paulo atraiu um grande número de emigrantes vindos de diversas partes do país, em especial do nordeste, onde a situação era de subdesenvolvimento. Como essas grandes cidades não possuíam suporte para esse aumento populacional foram surgindo os subúrbios e as favelas.
Considerações finais
Em linhas gerais o objetivo desse trabalho foi expor a escalada política do presidente Juscelino Kubitschek no período de 1956 a 1961. Em meio ao desenvolvimento e a industrialização onde a atenção se voltava para a indústria de base e a energia elétrica, questões tão importante quanto foram deixadas em segundo plano como a educação.
Contudo foi nesse período que o Brasil viveu seus anos dourados. Viu-se um acelerado ritmo de crescimento, de entusiasmo e de sonhos renovados trazidos por um presidente que com seu jeito humilde e sua força de vontade, libertou o Brasil de seu estado de sítio e do Estado Novo. 
Referências Bibliográficas
CONY, Carlos Heitor; JK Como nasce uma estrela. 2ª edição. Rio de Janeiro: Record, 2002. 158p.
KUBITSCHEK, Juscelino; Por que construí Brasília. Rio de Janeiro: Edições Bloch. 370p.
VEJA; Brasília 50 anos: O nascimento de uma nação. Edição Especial. Editora Abril, 2009. 190p.
Sites pesquisados
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Economia/PlanodeMetas
(acessado em 12/05/14 as 14:02)
http://www.projetomemoria.art.br/JK/biografia/3_revolta.html
(acessado em 11/05/14 as 15:59)
http://jpress.jornalismojunior.com.br/2013/03/inflacao-desmitificada/
(acessado em 24/05/14 as 17:13)
http://www.sep.org.br/artigos/download
(acessado em 25/05/14 as 12:40)
http://decadade50.blogspot.com.br/2006/09/juscelino-kubitschek-rompe-com-o-fmi.html
(acessado em 25/05/14 as 13:23)
http://www.asmelhoresjornalistas.wordpress.com/trajetoria-jk/biografia-cronologica
(acessado em 12/06/14 as 14:47)