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Evasivas Admiráveis Theodore Dalrymple

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Evasivas Admiráveis: Como a Psicologia Subverte a Moralidade - Theodore 
Dalrymple 
 
Prefácios: Ele cita que em uma visita a Austrália, foi em uma banca e só 
achava livros de autoajuda de cunho psicológico, complementa que hoje no 
mundo um dos ramos que mais capta estudantes é a psicologia, e argumenta 
que isso é um relexo no foco egocêntrico. Que coisas básicas do 
comportamento humano como o fato de que por vezes nos sentimos bem com o 
mal-estar de amigos tomaram forma quase que científica. Torce para que o 
mesmo não ocorra no Brasil. 
 
Cap 1 
Não podemos afirmar que hoje entendemos mais sobre o ser humano do que a 
300 anos atrás. Quando comparamos os escritos de alguns psicólogos com 
textos de Shakespeare notamos como as ideias ilustradas de forma 
dramática pelo autor inglês são por vezes transpostas com jargão 
cientifico e tidas como psicologia. Cada vez mais as pessoas estão 
dependentes químicas de remédios que nem de longe há comprovação que 
funcionam, pelo contrário, por vezes transtornam ainda mais seus 
usuários. O autor crítica Freud, primeiro porque suas atitudes em vida 
não eram necessariamente de um grande conhecedor da própria mente, e 
segundo porque suas teorias nada mais eram que essa cientificação de 
textos antigos. O encapamento cientifico de atitudes simples e bem 
conhecidas dos seres humanos como ressignificação do sexo, atitudes ou 
palavras são conhecidas a séculos. Por vezes suas teorias servem como 
muleta para o auto-centrismo. A psicanalise acaba sendo uma ponte para 
ignorar as ações próprias para resolver problemas da mente, colocando a 
culpa no seu passado, algo que é imutável. A solução para os problemas de 
acordo com ela é a livre associação, ou seja, a falta de disciplina, 
atitude que toda pessoa inteligente sabe que não ajuda na busca por seus 
objetivos. Suas soluções normalmente não são muito saudáveis, e suas 
considerações não podem ser ditas como verdades absolutas, considerar 
sentimentos como líquidos por exemplo não se mostrou uma boa atitude, 
pois dar vazão a eles por vezes os amplifica, causando ainda mais 
problemas. Consequências duríssimas dessa "atitude psicológica" no dia a 
dia são a trivialidade e e paranoia. Trivialidade porque, sendo tudo que 
é dito ter a sua real interpretação nos meandros do que não é dito, tira 
todo o valor do que é dito. E paranoia porque a pessoa quando enfurnada 
nas ideias psicanalistas acaba buscando verdades nos mínimos detalhes, 
onde na realidade não existe nada. O próprio Freud disse que "as vezes 
charutos são apenas charutos". Sendo a psicanalise o estudo do eu, por 
vezes isso acaba tomando formas bem egocêntricas, as pessoas acabam 
tentando enxergar o humano apenas limpando o óculos, e não olhando para 
os outros. Nessas condições faz até sentido uma pessoa, depois de 
milhares de horas e de reais de analise achar que esta realmente serviu 
de algo, se fosse diferente disso a pessoa poderia atestar sua certidão 
de ignorante por tanto empenho para nada. 
 
Cap 2 
A psicanálise não é científica, nunca conseguiu se estabelecer por mais 
que tenha tentado algumas vezes. Após um tempo, começou a se apoiar no 
behaviorismo, por mais que seja uma teoria que reduz os problemas 
metafísicos dos seres humanos a uma simples animalização dos nossos 
instintos. As questões mentais das pessoas não podem ser comparados ao 
comportamento controlado de animais em experimentos. Os mesmos não vem os 
motivos por trás de seus comportamentos, só esse argumento já é 
suficiente para a não-redução. O funcionamento da teoria em alguns casos, 
para os behavioristas, é argumento suficiente para reduzir todas as ações 
humanas a situações que ocorreram no seu passado. Como se toda a grande 
obra de Einstein ou Mozart fosse reduzida por seus desejos sexuais 
recaldados por suas mães ou todo problema psicológico tivesse seu 
problema iniciado por motivos mentais e não por doenças, como a sífilis 
por exemplo. Quando problemas psicológicos são resolvidos, os 
psicanalistas dizem que outros surgem, por mais que esses nunca tenham 
sido observados, nada que sirva de argumento para os psicanalistas, 
afinal, a mente humana esconde de si mesma muitos segredos. Este tipo de 
visão do mundo se encaixa muito bem ao tipo de pessoa que gosta de 
negligenciar as próprias responsabilidades, pois, sendo o behaviorismo o 
estudo de atitudes consequências de situações anteriores, podemos jogar o 
ônus da culpa de nossos erros na economia, no capital, etc. Este 
argumento foi aprofundado por Hume na sua negação a identidade pessoal, 
sendo que para ele nunca se é a mesma pessoa duas vezes na vida, sendo 
assim, aquele que cometeu um crime no passado não deveria, 
necessariamente, ser a mesma pessoa que irá pagar pelos crimes. Estas 
teorias por vezes são reafirmadas como científicas com velhas balelas 
como a do rapaz que era um bom sujeito, até levar uma pancada que 
"alterou" uma parte de seu cérebro. Esta não é uma verdade universal e 
por vezes a consequência de se acreditar nisso pode ser muito perigosa. 
 
Cap 3 
Aqui o autor trata de Terapia Comportamental Cognitiva (TCC), que nada 
mais é que a busca de soluções para problemas físicos e psicológicos em 
pensamentos repetitivos. As consequências desse tipo de tratamento nem 
sempre são positivas. Por vezes, dependendo das consequências financeiras 
para quem sobre de um problema que necessita de TCC, as mazelas podem ter 
algo de positivo, como aposentadorias por invalidez e por ai vai. A 
pessoa, então, consciente ou inconscientemente faz seus sintomas 
continuarem, mesmo depois de receber seu dinheiro, pois ninguém gosta de 
ser visto como um falastrão. Também se nota que quanto mais uma doença é 
citada, mais ela ocorre, como disfunções alimentares ou mesmo suicídio. 
Até que ponto então investir em divulgação desse tipo de tratamento pode 
ser saudável para a sociedade? 
 
Cap 4 
Os diagnósticos de doenças mentais estão tendo efeitos sociais cada vez 
mais semelhantes a problemas físicos. Esta não é uma analogia direta, 
afinal de contas, os problemas físicos em sua grande maioria não são 
causados por culpa de quem os sofres. Problemas psicológicos normalmente 
são frutos de vidas irresponsáveis. Porém, a maioria das pessoas não 
julga quem padece desses problemas, pois julgar além de ser visto como 
algo ruim, tira de quem julga a possibilidade de ter “entendido” o 
problema e a situação da pessoa. 
 
Cap 5 
A autoestima é sempre vista como algo positivo. Alguns professores hoje 
são obrigados a não corrigir provas com caneta vermelha, pois isso 
poderia denegrir a visão que seus alunos têm de si mesmos, e sendo a 
autoestima uma das atitudes mais importantes que uma pessoa deve ter, 
essa sensação ruim da correção deve ser minimizada ao máximo. Por vezes 
foge da visão dos profissionais da área psicológica que autoestima demais 
pode ser um grande problema. Também não levam em conta que não fazer 
autocrítica é o mesmo que psicopatas fazem em relação a ética de suas 
ações. Se perdoar então nada mais é que complacência levado a um plano 
ontológico. Esta forma de ver os próprios problemas acabou levando a 
"existência" de dois eu's: o Eu Verdadeiro e o Fenomenológico. O primeiro 
mantêm toda a essencial do bem e o segundo é o culpado pelas atitudes 
negativas. Atitudes boas nunca são vidas como "acontecidos" de um Eu 
Verdadeiro ruim, por mais que essas atitudes sejam muito recorrentes. A 
realidade é que todas as pessoas tem seus lados ruins e bons, mesmo 
Hitler era bondoso com cachorros e crianças. Acreditar piamente na 
existência desses dois eu's permite atrocidades sociais como "pagar pelos 
erros", como se fazer boas atitudes e ficar preso fosse uma moeda para se 
poder cometer crimes. 
 
Cap 6 
Diferentemente do que psicólogos e a Nova Esquerda prega, a lei existe 
para defender as pessoas, não para melhorar aquele que nãoa cumpre. 
Percebe-se a tentativa de reduzir todos os crimes a problemas 
psicológicos, e assim, de alguma forma, obrigar o estado a se comprometer 
a curar o individuo que comete crime. Também a presente a ideia de que 
não devemos nos expor muito, pois assim as pessoas teriam material 
suficiente para ver como somos tolos. Então, o mundo se tornou uma 
verborragia de frases e atitudes sem sentido, como podemos notar no 
Facebook, curtimos a trivialidade dos outros para que os mesmos curtam as 
nossas. Para concluir o autor discorre sobre a neuroquímica, que é usada 
como bengala para a maioria dos problemas e sofrimentos humanos. Com a 
pesquisa nesta área descobriu-se que algumas doenças psicologias estavam 
associadas com a falta de determinadas substancias no corpo. Com o tempo 
essa nomenclatura se tornou familiar a uma série de pessoas que nunca 
estudou sobre o assunto, mas que não perderam a oportunidade de colocar a 
culpa das suas faltas numa química que elas não tem nenhum controle. Os 
estudos mostram que tentar regular essa química com remédios não é mais 
eficaz que os tratamentos de choque feito no passado. Os estudos que 
fizeram sobre Prozac hoje são categoricamente vistos como inconclusivos, 
por descartarem resultados que não eram do interesse das empresas 
farmacológicas. Com toda essa capa cientifica, hoje qualquer problema 
emocional é considerado depressão, e não infelicidade, sendo essa última 
normalmente culpa de quem a tem. De acordo com o autor: "Se alguém admite 
ser infeliz, pode ter sido sua má conduta, tola ou imoral, que contribuiu 
para isso; mas se ele é deprimido ele é vítima de uma doença que, 
metafisicamente falando, caiu do céu. Isso faz com que a pessoa deixe de 
ser um sujeito e se torne um objeto; e enquanto existem circunstancias em 
que essa pessoa é vítima de maneira pura e não adulterada, um objeto no 
caso, existem relativamente poucas quando se trata de seu funcionamento e 
conteúdo mental. Tudo isso reduz muito a capacidade humana de lidar com 
sua própria humanidade. Sem suas crises de infelicidades grandes autores 
não teriam feito suas mais belas obras. Não teríamos Hamlet. Não tornamos 
mimados, agora não culpamos mais o Sol e as estrelas por nossos problemas 
mas a noradrenalina, serotonina, etc. Reduzir essa dimensão trágica é nos 
reduzirmos perante o universo. 
 
Cap 7 
O autor demonstra que correlacionar diretamente problemas sociais como 
violência e vício a genética (outra bengala psicológica) é um erro. Com 
dados que demonstram que, por mais que determinados grupos, como negros, 
tenham se mantido na mesma proporção durante os últimos 50 anos, as 
estatísticas de criminalidade mudaram, ou seja, deve haver outros 
apontamentos que levam a uma causa e efeito mais clara, como os 
tratamentos médicos ou o estado de bem-estar social, mídia, etc. O mesmo 
pode ser dito de viciados, o número de pessoas que usam heroína na 
Inglaterra aumentou drasticamente nos últimos anos, independente da 
miscigenação do país. 
 
Cap 8 
Outro grande paradigma da psicologia são os escâneres, ao colocar uma 
pessoa num deles, nota-se que partes do cérebro acendem, associam isso a 
pensamentos e atitudes que as pessoas têm. De tal forma que qualquer um 
pode argumentar que tomou determinada ação não por escolha própria, mas 
sim por uma questão de “fluxo sanguíneo” na parte "errada" do cérebro. 
Obviamente são só as ações negativas que acabam tomando essa tecnologia 
como argumento para serem minimizadas. 
 
Cap 9 
Foi observado que mesmo os mais alcoólatras conseguem aguentar as suas 
punções caso aja um motivo. Ou seja, não somos tão escravos dessas 
situações incontroláveis, porém os psicólogos ignoram essas realidades, 
afinal de contas, onde há uma vítima há um cliente. O autoconhecimento, 
por mais que seja libertador, nunca será um meio “cientificamente 
aprovado” se depender dos profissionais da área. 
 
Cap 10 
O autor cita que além das desculpas psicológicas que os genes podem dar, 
os neodarwinistas ainda por cima colocam argumentos marxistas dentro de 
sua teoria. Um de seus maiores expoentes cita, por exemplo, que homens e 
mulheres são iguais geneticamente, ora, pois é justamente a genética que 
os diferencia! Além disso argumenta que todas as atitudes que temos não 
depende de nós mesmo e sim da evolução darwinista de nossos genes, ou 
seja, temos tanto controle de nossas atitudes, nossa história etc quanto 
uma bactéria. As atitudes criminosas de alguém se devem porque os genes 
associados a criminalidade estão tentando sobreviver. 
 
Cap 11 
Nem todos as teorias psicológicas são descartáveis, muitas funcionam 
pontualmente, o errado é generalizar a dimensão trágica do ser humano a 
ponto de transformá-lo num objeto. "[...] o efeito geral do pensamento 
psicológico na cultura e na sociedade, eu instinto, tem sido 
esmagadoramente negativo, já que dá a falsa impressão de um aumento 
enorme no autoconhecimento humano que nunca foi alcançado, encoraja a 
evasão da responsabilidade ao transformar sujeitos em objetos pelos quais 
a supostamente se responsabilidade ou que lhe interessam como 
experiências subjetivas e torna raso o caráter humano porque desencoraja 
o exame de si mesmo e o genuíno autoconhecimento. É sentimentalista e 
promove a pior autocomiseração, pois torna o ser humano vítima de seu 
próprio comportamento [...]". Ele cita o livro Obediência à Autoridade, 
que trata de um experimento onde pessoas escolheram dar choques mortais 
em outros indivíduos com o aval de cientistas. Com isso surge o argumento 
de que autoridades são ruins, mas é obvio que em algum nível elas são 
necessárias para o bom funcionamento da sociedade, seja técnica ou 
legalmente. Por vezes essa autoridade pode se converter em atitudes 
negativas, verdade muito observada também. Para finalizar o autor 
reafirma que a psicológica não contribuiu em nada para o autoconhecimento 
humano, e que por sinal seu efeito pode ter sido negativo pois se colocar 
entre o seu humano e o "movimento de sua própria mente" (Samuel Johnson) 
pode ser fatal. Ele cita que literatura e outras artes podem dar apoio a 
compreensão da dimensão trágica e cita dos exemplos, o primeiro é o do 
Rei Lear, que afirma que não se deve bater na prostitua pois se deseja 
fazer com ela o mesmo que o faz puni-la. Por vezes as pessoas 
veementemente negam algo que querem ou são, e o fazem com violência, numa 
tentativa de vencer a falta de autocontrole pelos próprios desejos. A 
segunda é um texto de Samuel Johnson onde um jovem escuta de um filosofo 
que, resumidamente a "razão é saudável e as paixões são instáveis e 
traiçoeiras". Porém esse mesmo filosofo perde sua filha no dia seguinte a 
esse discurso e praticamente ignora todo esse autoconhecimento adquirido. 
Quando argumentado pelo jovem, ele dá de ombros: "Que conforto a verdade 
e a razão podem me oferecer? De que servem neste momento a não ser para 
me dizer que minha filha não voltará?" Para o autor: O que Johnson 
capturou com brilhantismo é a dimensão inerentemente trágica da 
existência humana, dimensão que só a literatura e outras formas de arte, 
mas não a psicologia, pode capturar, e que é a vocação da psicologia 
negar e ocultar com o verniz da ciência. sem uma apreciação da dimensão 
trágica, tudo é raso; e os que não tem estão destinados a uma vida 
desagradável e bruta, se não necessariamente curta."

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