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* * * Plasmodium Malária Paludismo, febre palustre, impaludismo, maleita ou sezão * * * AGENTE ETIOLÓGICO Parasitos do gênero Plasmodium: P. falciparum P. vivax P. malariae P. ovale (África) * * * MORFOLOGIA Formas extracelulares: esporozoítos, merozoítos e oocineto. Complexo apical contendo roptrias e micronemas (interiorização) Formas intracelulares: trofozoítos, esquizontes e gametócitos. * * * Esporozoíto: alongado, móvel (sem flagelo), núcleo único e central, membrana dupla. Trofozoíto: arredondado. Esquizonte: massa citoplasmática com vários núcleos. Merozoíto: arredondado, membrana externa com 3 camadas. Infecta apenas hemácias. t – trofozoíto; em – esquizonte com merozoítos Esporozoíto * * * Microgameta (gameta masculino): flagelo único. Macrogameta: apresenta uma estrutura proeminente na superfície, onde se dá a penetração do microgameta. Oocineto: alongado, móvel, núcleo volumoso e excêntrico. Oocisto: esférico, grânulos pigmentados. Macrogameta Exflagelação (gametócito imaturo) * * * HABITAT Esporozoítos: corrente sanguínea (breve), hepatócitos e eritrócitos. Vetor: matriz peritrófica, epitélio médio, hemolinfa e glândulas salivares. * * * TRANSMISSÃO Durante o repasto sanguíneo de fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles. Inoculação de formas infectantes (esporozoítos). Mosquitos: pessoas doentes ou assintomáticos e outros primatas (P. malariae). Transfusão sanguínea, compartilhamento de seringas, acidentes de laboratório, congênita (rara) * * * CICLO NO HOMEM Esporozoíto Fígado Célula hepática Célula infectada Esquizonte Ciclo exo-eritrocítico Ruptura Corrente sanguínea Trofozoíto imaturo Trofozoíto maduro Ciclo eritrocítico Gametócito Esquizonte Ruptura Gametócito Ingestão de gametócito Inoculação de esporozoíto (15 a 200). Circulação sanguínea. Infecção de hepatócitos (30 min). Diferenciação em trofozoíto pré-eritrocítico. Multiplicação (esquizogonia) e formação de esquizontes. Merozoítos (10.000). Ruptura do hepatócito e liberação de merozoítos. Invasão de eritrócitos. Diferenciação em trofozoíto imaturo, trofozoíto maduro, esquizonte e merozoíto. O ciclo eritrocítico ocorre a cada 48 ou 72 horas. Diferenciação em gametócitos. Não há divisão. Ingestão de gametócitos pelo mosquito durante o repasto sanguíneo. * * * CICLO NO VETOR Esporozoíto Ingestão de gametócitos Macrogametócitos Exoflagelação Microgametócito Fecundação Oocineto Oocisto Ruptura do oocineto 8. Ingestão de gametócitos. 9. No intestino médio ocorre a gametogênese. O gametócito feminino transforma-se em macrogametócito e o masculino origina 8 microgametas por exoflagelação. Fecundação. Formação do ovo ou zigoto. 10. O zigoto dá origem ao oocineto. 11. Encistamento do oocineto na parede do intestino médio. Oocisto. 12. Divisão esporogônica e ruptura da parede do oocisto. Os esporozoítos atingem as glândulas salivares e serão injetados, com a saliva, no hospedeiro. Ciclo esporogònico Liberação de esporozoítos * * * PATOGENIA Ciclo eritrocítico assexuado: manifestações clínicas. Destruição dos eritrócitos. Toxicidade resultante da liberação de citocinas. Seqüestro de eritrócitos parasitados (P. falciparum). Lesão capilar por deposição de imunicimplexos (P. malariae). * * * Destruição de eritrócitos: Presente em todos os tipos de malária. Anemia (destruição de eritrócitos não-parasitados, auto-anticorpos e disfunção da MO). Toxicidade resultante da liberação de citocinas: Fase aguda. Produção de citocinas pos células do SI com ação direta ou indireta sobre o parasito. Febre Hipoglicemia. Gravidades na gestação. Coma * * * Seqüestro de eritrócitos parasitados: Adesão à parede endotelial dos capilares e a eritrócitos não-parasitados (rosetas). Obstrução da microcirculação. Redução do fluxo de oxigênio. Cérebro, rins e fígado. Lesão capilar: Lesão glomerular Perda maciça de proteínas na urina. * * * QUADRO CLÍNICO Período de incubação: 9-14 dias (P.falciparum) 12-17 dias (P. vivax) 18-40 dias (P. malariae) Fase inicial: mal-estar, cefaléia, cansaço, mialgia. Ataque paroxístico agudo (acesso malárico): ruptura das hemácias, calafrio e sudorese (15 minutos a 1 hora). Febre (41C ou mais) por 2 a 6 horas. Sudorese e fraqueza intensa. Desaparecimento dos sintomas. * * * Febre intermitente (duração dos ciclos eritrocíticos): 48 horas para P. falciparum, P. ovale e P.vivax (malária terçã). 72 horas para P. malariae (malária quartã). Malária não-complicada: Debilidade física, náusea e vômito. Palidez e baço palpável. * * * Malária grave e complicada: Adultos não-imunes, crianças e gestantes. Convulsões, vômitos repetidos, hiperpirexia (febre muito alta), icterícia e distúrbio de consciência. Malária cerebral: forte cefaléia, vômitos, sonolência. Insuficiência renal aguda Edema pulmonar agudo (gestantes) Hipoglicemia Icterícia * * * EPIDEMIOLOGIA Áreas tropicais e subtropicais do mundo. Distribuição heterogênea. 300-500 milhões de casos por ano (90% na África Tropical). Américas Central e do Sul, Sudeste Asiático e ilhas da Oceania. América Latina: Amazônia Brasileira P. vivax e P. falciparum. Brasil: malária instável (variação anual da incidência). Vetor: umidade acima de 60% e temperaturas entre 20-30C, noturno. Garimpeiros e trabalhadores rurais. * * * * * * DIAGNÓSTICO Diagnóstico clínico: relacionado com a epidemiologia. Diagnóstico laboratorial: Gota espessa ou esfregaço sanguíneo (parasito no sangue periférico). PCR * * * TRATAMENTO Interrupção da esquizogonia Cloroquina: formas sanguíneas e gametócitos (P. falciparum - resistência) Primaquina: gametócitos, bloqueia a transmissão para o vetor, profilaxia. P. falciparum: quinina + doxiciclina Mefloquina (esquizonticida) * * * PROFILAXIA Medidas de proteção individual: uso de repelentes, telas nas janelas e portas, dormir com mosquiteiros. Uso de medicamentos ou alimentos (alho) que aumentem a sudorese com odor forte: visitas à áreas endêmicas. Diagnóstico e tratamento precoces. Combate ao vetor: inseticidas nas paredes Uso de larvicidas (desuso) Medidas de saneamento básico