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Direito Empresarial Aline Sayuri Kazari USJT - Direito 1 Direito Empresarial Aula I – 23/02/2015 Professora: Simone Lara Teoria geral do Direito Empresarial 1. Distinção entre Comerciante e Empresário Existe uma diferença entre o termo comerciante e empresário. O primeiro é um termo utilizado no passado para designar pessoas que exerciam atos de comércio, elencados no rol de atividades consideradas economicamente importantes e essenciais. São elas: I. Operações de compra, venda ou locação de coisas móveis e semoventes; II. Operações bancárias; III. Fábricas e indústria; IV. Transportes de mercadorias (logística); V. Organização de espetáculos (circo); VI. Corretagem de valores; VII. Seguros; VIII. Operações relativas à navegação marítima; IX. Construção para revenda. As demais atividades, excluídas desse rol, eram consideradas atividades civis: I. Prestação de serviços; II. Operações de compra, venda ou locação de imóveis; III. Profissionais liberais; IV. Cooperativas; V. Operações agrárias (agricultura, pecuária, caça, pesca e mineração). Ambas as atividades (comerciais ou civis) eram obrigadas a pagarem tributos e decretavam falência (comerciais) ou insolvência (civis). A diferença entre elas estava no fato de que as atividades comerciais ao decretarem falência, tinham a possibilidade à concordata. A concordata era um instituto do Direito Falimentar, onde poderia ser realizado um acordo entre o comerciante falido e os seus credores. O devedor tinha a possibilidade de quitar as suas dívidas baseado na quantia que possuía desde que esta representasse pelo menos cinquenta por cento do total da sua dívida. Assim, os credores receberiam a sua porcentagem com base na quantia disponível do devedor, sendo o restante da dívida “perdoada em nome da lei”, não podendo mais ser cobrada. O termo empresário, utilizado atualmente, é a nomenclatura utilizada para as pessoas que exercem atividade econômica organizada de produção ou circulação (revenda) de bens e serviços. Direito Empresarial Aline Sayuri Kazari USJT - Direito 2 2. Transição da terminologia comerciante para empresário O termo comerciante surgiu na França, com a criação do Código Napoleônico e Comercial, que criou uma série de regulamentos e o rol das atividades consideradas comerciais (teoria francesa dos atos do comércio), passíveis de concordata. Esse sistema foi copiado pela Inglaterra, Itália e mais tarde, pelo Brasil. A Itália, porém, ao perceber a injustiça da teoria dos atos do comércio, unificaram, em 1.942, o Direito das Obrigações do Direito Civil e Comercial, extinguindo o rol das atividades comerciais, criando uma nova lista: das atividades empresariais. Quais sejam, todas as atividades economicamente organizadas de produção ou circulação de bens e serviços (teoria italiana da empresa), estendendo a concordata para as demais atividades até então consideradas civis. Em 1.975 o Brasil cria um projeto para a unificação do Direito das Obrigações Civis e Comerciais, sem que se fosse convertido em lei por um longo lapso temporal. Diante da demora, o STF e o STJ passaram a conceder a concordata para as demais atividades mesmo sem previsão legal, através da jurisprudência objetivando a justiça. Assim, devido a pressão exercida pelos órgãos superiores do Poder Judiciário, foi criado, finalmente, em 2.002, o novo Código Civil.
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