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Aspectos judiciais do ECA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FARIAS BRITO
EXTENSÃO: RESPONSABILIDADE SOCIAL
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
MARÇO DE 2018
FORTALEZA –CE
JORDANA DE MORAES SOUSA
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
O presente fichamento tem por objetivo apresentar visão geral acerca da lei e sua efetivação no contexto atual. A responsabilidade social dos institutos policiais serão aprofundados para que em prática seja feita análise da comunicação entre lei e realidade.
MARÇO DE 2018
FORTALEZA –CE
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
O estatuto em questão trata-se de um conjunto de leis que versam acerca dos direitos fundamentais, prevenção, medidas de proteção, práticas de Ato Infracional, medidas pertinentes aos pais e responsáveis, dos crimes e das infrações administrativas contra o grupo em destaque, dentre outras regulações.
Preliminarmente a de se falar em integridade de proteção à criança e ao adolescente, disposta já no primeiro artigo da lei. Tal proteção advém de direitos próprios dos menores, que há muito tempo careciam de um corpo normativo especializado, diferenciado e integral, que tratasse de forma mais aprofundada aquilo descrito no artigo 227 da Constituição Federal de 1988, além de todos os dispositivos constitucionais que tratam sobre criança e adolescente.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)
A título de conceituação, o artigo 2º do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) determinou que criança é a pessoa até doze anos de idade incompletos enquanto adolescente é a pessoa entre doze e dezoito anos.
Mais a diante o Estatuto trata dos Direitos Fundamentais da criança e do adolescente, o que não se diferem daqueles garantidos na Constituição. Nas palavras de Wilson Donizeti: Os direitos fundamentais da criança e do adolescente são os mesmos direitos de qualquer pessoa humana, tais como o direito à vida e à saúde, à educação, à liberdade, ao respeito e à dignidade, à convivência familiar e comunitária, à cultura, ao lazer e ao esporte, à profissionalização e à proteção do trabalho. Esses direitos são garantidos na Constituição Federal (art. 5º) e consignados no Estatuto.[1: LIBERATI, Wilson Donizeti. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. São Paulo, 2010. P.18.]
ASPECTOS GERAIS
A lei protege a criança e o adolescente. Proteção que envolve tudo aquilo para o bem deles.
Criança: pessoa até 12 anos incompletos;
Adolescente: 12 anos completos a 18 anos completos.
Excepcionalmente pode ser considerado adolescente até 21 anos (a depender de definição em lei específica).
É garantida a prioridade desses indivíduos em todos âmbitos.
Proíbe castigo físico.
Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.
A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.
Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Quando o adolescente tem mais de 12 anos, este deverá consentir para a adoção.
Deficientes terão prioridade para serem adotados.
ATENDIMENTO DA DELEGACIA
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.
O adolescente infrator logo após o encaminhamento à delegacia será comunicado de seus direitos assim como sua apreensão deve ser comunicada à família ou à pessoa indicada por ele. Enquanto isso o juiz ou funcionário competente deve, sem demora, examinar a questão de soltura. [2: Regra Mínima n. 10.2 da ONU para a Administração da Justiça de Menores (Beijing Rules).]
Caso haja repartição policial especializada para atendimento de adolescente, e tratando-se de ato infracional praticado em coautoria com maior, continuará na repartição especializada, que encaminhará o adulto à repartição policial própria após as providências necessárias, conforme o caso. Inexistindo a repartição especializada (Delegacia de Polícia Especializada da Criança e do Adolescente), os adolescentes serão encaminhados à autoridade policial, que deverá, com prioridade, observar o procedimento contido na Seção V do ECA.
Importante lembrar que a autoridade policial somente lavrará o auto de apreensão de adolescente apreendido em flagrante quando o ato infracional for cometido mediante violência ou grave ameaça à pessoa, se o ato não tiver essas características o delegado especializado é autorizado a substituir o auto pelo boletim de ocorrência circunstanciado. 
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
Como o artigo em destaque determina, é verificável que é dever da autoridade policial, como regra, liberar o adolescente, desde que acompanhado dos responsáveis. Por outro lado, caso o ato infracional tenha sido praticado mediante violência ou grave ameaça à pessoa e tenha provocado repercussão na comunidade, deva-se manter a ordem pública, e ainda o adolescente necessite de proteção e segurança pessoal, o adolescente não será liberado para os pais, mas encaminhado para entidade de atendimento que mantenha programa de internação, sendo entregue ao seu dirigente.
Na falta de repartição policial especializada a lei estatutária orienta que o adolescente aguardará sua apresentação na delegacia de polícia em dependência separada da destinada a maiores, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade. 
Caso o adolescente e as demais pessoas notificadas não compareçam, o promotor de Justiça deverá requisitar o concurso da Polícia Militar ou Civil, a fim de viabilizar o exercício de suas funções, conduzindo-os, coercitivamente, à sua presença.[3: Estatuto da Criança e do Adolescente, art. 179, parágrafo único.]
Outra garantia dada ao adolescente quanto à prisão está prevista no art. 178: O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
O uso de algemas, por sua vez, só será admitido em extrema necessidade, nas hipóteses em que se configure como meio necessário de contenção e segurança.
Já a criança apreendida em flagrante de ato infracional deverá ser encaminhadadiretamente ao Conselho Tutelar, não obstante, a ocorrência do fato deverá ser efetuada na Delegacia de Polícia Especializada (sem a presença da criança).
Por mais hediondo que seja o ato infracional praticado pela criança, ela não poderá ser conduzida à delegacia de polícia. A autoridade policial não tem competência para investigar e apurar as provas do ato criminoso praticado pela criança. A competência originária é do Conselho Tutelar; a subsidiária é da autoridade judiciária, por força do art. 262 do ECA. (LIBERATI, Wilson Donizeti. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. p.113)
A competência do Conselho Tutelar será estudada a seguir.
CONSELHO TUTELAR
O Conselho tutelar quando criado, não desaparece, apenas se renovam os membros. Possui autonomia porque não necessita de ordem judicial para decidir e aplicar as medidas protetivas que entender mais adequadas e convenientes às crianças e adolescentes. É fiscalizado pelo Conselho Municipal, do Ministério Público, da atividade judiciária e das entidade civis ligadas à área.
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
Além da definição acima, o Estatuto da Criança e do Adolescente também interessou-se em listar as atribuições do Conselho Tutelar no artigo 136. Segundo Albergaria as atribuições do Conselho ressaltam a sua responsabilidade na execução da política tutelar do menor, exigindo de seus membros, além da idoneidade moral, vocação para o trabalho social e trato com os problemas humanos, familiaridade como Direito do Menor, psicologia clínica e pedagogia emendativa. (ALBERGARIA, J, 1991)[4: ALBERGARIA, J. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Rio, Aide, 1991. p.141.]
As atribuições do Conselho Tutelar está presente no artigo 136 do Estatuto: 
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII - expedir notificações;
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. 
Parágrafo único.  Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família. 
RESPONSABILIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Para Wilson Donizeti Liberati em Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente, o Ministério Público há muito deixou de ser um simples órgão de acusação; hoje desempenha funções na defesa dos direitos individuais, difusos e coletivos, na proteção do meio ambiente e do consumidor, na defesa do patrimônio histórico, artístico e cultural, pugna dela defesa da ordem jurídica e dos interesses indisponíveis da sociedade e na defesa dos interesses individuais de cada criança ou adolescente em conflito com a sociedade. [5: LIBERATI, Wilson Donizeti. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. São Paulo, 2010. P.234. ]
É função do Ministério Público fiscalizar o funcionamento das entidades de atendimento tutelar, na verificação da proteção dos direitos da criança e do adolescente assegurados pelo Estado, e nas relações de trabalho no menores de 16 anos.
Em geral, o Ministério Público é o responsável por tutelar os direitos da criança e do adolescente. Atuará como fiscal nos processos em que envolvam menores de 18 anos. Assim diz o Código de Processo Civil de 2015:
Art. 178.  O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:
II - interesse de incapaz;
O próprio ECA lista competências do MP no artigo 201, as quais destacam-se: promoção e acompanhamento de ações de alimentos aliado à nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães; promoção de inquérito civil e ação civil pública relativos à infância e à adolescência, zelo pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis; livre acesso a todo local onde se encontre criança ou adolescente.
A participação do Ministério Público em processo que envolva criança e adolescente é de tão grande importância que o artigo 204 do Estatuto em apreço determina que a falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
Se a autoridade policial pode deixar de lavrar o Auto de Apreensão em Flagrante quando o ato infracional não vier revestido das características da “violência” e da “grave ameaça a pessoa” e, por conseguinte, pode liberar o adolescente para seus responsáveis, com maior propriedade pode o Promotor de Justiça conceder a remissão e liberar o infrator. (LIBERATI, 2010)[6: LIBERATI, Wilson Donizeti. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. São Paulo, 2010. P.239.]
O Ministério Público pode acompanhar a apuração do inquérito desde o primeiro contato do adolescente com a autoridade policial, onde será feita avaliação de comportamento do adolescente a fim de investigar as causas e participação do ato infracional, onde poderá ser concedida a remissão como forma de exclusão do processo.
Quanto a cumulação de medidas socioeducativas em sede da remissão, já é consolidado na jurisprudência que o promotor de justiça não pode cumular, sendo competência exclusiva do juiz. (Súmula 108 do STJ). O papel do Judiciário nessas decisões serão tratadas em tópico seguinte. 
PAPEL DO JUDICIÁRIO NA RESPONSABILIZAÇÃO DOS ATOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
O procedimento na fase judicial é realizado pela autoridade judiciária, que segundo as Regras Mínimas da ONU ns. 14.1 e 14.2 deve julgar o menor:
14.1 Onde o caso do menor infrator não for desjudicializado, será o menor julgado pela autoridade competente de acordo com os princípios de um julgamento imparcial e justo.
14.2 O processo deve ser adequado aos melhores interesses do menor e dirigido numa atmosfera de atendimento, permitindo ao menor dele participar e se expressar livremente.
O adolescente ao cometer ato infracional (conduta descrita como crime ou contravenção penal) será sujeito à advertência, a obrigação de reparar o dano,a prestação de serviços à comunidade, a liberdade assistida, ao regime semiliberdade ou à internação, assegurado a todas essas medidas socioeducativas as garantias previstas nos artigos 110 e 111 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
O inciso LXI do artigo 5º da Constituição Federal contribui para o surgimento do seguinte dispositivo:
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.
A ordem de prisão deverá também ser emanada de autoridade competente, ou seja, de juiz da infância e da juventude.
As medidas socioeducativas, em geral, têm caráter impositivo, uma vez que é aplicada independente da vontade do infrator. Além disso têm cunho sancionário e é retributiva.
O adolescente será citado ou cientificado, bem como seus pais ou responsável serão cientificados e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado. Se os pais ou responsáveis não comparecerem à audiência, a autoridade judiciária nomeará curador especial para o adolescente. Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
A audiência de apresentação é de fundamental importância para que o juiz possa auferir as características da personalidade do adolescente, sua situação familiar e social, a extensão e gravidade do ato infracional praticado. (LIBERATI, 2010)[7: LIBERATI, Wilson Donizeti. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. São Paulo, 2010. P.216.]
Após a audiência de apresentação a autoridade judicial poderá aplicar a remissão para suspender ou extinguir o processo ou ouvido o adolescente o juiz poderá determinar estudo do caso ou diligências para dar curso ao devido processo legal. Após três dias o advogado constituído ou o defensor nomeado oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
Os requisitos de sentença presentes no art. 381 do Código de Processo Penal deverão estar contidos na decisão do juiz como forma de proteção judicial.
A proteção judicial integral inclui também, a proibição de divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoridade de ato infracional. (art. 143)
Quanto à criança, o ato infracional praticado por ela ensejará nas medidas previstas no artigo 101, uma vez que segundo o artigo 104 do Estatuto, são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. A criança será encaminhada ao Conselho Tutelar ou à autoridade judiciária que aplicará a medida mais cabível. 
CRIMES CONTRA CRIANÇA E ADOLESCENTE
Quem pratica as infrações ou os crimes definidos do artigo 228 ao 224 do Estatuto da Criança e do Adolescente será processado na Justiça da Infância e da Juventude ou na Vara Criminal, conforme disposição da lei de organização judiciária regional, considerando as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal. 
Os crimes definidos na Lei em apreço são de ação pública incondicional.
Aqueles que violam os direitos das crianças e adolescentes deverão responder por seus atos sendo-lhes impostas as penas de multa para as infrações administrativas e de reclusão e detenção para os crimes.
O aumento das penas dos crimes quando alterados no código penal se dá em razão da seriedade e maior responsabilidade com que devem ser tratadas as crianças e adolescentes, punindo com mais rigor aqueles que praticarem crimes contra eles.
BIBLIOGRAFIA
ALBERGARIA, J. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. Rio, Aide, 1991. p.141.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990;
LIBERATI, Wilson Donizeti. Comentários ao Estatuto da Criança e do Adolescente. São Paulo, 2010.

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