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Universidade Paulista Unip Alphavile – DIREITO 
Gratuidade da Justiça – Prof. : Nehemias Domingos de Melo
Aluna: Luciene Simonato Sampaio – RA D452614
				GRATUIDADE DA JUSTIÇA
A justiça gratuita devera ser prestada a pessoa Natural ou Jurídica, brasileira ou estrangeira com insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários advocatícios (art. 98 caput). Prevista no NCPC entre os artigos 98 a 102 e embasado no Artigo 5º LXXIV da CF/88 a gratuidade a justiça prevê basicamente o acesso para aqueles que não dispõem de recursos suficientes para arcar as despesas dos atos processuais. Logo de inicio na comparação da Lei anterior 1060/50 e o NCPC percebemos a mudança na nomenclatura que definia como Assistência Judiciaria Gratuita passando no NCPC para Gratuidade da Justiça fazendo uma clara referencia no novo texto as despesas processuais tendo em vista que a Assistência Judiciaria gratuita é prestada pela Defensoria Publica . 
Do Caput do artigo 98 podemos retirar muitas informações dentre elas que a justiça gratuita cabe tanto para pessoas naturais( as chamadas pessoas físicas) quanto para pessoas jurídicas. Sendo que as pessoas naturais gozam exclusivamente da presunção de veracidade na afirmação de insuficiência deduzida de recursos conforme art 99 §3 NCPC . Cabendo então a Pessoa Jurídica diferentemente da Natural comprovar a insuficiência. 
O pedido de gratuidade da justiça poderá ser feito conforme Art. 99 Caput , na petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo e ou em recurso. Neste artigo verificamos que o pedido de gratuidade da justiça poderá ser feito em diversos momentos do processo, inclusive pelo réu ou pelo terceiro chamado ao processo, não exclusivamente então pelo autor da ação. Cabe ressaltar que o §6º do mesmo artigo deixa claro que o direito a gratuidade é pessoal não se estendendo a litisconsorte ou a sucessor do beneficiário salvo requerimento e deferimento expressos.
Ao contrario do que se pensa a concessão de Gratuidade a justiça não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência (art 98 §2º) e continua no §3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos 5 anos subsequentes ao transito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão da gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo , tais obrigações do beneficiário. 
Vemos na leitura desses dois parágrafos que é possível então que um beneficiário da Gratuidade da Justiça possa arcar com as despesas processuais e honorários desde que o credor do credito comprove isso no prazo determinado e na forma prevista em lei.
Na sequencia o §4º traz uma afirmação de responsabilidade quanto as multas processuais aplicadas ao beneficiário e diz que a gratuidade não afasta o dever do beneficiário pagar ao final as multas impostas.
O §5º A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento. E complementa no §6º Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
Na leitura dos §5º e §6º do art. 98 podemos entender que o legislador criou a possibilidade do Juiz a partir da analise do caso concreto proferir em partes o beneficio da Justiça gratuita podendo aplica-la em partes se assim achar necessário, ou até mesmo parcelar uma despesa que antes deveria ser paga de força antecipada.
No demais cabe ressaltar que o Juiz não poderá indeferir de oficio o pedido mesmo se houver nos autos elementos que demonstrem a falta dos pressupostos legais para concessão da gratuidade , devendo antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
A Lei diz no Art. 1.015 NCPC ( Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; ) cabe exclusivamente ao autor do pedido conforme art. 101 , caput NCPC (Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação) Portanto digamos que o autor solicita na Petição inicial a concessão do beneficio da gratuidade da Justiça que lhe é concedido pelo juiz de direito, na Contestação o réu tenta impugnar o beneficio , mas o juiz decide manter o acesso do autor a justiça na modalidade gratuita , nesta decisão interlocutória não caberá Agravo de Instrumento.
Devendo o Réu (neste caso o nosso exemplo, poderia ser o autor ou o terceiro chamado ao processo caso o pedido da gratuidade da justiça, tivesse sido feito por outra parte) então aguardar a sentença transitado em julgado tendo a seu favor a decisão final(por que caso o mesmo fosse condenado a pagar a sucumbência e as custas não mudaria nada ele pedir a revisão do beneficio da justiça gratuita, afinal ele estaria condenado a pagar) para apresentar então um recurso de apelação pedindo a revisão da decisão interlocutória.

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