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HISTÓRICO 400 a. C. egípicios recuperavam ouro de depósitos aluvionares, usando processos gravíticos; De Re Metalica – Georges Agrícola – 1556 publica o primeiro texto sobre bens minerais e registra moinho tipo pilão movido a água. Concentração gravítica através de calha em leito pulsante com auxílio de peneira em forma de cesta (jigue primitivo); A partir do século XVIII, invenção da máquina a vapor, início da revolução industrial, ocorreram inovações mais significativas; Pela metade do século XIX, em 1864, o tratamento se limitava praticamente àqueles minérios de ouro, cobre nativo e chumbo. Grandes desenvolvimentos na área de beneficiamento ocorreram no final do século XIX e início do século XX. Flotação na Austrália em 1905, a inovação mais impactante; Os avanços que seguiram se orientam, do ponto de vista tecnológico, mais ao desenvolvimento do design de equipamentos maiores e mais produtivos ou eficientes (anos 40-70), à otimização de processos (anos 70- 90), racionalização do uso de energia (anos 70) com a crise do petróleo; BENEFICIAMENTO II (CONCENTRAÇÃO) FINALIDADE ECONÔMICA E SOCIAL Deve-se ter em mente, sempre, que os custos decorrentes de uma etapa adicional de tratamento de um determinado bem mineral não devem ser maiores do que a agregação de valor ao produto assim obtido, salvo em situações especiais, (em caso de guerra), por exemplo; O beneficiamento, como toda atividade industrial, está dirigida para o lucro. Há porém um conceito social que não pode ser desprezado, qual seja, o princípio da conservação dos bens minerais, por se tratar de bens não renováveis. Reservas são limitadas e não se deve permitir o seu aproveitamento predatório, pois o maior lucro obtido, em menor prazo possível, dificilmente estará subordinado aos interesses sociais. “Minério só dá uma safra.” BENEFICIAMENTO II (CONCENTRAÇÃO) CONCEITOS BÁSICOS *Beneficiamento ou Tratamento de Minérios – Consiste de operações – aplicadas aos bens minerais – visando modificar a granulometria, a concentração relativa das espécies minerais presentes ou a forma, sem contudo modificar a identidade química ou física dos minerais. Há autores que defendem um conceito mais amplo para o tratamento de minérios, como sendo um processamento no qual os minerais podem sofrer até alterações de ordem química, resultantes de simples decomposição térmica ou mesmo reações típicas geradas pela presença de calor (operações pirometalúrgicas). A aglomeração de finos de minérios (briquetagem, sinterização e pelotização), a ustulação e a calcinação são consideradas, dentre desse conceito mais abrangente, como tratamento de minérios. Na língua inglesa:*ORE/MINERAL DRESSING, ORE/MINERAL BENEFICIATION E MINERAL PROCESSING BENEFICIAMENTO II (CONCENTRAÇÃO) CONCEITOS BÁSICOS Mineral ou substância mineral - Todo corpo inorgânico de composição química e de propriedades físicas definidas, encontrado na crosta terrestre. CONCENTRAÇÃO Minério - Toda rocha constituída de um mineral ou agregado de minerais contendo um ou mais minerais valiosos, que podem ser aproveitados economicamente. Esses minerais valiosos que podem ser aproveitados como bens úteis, são chamados de minerais-minério. Mineral-minério – Mineral valioso, aproveitável com bem útil. Ganga - Mineral ou conjunto de minerais não aproveitados de um minério. CONCEITOS BÁSICOS Concentração – Remover a maior parte da ganga presente em grande proporção no minério. CONCENTRAÇÃO Purificação – Remover do minério (ou pré-concentrado) os minerais contaminantes que ocorrem em pequena proporção. CONCEITOS BÁSICOS As operações de concentração - separação seletiva de minerais - baseiam-se nas diferenças de propriedades entre o mineral-minério (o mineral de interesse) e os minerais de ganga. Propriedades • Massa específica (densidade); • Suscetibilidade magnética; • Condutividade elétrica; • Propriedades de química de superfície; • Cor; • Radioatividade; • Forma. Obs.: Em muitos casos se requer a separação seletiva entre dois o mais minerais-minério. CONCENTRAÇÃO CONCEITOS BÁSICOS QUAL É A CONDIÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO? MINERAL- MINÉRIO (HEMATITA) QUARTZO (GANGA) MINÉRIO (ITABIRITO) MINERAL- MINÉRIO (HEMATITA) GANGA (QUARTZO) RESPOSTA: Os minerais devem estar fisicamente liberados. Implica que uma partícula deve apresentar, idealmente, uma única espécie mineralógica. + CONCENTRAÇÃO CONCEITOS BÁSICOS Para isso o minério é submetido a uma operação de redução de tamanho – cominuição, isto é, britagem e/ou moagem -, que pode variar de cm até μm. CONCENTRAÇÃO Operação de redução são caras (consumo de energia, meio moedor, revestimento, etc), deve-se fragmentar só o estritamente necessário a operação seguinte. CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO Visando evitar cominuição excessiva, são realizadas operações de separação por tamanho (peneiramento) ou classificação (ciclonagem, espiral AKINS, etc...) nos circuitos de cominuição. CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO As operações de concentração são realizadas a úmido. Antes de se ter um produto para ser transportado, adequado para a indústria química ou obtenção do metal por métodos hidro- pirometalúrgicos (área da metalurgia extrativa) é necessário eliminar parte da água do concentrado. Essa operações são: desaguamento (espessamento e filtragem) e secagem, nesta ordem. CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO ETAPAS DA CONCENTRAÇÃO MINERAL Em toda a operação de concentração é difícil de obter o teor e a recuperação desejados em uma única etapa. Genericamente executa-se a concentração em etapas: “Rougher” (Desbastadora): É a primeira etapa da concentração, recebe a Nova Alimentação e se obtém um concentrado pobre e um rejeito que ainda contém teores significativos dos minerais úteis. “Cleaner” (Limpadora): recebe o concentrado da etapa “rougher” onde é efetuado uma limpeza obtendo um concentrado final (com teor compatível com o desejado) e um rejeito de teor elevado que retorna à etapa “rougher” (constituindo carga circulante). “Scavenger” (Recuperadora): recebe o rejeito “rougher” e recupera os minerais úteis obtendo um rejeito muito pobre (rejeito final) e um concentrado que reúne os minerais úteis que estavam no rejeito “rougher”, mas que é pobre para ser considerado produto final, que retorna à etapa “rougher” (também é carga circulante). N .A . C O N C EN TR A D O R EJEITO CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO ETAPAS DA CONCENTRAÇÃO MINERAL CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO Concentrado: produto de maior valor constituído preferencialmente de espécies úteis; Misto (Médio): produto de valor intermediário (espécies úteis e inúteis). Rejeito: produto de menor valor constituído preferencialmente de espécies inúteis; CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO QUAIS OS PRINCIPAIS MÉTODOS DE CONCENTRAÇÃO? 1- Concentração gravítica, gravimétrica ou densitária; 2- Concentração magnética; 3- Concentração eletrostática; 4- Concentração por flotação. QUAIS OS PRINCIPAIS MÉTODOS DE CONCENTRAÇÃO? 1- Concentração gravítica, gravimétrica ou densitária - baseia-se na diferença de densidade entre as espécies minerais a serem separadas; ITABIRITO (MINÉRIO) HEMATITA (MINERAL- MINÉRIO) QUARTZO (GANGA) d=m/v(densidade) d=2,65t/m3 quartzo d=5,01t/m3 hematita CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO Tabela – Peso específico de alguns minerais em t/m3. CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO 1- Concentração gravítica, gravimétrica ou densitária - baseia-se na diferença de densidade entre as espécies minerais a serem separadas; t = 0 t = muito curto leve pesado HEMATITA d = 5,01 QUARTZO d = 2,65 CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO QUAIS OS PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS? 1- Concentração gravítica, gravimétrica ou densitária; • Calha simples (sluice box) • Calha estrangulada (pinched sluice) • Concentrador Reichert • Calha mecanizada • Mesa plana (plane table) • Jigue (jig) • Mesa oscilatória • Espiral • Hidrociclones • Concentradores centrífugos CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO ONDE SE APLICA? 1- Concentração gravítica, gravimétrica ou densitária; QUAIS SÃO AS VANTAGENS? CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO 2- Concentração magnética – baseia-se na susceptibilidade magnética específica dos minerais; CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO 2- Concentração magnética CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO QUAIS OS PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS? 2- Concentração magnética • Separador de rolo induzido • Polia magnética • Tambor • Correias cruzadas • Separador magnético Jones CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO 2- Concentração magnética ONDE SE APLICA? CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO 3- Concentração eletrostática – baseia-se nas diferenças de algumas de suas propriedades, tais como: condutibilidade elétrica, susceptibilidade em adquirir cargas elétricas superficiais, entre outras. CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO 3- Concentração eletrostática Para promover a separação é necessária a existência de dois fatores elétricos: -um campo elétrico de intensidade suficiente para desviar uma partícula eletricamente carregada, quando em movimento na região do campo; -carga elétrica superficial das partículas, ou polarização induzida, que lhes permitam sofrer a influência do campo elétrico. CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO 3- Concentração eletrostática São usadas eletrizações por contato ou atrito, por indução e por bombardeamento iônico. Cada processo proporciona, certo aumento na carga superficial das partículas; Equipamento: separador eletrostático de tambor CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO 3- Concentração eletrostática ONDE SE APLICA? CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO 4- Concentração por flotação A palavra flotação é um anglicismo (palavra inglesa introduzida na nossa língua) que já está consagrado pela falta de um termo melhor em português. Flotação difere de “flutuação”, para que não ocorra uma confusão quanto a separação por meio denso onde a espécie mineral mais leve flutua. O que é flotação? CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO 4- Concentração por flotação - baseia-se nas propriedades físico- químicas de superfície dos minerais. -É o método mais complexo em relação aos outros métodos, porém é o método mais seletivo, trabalha com finos (10µm), pode-se trabalhar com reagentes e assim modificar a superfície do mineral. CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALTAR, C. A. M. Flotação no tratamento de minérios. 2ª ed. – Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2010. CHAVES, A. P. e Filho, L. S. L. Flotação. In: Luz, A. B., Sampaio, J. A. e Almeida, S. L. M. (Ed.) Tratamento de minérios. 4ª ed. Rio de Janeiro: CETEM/MCT, 2004, p.411-458. OLIVEIRA, E. R. Beneficiamento e preparação de minérios, apostila. Cachoeiro de Itapemirim, IFES 2010. SILVA, ANDRÉ CARLOS. Notas de aulas – Universidade Federal de Goiás – UFG. CONCEITOS BÁSICOS CONCENTRAÇÃO
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