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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ GRADUAÇÃO PSICOLOGIA CAMPUS CAMPOS DOS GOYTACAZES PSICOLOGIA E SAÚDE MENTAL Professor Ivan Vilela da Silva Junior – CRP 05/41198 Unidade 2 – Rede de Atenção Psicossocial - RAPS 2.1 - Objetivos e diretrizes 2.2 - Formação 2.3 - Atenção Territorial 1 Unidade 2 – Rede de Atenção Psicossocial - RAPS O atendimento da população, a partir do Decreto nº 7.508 – Regulamentação da Lei 8080 SUS, foi definido através das Redes de Atenção à Saúde (RAS). As RAS são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado. As primeiras RAS estabelecidas foram: Rede Cegonha, Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE), Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência, Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas e Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Além disso, o SUS considera a Atenção Básica a porta de entrada dos usuários nos sistemas de saúde. Objetivos e diretrizes da RAPS A RAPS desenvolve suas ações e serviços de acordo com os princípios doutrinários desse sistema: universalização, equidade e integralidade. A partir desses princípios, temos as seguintes diretrizes de organização das ações nos municípios, estados e Regiões de Saúde: 1. regionalização e hierarquização; 2. descentralização e comando único; 3. participação popular. 2.1 - Objetivos e diretrizes UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ GRADUAÇÃO PSICOLOGIA CAMPUS CAMPOS DOS GOYTACAZES PSICOLOGIA E SAÚDE MENTAL Professor Ivan Vilela da Silva Junior – CRP 05/41198 Unidade 2 – Rede de Atenção Psicossocial - RAPS 2.1 - Objetivos e diretrizes 2.2 - Formação 2.3 - Atenção Territorial 2 Objetivos gerais Tem como objetivos gerais a ampliação do acesso à atenção psicossocial da população em geral, a promoção de vínculos das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção e a garantia da articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências. Objetivos específicos Também tem como objetivos específicos: a promoção dos cuidados em saúde particularmente aos grupos mais vulneráveis (criança, adolescente, jovens, pessoas em situação de rua e populações indígenas); a prevenção do consumo e a dependência de crack, álcool e outras drogas; a redução de danos provocados pelo consumo de crack, álcool e outras drogas; a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na sociedade, por meio do acesso ao trabalho, renda e moradia solidária; mas ainda inclui a melhoria dos processos de gestão dos serviços, parcerias inter-setoriais entre outros. Diretrizes da RAPS: 1. Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade das pessoas; 2. Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde; 3. Combate a estigmas e preconceitos; 4. Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar; 5. Atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas; 6. Diversificação das estratégias de cuidado; 7. Desenvolvimento de atividades no território, que favoreçam a inclusão social com vistas à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania; 8. Desenvolvimento de estratégias de Redução de Danos; 9. Participação dos usuários e de seus familiares no controle social; 10. Organização dos serviços em rede de atenção à saúde, com estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado; 11. Promoção de estratégias de educação permanente; 12. Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas, tendo como eixo central a construção do projeto terapêutico singular. 2.2 - Formação A Rede de Atenção Psicossocial é constituída pelos seguintes componentes: I - atenção básica em saúde, formada pelos seguintes pontos de atenção: UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ GRADUAÇÃO PSICOLOGIA CAMPUS CAMPOS DOS GOYTACAZES PSICOLOGIA E SAÚDE MENTAL Professor Ivan Vilela da Silva Junior – CRP 05/41198 Unidade 2 – Rede de Atenção Psicossocial - RAPS 2.1 - Objetivos e diretrizes 2.2 - Formação 2.3 - Atenção Territorial 3 a) Unidade Básica de Saúde; b) equipe de atenção básica para populações específicas: 1. Equipe de Consultório na Rua; 2. Equipe de apoio aos serviços do componente Atenção Residencial de Caráter Transitório; c) Centros de Convivência; II - atenção psicossocial especializada, formada pelos seguintes pontos de atenção: a) Centros de Atenção Psicossocial, nas suas diferentes modalidades; III - atenção de urgência e emergência, formada pelos seguintes pontos de atenção: a) SAMU 192; b) Sala de Estabilização; c) UPA 24 horas; d) portas hospitalares de atenção à urgência/pronto socorro; e) Unidades Básicas de Saúde, entre outros; IV - atenção residencial de caráter transitório, formada pelos seguintes pontos de atenção: a) Unidade de Recolhimento; b) Serviços de Atenção em Regime Residencial; V - atenção hospitalar, formada pelos seguintes pontos de atenção: a) enfermaria especializada em Hospital Geral; b) serviço Hospitalar de Referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas; VI - estratégias de desinstitucionalização, formada pelo seguinte ponto de atenção: a) Serviços Residenciais Terapêuticos; e VII - reabilitação psicossocial. 2.3 - Atenção Territorial UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ GRADUAÇÃO PSICOLOGIA CAMPUS CAMPOS DOS GOYTACAZES PSICOLOGIA E SAÚDE MENTAL Professor Ivan Vilela da Silva Junior – CRP 05/41198 Unidade 2 – Rede de Atenção Psicossocial - RAPS 2.1 - Objetivos e diretrizes 2.2 - Formação 2.3 - Atenção Territorial 4 A noção de território-vivo, de Milton Santos, considera as relações sociais e as dinâmicas de poder que configuram os territórios como lugares que tomam uma conotação também subjetiva. Na Saúde também utiliza-se a concepção de territórios existenciais de Guattari (1990). Os territórios existenciais, que podem ser individuais ou de grupo, representam espaços e processos de circulação das subjetividades das pessoas. São territórios que se configuram/desconfiguram/reconfiguram a partir das possibilidades, agenciamentos e relações que as pessoas e grupos estabelecem entre si. Incorporar a concepção de territórios existenciais implica considerar não apenas as dimensões subjetivas daqueles que são cuidados, os usuários, mas também a subjetividade dos trabalhadores de Saúde. E trabalhar com saúde pressupõe que os próprios trabalhadores de Saúde permitam deslocamentos em seus territórios existenciais, já que a principal ferramenta de trabalho em saúde mental é a relação. O CAPS opera nos territórios, compreendidos não apenas como espaços geográficos, mas territórios de pessoas, de instituições, dos cenários nos quais se desenvolvem a vida cotidiana de usuários e de familiares (BRASIL, 2005) e constituem-se como um “lugar” na comunidade. Lugar de referência e de cuidado, promotor de vida, que tem a missão de garantir o exercício da cidadania e a inclusão social de usuários e de familiares.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde Mental. Cadernos de Atenção Básica, n. 34. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 176 p. Disponível em: < http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_34.pdf > MEDEIROS, P. F. P. ; GARCIA, L. S. L. ; KINOSHITA, R. T. ; SANTOS, P. S. ; HAYASHIDA, G. . Elaboração do Material: BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Rede de Atenção Psicossocial e o Sistema Único De Saúde (SUS). In: _____. Aberta: Portal de Formação a Distância. Florianópolis: UFSC. 2017. (Desenvolvimento de material didático ou instrucional - material instrucional).
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