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teoria contabilidade 3

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Prévia do material em texto

Renato Nogueirol Lobo, Celina Trajano 
de Oliveira e André Junior de Oliveira
Teoria da contabilidade
Sumário
CAPÍTULO 3 – A ciência da contabilidade .......................................................................05
Introdução ...................................................................................................................05
3.1 A base científica da contabilidade ..............................................................................05
3.1.1 O aparecimento da Ciência Contábil ................................................................05
3.1.2 Postulados, princípios e convenções contábeis ....................................................09
3.1.3 Princípios contábeis .........................................................................................09
3.1.4 Convenções ....................................................................................................11
3.1.5 Qualidade da informação contábil e prevalência da essência sobre a forma ..........12
3.1.6 O conceito fundamental de lucro e suas considerações .......................................13
3.1.7 As diferenças entre os conceitos de lucro contábil e lucro econômico ....................14
3.2 Conceito estrutural da contabilidade ..........................................................................15
3.2.1 Conta e teoria das contas ................................................................................15
3.2.2 Estrutura conceitual básica da contabilidade ......................................................16
3.2.3 Mutações nas contas patrimoniais .....................................................................19
3.2.4 Notas explicativas e quadros complementares ....................................................22
Síntese ..........................................................................................................................24
Referências Bibliográficas ................................................................................................25
03
Capítulo 3 
05
Introdução 
Você sabe o conceito de Ciência da Contabilidade? Como toda ciência, a Contabilidade será 
uma ferramenta usada no seu dia a dia quando você estiver atuando em sua área profissional. 
Você saberia dizer como apareceu essa ciência, seus postulados e princípios? Mas será que 
só isso basta? Claro que não! É importante conhecer os seus conceitos e como eles devem ser 
usados. A definição de ciência inclui o conhecimento por meio do estudo, da prática, da inves-
tigação e da observação cuidadosa. Isso inclui ter tido o conhecimento das leis das operações, 
especialmente por meio de meios e métodos científicos. Da mesma forma, a definição de con-
tabilidade inclui a observação, investigação e identificação por meio de métodos de ensaio e 
de coleta para tirar conclusões sobre os dados. A Ciência da Contabilidade identifica, mede e 
comunica as operações que ajudarão as pessoas e as empresas na tomada de decisões econô-
micas. Além disso, prepara o profissional para atuar na contabilidade pública, empresarial ou 
sem fins lucrativos. 
A definição da Contabilidade como uma ciência não é a verdade para todos. Alguns estudiosos 
da Contabilidade a caracterizam como uma atividade prática que visa a criar relatórios que 
descrevem os eventos financeiros, de renda e de proventos em uma entidade com fim econômico 
ou não. No entanto, a metodologia que fornece a estrutura para relatórios financeiros depende 
inevitavelmente da ciência da investigação, em que os ativos e as atividades dos agentes econô-
micos estão sujeitos a mudanças contínuas. Portanto, a definição de Contabilidade deve incluir 
tanto a ciência como a prática.
3.1 A base científica da contabilidade
A Contabilidade é uma ciência e uma arte. É uma ciência porque segue um caminho sistemáti-
co e organizado para entender a situação econômica da entidade. É também uma arte porque 
apresenta os resultados financeiros, utilizando um método universalmente aceito de escrituração. 
As opiniões estão divididas: alguns contabilistas acreditam que é uma ciência e alguns dizem que 
é uma arte. Vamos descobrir se a contabilidade é uma arte ou uma ciência, conhecendo o seu 
aparecimento e os seus postulados.
Contabilidade é a ciência de registar e apresentar os dados financeiros de uma entidade econô-
mica, observando, detectando, investigando e identificando os eventos econômicos via coletas 
estabelecidas, testes, análise e apresentação de resultados.
3.1.1 O aparecimento da Ciência Contábil
Você sabia que o conhecimento humano, em sua totalidade, iniciou-se em bases empíricas, por 
observações e suposições, até que conseguisse alcançar o status que temos hoje? Pois é, com a 
Contabilidade também foi assim, ou seja, teve seu início há milênios, com simples registros de 
fatos, guardados na memória dos homens. 
Aliás, a Contabilidade atingiu o estágio científico praticamente junto com as outras disciplinas, 
por volta do século XVIII. A partir desse período, o conhecimento contábil amadureceu, passando 
a ser mais racional e profundo, surgindo, assim, a Ciência da Contabilidade.
A ciência da contabilidade 
06 Laureate- International Universities
Teoria da contabilidade
Mas você sabe por que a Contabilidade foi enquadrada como ciência? Porque essa área atende 
aos requisitos básicos necessários para essa qualificação, tais como: ter objeto próprio e possuir 
método específico, finalidade determinada, teoremas, teorias, hipóteses e tradição. 
Inclusive, segundo Subhash C. Kundu (2011), a Contabilidade em sua dignidade científica tam-
bém possui:
•	 um objeto próprio, que é o patrimônio;
•	 uma finalidade própria, que é a eficácia como satisfação da necessidade;
•	 um método próprio de observação e condução do raciocínio para o desenvolvimento e 
a pesquisa;
•	 uma tradição como conhecimento milenar;
•	 uma utilidade, como fonte de conhecimento do comportamento da riqueza;
•	 teorias próprias, como, por exemplo: do rédito, do valor, das funções do patrimônio, etc., 
e uma teoria geral do conhecimento;
•	 doutrinas científicas próprias com correntes de pensamentos, como o patrimonialismo, 
personalismo, etc.;
•	 correlação com outras ciências, como a Direito, Administração, Economia, Matemáticas, 
Sociologia, entre outras;
•	 verdades universais sobre os fenômenos de que trata seu objeto;
•	 previsões, por meio dos orçamentos;
•	 levantamento de hipóteses, como as doutrinas das contingências;
•	 caráter analítico e estudos de natureza funcional da riqueza, etc.
O estudo científico da Contabilidade, de modo geral, começou a ser dedicado à explicação do 
que acontece com a riqueza patrimonial e suas transformações, a partir da Revolução Industrial, 
entre o século XVIII e o século XIX. Por exemplo, a escrituração, simplesmente, informa o que foi 
gasto em despesas financeiras, mas a ciência tem a capacidade de determinar se esse gasto foi 
eficaz e qual o seu limite para não atrapalhar a saúde financeira e econômica da organização. 
Diante desse contexto, o profissional de contabilidade passou a ter um papel muito importante, 
diagnosticando e orientando o que deveria ser feito nas empresas. Hoje, este é o objetivo do 
contador, que pratica o conhecimento da contabilidade.
Claro que não podemos afirmar que a contabilidade sempre foi uma ciência, porque, na verda-
de, ela teve seu início como uma técnica. Apesar de surgir por volta de 8.000 a.C., tornou-se 
conhecida somente após a publicação de Luca Pacioli. 
07
Figura 1 – Moeda com a imagem de Luca Pacioli, considerado o pai da contabilidade moderna.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Luca Bartolomeo de Pacioli, nascido em 1445, foi um monge franciscano e célebre ma-
temático italiano. Ele é considerado o pai da contabilidade moderna. Em 10 de no-
vembro de 1494, foidescrito por ele, pela primeira vez, no livro Summa de arithmetica, 
geometria, proportioni et proportionalità (em português, Conhecimentos de aritmética, 
geometria, proporção e proporcionalidade), no capítulo “Tratactus de computis et scrip-
turis” (Contabilidade por partidas dobradas), o famoso método das partidas dobradas. 
Veja em: <http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/biografia_autores.php>
VOCÊ O CONHECE?
A contabilidade apresenta características marcantes de uma ciência autônoma, pois tem seu 
campo próprio de investigação, que é seu objeto de estudo (o patrimônio), além de ter como 
objetivo registrar e analisar as movimentações da riqueza. Sua função, inclusive, é a informação 
econômica, financeira e social da saúde das empresas e de seu futuro. 
Conforme Sá (2006), a ciência da Contabilidade pode ser apresentada por meio de várias vertentes:
•	 a epistemologia: conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento 
científico, visando a explicar os seus condicionamentos tecnológicos, históricos, sociais, lógicos, 
matemáticos ou linguísticos;
•	 a axiologia: estudo crítico dos conceitos de valor monetário, revelado pelos produtos 
contábeis, particularmente dos valores tidos como justos ou reais;
08 Laureate- International Universities
Teoria da contabilidade
•	 a teoria: estrutura para a elaboração da linguagem científica, que determina o sentido e 
o alcance dos conceitos;
•	 a do equilíbrio: preocupação com os acontecimentos que possam influenciar o equilíbrio 
da equação patrimonial, buscando identificá-los e estudá-los;
•	 a de configuração: modelos estruturais, como plano de contas de relatórios e equilíbrio 
patrimonial;
•	 a de valor: afirmação de que todo patrimônio é mensurável, pelo seu valor de utilidade. 
Logo, todo ativo e todo passivo consiste nos valores do patrimônio líquido;
•	 a vertente tecnológica: diagnósticos de situações patrimoniais.
Como podemos perceber, a Contabilidade não é uma ciência exata. Ela é uma ciência social, 
pois é a ação humana que gera e modifica o fenômeno patrimonial, além de influenciar e so-
frer influências do meio em que transita. Entretanto, essa área do conhecimento utiliza métodos 
quantitativos para demonstrar o valor patrimonial.
Em outras palavras, a contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis 
na tomada de decisões dentro e fora da empresa, bem como uma ciência que se refere à vida 
de toda a sociedade, já que existe tanto dentro como fora das empresas. Por exemplo, na arre-
cadação de impostos pelos governos.
Conforme Iudícibus, Martins e Gelbcke (2007, p. 42, grifo original): “A Contabilidade é, objeti-
vamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demons-
trações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à 
entidade objeto de contabilização”.
Então, podemos dizer que a Contabilidade é uma ciência social que cuida da área de finanças 
de empresas e instituições, por meio de registros e gestão do patrimônio, dando subsídios para 
tomada de decisão. Ou seja, tem como objetivo evidenciar as mudanças financeiras e econômi-
cas da sociedade.
Figura 2 – Para muitos estudiosos da Contabilidade, ela é apenas uma ci-
ência, mas, para outros, além de ciência, ela é uma arte.
Fonte: Shutterstock, 2015.
09
3.1.2 Postulados, princípios e convenções contábeis
Para começar, precisamos entender o que são postulados. De acordo com estudiosos da área, 
postulados são os pilares da contabilidade, por serem a base de toda a teoria contábil.
Segundo a Resolução CFC no 1.055/2005, os postulados são classificados da seguinte maneira:
•	 postulados normativos: definem o que a contabilidade deveria fazer. É necessária uma 
justificativa, uma explicação;
•	 postulados descritivos: descrevem e explicam por que e como a informação contábil 
deve ser apresentada aos usuários;
•	 postulados ambientais: determinam o ambiente onde a contabilidade deve atuar e se 
desenvolver, bem como o ambiente econômico, social e político;
•	 postulado da entidade: considera o patrimônio e o objeto da contabilidade, além de 
afirmar que devemos diferenciar o patrimônio dos sócios do patrimônio da entidade 
jurídica, independentemente de se essa entidade jurídica pertence a uma pessoa ou a um 
conjunto de pessoas, a uma sociedade de qualquer natureza ou a uma sem fins lucrativos, 
ou seja, é primordial distinguir a pessoa física da pessoa jurídica;
•	 postulado da continuidade: determina a suposição de que uma entidade nunca terá 
fim, tem prazo indeterminado de duração e, por isso, todo o processo contábil deve se 
desenvolver sob essa premissa.
Figura 3 – A contabilidade está alicerçada em postulados que depen-
dem de vários fatores, como exemplo o Governo e a Ética.
Fonte: Shutterstock, 2015.
3.1.3 Princípios contábeis
Os princípios contábeis podem ser entendidos como as premissas que permitem aos usuários 
fixar padrões de comparação e de credibilidade, em função do reconhecimento dos critérios 
adotados para a elaboração das demonstrações financeiras. Isto é, princípios são os padrões 
técnicos práticos, como veremos na sequência. 
10 Laureate- International Universities
Teoria da contabilidade
•	 Princípio da realização da receita e confrontação da despesa – Determina o momento 
em que a receita deve ser considerada como realizada. Também determina a despesa que 
foi necessária para obtenção da receita, durante a apuração do resultado. Conclusão: 
para toda receita, deve existir uma despesa correspondente. 
•	 Princípio do denominador comum monetário – Estabelece que a contabilidade seja 
elaborada em uma única moeda, oferecendo maior consistência aos registros e maior 
confiabilidade às informações dos relatórios contábeis. Exemplo: no Brasil, admite-se 
como moeda somente o real (R$). Sendo assim, todos os balanços devem ser elaborados 
com base no real. 
•	 Princípio da competência – Estabelece que as receitas e as despesas devem ser 
contabilizadas no mês de sua ocorrência, ou seja, devem ser contabilizadas no momento 
em que aconteceram, e não quando foram recebidas ou pagas.
•	 Princípio da oportunidade – Informa que o registro do patrimônio e das suas mutações 
deve ser realizado de imediato. Inclusive, esse princípio é obrigado a apresentar:
 » o registro do patrimônio e suas mudanças;
 » o registro feito, mesmo se somente existir razoável certeza de ocorrência;
 » o registro dos elementos quantitativos e qualitativos, físicos e monetários;
 » o registro das variações ocorridas na entidade, em um período determinado, a fim de 
gerar informações para as tomadas de decisões;
•	 Princípio da atualização monetária – Estabelece o ajuste dos valores patrimoniais, para 
resolver a perda do poder aquisitivo em um ambiente inflacionário. Essa atualização é 
apenas um ajuste de valores para refletir a variação da moeda, utilizando os indicadores 
oficiais. Serve também para homogeneizar as diversas contas das mais variadas espécies. 
No Brasil, desde o Plano Real (1994), quando a correção monetária do balanço foi 
extinta, modificou-se a denominação desse princípio, que, anteriormente, chamava-se 
princípio da correção monetária.
Figura 4 – Uma forma prática e eficaz de utilização dos princípios con-
tábeis é fazer a sua contabilidade doméstica.
Fonte: Shutterstock, 2015.
11
Você sabe como fazer sua contabilidade pessoal? Existe na internet uma centena de 
planilhas grátis que podem ser baixadas para que você faça sua contabilidade. Não 
perca tempo porque tempo é dinheiro.
NÓS QUEREMOS SABER!
3.1.4 Convenções
Um conceito muito importante para a contabilidade é o de convenção. Ele é definido como um 
guia para o profissional da área contábil, normalizando padrões de conduta na hora de escritu-
rar os fatos contábeis. Veremos, a seguir,as principais convenções.
•	 A convenção da consistência – Afirma que, para haver uma comparabilidade dos 
relatórios contábeis, é necessário escolher um determinado critério, que não seja alterado 
constantemente. Por exemplo, ao adotarmos o método de estoque PEPS, devemos mantê-
lo em outros períodos. Se houver necessidade iminente de uma mudança de critério, 
os efeitos disso devem ser declarados em notas explicativas. Assim, a finalidade dessa 
convenção é padronizar e unificar as informações contábeis. 
•	 A convenção do conservadorismo – Afirma que o contador deve ser precavido e 
encontrar alternativas válidas, tais como escolher o valor mais baixo para o ativo e o mais 
alto para o passivo. Esta é uma convenção que modifica o princípio geral do custo como 
base de valor (adotada também pela nossa atual Lei das S/A). Lembrando que o custo é a 
base de valor para a contabilidade, mas, se o valor de mercado for inferior ao de custo, 
adotaremos o valor de mercado.
•	 A convenção da materialidade – Afirma que, para evitar perda de tempo e de dinheiro, 
devemos registrar apenas os eventos relevantes. Como exemplo, podemos citar uma 
empresa que utiliza caixas de papelão para embalar o produto final. A empresa não 
vai registrar na contabilidade caixa por caixa utilizada, devido à sua irrelevância ou 
imaterialidade, porém precisa contabilizar o total utilizado no final de cada mês, após 
ser feita uma contagem. É importante que seja tomado todo cuidado para não achar 
que tudo que é imaterial também é irrelevante. Em sua grande maioria, esse conceito é 
verdadeiro, mas temos situações em que, apesar de serem imateriais, são relevantes.
•	 A convenção da objetividade – Afirma que se deve seguir o que é palpável e objetivo. 
A finalidade é eliminar ou pelo menos restringir a liberdade em escolher deliberadamente 
os critérios, principalmente quando falamos de valor. 
Saiba mais sobre postulados, princípios e convenções contábeis lendo o texto intitulado 
Teoria da Contabilidade do Portal de Contabilidade, disponível no link: <www.portal-
decontabilidade.com.br/tematicas/teoria_da_contabilidade.htm>.
NÃO DEIXE DE LER...
12 Laureate- International Universities
Teoria da contabilidade
3.1.5 Qualidade da informação contábil e prevalência da essência sobre 
a forma
As informações contábeis são usadas tanto para fins internos como para fins externos. A infor-
mação interna é principalmente dirigida para o controle dos processos do negócio, e o externo 
informa os resultados financeiros e a situação financeira da organização. 
Há quatro características qualitativas da informação contábil que servem como base para a to-
mada de decisões em contabilidade:
•	 relevância: a informação faz a diferença na tomada de decisão;
•	 confiabilidade: a informação é verificável, factual e neutra;
•	 comparabilidade: a informação pode ser utilizada para comparar diferentes entidades;
•	 consistência: a informação é apresentada de forma consistente de ano para ano.
Essas qualidades fazem as informações contábeis compreensíveis e úteis para fins de relatório e 
decisão: o objetivo dos relatórios financeiros é fornecer informações úteis para os investidores 
atuais e potenciais, credores e outros usuários da informação contábil, por exemplo, o governo, 
para fazer investimento, dar crédito e tomar outras decisões. Além das características que men-
cionamos, as seguintes qualidades de informações contábeis afetam a sua utilidade: compreen-
sibilidade, relevância, e conservadorismo. 
Compreensibilidade permite que os usuários da informação contábil compreendam as informa-
ções contábeis. Materialidade refere-se a um significado relativo ou à importância de um item, 
independentemente do julgamento do indivíduo, das condições financeiras globais de uma em-
presa. Conservadorismo é a prática de prudência quando há incerteza nas contas que também 
podem afetar a utilidade da informação contábil.
A mais importante de todas as características da qualidade na elaboração e divulgação da ação 
contábil é valorizar a essência de cada operação, não apenas o que está escrito em qualquer 
nota fiscal ou contrato. Para que a informação represente adequadamente as transações, é ne-
cessário que estas sejam contabilizadas, utilizando a sua realidade econômica.
Nem sempre a essência das transações é consistente com o que parece ser. Por exemplo, uma 
empresa pode haver uma venda de ativo parecendo que houve uma transferência legal da pro-
priedade, mas podem existir alguns acordos escusos que farão com que a empresa continue a 
manter os benefícios econômicos. Então, não é porque ocorreu a venda que a transação foi 
corretamente formalizada.
NÃO DEIXE DE VER...
Você sabe qual é a lei que regulamentou as atividades contábeis no Brasil? Em nosso 
país, as atividades contábeis foram regulamentadas pela Lei no 6.404/1976, que foi 
atualizada em 2007 pelo avento da Lei no 11.638. Foi exatamente essa lei que deu 
maior enfoque à essência sobre a forma e afetou profundamente a estrutura do pen-
samento contábil.
13
Na prática contábil, começou a haver mudanças significativas em todos os tipos de normas e 
formas de entendimento dos órgãos regulamentadores, reforçando que a contabilidade deve 
considerar a prevalência da essência sobre todas as formas jurídicas da substância econômica. 
Podemos citar como exemplo a CVM – Comissão de Valores Mobiliários, criada na década de 
1980 e CFC – Conselho Federal de Contabilidade, criado pelo Decreto-lei no 9.295, de 27 de 
maio de 1946.
Quando o assunto é a transparência nas demonstrações contábeis, o contador deve estar atento 
às necessidades dos usuários, para que seja mantida a confiabilidade das informações contábeis 
e proibidas as práticas ilegais.
Assim, a essência sobre a forma é o mais novo conceito utilizado para avaliar os fenômenos que 
compõem as variações patrimoniais. Afinal, essa característica possibilita uma melhor qualidade 
nas informações.
No entanto, o reconhecimento legal do princípio da essência sobre a forma ainda vai demorar 
um pouco. Com a harmonização das normas contábeis internacionais, porém, esse tempo será 
abreviado, e vamos ter uma aceitação global sobre o assunto.
CASO
“Aos 13 anos de idade, o adolescente Rogério Cizeski já sabia que o relacionamento é parte 
fundamental de um negócio, principalmente para as vendas. Em seu primeiro emprego formal, 
como office boy na cerâmica Eliane, aproveitava o bom trânsito dentro da indústria para vender 
relógios, toalhas e ganhar um dinheiro extra. “Naquela época, as pessoas não tinham tempo 
para ir a o comércio, então, eu aproveitava as minhas voltas na rua para comprar produtos e re-
vender dentro da empresa”, lembra, hoje, o empresário da construção civil. Desde que começou 
a trabalhar, Rogério Cizeski só foi funcionário uma vez. Em todas as outras funções, tinha res-
ponsabilidade de proprietário e, na administração de seus negócios, tirou algumas lições. Uma 
delas foi identificar os negócios que oferecem maiores chances de lucro. Outra é que conhecer 
o que se faz é fundamental para o sucesso.....”.
Fonte: http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/000044/0000443E.pdf......não como fazer. 
Acesso 27 de jul de 2015
3.1.6 O conceito fundamental de lucro e suas considerações
Segundo Trevisan (2012), o lucro das empresas é importante instrumento primeiramente de sua 
sobrevivência, mas também de medição do sucesso que tiveram em atender a necessidades de 
bens e serviços da sociedade.
Os resultados demonstrados no balanço econômico podem mostrar tendências excelentes, po-
rém os verdadeiros objetivos da empresa talvez não tenham sido atingidos.
Em outras palavras, se a empresa for considerada apenas como instrumentos de geração de 
riquezas materiais, sem se preocupar com as pessoas e tudo o mais que a cerca, o seu objetivo 
principal será esquecido.Toda empresa necessita gerar lucros para sobreviver e crescer. Todo investidor, ao aplicar seus 
recursos, busca obter o retorno mais rápido e seguro possível. E, para que isso ocorra, a empresa 
precisa apresentar resultados positivos quantitativos e qualitativos. 
Até porque o lucro nada mais é do que o resultado positivo, deduzido das vendas os custos e 
as despesas. Ou seja, o lucro é um acumulador de capital, e a ideia é sempre acumular mais e 
mais bens. 
14 Laureate- International Universities
Teoria da contabilidade
Segundo a Revista Contabilidade e Finanças, em seu volume de 15 de setembro de 2004, o lu-
cro, tratado tanto pela Ciência Contábil quanto pela Ciência Econômica, constitui um importante 
referencial para o processo decisório dos agentes econômicos e um indicador de sucesso das 
empresas, em que, na sociedade capitalista, o lucro é a remuneração pelo uso do fator de pro-
dução, considerando-se a combinação dos fatores de produção: terra, capital e trabalho. Cada 
fator recebe uma recompensa por participar desse processo, e as remunerações sobre esses 
fatores são, respectivamente, renda da terra, juros e salário. O lucro, então, é a recompensa e 
a motivação para a instalação e continuidade de um empreendimento na sociedade capitalista.
Segundo a mesma revista, o conceito de lucro é um importante orientador das decisões econô-
micas. O conceito de lucro, das atividades empresariais – caracterizadas pela busca da maximi-
zação da riqueza dos proprietários e dos stakeholders (é uma pessoa ou um grupo que possui as 
ações de uma organização e que tem um papel direto ou indireto na gestão e resultados dessa 
mesma organização), é um importante indicador de sucesso das empresas. O elemento lucro é 
importante tanto para a Ciência Econômica quanto para a Ciência Contábil, as quais, apesar de 
terem enfoques diferentes, se relacionam e contribuem entre si.
Saiba mais sobre os objetivos e a metodologia da contabilidade até as suas mais recen-
tes tendências e perspectivas futuras lendo o livro Teoria da Contabilidade, de Sergio 
de Iudícibus (2010). 
NÃO DEIXE DE LER...
3.1.7 As diferenças entre os conceitos de lucro contábil e lucro econômico
Antes de apontar as diferenças entre lucro contábil e lucro econômico, há três pontos fundamen-
tais que devemos destacar (IUDÍCIBUS, 2010):
•	 o lucro econômico é apurado pelo incremento do patrimônio líquido;
•	 o patrimônio líquido é mensurado pela capitalização dos recebimentos líquidos futuros;
•	 o lucro contábil não guarda nenhuma relação com o lucro econômico, sendo os ativos 
avaliados tão somente por seus custos não expirados.
Conforme Hendriksen (2012, p. 199), existem algumas críticas ao lucro contábil em sua forma 
tradicional, tais como:
•	 o conceito de lucro contábil ainda não se encontra claramente formulado;
•	 não há base teórica permanente para o cálculo e a apresentação do lucro contábil;
•	 as práticas contábeis geralmente aceitas permitem variações na mensuração do lucro do 
exercício de empresas diferentes;
•	 as variações do nível de preços têm modificado o significado do lucro medido, em termos 
monetários históricos;
•	 outras informações podem ser mais úteis para investidores e acionistas no que diz respeito 
à tomada de decisões de investimento.
15
Analisando esses dois pontos de vista sobre o lucro, podemos entender que: 
•	 o lucro contábil, apurado pelo resultado entre receita e despesas, é voltado para o usuário 
externo, com o fim de atender às demandas do fisco e das instituições financeiras. Por 
isso, não reflete a realidade patrimonial econômica e financeira das empresas;
•	 o lucro econômico, ao contrário, por ser apurado pelo incremento no valor presente do 
patrimônio líquido, atende tanto ao usuário externo como ao interno, sendo primordial 
para a tomada de decisões da empresa.
Figura 5 – O lucro contábil são os valores relacionados ao balanço anual da empresa.
Fonte: Shutterstock, 2015.
3.2 Conceito estrutural da contabilidade
Conceito estrutural da contabilidade são as diretrizes operacionais desenvolvidas para ajudar 
a contabilização das diversas operações que ocorrem nas organizações. Esses conceitos levam 
ao desenvolvimento de respostas racionais para questões complicadas em contabilidade e nos 
relatórios financeiros. 
3.2.1 Conta e teoria das contas
Antes de mais nada, precisamos entender o conceito de conta. Sua definição representa um 
elemento patrimonial (bem, direito, obrigação, patrimônio líquido), além de representar uma 
variação patrimonial (receita e despesa). Mas o que cada elemento patrimonial quer dizer? E as 
variações patrimoniais? Confira, a seguir, o conceito de cada um deles.
•	 Bens – Tudo aquilo que pode ser avaliado economicamente e que satisfaça as necessidades 
humanas. 
•	 Direitos – Tudo aquilo que a empresa tem a receber de seus terceiros. 
•	 Obrigações – Tudo aquilo que a empresa tem a pagar e seu patrimônio líquido (PL). 
16 Laureate- International Universities
Teoria da contabilidade
•	 Despesas – Consumo de bens ou serviços no processo de obtenção de receita.
•	 Receitas – Entrada de recursos para o ativo em dinheiro ou direitos a receber, referentes 
à venda de produtos ou prestação de serviços de uma empresa.
Agora, vamos conhecer as teorias que permeiam as contas.
•	 Teoria das contas patrimoniais – São os bens e direitos, obrigações e patrimônio 
líquido (PL). Contas de resultado: despesas e receitas. Criada por Vincenzo Masi, dita que 
o objeto contabilidade é o patrimônio da entidade, em que a grande função contábil é 
controlar esse patrimônio e apurar o resultado das empresas. Essas contas se classificam 
da seguinte forma: contas patrimoniais e contas de resultado.
•	 Teoria materialista das contas integrais – Bens, direitos e obrigações. Contas 
diferenciais: PL e suas variações (receitas e despesas). Essa teoria defende que as contas 
representam entradas e saídas de valores e bens e não apenas uma simples relações de 
débito e crédito entre pessoas e empresas, sendo a relação entre as contas e a entidade 
uma relação também material e não apenas pessoal, e a conta só vai existir enquanto 
houver o bem por ela representado.
•	 Teoria personalística – Essa teoria fala que as contas são ligadas às pessoas e divide as 
contas da seguinte maneira:
 » contas dos agentes correspondentes: ou os entes que possuem direitos e obrigações 
com a empresa;
 » contas dos agentes consignatários: bens patrimoniais da empresa;
 » contas dos agentes proprietários: o patrimônio líquido, direito dos acionistas e suas 
variações: as receitas e as despesas.
3.2.2 Estrutura conceitual básica da contabilidade
•	 Demonstrações contábeis – As demonstrações financeiras são uma coleção de relatórios 
sobre resultados de uma organização financeira, situação financeira e fluxos de caixa. 
Eles são úteis para os seguintes motivos: determinar a capacidade de uma empresa de 
gerar caixa, as fontes desse caixa e os usos desse dinheiro; determinar se uma empresa 
tem a capacidade de pagar suas dívidas; acompanhar os resultados financeiros em uma 
linha de tendência de detectar eventuais problemas de rentabilidade iminentes; derivar 
índices financeiros das declarações que podem indicar a condição do negócio e investigar 
os detalhes de transações comerciais.
•	 Balanço patrimonial – É a principal demonstração financeira existente (relatório contábil 
obrigatório por Lei). Ele mostra como de fato está o patrimônio da empresa, refletindo 
sua posição financeira em um determinado momento (no fim do ano ou em qualquer data 
predeterminada). É formado por ativo (circulante e não circulante), passivo (circulante e 
não circulante) e patrimônio líquido. É um demonstrativo financeiro que resume os ativos, 
passivos de uma empresa e o patrimônio líquido em um ponto específico no tempo. Servepara dar aos investidores uma ideia sobre o que a empresa possui e deve, assim como o 
montante investido pelos acionistas.
17
 O balanço deve seguir a seguinte fórmula:
Patrimônio Ativos = Passivos + Acionistas
Balanço patrimonial
Ativo Passivo
Ativo circulante Passivo circulante
Caixa Fornecedores
Bancos cta. movimento Obrigações trabalhistas
Contas a receber Obrigações tributárias
Estoques Outras contas a pagar
Ativo não circulante Passivo não circulante
Depósitos judiciais Financiamentos
Investimentos Empréstimos
Imobilizado Partes relacionadas
Intangível Patrimônio líquido
Total de ativo Total do passivo
Quadro 1 – Balanço patrimonial dividido em ativo e passivo.
Fonte: Previtale, 2009.
•	 Demonstração do resultado do exercício – Também conhecida como a demonstração 
de resultados, é composta de um documento que mostra receitas, despesas e lucro 
detalhados ou perdas geradas pelo negócio em um determinado período de tempo. 
Como exemplos, poderiam ser vendas, dividendos e rendimentos de juros, custos com 
pessoal, custos financeiros, aluguéis, seguro, depreciação e impostos.
De acordo com Hendriken a legislação, das empresas deverão, na demonstração do resultado 
do exercício, discriminar: 
•	 a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os 
abatimentos e os impostos;
•	 a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e 
serviços vendidos e o lucro bruto;
•	 as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das 
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas 
operacionais;
•	 o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
•	 o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão 
para o imposto;
•	 as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de 
instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, 
que não se caracterizem como despesa;
18 Laureate- International Universities
Teoria da contabilidade
•	 o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social.
DRE
Receita bruta de vendas
(-) Impostos s/ vendas
(-) Devoluções de vendas
(=) Receita líquida de vendas
(-) Custo produtos ou serviços vendidos
(=) Lucro bruto
(-) Despesas operacionais
(=) Resultado operacional
(+-) Resultado financeiro
(+-) Resultado não operacional
(=) Resultado antes do IRPJ e CSLL
(-) Provisão IRPJ e CSLL
(=) Lucro ou prejuízo líquido
Quadro 2 – Demonstração do resultado do exercício.
Fonte: Previtale, 2009.
•	 Demonstração das mutações do patrimônio líquido – Muitas vezes referida como 
declaração de lucros acumulados, detalha a mudança de proprietário do patrimônio 
líquido durante um período contábil, apresentando o movimento que compõe o patrimônio 
líquido. O movimento no patrimônio líquido durante um período contábil inclui os seguintes 
elementos: o lucro líquido ou a perda durante o período contábil atribuível aos acionistas, 
aumento ou diminuição em reservas de capital, os pagamentos de dividendos aos 
acionistas, os ganhos e as perdas reconhecidos diretamente no patrimônio líquido, efeitos 
de alterações nas políticas contábeis e efeito da correção de erro de período anterior.
Figura 6 – O patrimônio de uma empresa é composto, entre outros itens, pelo edifí-
cio, instalações, maquinários e estoques de matéria-prima e produto acabado.
Fonte: Shutterstock, 2015.
19
3.2.3 Mutações nas contas patrimoniais
 Você sabia que as contas que formam o patrimônio líquido podem sofrer variações por inúmeros 
motivos? Confira, a seguir, os principais motivos que afetam o patrimônio total (HENDRIKSEN, 
2012):
•	 o acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício;
•	 a redução por dividendos;
•	 o acréscimo por reavaliação de ativos (quando o resultado for credor);
•	 o acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos;
•	 o acréscimo por subscrição e integralização de capital;
•	 o acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações integralizadas 
ou o preço de emissão das ações sem valor nominal;
•	 o acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
•	 o acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures;
•	 a redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda;
•	 o acréscimo ou a redução por ajuste de exercícios anteriores.
Agora, ainda de acordo com Hendriksen (2012), confira os motivos que não afetam o total do 
patrimônio:
•	 o aumento de capital com utilização de lucros e reservas;
•	 as apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo à conta lucros acumulados para 
formação de reservas, como reserva legal, reserva de lucros a realizar, reserva para 
contingência e outras;
•	 as reversões de reservas patrimoniais para a conta de lucros ou prejuízos acumulados;
•	 a compensação de prejuízos com reservas.
20 Laureate- International Universities
Teoria da contabilidade
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 
social
Reser-
vas de 
capital
Reservas 
de lucros
Prejuízos 
acumula-
dos
Ações em 
tesoura-
ria
TOTAL
Saldo em 31/12/2013
Aumento do capital social
Prejuízo do exercício
Saldo em 31/12/2014
Aumento do capital social
Prejuízo do exercício
Saldo em 31/12/2015 
Quadro 3 – Forma de demonstrar as mutações do patrimônio líquido.
 Fonte: Previtale, 2009.
•	 Demonstração do valor adicionado (DVA) – Consiste no informe contábil para 
demonstrar, sinteticamente, os valores da riqueza gerada pela empresa em um determinado 
período, além de dizer qual foi a distribuição dessa riqueza. Vale lembrar que essa riqueza 
é calculada pela diferença entre o valor da produção, dos bens e serviços de terceiros, 
utilizados dentro da produção da empresa.
Resumido, a DVA pode ser definida da seguinte forma:
•	 um índice de avaliação do desempenho na geração da riqueza, medindo a eficiência da 
empresa com sua utilização dos fatores de produção;
•	 um índice de avaliação do desempenho social, que demonstra a participação de 
empregados, governos, instituições financeiras e acionistas.
DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO
Receitas
Receita de subvenções
Outras receitas
Materiais/serviços adquiridos de terceiros
Materiais
Serviços
Tarifas públicas
Valor adicionado bruto
Depreciação e amortização
Valor adicionado líquido produzido pela entidade
Valor adicionado recebido em transferência
Receitas financeiras
21
Valor adicionado total a distribuir
Distribuição do valor adicionado
Pessoal e encargos
Salários de empregados
Honorários da diretoria e conselhos
Remuneração de estagiários
Remuneração de contratos administrativos
Benefícios
FGTS
Impostos, taxas e contribuições
Federais
Estaduais
Aluguéis e juros
Aluguéis
Juros
Lucro ou prejuízo do exercício
Quadro 4 – DVA na prática
Fonte: Previtale, 2009.
•	 Demonstração do fluxo de caixa (DFC) – Indica quais foram as saídas e entradas de 
dinheiro no caixa durante o período e o resultado desse período. Essa demonstração é 
obrigatória, desde 2008, para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio 
líquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), por força da Lei no 
11.638/2007. Inclusive, a Deliberação CVM no 547/2008 aprovou o Pronunciamento 
Técnico CPC 03, que trata da demonstração do fluxo de caixa.
É importante ressaltar que o fluxo de caixa deve abranger as seguintes atividades:
•	 operacionais: compostas pelas receitas e gastos decorrentes da atividade fim da empresa;
•	 investimento: referentes às movimentações de imobilizados, intangíveis, etc.;•	 financiamento: decorrentes de empréstimos e financiamentos.
DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Lucro/Prejuízo do exercício
Ajustes
Depreciação e amortização
Resultado baixa imobilizado
(Aumento) redução nos ativos operacionais
22 Laureate- International Universities
Teoria da contabilidade
Adiantamentos
Estoques
Despesas antecipadas
Outros créditos
Fornecedores
Obrigações sociais
Obrigações tributárias
Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais
Fluxo de caixa das atividades de investimento
Aumento do ativo imobilizado
Caixa líquido aplicado nas atividades de investimento
Fluxo de caixa das atividades de financiamento
Integralização de capital
Caixa líquido gerado pelas atividades de financiamento
Aumento líquido dos saldos de disponibilidades
Disponibilidades no início do exercício
Disponibilidades no fim do exercício
Quadro 5 – Demonstração do fluxo de caixa.
Fonte: Previtale, 2009.
3.2.4 Notas explicativas e quadros complementares
É de suma importância frisar que as notas explicativas têm grande valia, pois são elas que for-
necem informações necessárias para esclarecimento da situação patrimonial de determinadas 
contas, bem como o saldo e os fatos que possam alterar a situação patrimonial da empresa 
futuramente.
De acordo com o § 5o do art. 176 da Lei das S/A, as bases gerais e as normas a serem incluídas 
nas notas explicativas das demonstrações financeiras são:
•	 as informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas 
contábeis específicas, selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; 
•	 as informações exigidas pelas práticas contábeis, adotadas no Brasil, que não estejam 
apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; 
•	 as informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e 
consideradas necessárias para uma apresentação adequada; 
•	 os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, 
dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para 
encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de 
elementos do ativo; 
23
•	 os investimentos em outras sociedades, quando relevantes; 
•	 o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações; 
•	 os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e 
outras responsabilidades eventuais ou contingentes; 
•	 a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; 
•	 o número, as espécies e as classes das ações do capital social; 
•	 as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; 
•	 os ajustes de exercícios anteriores; 
•	 os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir 
a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. 
NÃO DEIXE DE VER...
Revisão de Balanço Patrimonial e DRE, em que você terá uma revisão básica e rápida 
de balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício, além de exem-
plos do dia a dia do uso dos postulados. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=tP0gYe2kHk>. 
24 Laureate- International Universities
Síntese
Neste capítulo, você pôde estudar:
•	 como aconteceu o enquadramento da Contabilidade como ciência e seus requisitos 
básicos;
•	 as características marcantes da Contabilidade como ciência autônoma;
•	 os postulados como pilares da contabilidade e base de toda a teoria contábil; 
•	 os princípios contábeis como premissas que permitem aos usuários fixar padrões de 
comparação e de credibilidade em função do reconhecimento dos critérios adotados para 
a elaboração das demonstrações financeiras;
•	 que a convenção é um conceito que serve como um guia para o profissional da área 
contábil;
•	 a essência sobre a forma, que é o mais novo conceito utilizado para os fenômenos que 
compõem as variações patrimoniais;
•	 o lucro contábil, apurado pelo resultado entre receita e despesas, e o lucro econômico, 
apurado pelo incremento no valor presente do patrimônio líquido;
•	 as principais demonstrações contábeis, tais como: o balanço patrimonial, as demonstração 
de resultados do exercício, a demonstração de movimentação do patrimônio líquido, a 
demonstração do fluxo de caixa e a demonstração do valor agregado.
Síntese
25
Referências
BRASIL. Comissão de Valores Mobiliários. Deliberação CVM no 547, de 15 de agosto de 2008. 
Aprova o Pronunciamento Técnico CPC 03 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata 
da Demonstração dos Fluxos de Caixa a – a DFC. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/legis-
lacao/deli/deli547.html>. Acesso em: 25 jul. 2015.
______. Presidência da República. Decreto-lei no 9.295, de 27 de maio de 1946. Cria o Conse-
lho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá outras 
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del9295.htm>. 
Acesso em: 25 jul. 2015.
______. Presidência da República. Lei no 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga 
dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro 
de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divul-
gação de demonstrações financeiras. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 25 jul. 2015.
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