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Apostila Saúde da Família

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SANTA CATARINA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
APOSTILA
DISCIPLINA ENFERMAGEM EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Docentes: Msc. Deyse Ilza de Aquino 
Msc. Maria Catarina da Rosa
2018
1
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – BASESCONCEITUAIS DO SUS...............................................04
1.1A Reforma Sanitária
1.2CARTA DE OTTAWA PRIMEIRA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE
PROMOÇÃODASAÚDE
1.3Constituição Brasileira de 1988 (Art. 196a200)
1.4O SUS: Diretrizes e Bases
UNIDADE 2 – BASES LEGAIS DA IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA 
DE SAÚDEDAFAMÍLIA.....................................................................................14
2.1. Norma Operacional Básica 01/96 (Base legal para a implantação do PSF)
2.2. O Programa de Agentes Comunitários de Saúde –PACS
2.3. Programa Expansão do Saúde da Família–PROESF
2.4. Pacto 2006 (Port. GM 399/2006) (Estratégia de Saúde da Família)
2.5 PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011
2.6. Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF (Port.GM154/2008)
2.7. A Estratégia de Saúde da Família e a Saúde Mental
2.8 Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da 
Atenção Básica - PMAQ AB
2.9 DECRETO 7.508/2011
UNIDADE 3 – BASES FILOSÓFICAS DA SAÚDE DA FAMÍLIA...................87
3.1. Modelo Médico Assistencial Privatista
3.2. Modelo Sanitarista
3.3. Modelo da Vigilância da Saúde
UNIDADE 4 – HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DO PROGRAMA DE 
SAÚDE DA FAMÍLIA........................................................................................94
4.1. Experiências Internacionais em Saúde da Família (Modelo
Inglês,Cubano e Canadense).
4.2. Experiências Nacionais em Saúde da Família (Saúde da
Famíliano Nordeste e Sul, QUALIS, Médico de Família em Niterói)
UNIDADE 5 – PRINCÍPIOS DA SAÚDE DA FAMÍLIA..................................102
5.1. Humanização na Saúde da Família
5.2. Conceito de Família
5.3. Conceito de Promoção da Saúde
5.4. Conceito de Prevenção da Doença
5.5. Interdisciplinaridade, Multidisciplinaridade eTransdisciplinaridade
UNIDADE 6 – OPERACIONALIZAÇÃO DO PROGRAMA DE SAÚDE DA 
FAMÍLIA..........................................................................................................114
6.1. Conceito deTerritório
6.2. Cadastramento/Adscrição de Clientela
6.3. AVisita Domiciliar
6.4. Participação Popular
6.5. Educação em Saúde
6.6. Sistema de Referência e Contra-Referência
6.7. As Ferramentas do PSF: Genograma, CiclodeVida
6.8. Atribuições dos membros da Equipe de Saúde da Família (Ver Portaria
2488/2011)
UNIDADE 7 – O TRABALHO COM AS FAMÍLIAS........................................125
7.1. Definição de família
7.2. Organização familiar e tipos de família
7.3. Trabalho com famílias X Terapia de família
7.4. A Abordagem Integral das Famílias
UNIDADE 8 – O DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DE SAÚDE.......................131
8.1. O Sistema de Informação da Atenção Básica–SIAB
8.2. Definição de Risco eFatores Riscos
8.3. Definição de áreas e micro-áreas
8.4. Definição de áreas prioritárias
8.5. Demanda ProgramadaXEspontânea
8.6. O Perfil Epidemiológico
8.7. O Planejamento Estratégico
UNIDADE 1 – BASES CONCEITUAIS DO SUS
1.1A Reforma Sanitária
No Brasil, duas teses são consideradas um marco divisor de águas que
dá início à teoria social da medicina: O dilema preventivista, de Sergio Arouca,
e Medicina e sociedade, de Cecília Donnangelo, ambas de 1975. A partir daí,
pode-se dizer que foi fundada uma teoria médico-social para análise de como
as coisas se processam no campo da saúde no país. Essa nova abordagem se
torna conhecimento relevante, reconhecido academicamente, difundido e
propagado.
Durante todo o processo de modificação da abordagem da saúde, várias
correntes se juntam como protagonistas. O movimento estudantil teve um papel
fundamental na propagação das idéias e fez com que diversos jovens
estudantes começassem a se incorporar nessa nova maneira de ver a saúde.
As Semanas de Estudos sobre Saúde Comunitária, realizadas pela primeira
vez em 1974, e os Encontros Científicos dos Estudantes de Medicina, em
especial os realizados entre 1976 e 1978, foram importantes nesse sentido, por
serem espaços praticamente ignorados pela repressão militar, que não
identificava o caráter político de suas discussões.
Entre esses diversos atores do movimento sanitário, destacam-se ainda
os médicos residentes, que na época trabalhavam sem carteira assinada e com
uma carga horária excessiva; as primeiras greves realizadas depois de 1968; e
os sindicatos médicos, que também estavam em fase de transformação. Esse
movimento entra também nos conselhos regionais, no Conselho Nacional de
Medicina e na Associação Médica Brasileira – as entidades médicas começam
a ser renovadas. A criação do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes),
em 1976, também é importante na luta pela reforma sanitária. A entidade surge
com o propósito de lutar pela democracia, de ser um espaço de divulgação do
movimento sanitário, e reúne pessoas que já pensavam dessa forma e
realizavam projetos inovadores.
Entre 1974 e 1979, diversas experiências institucionais tentam colocar
em prática algumas diretrizes da reforma sanitária, como descentralização,
participação e organização. É nesse momento que a Escola Nacional de Saúde
Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz se incorpora como espaço de
atuação da abordagem marxista da saúde. Vários projetos de saúde
comunitária, como clínica de família e pesquisas comunitárias, começaram a
ser elaborados e pessoas que faziam política em todo Brasil foram treinadas.
Quando a ditadura chegou ao seu esgotamento, o movimento já tinha
propostas. Assim, esse movimento conseguiu se articular em um documento
chamado Saúde e Democracia, que foi um grande marco, e enviá-lo para
aprovação do Legislativo. Uma das coisas mais importantes, segundo Arouca,
era transferir o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social
(INAMPS) para o Ministério da Saúde.
A idéia era fazer isso pelas conferências de saúde (que na época eram
espaços burocráticos) convidando a sociedade para discutir e participar. A 8ª
Conferência Nacional de Saúde reuniu, pela primeira vez, mais de quatro mil
pessoas, das quais 50% eram usuários da saúde. A partir da conferência, saiu
o movimento pela emenda popular, a primeira emenda constitucional que
nasceu do movimento social. Esse é considerado o maior sucesso da
reforma sanitária.
1.2 CARTA DE OTTAWA PRIMEIRA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
SOBRE PROMOÇÃO DA SAÚDE - Ottawa, novembrode1986.
A Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde,
realizada em Ottawa, Canadá, em novembro de 1986, apresenta neste
documento sua Carta de Intenções, que seguramente contribuirá para se
atingir Saúde para Todos no Ano 2000 e anos subsequentes.
Esta Conferência foi, antes de tudo, uma resposta às crescentes
expectativas por uma nova saúde pública, movimento que vem ocorrendo em
todo o mundo. As discussões localizaram principalmente as necessidades em
saúde nos países industrializados, embora tenham levado em conta
necessidades semelhantes de outras regiões do globo. As discussões foram
baseadas nos progressos alcançados com a Declaração de Alma Ata para os
Cuidados Primários em Saúde, com o documento da OMS sobre Saúde Para
Todos, assim como com o debate ocorrido na Assembleia Mundial da Saúde
sobre as ações intersetoriais necessárias para o setor.
PROMOÇÃO DA SAÚDE -Promoção da saúde é o nome dado ao
processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua
qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste
processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social
os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações,satisfazer
necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. A saúde deve ser
vista como um recurso para a vida, e não como objetivo de viver. Nesse
sentido, a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e
pessoais, bem como as capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não
é responsabilidade exclusiva do setor saúde, e vai para além de um estilo de
vida saudável, na direção de um bem-estar global.
PRÉ-REQUISITOS PARA A SAÚDE- As condições e os recursos
fundamentais para a saúde são: Paz – Habitação – Educação – Alimentação –
Renda - ecossistema estável – recursos sustentáveis - justiça social e equidade
O incremento nas condições de saúde requer uma base sólida nestes pré-
requisitos básicos.
DEFESA DE CAUSA - A saúde é o maior recurso para o desenvolvimento
social, econômico e pessoal, assim como uma importante dimensão da
qualidade de vida. Fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais,
comportamentais e biológicos podem tanto favorecer como prejudicar a saúde.
As ações de promoção da saúde objetivam, através da defesa da saúde, fazer
com que as condições descritas sejam cada vez mais favoráveis.
CAPACITAÇÃO - Alcançar a equidade em saúde é um dos focos da
promoção da saúde. As ações de promoção da saúde objetivam reduzir as
diferenças no estado de saúde da população e assegurar oportunidades e
recursos igualitários para capacitar todas as pessoas a realizar completamente
seu
potencial de saúde. Isto inclui uma base sólida: ambientes favoráveis,
acesso à informação, a experiências e habilidades na vida, bem como
oportunidades que permitam fazer escolhas por uma vida mais sadia. As
pessoas não podem realizar completamente seu potencial de saúde se não
forem capazes de controlar os fatores determinantes de sua saúde, o que se
aplica igualmente para homens/mulheres.
MEDIAÇÃO - Os pré-requisitos e perspectivas para a saúde não são
assegurados somente pelo setor saúde. Mais importante, a promoção da saúde
demanda uma ação coordenada entre todas as partes envolvidas: governo,
setor saúde e outros setores sociais e econômicos, organizações voluntárias e
não-governamentais, autoridades locais, indústria e mídia. As pessoas, em
todas as esferas da vida, devem envolver-se neste processo como indivíduos,
famílias e comunidades. Os profissionais e grupos sociais, assim como o
pessoal de saúde, têm a responsabilidade maior na mediação entre os
diferentes, em relação à saúde, existentes na sociedade. As estratégias e
programas na área da promoção da saúde devem se adaptar às necessidades
locais e às possibilidades de cada país e região, bem como levar em conta as
diferenças em seus sistemas sociais, culturais e econômicos.
SIGNIFICADO DAS AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE: CONSTRUINDO
POLÍTICAS PÚBLICAS SAUDÁVEIS - A promoção da saúde vai além
dos cuidados de saúde. Ela coloca a saúde na agenda de prioridades dos
políticos e dirigentes em todos os níveis e setores, chamando-lhes a atenção
para as consequências que suas decisões podem ocasionar no campo da
saúde e a aceitarem suas responsabilidades políticas com a saúde. A política
de promoção da saúde combina diversas abordagens complementares, que
incluem legislação, medidas fiscais, taxações e mudanças organizacionais. É
uma ação coordenada que aponta para a equidade em saúde, distribuição mais
equitativa da renda e políticas sociais. As ações conjuntas contribuem para
assegurar bens e serviços mais seguros e saudáveis, serviços públicos
saudáveis e ambientes mais limpos e desfrutáveis. A política de promoção da
saúde requer a identificação e a remoção de obstáculos para a adoção de
políticas públicas saudáveis nos setores que não estão diretamente ligados à
saúde. O objetivo maior deve ser indicar aos dirigentes e políticos que as
escolhas saudáveis são as mais fáceis de realizar.
CRIANDO AMBIENTES FAVORÁVEIS- Nossas sociedades são
complexas e inter-relacionadas. Assim a saúde não pode estar separada de
outras metas e objetivos. As inextricáveis ligações entre a população e seu
meio-ambiente constituem a base para uma abordagem sócio ecológica da
saúde. O princípio geral orientador para o mundo, as nações, as regiões e até
mesmo as comunidades é a necessidade de encorajar a ajuda recíproca –
cada um a cuidar de si próprio, do outro, da comunidade e do meio-ambiente
natural. A conservação dos recursos naturais do mundo deveria ser enfatizada
como uma responsabilidade global. Mudar os modos de vida, de trabalho e de
lazer tem um significativo impacto sobre a saúde. Trabalho e lazer deveriam
ser fontes de saúde para as pessoas. A organização social do trabalho deveria
contribuir para a constituição de uma sociedade mais saudável. A promoção da
saúde gera condições de vida e trabalho seguras, estimulantes, satisfatórias e
agradáveis. O acompanhamento sistemático do impacto que as
mudanças no meio-ambiente produzem sobre a saúde – particularmente, nas
áreas de tecnologia, trabalho, produção de energia e urbanização – é essencial
e deve ser seguido de ações que assegurem benefícios positivos para a saúde
da população. A proteção do meio-ambiente e a conservação dos recursos
naturais devem fazer parte de qualquer estratégia de promoção da saúde.
REFORÇANDO A AÇÃO COMUNITÁRIA - A promoção da saúde
trabalha através de ações comunitárias concretas e efetivas no
desenvolvimento das prioridades, na tomada de decisão, na definição de
estratégias e na sua implementação, visando a melhoria das condições de
saúde. O centro deste processo é o incremento do poder das comunidades – a
posse e o controle dos seus próprios esforços e destino. O desenvolvimento
das comunidades é feito sobre os recursos humanos e materiais nelas
existentes para intensificar a auto-ajuda e o apoio social, e para desenvolver
sistemas flexíveis de reforço da participação popular na direção dos assuntos
de saúde. Isto requer um total e contínuo acesso à informação, às
oportunidades de aprendizado para os assuntos de saúde, assim como apoio
financeiro adequado.
DESENVOLVENDO HABILIDADES PESSOAIS - A promoção da saúde
apóia o desenvolvimento pessoal e social através da divulgação e informação,
educação para a saúde e intensificação das habilidades vitais. Com isso,
aumentam as opções disponíveis para que as populações possam exercer
maior controle sobre sua própria saúde e sobre o meio-ambiente, bem como
fazer opções que conduzam a uma saúde melhor. É essencial capacitar as
pessoas para aprender durante toda a vida, preparando-as para as diversas
fases da existência, o que inclui o enfrentamento das doenças crônicas e
causas externas. Esta tarefa deve ser realizada nas escolas, nos lares, nos
locais de trabalho e em outros espaços comunitários. As ações devem se
realizar através de organizações educacionais, profissionais, comerciais e
voluntárias, bem como pelas instituições governamentais.
REORIENTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE - A responsabilidade pela
promoção da saúde nos serviços de saúde deve ser compartilhada entre
indivíduos, comunidade, grupos, profissionais da saúde, instituições que
prestam serviços de saúde e governos. Todos devem trabalhar juntos, no
sentido de criarem um sistema de saúde que contribua para a conquista de um
elevado nível de saúde. O papel do setor saúde deve mover-se,
gradativamente, no sentido da promoção da saúde, além das suas
responsabilidades de prover serviços clínicos e de urgência. Os serviços de
saúde precisam adotar uma postura abrangente, que perceba e respeite as
peculiaridades culturais. Esta postura deve apoiar as necessidades individuais
e comunitárias para uma vida mais saudável,abrindo canais entre o setor
saúde e os setores sociais, políticos, econômicos e ambientais. A reorientação
dos serviços de saúde também requer um esforço maior de pesquisa em
saúde, assim como de mudanças na educação e no ensino dos profissionais
da área da saúde. Isto precisa levar a uma mudança de atitude e de
organização dos serviços de saúde para que focalizem as necessidades
globais do indivíduo, como pessoa integral que é.
VOLTADOS PARA O FUTURO - A saúde é construída e vivida pelas
pessoas dentro daquilo que fazem no seu dia-a-dia: onde elas aprendem,
trabalham, divertem-se e amam. A saúde é construída pelo cuidado de cada
um consigo mesmo e com os outros, pela capacidade de tomar decisões e de
ter controle sobre as circunstâncias da própria vida, e pela luta para que a
sociedade ofereça condições que permitam a obtenção da saúde por todos os
seus membros. Cuidado, holismo e ecologia são temas essenciais no
desenvolvimento de estratégias para a promoção da saúde. Além disso, os
envolvidos neste processo devem ter como guia o princípio de que em cada
fase do planejamento, implementação e avaliação das atividades de promoção
da saúde, homens e mulheres devem participar como parceiros iguais.
COMPROMISSOS COM A PROMOÇÃO DA SAÚDE - Os participantes
desta Conferência comprometem-se a:
• atuar no campo das políticas públicas saudáveis e advogar um compromisso
político claro em relação à saúde e à eqüidade em todos os setores;
• agir contra a produção de produtos prejudiciais à saúde, a degradação dos
recursos naturais, as condições ambientais e de vida não-saudáveis e a má-
nutrição; e centrar sua atenção nos novos temas da saúde pública, tais como a
poluição, o trabalho perigoso e as questões da habitação e dos assentamentos
rurais;
• atuar pela diminuição do fosso existente, quanto às condições de saúde,entre
diferentes sociedades e distintos grupos sociais, bem como lutar contra as
desigualdades em saúde produzidas pelas regras e práticas desta mesma
sociedade;
• reconhecer as pessoas como o principal recurso para a saúde; apoiá-las e
capacitá-las para que se mantenham saudáveis a si próprias, às suas famílias
e amigos, através de financiamentos e/ou outras formas de apoio; e aceitar a
comunidade como porta-voz essencial em matéria de saúde, condições de vida
e bem-estar;
• reorientar os serviços de saúde e os recursos disponíveis para a promoção da
saúde; incentivar a participação e colaboração de outros setores, outras
disciplinas e, mais importante, da própria comunidade;
• reconhecer a saúde e sua manutenção como o maior desafio e o principal
investimento social dos governos; e dedicar-se ao tema da ecologia em geral e
das diferentes maneiras de vida;
• a Conferência conclama a todos os interessados juntar esforços no
compromisso por uma forte aliança em torno da saúde pública.
POR UMA AÇÃO INTERNACIONAL - A Conferência conclama a OMS e 
outras organizações internacionais para a defesa da promoção da saúde em 
todos os fóruns apropriados e para o apoio aos países no estabelecimento de 
estratégias e programas para a promoção da saúde. A Conferência está 
firmemente convencida de que se as pessoas, as ONGs e organizações 
voluntárias, os governos, a OMS e demais organismos interessados, juntarem 
seus esforços na introdução e implementação de estratégias para a promoção 
da saúde, de acordo com os valores morais e sociais que formam a base desta
Carta, a Saúde Para Todos no Ano 2000 será uma realidade!
1.3. CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 (ART. 196A200)
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,
cabendo ao Poder Público dispor,nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através
de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo único renumerado
para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos
derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de2000)
I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar
prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,de2000)
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e
159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas
aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e
159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco
anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, 
de 2000)
II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a
seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das
disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,de2000)
III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde
nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29,de2000)
IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29,de2000)
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir
agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio
de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de
suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 51, de 2006)
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico e a regulamentação das
atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) (Vide Medida provisória
nº 297. de 2006) Regulamento § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º doart.
41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções
equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às
endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos
específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 51,de2006)
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar
do sistema único de saúde, segundodiretrizes deste, mediante contrato de
direito público ou convênio, tendo preferência às entidades filantrópicas e as
sem fins lucrativos.
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. § 3º - É vedada a
participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na
assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de
sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições,
nos termos da lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse
para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outro sinsumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de
saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de
saneamento básico; V - incrementar em sua área de atuação o
desenvolvimento científico e tecnológico;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu
teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VI - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e
utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho.
1.4. O SUS: DIRETRIZESEBASES
O QUE É O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS?
É uma nova formulação política e organizacional para o reordenamento
dos serviços e ações de saúde estabelecida pela Constituição de 1988. O SUS
não é o sucessor do INAMPS e nem tampouco do SUDS. O SUS é o novo
sistema de saúde que está em construção.
POR QUE SISTEMA ÚNICO?
Porque ele segue a mesma doutrina e os mesmos princípios
organizativos em todo o território nacional, sob a responsabilidade das três
esferas autônomas de governo federal, estadual e municipal. Assim, o SUS
não é um serviço ou uma instituição, mas um Sistema que significa um
conjunto de unidades, de serviços e ações que interagem para um fim comum.
Esses elementos integrantes do sistema, referem-se ao mesmo tempo, às
atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde.
QUAL É A DOUTRINA DO SUS?
Baseado nos preceitos constitucionais a construção do SUS se norteia
pelos seguintes princípios doutrinários:
UNIVERSALIDADE – É a garantia de atenção à saúde por parte do
sistema, a todo e qualquer cidadão. Com a universalidade, o indivíduo passa a
ter direito de acesso a todos os serviços públicos de saúde, assim como
àqueles contratados pelo poder público. Saúde é direito de cidadania e dever
do Governo: municipal, estadual e federal.
EQÜIDADE – É assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo
com a complexidade que cada caso requeira, more o cidadão onde morar, sem
privilégios e sem barreiras. Todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido
conforme suas necessidades até o limite do que o sistema puder oferecer para
todos.
INTEGRALIDADE - É o reconhecimento na prática dos serviços de que:
• cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade;
• as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde formam também
um todo indivisível e não podem ser compartimentalizadas;
• as unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de
complexidade, formam também um todo indivisível configurando um sistema
capaz de prestar assistência integral. Enfim: ―O homem é um ser integral, bio-
psico-social, e deverá ser atendido com esta visão integral por um sistema de
saúde também integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde.
QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS QUE REGEM A ORGANIZAÇÃO DO SUS?
REGIONALIZAÇÃO e HIERARQUIZAÇÃO - Os serviços devem ser
organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, dispostos numa
área geográfica delimitada e com a definição da população a ser atendida. Isto
implica na capacidade dos serviços em oferecer a uma determinada população
todas as modalidades de assistência, bem como o acesso a todo tipo de
tecnologia disponível, possibilitando um ótimo grau de resolubilidade (solução
de seus problemas). O acesso da população à rede deve se dar através dos
serviços de nível primário de atenção que devem estar qualificados para
atender e resolver os principais problemas que demandam os serviços de
saúde. Os demais, deverão ser referenciados para os serviços de maior
complexidade tecnológica. A rede de serviços, organizada de forma
hierarquizada e regionalizada, permite um conhecimento maior dos problemas
de saúde da população da área delimitada, favorecendo ações de vigilância
epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além das
ações de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de
complexidade.
RESOLUBILIDADE - É a exigência de que, quando um indivíduo busca o
atendimento ou quando surge um problema de impacto coletivo sobre a saúde,
o serviço correspondente esteja capacitado para enfrentá-lo e resolvê-lo até o
nível da sua competência.
DESCENTRALIZAÇÃO - É entendida como uma redistribuição das
responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários níveis
de governo, a partir da idéia de que quanto mais perto do fato a decisão for
tomada, mais chance haverá de acerto. Assim, o que é abrangência de um
município deve ser de responsabilidade do governo municipal; o que abrange
um estado ou uma região estadual deve estar sob responsabilidade do governo
estadual, e, o que for de abrangência nacional será de responsabilidade
federal. Deverá haver uma profunda redefinição das atribuições dos vários
níveis de governo com um nítido reforço do poder municipal sobre a saúde - é
o que se chama municipalização da saúde. Aos municípios cabe, portanto, a
maior responsabilidade na promoção das ações de saúde diretamente voltadas
aos seus cidadãos.
PARTICIPAÇÃO DOS CIDADÃOS - É a garantia constitucional de que a
população, através de suas entidades representativas, participará do processo
de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos
os níveis, desde o federal até o local.
Essa participação deve se dar nos Conselhos de Saúde, com
representação paritária de usuários, governo, profissionais de saúde e
prestadores de serviço. Outra forma de participação são as conferências de
saúde, periódicas, para definir prioridades e linhas de ação sobre a saúde.
Deve ser também considerado como elemento do processo participativo o
dever das instituições oferecerem as informações e conhecimentos
necessários para que a população se posicione sobre as questões que dizem
respeito àsuasaúde.
COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO - A Constituição definiu
que, quando por insuficiência do setor público, for necessário a contratação de
serviços privados, isso deve se dar sob três condições:
1ª - a celebração de contrato, conforme as normas de direito público, ou
seja, interesse público prevalecendo sobre o particular;
2ª - a instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos
e normas técnicas do SUS. Prevalecem, assim, os princípios da universalidade,
eqüidade, etc., como se o serviço privado fosse público, uma vez que, quando
contratado, atua em nome deste;
3ª - a integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica
organizativa do SUS, em termosde posição definida na rede regionalizada e
hierarquizada dos serviços. Dessa forma, em cada região, deverá estar
claramente estabelecido, considerando-se os serviços públicos e privados
contratados, quem vai fazer o que, em que nível e em que lugar. Dentre os
serviços privados, devem ter preferência os serviços não lucrativos, conforme
determina a Constituição.
Assim, cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e, na
seqüência, complementar a rede assistencial com o setor privado, com os
mesmos concertos de regionalização, hierarquização e universalização. Torna-
se fundamental o estabelecimento de normas e procedimentos a serem
cumpridos pelos conveniados e contratados, os quais devem constar, em
anexo, dos convênios e contratos.
UNIDADE 2 – BASES LEGAIS DA IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA
DE SAÚDE DA FAMÍLIA
2.1. Norma Operacional Básica 01/96 (Base legal para a implantação
do PSF)
A década de 1980, no Brasil, foi marcada pela democratização dos
processos político-sociais e pela elaboração da Constituição denominada de
cidadã. Nesta, é dever do Estado brasileiro a formulação e execução de
políticas econômicas e sociais que visem à redução dos riscos de doenças e
outros agravos, estabelecendo condições que assegurem o acesso universal e
igualitário às ações e serviços de saúde para a sua promoção, proteção e
recuperação. A Constituição de 1988 trouxe repercussões importantes e
delineadoras no processo de construção de uma nova política no setor saúde,
e, que, culminariam anos depois no Sistema Único de Saúde (SUS). Para a
efetiva implantação do SUS, seguiu-se um processo de elaboração e
aprovação das ― Leis Orgânicas de Saúde‖(Lein°8.080 e 8.142).
A Lei 8.080 em seu capítulo II, que discorre sobre os princípios e
diretrizes do SUS, prevê como um dos princípios organizativos da política de
saúde, a descentralização político-administrativa, com direção única em cada
esfera do governo, com ênfase na descentralização dos serviços para os
municípios e regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.
Nesse processo de descentralização ocorrido no âmbito do SUS
durante a década de 90, as edições das Normas Operacionais Básicas (NOB)
1/93 e 1/96 constituíram-se instrumentos bastante efetivos. A NOB/96
apresentava como finalidade primordial promover e consolidar o pleno
exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da função
de gestor da atenção à saúde dos seus municípios. Cabe destacar, que a plena
responsabilidade do poder público municipal, não significa, no entanto ausência
do poder público estadual e federal, eles são co-responsáveis, na respectiva
competência ou na ausência da função municipal. A NOB 1/96 implementada
apenas a partir de janeiro de 1998, consolidou o papel gestor do município,
além de ter incorporado alguns avanços, como o PAB (Piso da Atenção Básica)
e o incentivo à Saúde da Família. O processo de descentralização como um
todo permitiu a aproximação dos serviços de saúde aos usuários e a
qualificação da assistência nos vários níveis de atenção, particularmente na
Atenção Básica.
AAtençãoBásicafoimarcadapeloincentivoaimplantaçãodoProgramaSaúde
da Família (PSF), concebido pelo Ministério da Saúde em 1994, como
estratégia de reorganização dos serviços de saúde.
O PSF emerge numa perspectiva de reforma, com vistas a promover
mudanças nas modalidades de alocação de recursos e formas de remuneração
das ações de saúde, na forma de organização dos serviços, e, ainda no atual
modelo assistencial. Neste contexto, a atenção à saúde da família, constitui-se
imagem-objetivo projetada à reformulação da atenção básica, sendo a
estratégia saúde da família um processo em construção que tem em vista a
reversão do modelo assistencial predominante em saúde no Brasil (super
especializado, fragmentado, centrado na cura, distanciado das necessidades
locais).
O PSF é estratégico para a qualidade da atenção básica e para a
mudança do modelo assistencial predominante em saúde. Entre as
proposições básicas do PSF encontra se o trabalho em equipe direcionado aos
diferentes indivíduos, famílias e comunidades, prevendo-se o planejamento e
execução de ações a partir de suas realidades peculiares; ações voltadas à
promoção e a prevenção da saúde, tendo como marca fundamental a mudança
de foco para a atenção à saúde e não mais a doença.
2.2. O Programa de Agentes Comunitários de Saúde – PACS
O Programa Saúde da Família (PSF) foi implantado no Brasil,
pelo Ministério da Saúde, em 1994. É conhecido hoje como "Estratégia de
Saúde da Família", por não se tratar mais apenas de um "programa" o
Estratégia de Saúde da Família visa a reversão do modelo assistencial vigente,
onde predomina o atendimento emergencial ao doente, na maioria das vezes
em grandes hospitais. A família passa a ser o objeto de atenção, no ambiente
em que vive, permitindo uma compreensão ampliada do processo
saúde/doença.
O programa inclui ações de promoção da saúde, prevenção,
recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes. No âmbito da
reorganização dos serviços de saúde, a estratégia da saúde da família vai ao
encontro dos debates e análises referentes ao processo de mudança do
paradigma que orienta o modelo de atenção à saúde vigente e que vem sendo
enfrentada, desde a década de 1970, pelo conjunto de atores e sujeitos sociais
comprometidos com um novo modelo que valorize as ações de promoção e
proteção da saúde, prevenção das doenças e atenção integral às pessoas.
Estes pressupostos, tidos como capazes de produzir um impacto positivo
na orientação do novo modelo e na superação do anterior, calcado na
supervalorização das práticas da assistência curativa, especializada e
hospitalar, e que induz ao excesso de procedimentos tecnológicos e
medicamentosos e, sobretudo, na fragmentação do cuidado, encontra, em
relação aos recursos humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS), um
outro desafio. Tema também recorrente nos debates sobre a reforma sanitária
brasileira, verifica-se que, ao longo do tempo, tem sido unânime o
reconhecimento acerca da importância de se criar um "novo modo de fazer
saúde".
No Brasil a origem do PSF remonta criação do Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS) em 1991, como parte do processo de reforma
do setor da saúde, desde a Constituição, com intenção de aumentar a
acessibilidade ao sistema de saúde e incrementar as ações
de prevenção e promoção dasaúde.
Em 1994 o Ministério da Saúde, lançou o PSF como política nacional de
atenção básica, com caráter organizativo e substitutivo, fazendo frente ao
modelo tradicional de assistência primária baseada em profissionais médicos
especialistas focais.
Percebendo a expansão do Programa Saúde da Família que se
consolidou como estratégia prioritária para a reorganização da Atenção
Básica no Brasil, o governo emitiu a Portaria Nº 648, de 28 de Março de 2006,
onde ficava estabelecido que o PSF é a estratégia prioritária do Ministério da
Saúde para organizar a Atenção Básica — que tem como um dos seus
fundamentos possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de
saúde de qualidade, reafirmando os princípios básicos do SUS:
universalização, igualdade, descentralização, integralidade e participação da
comunidade - mediante o cadastramento e a vinculação dos usuários. Em 2011
a portaria GM Nº 2.488/2011 revogou a portaria GM Nº 648/2006 e demais
disposições em contrário ao estabelecer a revisão de diretrizes e normas para
a organização da Atenção Básica e aprovar a Política Nacional deAtenção
Básica para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e para o Programa de
Agentes Comunitários de Saúde(PACS).
Como consequência de um processo de desoshospitalização e
humanização do Sistema Único de Saúde, o programa tem como ponto positivo
a valorização dos aspectos que influenciam a saúde das pessoas fora do
ambiente hospitalar.
2.3. Programa Expansão do Saúde da Família – PROESF
O Projeto de expansão e consolidação da saúde da família – PROESF é
uma iniciativa do Ministério da Saúde, apoiada pelo Banco Mundial – BIRD,
voltada para a organização e o fortalecimento da atenção básica à saúde no
País. Visa contribuir para a implantação e consolidação da estratégia de Saúde
da Família por meio da elevação da qualidade do processo de trabalho e
desempenho dos serviços, otimizando e assegurando respostas efetivas para a
população em todos os municípios brasileiros.
É um importante desafio para os grandes centros urbanos. Nas áreas de
maior concentração populacional, a heterogeneidade das condições
econômico-sociais reflete-se também no desigual acesso e utilização dos
serviços de saúde, observam-se barreiras ao acesso e oferta de açõesbásicas.
A implantação da estratégia da Saúde da Família nas grandes cidades é mais
complexa, exigindo mudanças de ordem quantitativa e qualitativa na sua
operacionalização.
O PROESF viabiliza recursos para a estruturação das equipes/unidades,
buscando integrar procedimentos de outros níveis de complexidades da
atenção e aperfeiçoar tecnologias de gestão e avaliação do sistema. Também
visa ampliar e reestruturar as várias iniciativas voltadas para o desenvolvimento
de recursos humanos no PSF – Programa de Saúde da Família, incrementar
recursos, apoiar respostas mais ágeis na educação continuada, e iniciativas de
mudanças na formação dos profissionais, bem como na sua fixação. Com os
avanços nos processos de descentralização das ações de saúde,
especialmente a partir da Norma Operacional da Assistência – NOAS/01,
devem ser ressaltadas as particularidades das grandes cidades na
reestruturação dos modelos de atenção a saúde, na necessidade de
regionalização e reorganização funcional do sistema.
O fortalecimento do programa saúde da família deverá combinar a
extensão de cobertura de serviços com a maior qualidade da atenção e
satisfação das necessidades de saúde para a população brasileira hoje
concentrada em grandes centros urbanos. Na agenda de enfrentamento das
atuais demandas e necessidades em saúde, destacam-se os princípios da
promoção da saúde como norteadores de estratégias de trabalho e
desenvolvimento efetivo de ações intersetoriais. Todos os princípios
fundamentais da Estratégia do Programa Saúde da Família, reafirmados nas
diretrizes operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS), são 
ressaltados no PROESF:
a) avanços no processo de descentralização;
b) integralidade e hierarquização dos serviços;
c) territorialização e cadastramento da clientela;
d) participação e controle social; e) atuação com base em equipes
multiprofissionais.
A realidade nos municípios brasileiros é diferenciada, caracterizando
diferentes modelos de organização, de diversificação de atividades, de
disponibilidade de recursos e de capacitação gerencial. O Sistema Único de
Saúde municipal deve estar organizado de modo que o gestor possa garantir à
população o acesso aos serviços e a disponibilidade das ações e dos meios
para o atendimento integral. O direito à saúde, conquistado, significa que cada
um e todos os brasileiros devem construir e usufruir de políticas públicas que
reduzam riscos e agravos à saúde. Esse direito significa, igualmente, o acesso
universal, para todos e equânime, com justa igualdade a serviços e ações de
promoção, proteção e recuperação da saúde, atendimento integral. (NOB -
SUSD 01/96). Busca-se a plena responsabilidade do poder público municipal.
Esse poder se responsabiliza como também pode ser responsabilizado. Os
poderes público federal e estadual são sempre co-responsáveis (inciso II do
Artigo 23, da Constituição Federal).
Essa responsabilidade, no entanto, não exclui o papel da família, da
comunidade e dos próprios indivíduos, na promoção, proteção e recuperação
da saúde. Faz-se necessário aperfeiçoar a gestão dos serviços de saúde no
País e a própria organização do sistema, visto que, o município passa a ser, de
fato, o responsável imediato pelo atendimento das necessidades e demandas
de saúde do seu povo e das exigências de intervenções saneadoras em seu
território. É necessário reordenar o modelo de atenção básica à saúde
identificando os papeis de cada esfera de governo. Vivemos em uma
sociedade que sofre constantes transformações. As pessoas, os grupos e as
organizações estão sempre mudando. Assim, também acontece com as
organizações de saúde e com grupos que nelas atuam.
Podemos afirmar que as mudanças sempre ocorrem; o que difere é a
intensidade e o resultado imediato. As organizações de saúde sofrem influência
de alguns fatores que impulsionam as mudanças. Esses fatores originam-se
tanto fora da organização, como dentro dela. Os fatores externos são pressões
do ambiente social nas quais as organizações estão inseridas, e, portanto não
são passíveis de controle por seus elementos.
As pressões para mudança também podem estar dentro das
organizações, e por isso os fatores internos podem ser mais trabalhados por
seus elementos. Esses fatores resultam da mudança dos objetivos e da
filosofia da organização, da política, do processo de tomada de decisão, da
nova tecnologia implantada, do relacionamento interpessoal e de normas e
rotinas de trabalho estabelecidas. A partir da reestruturação, o PROESF, em
conjunto com o QualiSUS Redes, direcionou suas iniciativas para a
implantação do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) do e-SUS-AB nas
Unidades Básicas de Saúde das 15 regiões do QualiSUS.
2.4. Pacto 2006 (Port. GM 399/2006) (Estratégia de Saúde da Família)
O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais do SUS
que deve ser revisado anualmente, pactuado entre as três esferas de gestão -
União, Estados e Municípios e estabelece metas e compromissos para cada
ente da federação. Entre as prioridades definidas estão a redução da
mortalidade infantil e materna, o controle das doenças emergentes e endemias
(como dengue e hanseníase) e a redução da mortalidade por câncer de colo de
útero e da mama, entre outras. O Pacto pela Saúde implica no exercício
simultâneo de definição de prioridades (empresas em objetivos e metas no
Termo de Compromisso de Gestão e detalhadas no documento Diretrizes
Operacionais do Pacto pela Saúde 2006) articuladas e integradas nos três
componentes: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão
do SUS (BRASIL, 2006,p.03).
O Pacto é resultado de muitas discussões desde
2003, quando o CONASS [Conselho Nacional dos
Secretários Estaduais de Saúde], solicitou ao Ministério
da Saúde - MS revisão dos processos normativos do
SUS. Os gestores compreendiam que as normativas do
SUS deveriam contemplar a diversidade do Brasil e novas
normativas teriam que contemplar os princípios do SUS,
sob a égide da responsabilidade sanitária, adequada à
realidade de cada Estado e região do país, integrando
ações de promoção à saúde, atenção primária,
assistência de média e alta complexidade, epidemiologia
e controle de doenças, vigilância sanitária e ambiental; a
reafirmação da importância das instâncias deliberativas
CIB [Comissão Intergestores Bipartite] e CIT [Comissão
Intergestores Tripartite], e o fortalecimento do controlesocial (MACHADO, et. al., 2009,p.182)
O Pacto pela Saúde integra o conjunto de iniciativas legais em conjunto
com a Lei 8.080/90 (www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm) que expressa
a conquista dos direitos individuais e coletivos previstos na Constituição
Federal de 1988, que considera a saúde como um direito universal e prevê a
igualdade do acesso aos serviços de saúde e ―constitui, atualmente, a mais
nova estratégia para a racionalização das ações e serviços em saúde ‖
(FADEL, et. al., 2009,p.454)
PACTO PELA SAÚDE 2006 - Consolidação do SUS O Sistema Único de
Saúde - SUS é uma política pública que acaba de completar uma década e
meia de existência. Nesses poucos anos, foi construído no Brasil, um sólido
sistema de saúde que presta bons serviços à população brasileira. Esse
modelo parece ter se esgotado, de um lado, pela dificuldade de imporem-se
normas gerais a um país tão grande e desigual; de outro, pela sua fixação em
conteúdos normativos de caráter técnico- processual, tratados, em geral, com
detalhamento excessivo e enorme complexidade. Na perspectiva de superar as
dificuldades apontadas, os gestores do SUS assumem o compromisso público
da construção do PACTO PELA SAÚDE 2006, que será anualmente revisado,
com base nos princípios constitucionais do SUS, ênfase nas necessidades de
saúde da população e que implicará o exercício simultâneo de definição de
prioridades articuladas e integradas nos três componentes: Pacto pela Vida,
Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS.
Estas prioridades são expressas em objetivos e metas no Termo de
Compromisso de Gestão e estão detalhadas no documento Diretrizes
Operacionais do Pacto pela Saúde 2006
I O PACTO PELA VIDA: O Pacto pela Vida está constituído por
um conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos de
processos e resultados e derivados da análise da situação de saúde do País
e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais.
Significa uma ação prioritária no campo da saúde que deverá ser executada
com foco em resultados e com a explicitação inequívoca dos compromissos
orçamentários e financeiros para o alcance desses resultados. As prioridades
do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são:
A. SAÚDE DO IDOSO: Implantar a Política Nacional de Saúde da
Pessoa Idosa, buscando a atenção integral.
B. CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA: Contribuir para a
redução da mortalidade por câncer de colo do útero e de mama.
C. MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA: Reduzir a mortalidade
materna, infantil neonatal, infantil por doença diarréica e por pneumonias.
D. DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASENA
DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA
Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças
emergentes e endemias.
E. PROMOÇÃO DA SAÚDE: Elaborar e implantar a Política Nacional de
Promoção da Saúde, com ênfase na adoção de hábitos saudáveis por parte da
população brasileira, de forma a internalizar a responsabilidade individual da
prática de atividade física regular alimentação saudável e combate ao
tabagismo.
F. ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE Consolidar e qualificar a estratégia da
Saúde da Família como modelo de atenção básica à saúde e como centro
ordenador das redes de atenção à saúde do SUS.
II O PACTO EM DEFESA DO SUS: O Pacto em Defesa do SUS
envolve ações concretas e articuladas pelas três instâncias federativas no
sentido de reforçar o SUS como política de Estado mais do que política de
governos; e de defender, vigorosamente, os princípios basilares dessa política
pública, inscritos na Constituição Federal.
A concretização desse Pacto passa por um movimento de repolitização
da saúde, com uma clara estratégia de mobilização social envolvendo o
conjunto da sociedade brasileira, extrapolando os limites do setor e vinculada
ao processo de instituição da saúde como direito de cidadania, tendo o
financiamento público da saúde como um dos pontos centrais. As prioridades
do Pacto em Defesa do SUS são:
A. IMPLEMENTAR UM PROJETO PERMANENTE DE MOBILIZAÇÃO
SOCIAL COM A FINALIDADE DE: Mostrar a saúde como direito de cidadania e
o SUS como sistema público universal garantidor desses direitos; Alcançar, no
curto prazo, a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, pelo
Congresso Nacional; Garantir, no longo prazo, o incremento dos recursos
orçamentários e financeiros para a saúde. Aprovar o orçamento do SUS,
composto pelos orçamentos das três esferas de gestão, explicitando o
compromisso de cada uma delas.
B. ELABORAR E DIVULGAR A CARTA DOS DIREITOS DOS
USUÁRIOS DOSUS.
III O PACTO DE GESTÃO DO SUS O Pacto de Gestão estabelece as
responsabilidades claras de cada ente federado de forma a diminuir as
competências concorrentes e a tornar mais claro quem deve fazer o quê,
contribuindo, assim, para o fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS.
Esse Pacto parte de uma constatação indiscutível: o Brasil é um país continental e
com muitas diferenças e iniquidades regionais. Mais do que definir diretrizes nacionais
é necessário avançar na regionalização e descentralização do SUS, a partir de uma
unidade de princípios e uma diversidade operativa que respeite as singularidades
regionais.
Esse Pacto radicaliza a descentralização de atribuições do Ministério da
Saúde para os estados e para os municípios, promovendo um choque de
descentralização, acompanhado da desburocratização dos processos
normativos. Reforça a territorialização da saúde como base para organização
dos sistemas, estruturando as regiões sanitárias e instituindo colegiados de
gestão regional. Reitera a importância da participação e do controle social com
o compromisso de apoio à sua qualificação.
Explicita as diretrizes para o sistema de financiamento público tripartite:
busca critérios de alocação equitativa dos recursos; reforça os mecanismos de
transferência fundo a fundo entre gestores; integra em grandes blocos o
financiamento federal e estabelece relações contratuais entre os entes
federativos.
As prioridades do Pacto de Gestão são:
A. DEFINIR DE FORMA INEQUÍVOCA A RESPONSABILIDADE
SANITÁRIA DE CADA INSTÂNCIA GESTORA DO SUS: federal, estadual e
municipal, superando o atual processo de habilitação.
B. ESTABELECER AS DIRETRIZES PARA A GESTÃO DO SUS, com
ênfase na Descentralização; Regionalização; Financiamento; Programação
Pactuada e Integrada; Regulação; Participação e Controle Social;
Planejamento; Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.
Este PACTO PELA SAÚDE 2006 aprovado pelos gestores do SUS na
reunião da Comissão Intergestores Tripartite do dia 26 de janeiro de 2006, é
abaixo assinado pelo Ministro da Saúde, o Presidente do Conselho Nacional de
Secretários de Saúde - CONASS e o Presidente do Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde - CONASEMS e será operacionalizado por
meio do documento de Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde 2006.
2.5. Política Nacional da Atenção Básica (Port. GM 648/2006) substitui por:
Política Nacional da Atenção Básica (Port.GM2048/2011) sustituida pela
portaria 2436/2017
atual portaria é o:
Anexo XXII da Portaria de Consolidação n 2 – PNAB de 28 de
setembro de 2017
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da
experiência acumulada por conjunto de atores envolvidos historicamente com o
desenvolvimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), como
movimentos sociais, usuários, trabalhadores e gestores das três esferas de
governo.
No Brasil, a Atenção Básica é desenvolvida com o mais alto grau de
descentralização e capilaridade, ocorrendo no local mais próximo da vida das
pessoas.Ela deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de
entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. Por
isso, é fundamental que ela se oriente pelos princípios da universalidade, da
acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da
atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação
social.
As Unidades Básicas de Saúde – instaladas perto de onde as pessoas
moram, trabalham, estudam e vivem – desempenham um papel central na
garantia à população de acesso a uma atenção à saúde de qualidade. Dotar
estas unidades da infraestrutura necessária a este atendimento é um desafio
que o Brasil - único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes
com um sistema de saúde público, universal, integral e gratuita – está
enfrentando com os investimentos do Ministério da Saúde.
Essa missão faz parte da estratégia Saúde Mais Perto da população,
que enfrenta os entraves à expansão e ao desenvolvimento da Atenção Básica
noPaís.
Mais e Melhores Recursos: além dos recursos previstos para este ano
de 2012 serem quase 40% maiores que os previstos para o ano de 2010, o que
representou o maior aumento de recursos repassados fundo a fundo desde a
criação do PAB, a nova PNAB mudou o desenho do financiamento federal para
a Atenção Básica, passando a combinar equidade e qualidade.
Em relação à equidade, o PAB Fixo diferencia o valor per capita por
município, beneficiando o município mais pobre, menor, com maior percentual
de população pobre e extremamente pobre e com as menores densidades
demográficas. Pelo viés da qualidade, induz a mudança de modelo por meio da
Estratégia Saúde da Família e cria um Componente de Qualidade que avalia,
valoriza e premia equipes e municípios, garantindo aumento do repasse de
recursos em função da contratualização de compromissos e do alcance de
resultados, a partir da referência de padrões de acesso e qualidade pactuados
de maneira tripartite.
Uma Atenção Básica Fortalecida e Ordenadora das Redes de
Atenção: a nova PNAB atualizou conceitos na política e introduziu elementos
ligados ao papel desejado da AB na ordenação das Redes de Atenção.
Avançou na afirmação de uma AB acolhedora, resolutiva e que avança na
gestão e coordenação do cuidado do usuário nas demais Redes de Atenção.
Avançou, ainda, no reconhecimento de um leque maior de modelagens de
equipes para as diferentes populações e realidades do Brasil. Além dos
diversos formatos de ESF, houve a inclusão de EAB para a população de rua
(Consultórios na Rua), ampliação do número de municípios que podem ter
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), simplificou e facilitou as
condições para que sejam criadas UBS Fluviais e ESF para as Populações
Ribeirinhas.
A nova política articula a AB com importantes iniciativas do SUS, como a
ampliação das ações intersetoriais e de promoção da saúde, com a
universalização do Programa Saúde na Escola - e expansão dele às creches –
acordo com as indústrias e escolas para uma alimentação mais saudável, e
implantação de pólos da Academia da Saúde. Às equipes de Atenção Básica
se somam as equipes do Melhor em Casa para ampliar em muito o leque de
ações e resolubilidade da atenção domiciliar. O Telessaúde, a integração dos
sistemas de informação e a nova política de regulação apontam para a
ampliação da resolubilidade da AB e para a continuidade do cuidado do
usuário, que precisa da atenção especializada.
Anexo XXII
Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) (Origem: PRT MS/GM 2436/2017)
Art. 1º Este Anexo aprova a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), com vistas à
revisão da regulamentação de implantação e operacionalização vigentes, no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecendo-se as diretrizes para a organização do
componente Atenção Básica, na Rede de Atenção à Saúde (RAS). (Origem: PRT MS/GM
2436/2017, Art. 1º)
Parágrafo Único. A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos Atenção
Básica (AB) e Atenção Primária à Saúde (APS), nas atuais concepções, como termos
equivalentes, de forma a associar a ambas os princípios e as diretrizes definidas neste
documento.(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 1º, Parágrafo Único)
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas
que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação,
redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de
práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e
dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem
responsabilidade sanitária.(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 2º)
§ 1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de comunicação da RAS,
coordenadora do cuidado e ordenadora das ações e serviços disponibilizados na rede.
(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 2º, § 1º)
§ 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente a todas as pessoas, de
acordo com suas necessidades e demandas do território, considerando os determinantes e
condicionantes de saúde.(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 2º, § 2º)
§ 3º É proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, raça/cor, etnia, crença,
nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição
socioeconômica, escolaridade, limitação física, intelectual, funcional e outras. (Origem: PRT
MS/GM 2436/2017, Art. 2º, § 3º)
§ 4º Para o cumprimento do previsto no § 3º, serão adotadas estratégias que permitam
minimizar desigualdades/iniquidades, de modo a evitar exclusão social de grupos que
possam vir a sofrer estigmatização ou discriminação, de maneira que impacte na autonomia
e na situação de saúde.(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 2º, § 4º)
Art. 3º São Princípios e Diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção
Básica: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º)
I – princípios: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I)
a) universalidade; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I, a)
b) equidade; e (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I, b)
c) integralidade. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, I, c)
II – diretrizes: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II)
a) regionalização e hierarquização: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, a)
b) territorialização; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, b)
c) população adscrita; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, c)
d) cuidado centrado na pessoa; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, d)
e) resolutividade; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, e)
f) longitudinalidade do cuidado; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, f)
g) coordenação do cuidado; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, g)
h) ordenação da rede; e (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, h)
i) participação da comunidade. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 3º, II, i)
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Art. 4º A PNAB tem na Saúde da Família sua estratégia prioritária para expansão e
consolidação da Atenção Básica. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 4º)
Parágrafo Único. Serão reconhecidas outras estratégias de Atenção Básica, desde que
observados os princípios e diretrizes previstos neste Anexo e tenham caráter transitório,
devendo ser estimulada sua conversão em Estratégia Saúde da Família. (Origem: PRT
MS/GM 2436/2017, Art. 4º, Parágrafo Único)
Art. 5º A integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica é condição essencial
para o alcance de resultados que atendam às necessidades de saúde da população, na
ótica da integralidade da atenção à saúde e visa estabelecer processos de trabalho que
considerem os determinantes, os riscos e danos à saúde, naperspectiva da intra e
intersetorialidade. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 5º)
Art. 6º Todos os estabelecimentos de saúde que prestem ações e serviços de Atenção
Básica, no âmbito do SUS, de acordo com Anexo XXII serão denominados Unidade Básica
de Saúde (UBS). (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 6º)
Parágrafo Único. Todas as UBS são consideradas potenciais espaços de educação,
formação de recursos humanos, pesquisa, ensino em serviço, inovação e avaliação
tecnológica para a RAS. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 6º, Parágrafo Único)
Seção I 
Das Responsabilidades 
(Origem: PRT MS/GM 2436/2017, CAPÍTULO I)
Art. 7º São responsabilidades comuns a todas as esferas de governo: (Origem: PRT
MS/GM 2436/2017, Art. 7º)
I - contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de gestão com base nos princípios
e nas diretrizes contidas neste Anexo; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, I)
II - apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família (ESF) como estratégia
prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica; (Origem: PRT
MS/GM 2436/2017, Art. 7º, II)
III - garantir a infraestrutura adequada e com boas condições para o funcionamento das
UBS, garantindo espaço, mobiliário e equipamentos, além de acessibilidade de pessoas
com deficiência, de acordo com as normas vigentes; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art.
7º, III)
IV - contribuir com o financiamento tripartite para fortalecimento da Atenção
Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, IV)
V - assegurar ao usuário o acesso universal, equânime e ordenado às ações e serviços de
saúde do SUS, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Comissões
Intergestores; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, V)
VI - estabelecer, nos respectivos Planos Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde,
prioridades, estratégias e metas para a organização da Atenção Básica; (Origem: PRT
MS/GM 2436/2017, Art. 7º, VI)
VII - desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação da
força de trabalho para gestão e atenção à saúde, estimular e viabilizar a formação,
educação permanente e continuada dos profissionais, garantir direitos trabalhistas e
previdenciários, qualificar os vínculos de trabalho e implantar carreiras que associem
desenvolvimento do trabalhador com qualificação dos serviços ofertados às
pessoas; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, VII)
VIII - garantir provimento e estratégias de fixação de profissionais de saúde para a Atenção
Básica com vistas a promover ofertas de cuidado e o vínculo; (Origem: PRT MS/GM
2436/2017, Art. 7º, VIII)
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IX - desenvolver, disponibilizar e implantar os Sistemas de Informação da Atenção Básica
vigentes, garantindo mecanismos que assegurem o uso qualificado dessas ferramentas nas
UBS, de acordo com suas responsabilidades; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, IX)
X - garantir, de forma tripartite, dispositivos para transporte em saúde, compreendendo as
equipes, pessoas para realização de procedimentos eletivos, exames, dentre outros,
buscando assegurar a resolutividade e a integralidade do cuidado na RAS, conforme
necessidade do território e planejamento de saúde; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art.
7º, X)
XI - planejar, apoiar, monitorar e avaliar as ações da Atenção Básica nos
territórios; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XI)
XII - estabelecer mecanismos de auto avaliação, controle, regulação e acompanhamento
sistemático dos resultados alcançados pelas ações da Atenção Básica, como parte do
processo de planejamento e programação; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XII)
XIII - divulgar as informações e os resultados alcançados pelas equipes que atuam na
Atenção Básica, estimulando a utilização dos dados para o planejamento das
ações; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XIII)
XIV - promover o intercâmbio de experiências entre gestores e entre trabalhadores, por
meio de cooperação horizontal, e estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas que
busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos voltados à
Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XIV)
XV - estimular a participação popular e o controle social; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017,
Art. 7º, XV)
XVI - garantir espaços físicos e ambientes adequados para a formação de estudantes e
trabalhadores de saúde, para a formação em serviço e para a educação permanente e
continuada nas Unidades Básicas de Saúde; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XVI)
XVII - desenvolver as ações de assistência farmacêutica e do uso racional de
medicamentos, garantindo a disponibilidade e acesso a medicamentos e insumos em
conformidade com a RENAME, os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, e com a
relação específica complementar estadual, municipal, da União, ou do Distrito Federal de
medicamentos nos pontos de atenção, visando a integralidade do cuidado; (Origem: PRT
MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XVII)
XVIII - adotar estratégias para garantir um amplo escopo de ações e serviços a serem
ofertados na Atenção Básica, compatíveis com as necessidades de saúde de cada
localidade; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XVIII)
XIX - estabelecer mecanismos regulares de auto avaliação para as equipes que atuam na
Atenção Básica, a fim de fomentar as práticas de monitoramento, avaliação e planejamento
em saúde; e (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XIX)
XX - articulação com o subsistema indígena nas ações de Educação Permanente e gestão
da rede assistencial. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 7º, XX)
Art. 8º Compete ao Ministério da Saúde a gestão das ações de Atenção Básica no âmbito
da União, sendo responsabilidades da União: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 8º)
I - definir e rever periodicamente, de forma pactuada, na Comissão Intergestores Tripartite
(CIT), as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM
2436/2017, Art. 8º, I)
II - garantir fontes de recursos federais para compor o financiamento da Atenção
Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 8º, II)
III - destinar recurso federal para compor o financiamento tripartite da Atenção Básica, de
modo mensal, regular e automático, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo a fundo
para custeio e investimento das ações e serviços; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 8º,
III)
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IV - prestar apoio integrado aos gestores dos estados, do Distrito Federal e dos municípios
no processo de qualificação e de consolidação da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM
2436/2017, Art. 8º, IV)
V - definir, de forma tripartite, estratégias de articulação junto às gestões estaduais e
municipais do SUS, com vistas à institucionalização da avaliação e qualificação da Atenção
Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 8º, V)
VI - estabelecer, de forma tripartite, diretrizes nacionais e disponibilizar instrumentos
técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de gestão, formação e educação
permanente dos gestores e profissionais da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM
2436/2017, Art. 8º, VI)
VII - articular com o Ministério da Educação estratégias de indução às mudanças
curriculares nos cursos de graduação e pós-graduação na área da saúde, visando à
formação de profissionais e gestores com perfil adequado à Atenção Básica; e (Origem:
PRT MS/GM 2436/2017, Art. 8º, VII)
VIII - apoiar a articulação de instituições, em parceria com as secretarias de saúde
municipais, estaduais e do Distrito Federal, para formação e garantia de educação
permanente e continuada para os profissionais de saúde da Atenção Básica, de acordo com
as necessidades locais. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017,Art. 8º, VIII)
Art. 9º Compete às secretarias estaduais de saúde e ao Distrito Federal a coordenação do
componente estadual e distrital da Atenção Básica, no âmbito de seus limites territoriais e
de acordo com as políticas, diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades
dos estados e do Distrito Federal: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º)
I - pactuar, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e Colegiado de Gestão no Distrito
Federal, estratégias, diretrizes e normas para a implantação e implementação da Política
Nacional de Atenção Básica vigente nos estados e Distrito Federal; (Origem: PRT MS/GM
2436/2017, Art. 9º, I)
II - destinar recursos estaduais para compor o financiamento tripartite da Atenção Básica,
de modo regular e automático, prevendo, entre outras formas, o repasse fundo a fundo para
custeio e investimento das ações e serviços; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, II)
III - ser corresponsável pelo monitoramento das ações de Atenção Básica nos
municípios; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, III)
IV - analisar os dados de interesse estadual gerados pelos sistemas de informação, utilizá-
los no planejamento e divulgar os resultados obtidos; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art.
9º, IV)
V - verificar a qualidade e a consistência de arquivos dos sistemas de informação enviados
pelos municípios, de acordo com prazos e fluxos estabelecidos para cada sistema,
retornando informações aos gestores municipais; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º,
V)
VI - divulgar periodicamente os relatórios de indicadores da Atenção Básica, com intuito de
assegurar o direito fundamental de acesso à informação; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017,
Art. 9º, VI)
VII - prestar apoio institucional aos municípios no processo de implantação,
acompanhamento e qualificação da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da
Estratégia Saúde da Família; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, VII)
VIII - definir estratégias de articulação com as gestões municipais, com vistas à
institucionalização do monitoramento e avaliação da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM
2436/2017, Art. 9º, VIII)
IX - disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o
processo de formação e educação permanente dos membros das equipes de gestão e de
atenção; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, IX)
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X - articular instituições de ensino e serviço, em parceria com as secretarias municipais de
saúde, para formação e garantia de educação permanente aos profissionais de saúde das
equipes que atuam na Atenção Básica; e (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, X)
XI - fortalecer a Estratégia Saúde da Família na rede de serviços como a estratégia
prioritária de organização da Atenção Básica. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 9º, XI)
Art. 10. Compete às secretarias municipais de saúde a co-ordenação do componente
municipal da Atenção Básica, no âmbito de seus limites territoriais, de acordo com a
política, diretrizes e prioridades estabelecidas, sendo responsabilidades dos municípios e
do Distrito Federal: (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10)
I - organizar, executar e gerenciar os serviços e ações de Atenção Básica, de forma
universal, dentro do seu território, incluindo as unidades próprias e as cedidas pelo estado e
pela União; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, I)
II - programar as ações da Atenção Básica a partir de sua base territorial de acordo com as
necessidades de saúde identificadas em sua população, utilizando instrumento de
programação nacional vigente; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, II)
III - organizar o fluxo de pessoas, inserindo-as em linhas de cuidado, instituindo e
garantindo os fluxos definidos na Rede de Atenção à Saúde entre os diversos pontos de
atenção de diferentes configurações tecnológicas, integrados por serviços de apoio
logístico, técnico e de gestão, para garantir a integralidade do cuidado. (Origem: PRT
MS/GM 2436/2017, Art. 10, III)
IV - estabelecer e adotar mecanismos de encaminhamento responsável pelas equipes que
atuam na Atenção Básica de acordo com as necessidades de saúde das pessoas,
mantendo a vinculação e coordenação do cuidado; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art.
10, IV)
V - manter atualizado mensalmente o cadastro de equipes, profissionais, carga horária,
serviços disponibilizados, equipamentos e outros no Sistema de Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde vigente, conforme regulamentação específica; (Origem: PRT
MS/GM 2436/2017, Art. 10, V)
VI - organizar os serviços para permitir que a Atenção Básica atue como a porta de entrada
preferencial e ordenadora da RAS; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, VI)
VII - fomentar a mobilização das equipes e garantir espaços para a participação da
comunidade no exercício do controle social; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, VII)
VIII - destinar recursos municipais para compor o financiamento tripartite da Atenção
Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, VIII)
IX - ser corresponsável, junto ao Ministério da Saúde, e Secretaria Estadual de Saúde pelo
monitoramento da utilização dos recursos da Atenção Básica transferidos aos
municípios; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, IX)
X - inserir a Estratégia de Saúde da Família em sua rede de serviços como a estratégia
prioritária de organização da Atenção Básica; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, X)
XI - prestar apoio institucional às equipes e serviços no processo de implantação,
acompanhamento, e qualificação da Atenção Básica e de ampliação e consolidação da
Estratégia Saúde da Família; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, XI)
XII - definir estratégias de institucionalização da avaliação da Atenção Básica; (Origem:
PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, XII)
XIII - desenvolver ações, articular instituições e promover acesso aos trabalhadores, para
formação e garantia de educação permanente e continuada aos profissionais de saúde de
todas as equipes que atuam na Atenção Básica implantadas; (Origem: PRT MS/GM
2436/2017, Art. 10, XIII)
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XIV - selecionar, contratar e remunerar os profissionais que compõem as equipes
multiprofissionais de Atenção Básica, em conformidade com a legislação vigente; (Origem:
PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, XIV)
XV - garantir recursos materiais, equipamentos e insumos suficientes para o funcionamento
das UBS e equipes, para a execução do conjunto de ações propostas; (Origem: PRT
MS/GM 2436/2017, Art. 10, XV)
XVI - garantir acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial necessário ao cuidado resolutivo
da população; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, XVI)
XVII - alimentar, analisar e verificar a qualidade e a consistência dos dados inseridos nos
sistemas nacionais de informação a serem enviados às outras esferas de gestão, utilizá-los
no planejamento das ações e divulgar os resultados obtidos, a fim de assegurar o direito
fundamental de acesso à informação; (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, XVII)
XVIII - organizar o fluxo de pessoas, visando à garantia das referências a serviços e ações
de saúde fora do âmbito da Atenção Básica e de acordo com as necessidades de saúde
das mesmas; e (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, XVIII)
XIX - assegurar o cumprimento da carga horária integral de todos os profissionais que
compõem as equipes que atuam na Atenção Básica, de acordo com as jornadas de
trabalho especificadas no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
vigente e a modalidade de atenção. (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 10, XIX)
Art. 11. A operacionalização da Política Nacional de Atenção Básica está detalhada no
Anexo 1 do Anexo XXII . (Origem: PRT MS/GM 2436/2017, Art. 11)
CAPÍTULO II 
DAS EQUIPES DE SAÚDE

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