Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Professora: Anna Florência de Carvalho Martins Pinto PROJETO DE MONOGRAFIA: estrutura, elaboração e apresentação Belo Horizonte 01 agosto 2011 2 SUMÁRIO 01 PESQUISA ................................................................. 03 02 PROJETO DE PESQUISA ...................................................... 13 03 MODELO DO PROJETO DE PESQUISA ............................................ 38 5 ESTRUTURA DO TRABALHO CIENTÍFICO: NBR 14724 ABRIL 2011 .................... 46 4 FORMATO DE APRESENTAÇÃO DE TRABALHO ACADÊMICO NBR 14724 ABRIL 2011 ........ 65 06 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................... 75 APOSTILA ELABORADA PELA PROFª ANNA FLORÊNCIA DE CARVALHO MARTINS PINTO PROFESSORA ITULAR DE METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO DA PUC-MINAS BH. 3 Assunto: Pesquisa Pesquisa Anna Florência Martins Pinto 1 O QUE É PESQUISA? Cervo e Bervian (1976, p. 65) definem pesquisa como uma atividade voltada para a solução de problemas, descobrindo respostas para perguntas, através do emprego de processos científicos. Para Asti Vera citado por Almeida (1996, p. 101), o ponto inicial de uma pesquisa é a existência de um problema que “deverá definir, examinar, avaliar e analisar criticamente para, em seguida, ser tentada sua solução.”. Segundo Almeida (1996, p. 101) a pesquisa consiste na coleta de dados que o autor realizará para, avaliando as informações obtidas nas fontes consultadas, decidir-se sobre a conveniência de prosseguir o projeto traçado, seguir para novo rumo ou delimitar, diminuindo ou ampliando o plano inicialmente traçado. Almeida (1996, p. 102) classifica fontes de pesquisa em: fontes bibliográficas (livros, revistas etc. (suporte físico e internet)); fontes fonográficas (gravações em CD, DVD etc.); fontes iconográficas (gravações em microfilmes, slides, transparências, retratos, gravuras, pinturas, imagens, estátuas etc.) e fontes pessoais (pesquisadores, técnicos, cientistas, docentes etc.). Assim, a coleta de dados deverá estar apoiada em alguma ou algumas destas fontes. 2 POR QUE SE FAZ PESQUISA? Existem várias razões para realizar uma pesquisa, podendo ser classificadas em dois grandes grupos: razões de ordem intelectual e razões de ordem prática. (GIL, 1996, p. 19-20). As razões de ordem intelectual decorrem do desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer e dá origem a pesquisa pura. As razões de ordem prática decorrem do desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficiente ou eficaz, devendo seus resultados ser utilizados imediatamente na solução de problemas da realidade e dá origem a pesquisa aplicada. Entretanto, é conveniente destacar que estes dois grupos de pesquisa não são mutuamente exclusivos, pois “a ciência objetiva tanto o conhecimento em si mesmo quanto as contribuições práticas decorrentes desse conhecimento.“. Uma 4 pesquisa sobre problemas práticos pode conduzir à descoberta de princípios científicos, do mesmo modo que uma pesquisa pura pode fornecer conhecimentos passíveis de aplicação prática imediata. (GIL, 1996, p. 19-20). 3 COMO CLASSIFICAR AS PESQUISAS? Para fazer classificação de algum objeto é necessário basear- se em algum critério. Com relação às pesquisas é usual classificá- -las de acordo com 2 critérios: pesquisas com base em seus objetivos e com base nos procedimentos técnicos utilizados. (GIL, 1996, p. 45). 3.1 Classificação da pesquisa com base em seus objetivos De acordo com o presente critério as pesquisas classificam-se em exploratórias, explicativas e descritivas. 3.1.1 Pesquisa exploratória A pesquisa exploratória estabelece critérios, métodos e técnicas para a elaboração de uma pesquisa. Objetiva oferecer informações sobre o objeto de pesquisa e orientar a formulação de hipótese. Cruz e Ribeiro (2004, p. 17) dão como exemplo deste tipo de pesquisa a monografia de conclusão do curso de graduação. Segundo Almeida (1996, p. 104), o investigador, na pesquisa exploratória, tem como objetivo definir de forma clara e precisa, o problema, descrevendo comportamentos, definindo e classificando fatos e variáveis (ALMEIDA, 1996, p. 104). A pesquisa exploratória consiste no passo inicial de qualquer investigação, contribuindo assim com a aquisição de embasamento para realizar posteriores pesquisas, pela experiência e auxílio que traz. Limita-se a definirem objetivos e buscar maiores informações e idéias novas sobre o tema em questão, familiarizando-se com ele. As pesquisas exploratórias envolvem levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão (SELLITZ e apud GIL, 1996, p. 45). 5 Embora o planejamento da pesquisa exploratória seja bastante flexível, na maioria dos casos assume a forma de pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso (GIL, 1996, p. 45). 3.1.2 Pesquisas explicativas A pesquisa explicativa tem como preocupação principal identificar os fatores que contribuem para a ocorrência dos fatos, sendo o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque identifica e explica à razão, o porquê das coisas, a causa. Por este motivo, é considerado o tipo mais complexo e delicado de pesquisa, já que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. Pode-se afirmar que o conhecimento científico está assentado nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Isto não significa, porém que as pesquisas exploratórias e descritivas tenham menos valor, porque quase sempre constituem etapa prévia indispensável para que se possam obter explicações científicas. Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que determinam um fato exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado (GIL, 1996, p. 47). 3.1.3 Pesquisas descritivas A pesquisa descritiva tem como objetivo observar, registrar, ordenar, analisar, interpretar os dados ou fatos colhidos da própria realidade, sem manipulá-los, isto é, sem a interferência do pesquisador. (ALMEIDA, 1996, p. 104). Assim, para coletar tais dados, utiliza-se de técnicas específicas, tais como: entrevista, formulário, questionário, teste e observação. (ALMEIDA, 1996, p. 104). A pesquisa descritiva é realizada, sobretudo nas áreas das Ciências Sociais e Psicológicas. A pesquisa descritiva difere-se da pesquisa experimental, porque procura classificar, explicar e interpretar fatos que ocorrem espontaneamente, enquanto a pesquisa experimental pretende demonstrar as causas ou o modo pelo qual um fato é produzido. 6 A literatura sobre o tipo de pesquisa é vasta e variada, encontrando-se assim, várias classificações de pesquisa. Não cabe, neste texto, enumerar todos os aspectos que a pesquisa possa abordar ou transcrever todas as classificações já apresentadas. A seguir serão identificados e caracterizados os tipos mais usuais de pesquisa, independente de qualquer classificação: 1-pesquisa bibliográfica, 2- pesquisa documental, 3- pesquisa de campo, 4- estudo de caso, 5- pesquisa de opinião, 6- pesquisa de motivação, 7- pesquisa histórica, 8- pesquisa experimental e 11- pesquisa-ação. 1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Segundo Lakatose Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado em livros, enciclopédias, revistas, jornais, folhetos, boletins, monografias, teses, dissertações e material cartográfico. Pretende-se, assim, colocar o pesquisador em contato direto com todo material (fontes) já escrito sobre o mesmo. Gil (1996, p. 49-50) classifica fontes biliográficas em: livros de leitura corrente, livros de referência, publicações periódicas e impressos diversos. Os livros de leitura corrente constituem as fontes bibliográficas por excelência e podem ser classificados como de leitura corrente ou de referência. Os livros de leitura corrente abrangem as obras referentes aos diversos gêneros literários (romance, poesia, teatro etc.) e também as obras de divulgação, isto é, as que objetivam proporcionar conhecimentos científicos ou técnicos. Os livros de referência, também chamados livros de consulta, são aqueles que possibilitam à rápida obtenção das informações requeridas, como também, a rápida localização das obras que as contêm. Assim, têm-se os livros de referência informativa, que contém a informação que se busca em dicionários, enciclopédias, anuários e almanaques e os livros de referência remissiva, que remetem a outras fontes tais como os catálogos, que são constituídos por uma lista ordenada das obras de uma coleção pública ou privada. Publicações periódicas “são aquelas editadas em fascículos, em intervalos regulares ou irregulares, com a colaboração de vários autores, tratando de assuntos diversos, embora relacionados a um objetivo mais ou menos definido.” 7 (GIL, 1996, p. 50), sendo os jornais e revistas seus principais tipos. Observa- se que enquanto a matéria dos jornais se caracteriza principalmente pela rapidez, a das revistas tende a ser muito mais profunda e melhor elaborada. De acordo com Medeiros (2003, p. 48) a pesquisa bibliográfica significa o levantamento bibliográfico que existe a respeito do assunto que se deseja estudar e apresenta quatro etapas: a) identificação: esta etapa consiste em fazer o levantamento bibliográfico sobre o tema da pesquisa, utilizando-se de catálogos de editoras, livrarias, de órgãos públicos, de entidades de classe, de universidades, de bibliotecas etc.; b) localização: após o levatamento bibliográfico sobre a temática passa a localizar as obras específicas, a fim de conseguir as informações necessárias; c) compilação: localizadas as fontes, passa para a fase da obtenção e reunião do material desejado; d) fichamento: de posse da fontes reunidas passa para a fase da transcrição dos dados em fichas, para posterior consulta e referência, devendo-se anotar os elementos essenciais ao trabalho. Portanto, essas anotações devem ser completas, claramente redigidas e fiéis ao original. Medeiros (2003, p. 48) classifica também, os textos (fontes) utilizados numa pesquisa em: a) primários: livros, jornais, periódicos, artigos e relatórios; b) secundários: bibliografias, resumos, traduções, textos produzidos pelos serviços de documentação; c) terciários: estudos recapitulativos. Concluindo, qualquer tipo de pesquisa em qualquer área do conhecimento, supõe e exige pesquisa bibliográfica prévia, quer para o levantamento da situação em questão, quer para a fundamentação teórica. (CERVO; BERVIAN, 1976, p. 69). 2 PESQUISA DOCUMENTAL A pesquisa documental apresenta grande semelhança com a pesquisa bibliográfica, diferenciando essencialmente na natureza das fontes de cada uma. 8 Na pesquisa bibliográfica as fontes são constituídas, sobretudo por material impresso localizado nas bibliotecas: livros, revistas, jornais etc. Na pesquisa documental as fontes são muito mais diversificadas e dispersas, podendo identificar os documentos de “primeira mão” e os “de segunda mão.”. (GIL, 1996, p. 51). Os “documentos de primeira mão” consistem naqueles que ainda não receberam nenhum tratamento analítico, tais como: os documentos conservados em arquivos de órgãos públicos e instituições privadas, tais como associações científicas, igrejas, sindicatos, partidos políticos etc. Incluem-se também outros documentos como cartas pessoais, diários, fotografias, gravações, memorandos, regulamentos, ofícios, boletins etc. Os documentos ”de segunda mão” consistem naqueles que de alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas etc. 3 PESQUISA DE CAMPO A pesquisa de campo consiste em observar e coletar os dados, tal como ocorrem espontaneamente, no próprio local em que se deu o fato em estudo, caracterizando-se pelo contato direto com o mesmo, sem interferência do pesquisador. (LAKATOS; MARCONI, 1996, p. 75). Não se deve confundir pesquisa de campo com coleta de dados, pois todas as pesquisas necessitam de coleta dos dados, porém na pesquisa de campo, os dados são coletados in loco; com objetivos já determinados, discriminando suficientemente e objetivamente o que é coletado. (SILVA, 2003, p. 63). Ao fazer pesquisa de campo pode-se utilizar das técnicas de: entrevista, questionário, observação simples, participante ou não e sistemática e teste. 4 ESTUDO DE CASO O estudo de caso caracteriza-se pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento. 9 Para Almeida (1996, p. 106) o estudo de caso “objetiva coletar e analisar informações sobre uma determinada comunidade, ou indivíduo em particular, a fim de registrar dados variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa.”. A origem do estudo de caso é bastante remota e prende-se ao método introduzido por Laugdell no ensino jurídico nos Estados Unidos, mas sua difusão está ligada à prática psicoterapêutica caracterizada pela reconstrução da história do indivíduo, bem como ao trabalho dos assistentes sociais junto a indivíduos, grupos e comunidades. Atualmente, o estudo de caso é usado na investigação de fenômenos de diversas áreas do conhecimento e pode ser visto como técnica psicoterápica, como método didático ou como método de pesquisa. Então, como método de pesquisa, pode ser definido como: um conjunto de dados que descrevem uma fase ou a totalidade do processo social de uma unidade, em suas várias relações internas e nas suas fixações culturais, quer seja essa unidade uma pessoa, uma família, um profissional, uma instituição social, uma comunidade ou uma nação (YOUNG, 1960 apud. GIL, 1996, p. 59). Uma das características do estudo de caso é a flexibilidade, que significa que é impossível estabelecer um roteiro rígido que determine com precisão como deverá ser desenvolvida a pesquisa. Todavia, na maioria dos estudos de casos é possível distinguir quatro fases: a) delimitação da unidade-caso; b) coleta de dados; c) análise e interpretação dos dados; d) redação do relatório (GIL, 1996, p. 12). O estudo de caso apresenta a vantagem de ser um estímulo a novas descobertas. Em virtude da flexibilidade do planejamento do estudo de caso, o pesquisador, ao longo de seu processo, mantém-se atento a novas descobertas. É freqüente o pesquisador dispor de um plano inicial e, ao longo da pesquisa, ter o seu interesse despertado por outros aspectos que não havia previsto. E, muitas vezes, o estudo desses aspectos torna-se mais relevante para a solução do problema do que os considerados inicialmente. Daí por que o estudo de caso é altamente recomendado para a realização de estudosexploratórios. 10 5 PESQUISA DE OPINIÃO Consiste em procurar saber atitudes, pontos de vista e preferências que as pessoas têm a respeito de algum assunto, com o objetivo de tomar decisões. “Visa identificar a opinião de uma comunidade, constatar as falhas, descrever condutas e reconhecer interesses e outros comportamentos, a fim de levar à tomada de decisões.” (ALMEIDA, 1996, p. 105). 6 PESQUISA DE MOTIVAÇÃO Para Almeida (1996, p. 105), a pesquisa de motivação pretende coletar e analisar razões do comportamento de um grupo ou comunidade, tendo como objetivo reconhecer as razões do comportamento do grupo frente a uma situação peculiar. 7 PESQUISA HISTÓRICA Consiste em descrever e comparar usos, costumes, tendências e diferenças, através da documentação do passado. (ALMEIDA, 1996, p.106). 8 PESQUISA EXPERIMENTAL A pesquisa experimental é mais freqüente nas Ciências Tecnológicas e nas Ciências Biológicas e tem como objetivo demonstrar como e por que determinado fato é produzido. (ALMEIDA, 1996, p. 106-107). Portanto, na pesquisa experimental o pesquisador procura refazer as condições de um fato a ser estudado, para observá-lo sob controle. Para tal, se utilizam de local apropriado, aparelhos e instrumentos de precisão para demonstrar as causas ou o modo pelo qual um fato é produzido, proporcionando assim o estudo de suas causas e efeitos. (KELLER; BASTOS, 1991, p. 54). Koche (1997, p. 124-125) salienta que na área das Ciências Humanas e Ciências Sociais, além dos problemas éticos envolvidos, é muito difícil 11 operacionalizar a manipulação a priori das variáveis, pela natureza dessas variáveis. 9 PESQUISA-AÇÃO Thiollent citado por Gil (1996, p. 60) define a pesquisa-ação como [...] um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. A pesquisa-ação tem sido objeto de controvérsia, em certos meios, sendo vista como desprovida da objetividade que caracteriza os procedimentos científicos, em virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação por parte das pessoas envolvidas no problema. Mas, para outros, vem sendo reconhecida como muito útil, sobretudo por pesquisadores identificados por ideologias “reformistas” e “participativas.” (GIL, 1996, p. 60). REFERÊNCIAS ALMEIDA, Maria Lúcia Pacheco de. Tipos de pesquisa. In: ALMEIDA, Maria Lúcia Pacheco de. Como elaborar monografias. 4. ed. rev. e atual. Belém: Cejup, 1996. Cap. 4, p. 101-110. ALMEIDA JÚNIOR, João Baptista de. O estudo como forma de pesquisa. In: CARVALHO, M. Cecília (Org.). Construindo o saber. Campinas: Papirus, 1988. p. 107-129. ASTI VERA, Armando. A pesquisa e seus métodos. In: ASTI VERA, Armando. Metodologia da pesquisa científica. Porto Alegre: Globo, 1976. p. 7-13. BARROS, Aidil; LEHFELD, Neide. A pesquisa científica. In: BARROS, Aidil; LEHFELD, Neide. Fundamentos de metodologia. 2. ed. ampl. São Paulo: Mc Graw-Hill do Brasil, 2000. p. 87-121. CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro. A pesquisa. In: CERVO, Amado; BERVIAN, Pedro. Metodologia Científica. São Paulo: Mc Graw-Hill do Brasil, 1976. p. 65-70. 12 CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá. Tipos de pesquisa. In: CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá. Metodologia Científica: teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Axcel Books do Brasil, 2004. Cap. 2, p. 17-23. GIL, Antônio Carlos. Como classificar as pesquisas? In: GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991. Cap. 4, p. 45-62. KELLER, Vicente; BASTOS, Cleverson. Pesquisa científica. In: KELLER, Vicente; BASTOS, Cleverson. Aprendendo a aprender. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1991. p. 54- 58. KÖCHE, José Carlos. Tipos de pesquisa. In: KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de Metodologia Científica. 14. ed. rev. e ampl. Petrópolis: Vozes, 1997. p. 122- 126. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Pesquisa. In: LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Técnica de pesquisa. 3. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1996. p. 15-123. MEDEIROS, João Bosco. Pesquisa científica. In: MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. Cap. 2, p. 41-55. SILVA, Antonio Carlos Ribeiro de. Elaborando projeto de pesquisa. In: SILVA, Antonio Carlos Ribeiro de Metodologia da pesquisa aplicada à Contabilidade; orientações de estudos, projetos, relatórios, monografias, dissertações, teses. São Paulo: Atlas, 2003. Cap. 3, p. 47-77. 13 Assunto: PROJETO DE PESQUISA PROJETO DE PESQUISA Anna Florência Martins Pinto Todo trabalho científico nasce de uma dificuldade ou questionamento que deve ser cuidadosamente formulado. Assim, o pesquisador inicia o planejamento de seu estudo do qual resultará num projeto de pesquisa. Pesquisa não se traduz no simples ato de abordar um problema através da aplicação direta de questionários ou de outro instrumento qualquer. Tal atitude é considerada como improvisação, como falta de planejamento da pesquisa. Sem um projeto de pesquisa, os pesquisadores lançam-se a um trabalho inseguro, desordenado, resultando em desperdício de esforços, tempo e recursos. (BARROS; LEHFELD, 1997, p. 18). De acordo com Lakatos e Marconi (1987, p. 99) em uma pesquisa nada se faz ao acaso. Desde a escolha do tema, fixação dos objetivos, determinação da metodologia, coleta de dados, sua análise e interpretação para a elaboração do relatório final, tudo é previsto no projeto de pesquisa. Este, portanto, deve responder às questões fundamentais: a) o que fazer? definição do tema e problema; b) por que fazer? justificativa da escolha do tema; c) para que fazer? propósito do estudo – objetivos; d) quando fazer? cronograma de execução; e) onde fazer? local - campo da pesquisa; f) com que fazer? recursos – custeio; g) como fazer? Metodologia; h) feito por quem? pesquisador (es). Todo pesquisador, no início da elaboração do projeto de pesquisa, deverá ter uma atitude reflexiva diante do suposto problema a ser pesquisado. Antes mesmo de definir o que realmente deseja pesquisar, o pesquisador, precisa de ter um conhecimento pleno de informações metodológicas, necessárias ao 14 desenvolvimento do projeto de pesquisa, o que poderá ser feito, aplicando a técnica de leitura analítica em textos que contenham tais informações Segundo Gil (1996, p. 20) para ter sucesso ao fazer uma pesquisa é necessário observar e refletir sobre certas qualidades intelectuais e sociais do pesquisador, dentre as quais se destacam: conhecimento do assunto a ser pesquisado; curiosidade; criatividade; integridade intelectual; atitude autocorretiva; sensibilidade social; imaginação disciplinada; perseverança e paciência; confiança na experiência. O processo de pesquisa, como toda atividade racional e sistemática, exige que suas ações sejam efetivamente planejadas, sendo assim considerado o planejamento como a primeira fase da pesquisa. O planejamento da pesquisa concretiza-se frente à elaboração de um projeto, que consiste em um documento no qual deverá explicitar as ações a serem desenvolvidas ao longo do seu processo, sendo assim, do interesse do pesquisador proceder à sua elaboração. Desta forma, oprojeto deve, portanto, especificar os objetivos da pesquisa, apresentar a justificativa de sua realização, definir a modalidade de pesquisa e determinar os procedimentos de coleta e análise de dados. Deve, ainda, esclarecer sobre o cronograma a ser seguido no decorrer da pesquisa como também fazer a indicação dos recursos humanos, financeiros e materiais necessários para assegurar o êxito da pesquisa. ELEMENTOS DO PROJETO DE PESQUISA 1 INTRODUÇÃO 1.1 Tema 1.2 Objeto (delimitação do tema) 1.3 Problematização 1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo geral 1.4.2 Objetivos específicos 1.5 Justificativa 2 REFERENCIAL TEÓRICO 3 METODOLOGIA DE PESQUISA (Tipos e técnicas de pesquisa) 4 CRONOGRAMA REFERENCIAS 15 A seguir serão apresentadas orientações de como elaborar cada elemento do Projeto de Pesquisa 1 CAPA (Fonte 12 para toda a capa) Proteção externa do projeto, contendo os dados essenciais que o identificam: nome da Instituição (letras maiúsculas negritadas), Instituto e Curso centralizados na margem superior com letras minúsculas negritadas e espaço simples entre eles. O nome completo do autor ou autores vem centralizado no meio da folha com letras minúsculas, negritadas e espaço simples entre eles. O Título do projeto vem centralizado no meio da folha com letras maiúsculas negritadas. O subtítulo vem separado do título por dois pontos e espaço simples entre eles, letras minúsculas, negritadas. Quando o título e/ou subtítulo ocuparem mais de uma linha, deve-se usar o espaço simples entre elas. O local e data de entrega do projeto são centralizados na margem inferior com letras minúsculas negritadas. 2 FOLHA DE ROSTO (Fonte 12 para toda a folha de rosto) O nome completo do autor vem centralizado na margem superior com letras minúsculas sem negrito, em ordem alfabética e espaço simples entre as linhas dos mesmos. As normas para título e subtítulo são as mesmas da capa. A nota de apresentação consiste em indicar a natureza acadêmica do trabalho (projeto de pesquisa), contendo nome da Disciplina, Curso, Instituto e Instituição em que é apresentado, vindo logo abaixo do título ou subtítulo, em letras minúsculas sem negrito, exceto a inicial e nomes próprios, a partir da metade da folha até a margem direita. Entre as linhas da nota usa-se o espaço simples. O nome completo do professor vem com letras minúsculas, exceto a inicial, sem negrito e dois enter de espaço simples em relação à nota de apresentação. 16 O local e data de entrega são centralizados na margem inferior com letras minúsculas, exceto as iniciais, negritadas. 3 SUMÁRIO Consiste na enumeração arábica dos elementos que compõem o projeto, na mesma ordem e grafia em que aparecem no mesmo, sendo os títulos dos mesmos, diferenciados tipograficamente conforme a divisão utilizada e fonte 12. Assim sendo, o sumário deve incluir todos os títulos dos elementos do projeto, que devem ser destacados gradativamente com letras maiúsculas negritadas; minúsculas negritadas; minúsculas negritadas e itálicas; minúsculas negritadas e sublinhadas e minúsculas sem negrito. O sumário deve indicar a numeração arábica progressiva dos títulos dos elementos do projeto, o título dos mesmos e a respectiva página inicial de cada elemento e precedida de uma linha pontilhada. A palavra sumário vem centralizada na margem superior, com letras (12) maiúsculas negritadas, sem indicativo numérico. 4 INTRODUÇÃO A introdução consiste no primeiro elemento do projeto onde o pesquisador define o que vai estudar e explica os principais aspectos do projeto: apresenta o tema escolhido já delimitado e de forma problematizada, o objetivo geral e os específicos e a justificativa da escolha do tema. 4.1 Tema O tema é o assunto escolhido sobre o qual abordará o projeto e seu sucesso dependerá muito desse momento, que é o da escolha do mesmo. Observa-se que qualquer assunto pode ser objeto de estudo científico e, portanto, de comunicação científica. É sabido que o autor do projeto pode despertar-se por um grande número de temas, o desafio no momento é decidir qual o melhor caminho a percorrer. Silva (2003, p. 49) apresenta alguns aspectos, que podem ajudar o autor do projeto na escolha do seu tema de pesquisa, como: a) “evitar temas demasiadamente complexos ou ambiciosos para suas possibilidades”; 17 b) “escolher temas de importância teórica e, sobretudo, prática.”; c) “estabelecer uma hipótese de trabalho, baseada no conhecimento que já dispõe sobre o assunto.”; d) “uma vez escolhido o tema, planejar o tempo de que dispõe para realizar o trabalho, e consultar professores na área do assunto.”; e) “verificar a existência de material bibliográfico e estatístico disponível e de fácil acesso.”; f) “delimitar claramente a perspectiva em que deseja abordar o tema; isso facilitará bastante a organização do material necessário para início da pesquisa.”; g) “identificar a utilidade e necessidade da realização da pesquisa.”; h) “julgar a validade de explorar determinado tema.”; . i) “observar o tempo de que dispõe para desenvolvimento da pesquisa e a área de abrangência do tema.”. O tema de pesquisa consiste em um assunto que se pretende estudar com profundidade, pois não interessa somente saber o tema de modo vago, indefinido, mas conciso, com limites bem delimitados, em que torna mais fácil o encaminhamento da pesquisa. EXEMPLO SOBRE O PROCESSO DE ESCOLHA DE UM TEMA DE PESQUISA Antônio Carlos Ribeiro da Silva Se um pesquisador da área contábil decidisse pesquisar, por exemplo, Contabilidade Gerencial, estaria, com certeza, apresentando um assunto, mas não teria, ainda, definido, com precisão, um tema de pesquisa. Com esse exemplo, salientamos a necessidade de o pesquisador, antes de definir o tema observar a realidade de forma cuidadosa e persistente, consultando livros, revistas, obras especializadas, periódicos, especialistas no assunto etc., para melhor definir o tema pretendido. Se um pesquisador resolve pesquisar, sobre Contabilidade Gerencial, está indicando de modo vago e geral um dos elementos do campo de observação: o gerenciamento. Se, além disso, acrescenta que seu interesse é pelas pequenas e médias empresas, está dando, então uma das variáveis a serem observadas. Com esses dados preliminares, o pesquisador poderá chegar a um tema pretendido, observando qual sua população; no exemplo, as pequenas e medis empresas; logo depois, o local em que se fará a pesquisa; no caso, o município de Salvador, Estado da Bahia. Após definidos os elementos necessários do campo de observação, podemos, então, enunciar o tema: A contabilidade gerencial como 18 instrumento para tomada de decisão das pequenas e médias empresas na cidade de Salvador - Bahia. Um enunciado bem feito de um tema de pesquisa é, por certo, o ponto de partida para a pesquisa. No começo, é normal o pesquisador ter apenas uma idéia, uma intuição, sobre a pesquisa que deseja fazer, sentindo até dificuldade de expressar com palavras o que pensa. O pesquisador poderá pensar em fazer uma pesquisa sobre “Princípios Contábeis”; logo depois de um tempo de observação, estudo e reflexão, pode encontrar outros termos que melhor representem sua ideia de pesquisa, como “Princípios Fundamentais deContabilidade.”. Entretanto, para que possa tornar a pesquisa viável, precisa definir o campo de observação e suas variáveis. Desse modo, o tema da pesquisa, ao ser enunciado, deve indicar não apenas o assunto que se pretende tratar, mas também seu campo de observação e limites, mostrando as variáveis relevantes que serão utilizadas e o tipo de relação que se estabelece entre elas. A definição do tema perpassa, às vezes, por toda a pesquisa, e é, freqüentemente, revisto. O exemplo anterior pode ter o seguinte tema de pesquisa: “Princípios Fundamentais de Contabilidade e o conflito com a Legislação Tributária.”. Referência: SILVA, Antônio Carlos Ribeiro de. Elaborando projeto de pesquisa. In: SILVA, Antonio Carlos Ribeiro de. Metodologia da pesquisa aplicada à Contabilidade; orientações de estudos, projetos, relatórios, monografias, dissertações, teses. São Paulo: Atlas, 2003. Cap. 3, p. 47-77. 4.2 Objeto (delimitação do tema) Escolher um tema implica sua delimitação. Delimitar significa pôr limites, isto é, determinar a profundidade, abrangência e extensão do assunto. Deve-se escolher temas menos abrangentes e que possam ser esgotados pela pesquisa. Para fixar a extensão do assunto, isto é para proceder a sua delimitação, é necessário que se distinga o sujeito e o objeto de uma questão. (SILVA, 2003, p. 50; ALMEIDA, 1996, p. 47-48). O sujeito é a realidade a respeito da qual se deseja saber alguma coisa. É o universo de referência. O objeto é o conteúdo que se focaliza, em torno do qual gira toda a discussão ou indagação. O objeto de um assunto é o tema propriamente dito. É o que se quer saber ou o que se quer fazer a respeito do sujeito. Almeida (1996, p. 47-48) apresenta um exemplo identificando o sujeito e o objeto: 19 Câncer de mama (assunto escolhido) Câncer é o sujeito (universo) Mama é o objeto (tema específico do universo) Identificados sujeito e objeto, o passo seguinte é a delimitação do assunto. Delimitar um assunto significa estabelecer as partes específicas que interessam, considerando-o por período de tempo, situação geográfica ou sua significação política, cultural ou histórica. (ALMEIDA, 1996, p. 47). Exemplo de delimitação de um tema: Câncer de mama: casos observados em homens, no Pará, em 1996 O assunto foi esclarecido, em se tratando especificamente de câncer (universo) de mama (objeto) e delimitado seu estudo em homens (significação social), no Pará (situação geográfica), em 1996 (situação de tempo). É em torno deste conjunto universo/objeto e situações específicas de tempo, aspecto geográfico, político, cultural ou histórico que a pesquisa será efetuada, tendo como base as mais diversificadas fontes de informações. (ALMEIDA, 1996, p. 47- 48). Exemplo de delimitação de um tema: pensou-se em realizar um estudo sobre: Ética o que a princípio seria bastante abrangente. Assim, o assunto poderia ser delimitado para: As condutas éticas do profissional da Contabilidade, no Estado de Minas Gerais, no período de 2007 a 2009. 4.3 Problematização Problema é uma questão que envolve uma dificuldade teórica ou prática para o qual se deve encontrar uma solução. O problema só encontrará solução, resposta ou explicação por meio da comprovação dos fatos, pois ele delimita a pesquisa e facilita a investigação. Quando o pesquisador começa a refletir sobre o tema escolhido por ele, aí começa a surgir o problema como indagação necessária em busca de soluções, pois é preciso ter idéia clara do problema a ser resolvido. Segundo Souza (2003, p. 51), considera-se um problema de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser testadas, a exemplos de: “Qual será o papel do contador na condução do planejamento tributário para a sobrevivência das pequenas empresas da cidade de Salvador?” Ou 20 “O que mudou no perfil do profissional contábil, inserido no mercado de trabalho de 1990 a 2000 no município de Salvador – Bahia?” (Exemplos de pesquisas realizadas na Fundação Visconde de Cairu – Salvador – Bahia). Souza (2003, p. 51-52), recomenda que o problema de pesquisa de um estudante de graduação e de pós-graduação esteja vinculado a dois aspectos: a) deve ser diretamente com base no âmbito cultural de sua formação; b) deve surgir da prática cotidiana que o pesquisador realiza como profissional. Observa-se que uma das tarefas mais difíceis na elaboração de projeto, consiste na formulação do problema; e quando o autor do mesmo, já possui de antemão o problema a ser pesquisado, com certeza já possui em torno de 70% do projeto elaborado. “A formulação do problema indica exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver; é um processo contínuo de pensar reflexivo e com uma boa dose de imaginação criadora.” (SILVA, 2003, p. 52). Para Rudio (1998) citado por Silva (2003, p. 52) formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara, compreensível e operacional, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver, limitando o seu campo e apresentando suas características. Desta forma, o objetivo da formulação do problema da pesquisa é torná-lo individualizado, específico, inconfundível. COMO FORMULAR UM PROBLEMA Antônio Carlos Gil 1 O PROBLEMA DEVE SER FORMULADO COMO PERGUNTA Esta é a maneira mais fácil e direta de formular um problema. Além disso, facilita a sua identificação por parte de quem consulta o projeto ou o relatório da pesquisa (monografia). Seja o exemplo de uma pesquisa sobre o divórcio. Se alguém disser que vai pesquisar o problema do divórcio, pouco estará dizendo. Mas se propuser: ”que fatores provocam o divórcio?” ou “quais as características da pessoa que se divorcia?”, estará efetivamente propondo problemas de pesquisa. Tal cuidado é muito importante principalmente nas pesquisas acadêmicas, onde o estudante, de modo geral, inicia o processo da pesquisa pela escolha de um tema, que por si só não constitui um 21 problema. Ao formular perguntas sobre o tema, provoca-se a sua problematização. 2 O PROBLEMA DEVE SER CLARO E PRECISO O problema não pode ser solucionado se não for apresentado de maneira clara e precisa. Com freqüência são apresentados problemas tão desestruturados e formulados de maneira tão vaga que não é possível imaginar nem mesmo como começar a resolvê-los. Por exemplo: um iniciante em pesquisa poderia indagar: ”Como funciona a mente?”, “O que acontece no Sol?”, ”O que determina a natureza humana?” etc. Estes problemas não podem ser propostos para pesquisa, porque não está claro a que se referem, a não ser que sejam reformulados, ficando, por exemplo, assim: “Que mecanismos psicológicos podem ser identificados no processo de memorização?”. É lógico que esta é uma das muitas reformulações que podem ser feitas à pergunta original. 3 O PROBLEMA DEVE SER EMPÍRICO Os problemas científicos não devem referir-se a valores. Não será fácil, por exemplo, investigar se “filhos de camponeses são melhores que filhos de operários” ou se “a mulher deve realizar estudos universitários”. Estes problemas conduzem inevitavelmente a julgamentos morais, e conseqüentemente, a considerações subjetivas, invalidando os propósitos da investigação científica, que tem a objetividade como uma das mais importantes características. 4 O PROBLEMA DEVE SER SUSCETÍVEL DE SOLUÇÃO Um problema pode ser claro, preciso e referir-se a conceitos empíricos, porém não se tem idéia de como seria possível coletar os dados necessários à suaresolução. Seja o exemplo: ligando-se o nervo ótico às áreas auditivas do cérebro, as visões serão sentidas auditivamente? Esta pergunta só 22 poderá ser respondida quando a tecnologia neurofisiológica progredir a ponto de possibilitar a obtenção de dados relevantes. Para formular adequadamente um problema é preciso ter o domínio da tecnologia adequada à sua solução. Caso contrário, o melhor será proceder, a uma investigação acerca das técnicas de pesquisa necessárias. 5 O PROBLEMA DEVE SER DELIMITADO A UMA DIMENSÃO VIÁVEL Em muitas pesquisas, sobretudo nas acadêmicas, o problema tende a ser formulado em termos muito amplos, requerendo assim, algum tipo de delimitação, para poder ser viável a sua execução. Por exemplo, alguém poderia formular o problema: ”em que pensam os jovens”. Seria necessário delimitar a população dos jovens a serem pesquisados mediante a especificação da faixa etária, da localidade abrangida etc. Seria necessário, ainda, delimitar o ”o que pensam”, já que isto envolve múltiplos aspectos, tais como: percepção acerca dos problemas mundiais, atitude em relação à religião etc. Sintetizando sobre o item formulação de problema ou formulação de perguntas concluiu que é a primeira etapa de uma pesquisa, pois, enquanto o assunto permanecer assunto, não se iniciou ainda a investigação propriamente dita. O assunto escolhido será questionado pela curiosidade e reflexão do pesquisador, que o transformará em problema. A pergunta deve ser formulada de tal maneira que haja possibilidade de resposta através da pesquisa. Uma boa formulação do problema supõe-se conhecimentos prévios do assunto, além de uma imaginação criadora que, em grande parte, é responsável pelo progresso da ciência. Referência GIL, Antônio Carlos. Como formular um problema de pesquisa? In: GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1981, Cap. 2, p. 26-34. 23 4.4 Objetivos A formulação dos objetivos significa definir com precisão o que pretende alcançar com a realização deste trabalho acadêmico, o que propõe fazer, que aspectos pretendem analisar no desenvolvimento do assunto. (MARCONI, 2000, p. 80). 4.4.1 Objetivo geral O objetivo geral tem a intenção de dar uma visão geral do assunto (tema) do trabalho, estabelecendo o que espera conseguir com o mesmo e definir aonde pretende chegar. Neste momento, não precisa ficar preocupado com a delimitação do tema, que será bem detalhado nos objetivos específicos. (SILVA, 2003, p. 57). Exemplo de objetivo geral: Analisar (ou conhecer, ou reconhecer) o papel do administrador na condução do planejamento estratégico para a sobrevivência das pequenas e médias empresas. 4.4.2 Objetivos específicos Consistem em um desdobramento do objetivo geral em questões mais específicas e cada um dos objetivos específicos será uma parte distinta da futura redação do texto do trabalho. Silva (2003, p. 58) apresenta algumas sugestões práticas para elaborar de forma correta os objetivos específicos: a) identificar os elementos importantes do tema, retornando ao objetivo geral para identificar as possíveis divisões; b) transformar cada um dos aspectos escolhidos em um objetivo específico; c) observar se os objetivos específicos são suficientes para atender ao que pretende obter o objetivo geral. 4.4.3 Como redigir objetivo geral e específico Tanto o objetivo geral quanto os específicos são construídos em uma frase ou período, contendo verbos no infinitivo mais o assunto (tema) em questão. Santos citado por Silva (2003, p. 57) afirma que “o cérebro humano é capaz de estágios cognitivos diversos, com graus também diversos de complexidade. São eles: conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e avaliação.”. 24 Desta foram, ao elaborar o objetivo geral e os específicos, pode-se identificar tais estágios e verificar quais os verbos que melhor se aproximam (SILVA, 2003, p. 57-58). No estágio de conhecimento, os verbos poderão ser: apontar, citar, classificar, conhecer, definir, descrever, identificar, reconhecer, relatar. No estágio de compreensão, os verbos poderão ser: compreender, concluir, deduzir, demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, interpretar, localizar, reafirmar. No estágio de aplicação, os verbos poderão ser: aplicar, desenvolver, empregar, estruturar, operar, organizar, praticar, selecionar, traçar. No estágio de análise os verbos poderão ser: provar, analisar, comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar, examinar, investigar, provar. No estágio de síntese os verbos poderão ser: sintetizar, condensar, reunir, simplificar, compor, construir, documentar, especificar, esquematizar, formular, produzir, propor. No estágio de avaliação os verbos poderão ser: argumentar, avaliar, contrastar, decidir, escolher, estimar, julgar, medir, selecionar. Para redigir o objetivo geral, coloque antes do assunto (tema) um verbo que melhor expresse ação intelectual, isto é, um verbo que melhor expresse o que se pretende como resultado. Para redigir os objetivos específicos, inicie-se também por verbo, porém o verbo, neste caso, deve ser verbo que indique ação intelectual, mensurável, manifesta, isto é, que pode ser observada, e que representa com objetividade, clareza e precisão o que realmente pretende alcançar. 4.4.4 Exemplo de objetivo geral e específico Objetivo geral: Conhecer as principais causas do baixo desempenho dos Cursos X, bem como levantar propostas para superação desse quadro. Objetivos específicos: Enumerar (ou explicar) as causas de se ter no Brasil uma formação deficiente em uma boa parte dos Cursos X. Identificar (ou selecionar) as propostas que possam contribuir para a melhoria da formação do corpo docente e discente dos Cursos. 25 4.4.5 Exemplo de objetivo geral e específico Objetivo geral: Analisar a cultura organizacional de uma empresa, em determinado período de tempo. Objetivos específicos: Identificar os aspectos de sociabilidade entre os novos e antigos funcionários que caracterizam o processo de socialização na empresa. Analisar os aspectos de sociabilidade entre os novos e antigos funcionários que caracterizam o processo de socialização na empresa. Selecionar os fatores que favorecem a motivação para o trabalho e o alcance das metas estabelecidas para a empresa ou setor. Explicar os fatores que dificultem ou atrasem o alcance das metas estabelecidas para a empresa ou setor. Enumerar os aspectos da burocracia da empresa que facilitem ou prejudiquem as relações de trabalho. Baseando nos dois exemplos acima, pode-se concluir que os objetivos específicos são como uma tradução do objetivo geral, e que ambos precisam manter uma coerência entre si e isso pressupõe que haja harmonia e ordem entre eles. Desta maneira, um objetivo específico ao ser atingido, deve colaborar com a concretização do objetivo geral a ser alcançado com o desenvolvimento. 4.5 Justificativa O autor do projeto de pesquisa, ao fazer a justificativa do(s) motivo(s) e da importância do estudo da temática escolhida por ele, e deve discorrer brevemente sobre a importância da pesquisa se propõe, relacionando-a com sua experiência profissional, vivência ou ainda com interesses particulares (motivos) que o levaram à proposição do presente projeto. Na justificativa também deve ser destacada a relevância do tema para o desenvolvimento da ciência,de acordo com a especificidade do projeto e da competência do autor do projeto, pontuando a contribuição que os resultados da pesquisa trarão para seu campo de atuação e para a área do conhecimento (MARION; DIAS; TRALDI, 2002, p. 37). 26 Sintetizando: justificativa consiste em apresentar os motivos de ordem prática para o autor da pesquisa, como também as razões de ordem teórica para a ciência, isto é aquelas baseadas na relevância social e científica da pesquisa, que levaram o pesquisador a estudar tal temática específica e não outra qualquer, com criatividade e capacidade de convencer sobre a importância da mesma, no campo da teoria existente, como também, apresentar as contribuições teóricas que tal estudo pretende proporcionar para o problema abordado. 5 REFERENCIAL TEÓRICO Consiste na identificação dos elementos de fundamentação teórica da pesquisa e, também, a definição dos conceitos empregados. Assim, o pesquisador deverá apresentar a contextualização do tema e a síntese dos elementos teóricos, que darão suporte para a realização da pesquisa, utilizando-se para escrever o referencial teórico as normas da ABNT de citação direta e indireta. Na contextualização do tema apresenta a evolução histórica do mesmo, onde se busca identificar: sua natureza, sua origem, seu desenvolvimento ao longo do tempo e em que estágio do conhecimento se encontra. Na síntese apresenta a fundamentação teórica do tema, como também, define os conceitos, esclarece-os e indica seu emprego na pesquisa. Os conceitos podem ter significados diferentes de acordo com o quadro de referência ou a ciência que os emprega. Além disso, uma mesma palavra pode ter vários significados dentro da própria ciência que a utiliza. Dessa forma a definição dos termos esclarece e indica o emprego dos conceitos na pesquisa. No referencial teórico é imprescindível que o autor do projeto mostre que obras foram citadas no decorrer, utilizando-se para tal, as normas da ABNT de citação direta e indireta (Ver nesta apostila esquema: ”Referencial Teórico”). 6 METODOLOGIA DE PESQUISA (Tipos e técnicas de pesquisa) Consiste em citar e descrever os instrumentos ou técnicas a serem utilizados na pesquisa, as informações que se pretendem obter com eles e como serão usados ou aplicados para obter tais informações. 27 Para Asti Vera citado por Almeida (1996, p. 49), metodologia é a “descrição, análise e avaliação crítica dos métodos de investigação.”. Nesta etapa do projeto, o pesquisador deve caracterizar o tipo de pesquisa: se bibliográfica, descritiva, experimental, ou, ainda se haverá combinação entre mais de uma pesquisa (ALMEIDA, 1996, p. 49). Deverá indicar também, de acordo com o tipo de pesquisa, os métodos e técnicas a serem adotados. Entende-se por técnica as condutas científicas usadas por uma determinada ciência nas suas próprias pesquisas. Assim, as técnicas variam de ciência para ciência, embora algumas técnicas sejam utilizadas por inúmeras ciências ou, ainda por todas elas. Por outro lado, método é o conjunto de técnicas gerais. Para Cervo e Bervian citados por Almeida (1996, p. 49) ”método são técnicas suficientemente gerais para se tornarem procedimentos comuns a uma área das ciências ou a todas as ciências.”. Quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregados na pesquisa é preciso fazer o levantamento ou coleta de dados nas mais variadas fontes. Nesta fase de coleta de dados, pretende-se obter informações da realidade. Assim, numa pesquisa, em geral, nunca se utiliza apenas um instrumento, mas, na maioria das vezes, há uma combinação de dois ou mais deles, usados concomitantemente. A seguir, serão identificados e descritos alguns destes instrumentos que poderão ser utilizados em uma pesquisa: coleta documental (pesquisa documental e bibliográfica), técnica da observação, da entrevista, do questionário e do formulário. 6.1 Coleta documental A coleta documental consiste na utilização de fontes de dados coletados por outras pessoas, podendo constituir-se de material já elaborado ou não. Divide-se em pesquisa documental e bibliográfica (Ver texto: Pesquisa, nesta apostila). 28 6.2 Observação Para Lakatos e Marconi (1996, p. 79) “a observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade.”. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos que se desejam estudar, utilizando-se de instrumentos para o registro das informações desejadas. Para tornar a simples observação numa técnica científica, deve planejá-la mostrando-se com precisão como deverá ser feita, que dados registrar e como registrá-los. No registro poderá utilizar-se de vários instrumentos tais como: anotações em fichas, quadros, gráficos, formulários etc. Ao aplicar a técnica de observação, o pesquisador examina o fato sem nele interferir, controlando as idéias pré-concebidas que podem surgir. Assim, deve acompanhar, em silêncio, como simples espectador imparcial, retirando de forma clara e precisa todo o conhecimento do fato, anotando tudo o que for pertinente a ele e repetindo tantas vezes quantas for necessário, o exame do mesmo. Rudio (1978, p. 72-73) recomenda que ao ser planejada uma observação deve-se indicar o campo, o tempo e a duração da mesma, como também, os instrumentos a serem utilizados e como serão registradas as informações obtidas. A indicação do campo serve para selecionar, limitar e identificar o que vai ser observado. E só pode ser definido quando se tem, para determiná-la, a formulação de um problema, enunciado na forma de uma indicação que deve ser respondida. O campo da observação deve abranger três elementos: a população (a que ou a quem observar), as circunstâncias (quando observar) e o local (onde observar). Do ponto de vista científico, a técnica de observação oferece uma série de vantagens e limitações, como as outras técnicas de pesquisa, havendo, por isso, necessidade de se aplicar mais de uma técnica ao mesmo tempo (LAKATOS; MARCONI, 1996, p. 80). Há muitas classificações da Técnica de Observação, sendo a de Gil citado por Cruz e Uirá (2004, p. 22) a mais usual, que abrange três tipos: Observação simples, participante e sistemática. 29 6.2.1 Técnica de observação simples É a técnica de observação em que o pesquisador, permanecendo alheio à comunidade, grupo ou situação que pretende estudar, observa de maneira espontânea os fatos que aí ocorrem, sendo o pesquisador mais um espectador que um ator. (GIL apud CRUZ; UIRÁ, 2004, p. 22). De acordo com Selltiz et al citado por Cruz e Uirá (2004, p. 23) ao utilizar-se da técnica de observação simples, é preciso definir previamente os sujeitos (os participantes da pesquisa), o cenário (aonde as pessoas se situam em termos de local), e o comportamento social ( o que realmente ocorre em termos sociais nesse local). Tal técnica é bastante adequada para casos em que os fatos são de conhecimento público, ou quando não existe qualquer obrigação de sigilo. 6.2.2 Técnica de observação participante “Consiste numa observação ativa, baseada na participação real do observador na vida da comunidade ou situação determinada, em que o observador se torna um membro ativo do grupo, envolvido em suas práticas diárias.” (CRUZ; UIRÁ, 2004, p. 23). Para Gil citado por Cruz e Uirá (2004, p. 23), há duas formas de observação participante; a observação natural, em que o observador pertence à comunidade na qual será realizada a pesquisa e a observação artificial, na qual o observadorse integra à comunidade para realizar seu estudo, cabendo, neste caso, um disfarce, não revelando sua condição de pesquisador. O pesquisador ao usar tal tipo de observação deve está atento no fato de que a presença de uma pessoa estranha ao grupo acaba conduzindo a barreiras sociais que reduzem e limitam a qualidade das informações colhidas, levando os sujeitos da pesquisa a se comportarem de maneira diferente ou artificial. Para contornar tal dificuldade o pesquisador poderá adotar a técnica de observação não-participante, onde o pesquisador presencia o fato, mas não participa. 6.2.3 Técnica de observação sistemática Nesta técnica, o observador tem um conhecimento prévio a respeito dos fatos que, dentro da comunidade, são importantes para seus objetivos definidos. Segundo Cruz e Uirá (2004, p. 24) trata-se de um quase-experimento, uma vez que 30 o trabalho do pesquisador consiste basicamente em testar hipóteses a respeito da comunidade. Primeiramente, o pesquisador planeja a coleta de dados e estabelece categorias de análise em relação às práticas que pretende observar, planejando assim, a aplicação de tal técnica, antes de executá-la, a fim de obter dados confiáveis e seguros. 6.3 Entrevista A entrevista consiste numa técnica de conversação direta, dirigida por uma das partes, de maneira metódica, objetivando a compreensão de uma situação, requerendo do pesquisador uma ideia clara da informação que necessita. Exige também algumas medidas, tais como: planejamento da entrevista, conhecimento prévio do entrevistado, local e hora e organização do roteiro ou formulário de acompanhamento da mesma. Para maior êxito da entrevista, Lakatos e Marconi (1996, p. 87-88) sugerem observar algumas normas sobre como fazer o contato inicial com o entrevistado, a formulação de perguntas, o registro de respostas e o término da mesma. O pesquisador deve entrar em contato com o entrevistado e estabelecer, desde o primeiro momento, uma conversação amistosa, explicando a finalidade da pesquisa, seu objetivo, relevância e ressaltando a necessidade de sua colaboração. É importante obter e manter a sua confiança, assegurando-lhe o caráter confidencial de suas informações. Deve-se evitar todo tipo de pergunta que sugira resposta. Para não confundir o entrevistado deve-se fazer uma pergunta de cada vez e, primeiro, as que não tenham probabilidade de serem recusadas. Deve-se permitir ao entrevistado limitar suas informações. As respostas, se possível, devem ser anotadas no momento da entrevista, para maior fidelidade e veracidade das informações, devendo ser anotadas com as mesmas palavras usadas pelo entrevistado, evitando-se sintetizá-las. A anotação posterior apresenta duas inconveniências: falha de memória e/ou distorção do fato, quando não se guardam todos os elementos. O uso do gravador é ideal, se o entrevistado concordar com a sua utilização. Deve prestar atenção aos itens que o entrevistado deseja esclarecer sem manifestar as suas opiniões. Não deve apressá-lo e dá-lhe tempo suficiente para suas conclusões. 31 A entrevista deve terminar como começou, isto é, em ambiente de cordialidade, para que o pesquisador, se necessário, possa voltar e obter novos dados, sem que o entrevistado se oponha a isso. 6.4 Questionário O questionário constitui-se de uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito, tendo como objetivo adquirir informações sobre o objeto em estudo. Pode ser aplicado pessoalmente ou enviado pelo correio ou um portador, não devendo ser longo demais para não cansar e desanimar quem está respondendo. No começo do questionário devem ser colocadas as indagações que caracterizam o informante e necessária à pesquisa: sexo, idade, estado civil, profissão etc. Deve-se também indicar se há ou não necessidade do informante escrever seu nome. Ao elaborar um questionário deve ter preocupação com o aspecto material e a estética do mesmo, observando: tamanho, conteúdo, organização, clareza de apresentação das questões, facilidade de manipulação, espaço suficiente para as respostas, a disposição dos itens de forma a facilitar a computação dos dados e estimular o informante a responder. Quanto ao vocabulário, as perguntas devem ser formuladas de maneira objetiva, precisa, em linguagem acessível ou usual do informante, para serem entendidas com facilidade. Devem-se evitar perguntas “tendenciosas”, isto é, que pelo seu enunciado orientam a resposta. Quanto à forma, as perguntas, em geral, são classificadas em três categorias: abertas, fechadas e de múltipla escolha. (RUDIO, 1978, p. 92-94). As perguntas abertas são as que permitem ao informante responder livremente, com frases ou orações, usando linguagem própria e expressando opiniões. Permite investigações mais profundas e precisas, mas o processo de tabulação, o tratamento estatístico e a interpretação são mais difíceis, cansativos e demorados. As perguntas fechadas são aquelas que o informante escolhe sua resposta entre duas opções: sim e não. Este tipo de perguntas, embora restrinja a liberdade das respostas, facilita o trabalho do pesquisador e também a tabulação: as respostas são mais objetivas. As perguntas de múltipla escolha são as que apresentam uma série de possíveis respostas, abrangendo várias partes do mesmo 32 assunto. Permite uma exploração em profundidade e de fácil tabulação. A combinação de múltipla escolha com as de respostas abertas possibilita mais informações sobre o assunto, sem prejudicar a tabulação. A principal limitação do questionário está relacionada com a sua devolução, além do que o grau de confiabilidade das respostas obtidas pode diminuir em razão de que nem sempre é possível confiar na veracidade das informações. 6.5 Formulário A técnica de formulário consiste num conjunto de questões, enunciadas como perguntas, de forma organizada e sistematizada, tendo como objetivo alcançar determinadas informações, obtidas em entrevistas, questionários ou observações. Rudio (1988, p. 94-95) recomenda que antes de começar a redigir o formulário (tanto para o questionário como para a entrevista ou observação) é necessário definir exatamente e com precisão quais são as informações a serem obtidas, para que nele só sejam feitas perguntas pertinentes e relevantes, que serão apresentadas de modo ordenado e numa seqüência lógica, que dê unidade e eficácia às informações que se pretende obter. Tanto cuidado com a pertinência quanto com a relevância das perguntas justificam-se em relação aos esforços do pesquisador, em construir e aplicar o formulário como também o trabalho do informante para responder. Recomenda também que, ao determinar a ordem das perguntas, sejam primeiramente colocadas as mais fáceis, e por último, as mais difíceis, ajudando o informante no desenvolvimento do pensamento lógico, à medida que vai dando suas respostas. Do mesmo modo devem-se colocar no início as perguntas mais impessoais e comuns deixando para o final as perguntas que exigem respostas de cunho mais íntimo. Ao elaborar um formulário devem-se levar em conta alguns aspectos que facilitarão o seu manuseio e sua posterior tabulação: a) o tipo, o tamanho e o formato do papel; b) a estética e o espaçamento; c) espaço suficiente para redação das respostas de cada item ou perguntas; d) numeração dos itens ou das perguntas; e) a forma de impressão do formulário; 33 f) a mesma forma de registro para assinalar respostas em todo instrumento; g) a redação simples, clara e concisa dos itens ou das perguntas. 7 REFERÊNCIAS Listam-se, em ordem alfabética e sem indicativo numérico, as referências pertinentes a todasas citações feitas no projeto de pesquisa, de acordo com as normas vigentes da ABNT, usando espaço simples entre as linhas das mesmas e dois enter de espaços simples para separá-las entre si. 8 APÊNDICES Apêndices são materiais elaborados pelo autor do artigo e devem ser citados no texto entre parênteses, quando vierem no final da frase. Se inseridos na redação a palavra apêndice vem livre dos parênteses. Os Apêndices são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos, devendo cada um, iniciar em folha própria, centralizados na margem superior, sem indicativo numérico. Exemplos de apêndices APÊNDICE A – Título do apêndice A APÊNDICE B – Título do apêndice B 9 ANEXOS Anexos são materiais não elaborados pelo autor do artigo e devem ser citados no texto, entre parênteses, quando vierem no final da frase. Se inseridos a redação a palavra anexo vem livre dos parênteses. Os Anexos são identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos, devendo cada um, iniciar em folha própria, centralizados na margem superior, sem indicativo numérico. Exemplos de anexos ANEXO A – Título do anexo A ANEXO B – Título do anexo B ANEXO C – Título do anexo C 34 10 CRONOGRAMA A elaboração do cronograma responde à pergunta quando? A pesquisa deve ser dividida em etapas, fazendo-se a previsão do tempo necessário para passar de uma fase a outra. Assim o cronograma deve ser elaborado para atender às diversas etapas do projeto de pesquisa. Pádua (2000) citado por Silva (2003, p. 73), comenta: É absolutamente necessário que se organize um cronograma de trabalho, sequencial, onde se possa avaliar o estágio do processo de desenvolvimento da pesquisa. Pode-se dividir o tempo disponível em função das etapas principais de realização da pesquisa, e subdividir o cronograma para organizar o trabalho em cada etapa, discutindo a viabilidade de execução com o professor/orientador da pesquisa, e redimensionando-o caso a sequência prevista seja interrompida por algum motivo. O trabalho de pesquisa exige uma disciplina intelectual do pesquisador e para facilitar suas ações deve elaborar um cronograma para ordenar as etapas da pesquisa. O cronograma indica com clareza o tempo de execução previsto para as diversas etapas. Assim, deve-se fazer um cronograma indicando as etapas (atividades) do projeto de pesquisa e o tempo de execução previsto para cada uma. Seguem algumas sugestões para fazer o cronograma, com total liberdade de fazer adaptações, criar ou utilizar modelo pesquisado pelo aluno. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO PROJETO DE PESQUISA - 2010 Data / Período Atividades 35 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO PROJETO DE PESQUISA - 2011 Atividades Agosto Setembro Outubro Novembro CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO PROJETO DE PESQUISA - 2011 Atividades Datas 36 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO PROJETO DE PESQUISA - 2011 ATIVIDADES Agosto Setembro Outubro Novembro X X X X X X CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO PROJETO DE PESQUISA - 2011 Atividades Data Reali- zadas Não realiza- das Ativida des incluí das (reade- quadas) Justifica- tivas para a não rea- lização e/ou rea- dequação das ativi- dades propostas 37 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de Janeiro: 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro: 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento escrito: apresentação. Rio de Janeiro: 2003. BARROS, Aidil; LEHFELD, N. Aparecida. O projeto de pesquisa. In: BARROS, Aidil; LEHFELD, N. Aparecida. Projeto de pesquisa. Petrópolis: Vozes, 1997. p. 18-71. CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá. Observação. In: CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá. Metodologia Científica: teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Axcel Books do Brasil, 2004. Cap. 2, p. 22-24. GIL, Antônio Carlos. Como encaminhar uma pesquisa? In: GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991. Cap. 1, p. 19-25. LAKATOS, Eva; MARCONI, Marina. Projeto e relatório de pesquisa. In: LAKATOS, Eva; MARCONI, Marina. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Atlas, 1987. Cap. 4, p. 80-100. LAKATOS, Eva; MARCONI, Marina. Técnicas de pesquisa. In: LAKATOS, Eva; MARCONI, Marina. Técnicas de pesquisa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996. Cap. 3, p. 67-82. MARION, José Carlos; DIAS, Reinaldo, TRALDI, Maria Cristina. Projeto de pesquisa. In: MARION, José Carlos; DIAS, Reinaldo, TRALDI, Maria Cristina Monografia para os cursos de Administração, Contabilidade e Economia. São Paulo: Atlas, 2002. Cap. 3, p. 32-41. PARRA FILHO, Domingos; SANTOS, Almeida. Conclusão. In: PARRA FILHO, Domingos; SANTOS, Almeida. Metodologia Científica. São Paulo: Futura, 2001. p. 237-238. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS. Pró-reitoria de Graduação. Sistema de Bibliotecas. Padrão PUC de normalização: normas da ABNT para apresentação de trabalhos científicos, teses, dissertações e monografias. Elaboração Helenice Rêgo dos Santos Cunha. Belo Horizonte: PUC Minas ago. 2010. 52 p. SILVA, Antonio Carlos Ribeiro de. Elaborando projeto de pesquisa. In: SILVA, Antonio Carlos Ribeiro de. Metodologia da pesquisa aplicada à Contabilidade; orientações de estudos, projetos, relatórios, monografias, dissertações, teses. São Paulo: Atlas, 2003. Cap. 3, p. 47-77. RUDIO, Franz. O projeto de pesquisa. In: RUDIO, Franz. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 1998. p. 70-104. A seguir será apresentado modelo do projeto de pesquisa 38 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Instituto de ... Curso de ... Disciplina Nome completo do aluno TÍTULO DO PROJETO DE MONOGRAFIA: subtítulo se houver Belo Horizonte 01 agosto 2011 39 Nome completo do aluno TÍTULO DO PROJETO DE MONOGRAFIA: subtítulo se houver Projeto de monografia apresentado à disciplina ... do ... Período do Curso de ... turno ... do Instituto de ... da PUC Minas BH. Professora: Anna Florência M. Pinto Belo Horizonte 01 agosto 2011 40 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................. 03 1.1 Tema .................................................. 1.2 Objeto ................................................ 1.3 Problematização .......................................1.4. Objetivos ............................................ 1.4.1 Objetivo geral ...................................... 1.4.2 Objetivos específicos ............................... 1.5 Justificativa ......................................... 2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................... 3 METODOLOGIA ............................................. 4 CRONOGRAMA .............................................. REFERÊNCIAS................................................ BIBLIOGRAFIA .............................................. 41 1 INTRODUÇÃO 1.1 Tema ................................................................... ............................................. 1.2 Objeto (delimitação do tema) ................................................................... ............ 1.3 Problematização ................................................................... ..................................................... ? 1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo geral ................................................................... ............................................. . 1.4.2 Objetivos específicos ................................................................... .......................................... . ............................................................ . 1.5 Justificativa ................................................................... .............................................................. ...................... . 42 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................... .............................................................. ............................. . ................................................................... .............................................................. ............................................ . ................................................................... ................................................... . 43 3 METODOLOGIA ................................................................... ................................................... . ................................................................... .............................................................. .......................... . 44 CRONOGRAMA 45 REFERÊNCIAS 46 ASSUNTO: Estrutura do Trabalho Científico: NBR 14724/2011 Estrutura do Trabalho Científico: NBR 14724 abril 2011 Anna Florência de C. Martins Pinto O trabalho científico deverá ser organizado de acordo com a seguinte estrutura: ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS Capa (obrigatório) Folha de rosto (obrigatório) Folha de aprovação (obrigatório para monografias de final de curso de graduação, dissertações e teses) Dedicatória (opcional) Agradecimentos (opcional) Epígrafe (opcional) Resumo na linguagem original(obrigatório: dissertações e teses) Resumo em língua estrangeira(obrigatório: dissertações e teses) Listas de ilustrações (opcional) Lista de tabelas (opcional) Listas de abreviaturas e siglas (opcional) Sumário (obrigatório) ELEMENTOS TEXTUAIS Corpo do texto (obrigatório): - Introdução - Desenvolvimento - Conclusão ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS Referências (obrigatório) Bibliografia (obrigatório: dissertações e teses) Apêndices (opcional) Anexos (opcional) Glossário (opcional) 47 ORIENTAÇÕES PARA CADA ESTRUTURA DO TRABALHO CIENTÍFICO de acordo com as normas para apresentação de trabalhos científicos, teses, dissertações e monografia da ABNT: NBR 14724 de abril de 2011. 1- Capa (obrigatório): tamanho de letras de toda a capa: 12 l.1- Nome da Instituição (letras maiúsculas negritadas), Instituto, Curso e Disciplina: centralizados na margem superior, letras minúsculas negritadas e espaço simples entre eles. 1.2- Autor(es): nome completo, centralizado, letras minúsculas negritadas e espaço simples entre eles. 1.3- Título do trabalho: centralizado no meio da folha, letras maiúsculas, negritadas. 1.4- Subtítulo (se houver):vem separado do título por dois pontos e espaço simples e letras minúsculas negritadas. 1.5- Quando o título e/ou subtítulo ocuparem mais de uma linha, deve-se usar o espaço simples entre elas. 1.6- Local e data de entrega do trabalho: centralizados na margem inferior e letras minúsculas negritadas. 2- Folha de rosto (obrigatório): Contém os seguintes elementos com letras tamanho 12: 2.1- Autor (es): nome completo, centralizado na margem superior; letras minúsculas negritadas ou nomes digitados em ordem alfabética e espaço simples entre suas linhas. 2.2- Título: idem normas da capa. 2.3- Subtítulo (se houver): idem normas da capa. 2.4- Quando o título e/ou subtítulo ocuparem mais de uma linha, deve-se usar o espaço simples entre elas. 2.5- Nota de apresentação: contém a natureza acadêmica do Trabalho, Disciplina, Período, Curso, Turno, Instituto e Instituição em que é apresentado. 2.6- A nota de apresentação vem abaixo do título ou do subtítulo, digitada a partir da metade da folha até a margem direita, 48 com letras minúsculas sem negrito, exceto a inicial e nomes próprios. Entre as linhas da nota usa-se o espaço simples. 2.7- Professor ou Orientador: nome completo, letras minúsculas sem negrito, exceto as iniciais do nome, e dois enter de espaço simples em relação à nota de apresentação. 2.8- Local e data de entrega do trabalho: centralizados na margem inferior, com letras minúsculas negritadas. 3- Folha de aprovação: (obrigatório para monografia de final de curso de graduação, dissertações e teses) e contém: 3.1- Autor: letras minúsculas sem negrito. 3.2- Título e/ou subtítulo: letras minúsculas negritadas. 3.3- Texto de aprovação: natureza(tese, dissertação, monografia): nome da Instituição e Área de Concentração ou Disciplina, digitados com alinhamento recuado a 7 cm para a direita e letras minúsculas sem negrito. 3.4- Nome do Orientador, titulação e assinatura dos componentes da banca examinadora e Instituições a que pertencem, letras minúsculas sem negrito. 3.5- Local e data de aprovação, letras minúsculas negritas. 4- Dedicatória (opcional) 4.1- Texto para prestar homenagem a alguém, não escrevendo a palavra dedicatória, apenas o texto. 4.2- A ABNT não determina a normalização deste item, ficando sua forma de apresentação a critério do autor. 5- Agradecimentos (opcional) 5.1-
Compartilhar