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Obrigações Solidarias

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A obrigação solidária é definida pelo art. 896 do Código Civil, onde se lê: "Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado à dívida toda". Se o concurso trata-se de vários devedores há solidariedade passiva, e se de vários credores, solidariedade ativa.
Para que uma obrigação possa ser dita solidária é necessária que seja determinado expressamente entre as partes ou por lei, deste modo, sendo fontes da solidariedade o negócio jurídico e a lei. 
CAPITULO I – RELAÇÃO ENTRE SOLIDARIEDADE E INDIVISIBILIDADE 
Da Semelhança 
Assemelha-se solidariedade e indivisibilidade em um único vínculo, o fato de que em ambos o credor possui a faculdade de exigir de um único devedor em relação aos outros devedores o cumprimento da totalidade da dívida. 
Da Solidariedade 
Na indivisibilidade mesmo sendo codevedor, este tem a obrigação de arcar com o pagamento por inteiro devido a característica indivisível do objeto, mesmo devendo somente a sua parte-quota.
Da Indivisibilidade
Já na solidariedade o devedor não tem a divida fracionada em parte-quota e responde pelo todo da dívida, sendo obrigado a arcar com ela inteiramente em razão de ser fundamento da solidariedade.
Princípio da inexistência da solidariedade presumida art. 265 CC:
"A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes".
Desse modo, se não houver menção explícita no título constitutivo da obrigação ou em algum artigo da lei, ela não será solidária, porque a solidariedade não se presume. Será então divisível ou indivisível, dependendo da natureza do objeto.
Princípio da variabilidade do modo de ser da obrigação a solidariedade
É totalmente possível a possibilidade de estipular a natureza jurídica, seja como condicional, seja como a prazo, bem como, a efetuação do pagamento em local distinto do que aquele pré-estabelecido. Para tanto, deve ser estabelecido no título originário da relação obrigacional. Tal fato ocorre, uma vez que a solidariedade encontra sustentação na prestação e não pelo modo pelo qual é devida.
Dispõe o art. 266 do Código Civil:
"A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos cocredores ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro".
Por exemplo, para um pode advir de culpa contratual, e para outro, de culpa extracontratual. Pode ocorrer, por exemplo, na colisão de um ônibus com outro veículo, o ferimento de um dos passageiros, que poderá demandar, por este fato, solidariamente, a empresa transportadora, por inadimplemento contratual (contrato de adesão), e o proprietário do veículo que colidiu com o coletivo, com fundamento na responsabilidade aquiliana ou extracontratual.
CAPITULO II – SOLIDARIEDADE ATIVA
Conceito:
A solidariedade ativa caracteriza-se como um concurso de credores existente na mesma obrigação, sendo que todos tem em relação á divida a mesma responsabilidade por inteiro.
Aplicação
A solidariedade ativa é raramente usada no Direito Civil atualmente, e tem como característica o concurso de credores em uma mesma obrigação onde todos possuem o mesmo direito á dívida por inteiro.
Podemos dizer que nos casos de solidariedade ativa a norma institui regras especiais, são elas: no caso de falecimento de um dos credores, no qual dispõem o art. 270 CC “se um dos credores solidários falece deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota de crédito que responder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for divisível”. No caso de conversão da prestação em perdas e danos, onde segundo o art. 271 “convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade”, e por último o terceiro caso, no qual se mostra a remissão da dívida por um dos credores disposto no art. 272, com a seguinte redação “o credor que tiver remitido a dívida ou recebido responderá aos outros pela parte que lhe caiba”.
Na solidariedade ativa a obrigação do credor é extinta com a quitação total da dívida, sendo que, o devedor também pode ser liberado de tal obrigação quando há quitação total nos casos de remissão ou novação.
CAPITULO III - SOLIDARIEDADE PASSIVA
Conceito
A solidariedade passiva, ao contrário da ativa é bastante comum oferecendo, assim, maior interesse ao direito, sendo que ocorre solidariedade passiva quando havendo vários devedores, o credor tem direito de exigir de um, ou alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum. É evidente que um dos devedores não poderá, por sua própria conduta, agravar a situação dos demais, como por exemplo, estipular, após a formação da obrigação, uma taxa de juros mais elevada. De acordo com o art. 278, do Código Civil, ao devedor demandado é vedado opor exceções pessoais de outros devedores, mas poderá opor as suas, bem como as exceções comuns a todos os devedores. Por exemplo, o devedor demandado poderá opor exceções comuns (título prescrito, falsidade, pendência de condição, entre outros) ou pessoais (compensação ou remissão), mas não poderá opor exceções pessoais dos outros devedores.
Aplicação
Interessante solução é a do devedor solidário que quita toda a dívida. De modo que, deverá ser reembolsado pelos demais devedores nos seus respectivos quinhões, porém a cota de eventual devedor insolvente deverá ser repartida entre todos os devedores solidários.
Tomemos como exemplo: A, B, C, D e E devem solidariamente a X a quantia de R$ 1.000,00 em partes iguais. Demandado A pagou toda a dívida, ocasião em que poderá exigir dos demais devedores a quantia de R$ 200,00 de cada um. Ocorre se B está insolvente, A ficaria num prejuízo (pois pagou toda a obrigação) maior de que os demais devedores. Assim, a insolvência de B deverá se rateada por todos os demais devedores em relação á A.
CONCLUSÃO
O conceito de solidariedade está previsto na própria lei. De acordo com o art. 264 do Código Civil, “há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda”.
Quando o que existe é a pluralidade de credores, dizemos ser a solidariedade ativa; na de devedores, há solidariedade passiva. Sendo fonte da solidariedade, concordando com o art. 265, “é a lei ou a vontade das partes”.
Temos, de antemão, duas principais consequências da solidariedade: sendo a primeira: não havendo solidariedade ativa, a insolvência do devedor, após o pagamento de um credor, deverá ser suportada pelos outros, pois sendo várias as relações jurídicas, a solução de uma delas não afeta as demais. Ao contrário, havendo solidariedade ativa, o pagamento efetuado a um dos credores, pelo insolvente, deverá ser rateado pelos demais. E a segunda consequência, no caso de solidariedade passiva, se o devedor não solidário se torna insolvente, suportará a perda o credor, pois não poderá reclamar de outros codevedores por serem autônomos os vínculos obrigatórios; havendo a solidariedade, logicamente, o credor optará por demandar o devedor mais abastardo, sendo indiferente a insolvência de alguns.

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