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Aula 08 – Análise e sistematização de dados coletados Introdução Nesta aula, discorreremos sobre o tratamento a ser destinado pelo pesquisador aos dados coletados, ressaltando sempre que tão importante quanto obter os dados é a análise que se faz do mesmo. Bons estudos! Análise e interpretação de dados Nesta aula, vamos tratar sobre a importância da análise, interpretação e sistematização dos dados coletados no trabalho de pesquisa. É nesse momento que o pesquisador procura finalizar seu trabalho. Podemos dizer que é uma etapa final do processo de investigação, pautando-se no material coletado até então e, principalmente, articulando com a fundamentação teórica desenvolvida ao longo da pesquisa. Toda pesquisa é fundamentada em proposições, métodos e técnicas, o que se configura em um ciclo de pesquisa e termina com a constatação ou análise de uma hipótese, ou seja, pode responder à pergunta inicial ou pode dar origem a novas interrogações. Para Minayo (1994), o ciclo de pesquisa se dá em três etapas: Vamos nos ater aqui à última etapa: tratamento do material – a ordenação, classificação e análise propriamente dita dos materiais colhidos no trabalho de campo através de entrevistas, observações, pesquisa documental e bibliográfica, dentre outras formas. Esses processos parecem distintos, mas estão estreitamente ligados, pois a análise dos dados remete ao pesquisador relacioná-los com o aporte teórico. Ou seja, é o processo de formação de sentido além dos dados puramente compilados. Atenção É importante que a análise dos dados seja realizada simultaneamente à sua coleta e que esses processos estejam sempre se complementando. Obstáculos em uma análise de dados É relevante ter em mente que os processos de análise dos dados podem variar em função dos delineamentos da pesquisa. E que podemos encontrar alguns obstáculos ao longo da produção eficiente de uma análise de dados. Vejamos: Minayo (1994) chama a atenção para três obstáculos a uma análise eficiente em pesquisa qualitativa. O primeiro diz respeito à ilusão do pesquisador em ver as conclusões, à primeira vista, como “transparentes”, ou seja, pensar que a realidade dos dados, logo de início, se apresenta de forma nítida a seus olhos. Essa ilusão pode levar o pesquisador a uma simplificação dos dados, conduzindo-o a conclusões superficiais ou equivocadas. O segundo obstáculo se refere ao fato de o pesquisador se envolver tanto com os métodos e as técnicas a ponto de esquecer os significados presentes em seus dados. E o terceiro limitador para uma análise mais rica da pesquisa relaciona-se à dificuldade que o pesquisador pode ter em articular as conclusões que surgem dos dados concretos com conhecimentos mais amplos ou mais abstratos. Esse fato pode produzir um distanciamento entre a fundamentação teórica e a prática da pesquisa (Teixeira, 2003, p. 193). Coleta, análise e interpretação dos dados Anteriormente à análise dos dados, precisamos refletir sobre a forma como tais serão organizados, o que nos interessa investigar: - Uma comunidade; - Usuários de um determinado equipamento de assistência; - Mulheres vítimas de violência em atendimento em um Centro de Referência etc. Leitura Dica de leitura: TEIXEIRA, E. B. A análise de dados na pesquisa científica: importância e desafios em estudos organizacionais. In: Desenvolvimento e questão. Editora Unijuí, ano 1, n. 2, jul./dez. 2003 p. 177-201. Segundo Gil (1999), os processos de análise e interpretação dos dados podem assumir formas variadas. Porém, boa parte das pesquisas sociais observam os seguintes pontos: - Estabelecimento de categorias; - Codificação; - Tabulação; - Análise estatística dos dados; - Avaliação das generalizações (obtidas com dados); - Inferência de relações causais; - Interpretação dos dados. Em relação à interpretação dos dados, devemos ressaltar que a análise e a interpretação são dois processos diretamente relacionados, e isso dificulta precisar onde termina um e começa o outro. É recomendável que tenhamos um equilíbrio entre o arcabouço teórico e os dados obtidos, pois a interpretação dos dados na pesquisa social está ligada à relação existente entre os dados empíricos e a teoria. Pesquisa quantitativa e qualitativa De modo geral, os dados podem ser tratados tanto de forma quantitativa quanto qualitativa. Quando falamos em pesquisa quantitativa, os dados normalmente são submetidos à análise estatística, até mesmo com a ajuda de computadores. Também podemos tratar os dados quantitativa e qualitativamente ao mesmo tempo, ou seja, usamos a estatística para apoiar uma interpretação subjetiva. Afinal, por mais que os computadores colaborem com a análise de dados, não substituem as interpretações de um pesquisador. Processo de análise e interpretação de dados O processo de análise e interpretação de dados é contínuo. A decisão para finalizar esse processo parte do pesquisador, quando ele entende que ocorreu o esgotamento de fontes ou a saturação de categorias. Ou ainda que suas hipóteses foram respondidas. Afinal, segundo Minayo (1994), essa fase de análise de dados em uma pesquisa social tem a finalidade de estabelecer uma compreensão dos dados coletados, confirmar ou não os pressupostos da pesquisa e/ou responder às questões formuladas. Outra finalidade é ampliar o conhecimento sobre o assunto pesquisado, articulando-o ao contexto cultural do qual faz parte. Diante disso, leve esse conhecimento para a produção do seu trabalho de curso quando estiver diante da coleta, análise e interpretação dos dados. Lembre-se que, quando realizamos o projeto, devemos ter em mente como será realizada a pesquisa. No entanto, esse modelo não é algo que não possa ser mutável de acordo com a necessidade observada ao longo da realização do trabalho. Leitura Dica de leitura: GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
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