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Pensamento Marginalista e a Síntese de Alfred Marshall A escola neoclássica de Alfred Marshal Economia marginalista As ideias marginalistas surgiram como reação dos movimentos socialistas de meados do século XIX, que eclodiram devido a concentração de renda e à intensa migração rural-urbana decorrentes da industrialização. Suas suposições são as de que a economia é formada por um grande número de pequenos produtores e consumidores, incapazes de influenciar isoladamente os preços e as quantidades no mercado. Os consumidores de posse de determinada renda, adquirem bens e serviços de acordo com seus gostos, a fim de maximizarem sua utilidade total. Enquanto na Escola clássica o valor é determinado pela quantidade de trabalho incorporado nos bens, na Escola marginalista o valor depende da utilidade de marginal. Não há mais conflito entre as classes sociais na distribuição do produto, como na Economia clássica, mas harmonia entre os agentes. A essência do pensamento marginalista pode ser sintetizada em 10 pontos: raciocínio na margem: a decisão de produzir ou consumir vai depender do custo ou benefício proporcionado pela última unidade; abordagem microeconômica: o individuo é a firma estão no centro da analise, havendo no mercado um único bem homogêneo e um preço de equilíbrio; método abstrato-dedutivo: abstração teórica, argumentação logica e conclusão; concorrência pura nos mercados, sendo o monopólio uma exceção: muitos vendedores e compradores concorrem no mercado por bens e serviços; as firmas são pequenas e não conseguem influenciar o preço de mercado; ênfase na demanda como elemento crucial para determinar os preços, ao contrario dos clássicos que enfocavam a oferta, ou custo de produção; 6. teoria da utilidade: a utilidade que as pessoas têm no consumo dos bens, determinada por seus gostos. Há uma ênfase em aspectos psicológicos, com a consideração da abordagem hedonista de prazer (satisfação) e sofrimento (custos); 7. teoria do equilíbrio: as variáveis econômicas interagem e o sistema manifesta uma tendência ao equilíbrio pelas livres forças do mercado; 8. direitos de propriedade: cada proprietário recebe pela posse de um fator de produção, o que reabilitou a renda da terra, considerada por Ricardo como um pagamento desnecessário e improdutivo; 9.racionalidade: as firmas e consumidores maximizam lucro ou satisfação e não agem por impulso, capricho ou por objetivos humanitários. Embora este último ponto possa ser louvável, ele não faz parte das suposições marginalistas; 10. laissez-faire, ou liberdade de mercado: toda e qualquer interferência nos automatismos do mercado gera custos e reduz o bem-estar social. A síntese neoclássica de Alfred Marshall O inglês Alfred Marshall (1842-1924) foi, juntamente com Jevons, Menger e Walras, um dos mentores da teoria do valor pela utilidade marginal decrescente. Em sua obra de 1890 (Princípios de Economia), Marshall (1982) realizou a chamada primeira síntese neoclássica, tentando conciliar os pensamentos clássico e marginalista, dando nascimento ao termo neoclássico. Marshall, utilizando um gráfico de duas dimensões, demonstrou como ocorre o equilíbrio parcial de um bem, pela interação da oferta e da demanda: o aumento das quantidades ofertadas reduz o preço, o que eleva as quantidades demandadas; estas se reduzem quando aumenta o preço. Em um gráfico cartesiano, tal relação inversa entre quantidades demandadas e preços gera uma curva de demanda negativamente inclinada. A oferta, por seu turno, apresenta-se regulada pelos custos de produção e uma série de quantidades seriam produzidas em função de um conjunto de preços. Quanto maiores esses preços, tanto mais os produtores estarão dispostos a produzir. Essa relação direta entre preços e quantidades ofertadas forma uma curva positivamente inclinada. A interação entre a oferta e a procura determina o preço e as quantidades de equilíbrio de mercado. Marshall manteve os princípios clássicos da “mão invisível” da concorrência e a liberdade de mercado. Esses princípios asseguram que a maximização de lucros leva os proprietários dos fatores a receber de acordo com a contribuição de cada um no processo produtivo (a produtividade marginal).
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