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MECÂNICA DOS SOLOS I (TEC00259) O sistema água-argilomineral Propriedades dos Solos Prof. Manoel Isidro de Miranda Neto Eng.Civil, DSc AFINIDADE ÁGUA-ARGILOMINERAL UFF-CTC-TCE-TEC-Setor de Geotecnia ARGILOMINERAL CAULINITA 17 m TETRAEDRO DE SILÍCIO OCTAEDRO DE ALUMÍNIO ARGILOMINERAL DO GRUPO 2:1 ESMECTITA 5 m ARGILOMINERAL DO GRUPO 2:1 ILLITA 7,5 m VALORES TÍPICOS PARA ARGILOMINERAIS ATAPULGITA 4.7 m Trovey, 1971 ( from Mitchell, 1993) Dupla camada difusa da superfície coloidal Fonte: Fundamentals of Soil Behavior – James K Mitchell Dupla camada difusa: efeito da concentração Fonte: Fundamentals of Soil Behavior – James K Mitchell Dupla camada difusa: efeito da valência Fonte: Fundamentals of Soil Behavior – James K Mitchell ESTRUTURA DE SOLOS • ESTRUTURA – Fábrica, textura e padrões de descontinuidades que formam a unidade solo-rocha. • FÁBRICA – arranjo espacial das partículas componentes do solo, ou seja, a disposição relativa dos grãos e dos fluídos (ar e água) presentes no solo. • TEXTURA – Forma, tipo e tamanho das partículas. • DESCONTINUIDADES – Natureza e distribuição das superfícies que separam os elementos constituintes do solo (fissuras, falhas, fraturas, planos de acamamentos e juntas). ESTRUTURA DAS ARGILAS • FLOCULADA – disposta em face e aresta • DISPERSA – disposta em arranjo face-face • AGREGADOS OU CLUSTERS – disposta em arco formando macro poros, conforme o processo deposicional (quanto mais salino o meio mais aberta a estrutura) • CONCREÇÕES – desenvolvimento de precipitados que contribuem para cimentar os agregados. ESTRUTURA DAS AREIAS • FOFA – arranjo com menor densidade relativa. • COMPACTA – arranjo com maior densidade relativa. • INTERTRAVADA – com grãos de tamanho variado que preenchem os vazios e conferem um contato maior entre os grãos. • CONCREÇÕES – desenvolvimento de precipitados que contribuem para cimentar os agregados. Estrutura alveolar Extraído de : Mecânica dos Solos - Maria José C P A Lima Propriedades dos solos do ponto de vista da Eng. Civil Os projetos e obras geotécnicas podem envolver até três questões básicas: 1. As deformações do solo; 2. A ruptura de uma massa de solo; e/ou 3. O fluxo de água através do solo. Propriedades mecânicas dos solos Três propriedades mecânicas contribuem para o entendimento dessas questões básicas: 1. A deformabilidade do solo; 2. A resistência ao cisalhamento do solo; e 3. A permeabilidade do solo. DEFORMABILIDADE mudanças volumétricas na ruptura contração expansão Mudanças volumétricas por esforços compressivos (recalques) Estrutura Alveolar e Estrutura fofa Estrutura compacta COMPRESSIBILIDADE RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO • OS SOLOS NORMALMENTE NÃO RESISTEM À TRAÇÃO. • A RUPTURA DOS SOLOS NORMALMENTE SE DÁ POR CISALHAMENTO. • A FUNÇÃO DE PLASTIFICAÇÃO (OU FUNÇÃO DE RUPTURA) USUAL PARA SOLOS É A ENVOLTÓRIA DE MOHR-COULOMB • NA MAIORIA DOS CASOS ADMITE-SE QUE O SOLO SE COMPORTE COMO UM MEIO “CHILE” (CONTÍNUO, HOMOGÊNEO, ISOTRÓPICO, LINEAR E ELÁSTICO), EMBORA SEJA UM MEIO PARTICULADO, COM RIGIDEZ VARIÁVEL E COM DEFORMAÇÕES PLÁSTICAS. A CURVA TENSÃO DEFORMAÇÃO e A ENVOLTÓRIA DE MOHR-COULOMB SOLOS COLAPSÍVEIS • Solos argilosos têm forte dependência da resistência com o teor de água. • Alguns solos podem exibir resistência com baixo teor de água e, quando esse teor de água aumenta, entram em colapso. PERMEABILIDADE • É facilidade com que o fluido percola pelos poros do solo. • A permeabilidade afeta alguns processos no solo como a transferência de massa, a infiltração, ou o adensamento. PERMEABILIDADE • A permeabilidade do solo permite avaliar a vazão de água que flui através do solo, a vazão que pode ser extraída de um poço de abastecimento, ou o transporte de solutos nos solos. Propriedades das areias e das argilas • Quando as areias predominam nos solos consideramos esses solos granulares. • Quando o teor de argila é predominante, consideramos esses solos como finos. • Teores de argila > 20% determinam um comportamento como solo fino. • Os grãos de silte, apesar de não terem as propriedades do sistema água-argila, são associadas a solos finos. As Propriedades de estado das areias e das argilas • Em relação ao estado, dizemos que solos granulares exibem compacidade. Essa propriedade está relacionada com os vazios existentes entre os grãos do solo. • Dizemos que solos finos exibem consistência. Essa propriedade está relacionada com a resistência, que decorre do teor de água do solo. Solos granulares como areias, areias siltosas, areias argilosas e siltes arenosos podem ser classificados como: • Muito Fofo; • Fofo; • Medianamente Compacto; • Compacto ; e • Muito Compacto. Compacidade dos solos granulares como areias e siltes arenosos • O estado de uma areia, pode ser expresso pela compacidade relativa; • A compacidade relativa ou densidade relativa é dada pela expressão: • CR = (emáx – enat)/(emáx – emín). • Areias com valores entre 0,33 e 0,66 são consideradas medianamente compactas. • Areias abaixo de 0,33 são consideradas fofas e acima de 0,66 são compactas. Solos granulares • O comportamento é determinado pelo contato entre os grãos minerais (atrito); • Quanto mais bem distribuído for o solo maior o entrosamento entre os grãos; • Quanto mais irregulares forem os grãos maior o entrosamento entre eles; Solos finos como argilas, argilas siltosas, argilas arenosas e siltes argilosos podem ser classificados como: • Muito Mole; • Mole; • Média; • Rija; • Muito Rija; e • Dura. A consistência de solos argilosos pode ser expressa em função da resistência à compressão simples • Muito Mole – até 25 kPa; • Mole – de 25 a 50 kPa; • Média – de 50 a 100 kPa; • Rija – de 100 a 200 kPa; • Muito Rija – de 200 a 400 kPa; e • Dura – maior que 400 kPa. Solos argilosos • Os solos finos não são perfeitamente identificáveis apenas pela granulometria, seu comportamento depende muito da mineralogia, da sua estrutura e da água intersticial. • Possuem coesão – um conjunto de forças que atuam nas partículas finas e conferem uma resistência intrínseca à deformação; e • Plasticidade – propriedade do material ser moldado sem variação de volume. • Podem apresentar sensitividade – elevada perda de resistência no estado amolgado; Índices de Atterberg (de consistência) • Nas argilas, a plasticidade depende do teor de água • O limite de plasticidade (LP) é o teor de água correspondente a passagem do estado friável para o estado plástico. • O limite de liquidez (LL) é o teor de água que marca a passagem do estado plástico para o estado fluido viscoso. Solos argilosos • A consistência de um solo argiloso pode ser determinada pela expressão: • IC = (LL – w) / LL – LP • O índice de consistência (IC) indica a posição relativa da umidade (w) aos limites de estado (LL e LP). • O índice de plasticidade (IP) é a diferença entre os dois limites de Atterberg LL e LP, onde o material se apresenta plástico. CARTA DE PLASTICIDADE DE CASAGRANDE Índice de plasticidade de alguns argilominerais Solos argilosos • Superfície específica – é a relação entre a área do grão e sua massa ou volume. Varia conforme o argilomineralde 800m2/g para montmorilonita a 15m2/g para caolinita. • Índice de atividade (IA) de Skempton – é a relação entre o índice de plasticidade (IP) e o percentual de argila do solo. Normal entre 0,75 e 1,25. Ativa acima e inativa abaixo dessa faixa. • O índice de atividade (IA) mede a maior ou menor influência da fração argila (partículas coloidais) no comportamento do solo.
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