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Agroindustria Alimentos

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ" 
DEPARTAMENTO DE AGROINDÚSTRIA, ALIMENTOS E NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
AULA: AGROINDÚSTRIAS DE ALIMENTOS 
 
CURSO DE GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
Profª Marília Oetterer 
 
 
 
 
 
 
2
AGROINDÚSTRIAS DE ALIMENTOS 
Marília Oetterer 
 
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
 Qual é o papel do agrônomo no contexto social do País? Dentro de um conceito não 
detalhista, mas amplo, os agrônomos, são produtores de alimentos. Produzir alimentos significa além de 
colher, armazenar, transportar para distribuir, e abastecer efetivamente a população. 
 Mas os alimentos são perecíveis. As perdas pós-colheita no nosso País atingem altas 
proporções - até acima de 30% para frutas por exemplo - e vem aumentando em maior escala do que 
aumenta a produção no mesmo período. Por que ocorrem as perdas? Entre outras causas, há a escolha de 
cultivares inadequados, a impossibilidade de adoção de técnicas recomendadas pós-colheita e 
principalmente o mau acondicionamento, o mau transporte, a impossibilidade de boa estocagem e boa 
conservação das matérias primas que antecedem à comercialização "in natura" ou à industrialização. 
 Aqui no Brasil, desenvolve-se a produtividade visando o mercado imediato, sem a 
preocupação com os excedentes de safra que poderiam ser industrializados para atender a entre safra e não 
apodrecerem como já ocorreu com as cebolas, as laranjas e o leite. 
 A conservação é também imprescindível para a distribuição dos alimentos em um País da 
vastidão do Brasil, senão a produção agropecuária será sempre uma aventura pelas incertezas que a elas 
estão ligadas. Só com conservação se tem a possibilidade de formar estoques reguladores que dependem 
da armazenagem como os grãos de cereais em silos, ou a carne estocada congelada, por exemplo. 
 Cada vez está se tornando mais difícil o abastecimento dos grandes centros consumidores 
com alimentos ao natural. Nos centros mais evoluídos do mundo o problema tem sido resolvido pela 
substituição parcial dos alimentos ao natural por alimentos industrializados ou semi processados, 
principalmente os perecíveis como frutas, hortaliças, carne e pescado. 
 A situação ora reinante ou seja, mais dificuldades no abastecer, indica a necessidade de 
uma maior utilização da Ciência e Tecnologia de Alimentos para preservar os alimentos produzidos, evitar os 
prejuízos das perdas. O abastecimento será regular se houver melhor aproveitamento dos alimentos 
produzidos e por tempo prolongado. 
 A Tecnologia de Alimentos é definida como sendo a aplicação da ciência e da técnica na 
produção, colheita, processamento, embalagem, distribuição, preparo e utilização dos alimentos visando 
prolongar a vida útil do alimento, elevar a oferta de alimentos com valor nutritivo adequado, com elevado 
grau de sanidade e com boa receptividade pelo consumidor. 
 Como proceder? Temos que aproximar a indústria da produção rural. Permitir que o 
produtor de alimentos básicos se transforme em um empresário capaz de fornecer mais opções de 
alimentos, não perdendo, não desperdiçando e não dependendo do preço de mercado para escoar os seus 
produtos. 
3
 Aí entra o papel do agrônomo regional que atua no serviço de fomento da Secretaria de 
Agricultura. O extensionista que leva a tecnologia transferida da Universidade, via entidades oficiais para o 
pequeno produtor que não tem recursos para implantar ou comprar tecnologia própria. 
 Há muito o que fazer neste campo. O Estado de São Paulo, Paraná e estados do Norte e do 
Nordeste, tem procurado dar oportunidade às pequenas, médias e micro empresas. É a filosofia do 
PNPTAA1 da EMBRAPA. 
 Estes programas procuram popularizar tecnologias aplicadas na conservação de alimentos 
e estimular a integração indústria-produtor rural. A descentralização deve ocorrer para permitir um processo 
homogêneo de desenvolvimento. Não só via artesanato, mas tecnologia apropriada, mesmo que com capital 
estrangeiro. 
 Esta política atual chega com atraso. Nos momentos em que a política econômica brasileira 
privilegiou o modelo agro-exportador, a agroindústria e a agricultura não receberam a atenção por eles 
exigida. No momento em que essa política se voltou para a industrialização de bens duráveis, igualmente a 
agricultura e a agroindústria foram marginalizadas. 
 A agroindustria brasileira depende, para sua própria sobrevivência, do incremento da 
tecnologia; da absorção de tecnologia capaz de torná-la competitiva. 
 As vantagens competitivas são adquiridas com a maior capacitação tecnológicas, agilidade 
de resposta a mudanças de mercado e capacidade de atendimento a rigorosas especificações de atributos 
dos produtos. 
 O nível de competitividade da empresa é cada vez mais ditado pela sua capacidade de 
inovar, em resposta às necessidades do mercado e às investidas da concorrência. 
 Como necessidades de mercado depara-se com o novo perfil do consumidor (principal 
coordenador de toda a estrutura produtiva) que busca os alimentos de conveniência (facilidades para obter, 
manusear e consumir, o que altera os atributos de embalagem, inclusive), tem preocupações nutricionais 
(como substitutos do açúcar, teor de fibras e baixo colesterol), com a shelf life e com a segurança dos 
alimentos (pré embalagem de alimentos frescos e imagem do produto). 
 As investidas da concorrência ocorrem pela invasão de produtosestrangeiros no mercado, 
uma vez que os países desenvolvidos pela saturação do consumo de alimentos básicos per capita, 
crescimento populacional negativo e altos riscos de renda, favorecem o dinamismo em segmentos 
específicos de mercado, novos produtos, novos atributos e melhoria nas características visuais. 
 Assim, as empresas brasileiras vem sendo forçadas a desenvolver novos produtos e a 
utilizar novas embalagens para prolongar a shelf life do produto. Esta evolução tecnológica vem sendo 
conseguida pela assimilação dos avanços conseguidos em sistemas agroindustriais mais desenvolvidos, via 
compra de patentes por empresas nacionais ou na associação de empresas através de joint-ventures 
 Para importar tecnologias e adaptá-las à realidade nacional, as empresas nacionais buscam 
a integração competitiva, uma vez que a inovação tecnológica é acelerada no exterior. 
1
Programa Nacional de Popularização da Tecnologia Agrícola e Agroindustrial.
4
 Considerando o padrão de produção dos países desenvolvidos, a agroindústria brasileira 
apresenta um índice médio de atualização tecnológica da ordem de 60%. 
 Atualmente existem na agroindústria excelentes condições para as empresas se 
posicionarem agressivamente no mercado, a partir do desenvolvimento de tecnologias do produto, com o 
desafio de agregar valor. 
 Para a próxima década espera-se no meio empresarial, uma extraordinária evolução no 
desenvolvimento de inovações tesnológicas. 
 A tecnologia pode ser desenvolvida na própria empresa, porém os investimentos em P&D 
estão concentrados nos países desenvolvidos. 
 Embora a disponibilidade de tecnologia seja fundamental à modernização do sistema 
agroindustrial, a absorção de novas tecnologias é condicionada ao nível de treinamento do agricultor, do 
investimento produtivo e às condições de infra estrutura e preços que garantam rentabilidade aos novos 
ganhos de produtividade. 
 Onde está disponível a tecnologia? Se disponível, como é transferida? 
 No estado de São Paulo, o ITAL, desenvolve pesquisa para a empresa privada, novos 
produtos, embalagens, etc. As universidades, no caso a USP/ESALQ faz pesquisas aplicadas atendendo a 
alguns segmentos emergentes, como por exemplo, monitoramento de aflatoxinas em grãos armazenados, 
desenvolvimento de tecnologiasde beneficiamento do pescado para piscicultor, como é o caso de trutas 
defumadas, controle de qualidade de água por cloração, desenvolvimento de fermentação contínua com 
imobilização de células, aproveitamento de resíduos em ração e adubo por bioconverção, estudos pós 
colheita para comercialização de frutas, hortaliças e raízes, controle de rançoem castanhas, cultivo de 
cogumelos, processamento do escargot, etc. 
 Quem desenvolve a tecnologia? Alunos de graduação em Engenharia de Agronômica (% 
pequena em relação às outras áreas de produção vegetal e animal) engajados em estágios supervisionados 
e estágios profissionalizantes e alunos de pós graduação (especializados em ciência e tecnologia de 
alimentos), porém com pesquisas não necessariamente aplicadas; mais voltadas a serem cientistas do que 
propriamente agentes de transferência de tecnologia. 
 Quem leva a tecnologia ao agricultor? Os serviços de extensão das Secretarias de 
Agricultura – com participação no segmento agroindustrial. 
 Quais as tentativas de aproximação das pequenas e médias empresas aos cientistas 
geradores de tecnologia? 
 Na ESALQ/USP temos a Empresa Junior, a Incubadora Agrozootécnica e as novas 
diretrizes acadêmicas para formação de um profissional especializado na produção agroindustrial. Investidas 
do SEBRAE, permitem lecionamento de cursos aos produtores e preparo de boletins informativos. 
 
 
 
5
2. SISTEMA AGROINDUSTRIAL 
 
 É um complexo que engloba todas as atividades ligadas direta ou indiretamente à obtenção 
do produto e à utilização das matérias primas agropecuárias, inclusive a área de insumos e também todo o 
setor governamental que se relaciona com este sistema. 
 Insumos = combinação dos fatores de produção. 
 Fatores de produção = matérias primas, horas/trabalho, energia consumida, taxa de 
amortização,etc. 
 Setor governamental = estradas, energia elétrica, crédito, etc. 
 Exemplo: Sistema SADIA integrado de avicultura e/ou suinocultura com granja de matrizes, 
fábrica de ração, abatedouro, criadouros e plantas processadoras para utilizar as matérias primas e 
transforma-las em produtos industrializados. Como congelados, embutidos, salsichas, presunto, etc. 
 
 
3. AGROINDÚSTRIA 
3.1 Definição 
 
 Qualquer indústria que utilize a produção agrícola como matéria prima para alterá-la em sua 
forma e transformá-la em um produto que é função da exigência do mercado consumidor. 
 
3.2 Tipos de agroindústrias 
 
3.2.1 Agroindústrias de alimentos destinados ao consumo interno. Exemplos: sucos, óleo cometível, açúcar, 
grãos beneficiados, etc. 
 
3.2.2 Agroindústrias energéticas. Exemplo: mini destilarias de álcool. 
 
3.2.3 Agroindústrias de produtos em geral para exportação. Exemplos: borracha, óleos essenciais, abacaxi 
em compota, samambaias, etc. 
 
3.2.4 Agroindústrias de produtos não alimentícios para mercado interno. Exemplo: lã, fibras, pele, couro e 
subprodutos das indústrias alimentícias em geral. 
 
 
6
4. AGROINDÚSTRIAS DE ALIMENTOS 
4.1 Definição 
 
 Constituem uma cadeia ininterrupta desde a obtenção da matéria prima de boa qualidade, o 
manuseio, o armazenamento, o processamento, a embalagem, a comercialização e a distribuição. 
 O aproveitamento ótimo dos recursos limitados das matérias primas é feito embalando-se 
parte dela para o mercado consumidor existente para o produto "in natura" (fresco) e outra parte destina-se à 
fabricação de produtos e de subprodutos. Exemplo: frutas acondicionadas em caixas, fabricação de 
compotas, doces, sucos, frutas cristalizadas e vinagre. 
 
4.2 Agroindústrias brasileiras 
 
 A agroindústria é uma das forças econômicas do País, dentro dela a indústria alimentar tem 
grande destaque. 
 Juntas, as indústrias de alimentos são a maior fonte de receita do imposto de circulação de 
mercadorias. 
 O ramo do setor industrial mais interiorizado e melhor distribuido é o da indústria de 
alimentos, pois no conjunto das indústrias transformadoras brasileiras, ela concentra 20% do total dos 
estabelecimentos, 12% do pessoal ocupado correspondendo a 600 mil empregos diretos sustentados pelas 
indústrias e 14% do valor de produção no conjunto da indústria de transformação brasileira; 25% de 
participação em valor nas exportações nos últimos 10 anos. 
 O faturamento médio das pequenas e mini empresas é de 500 milhões de dólares por ano. 
 
4.3 Grupos de indústrias alimentares no Brasil 
 
 Há três grupos distintos de indústrias de alimentos no Brasil. A primeira altamente 
sofisticada baseada em tecnologia importada quase sempre ligada à companhias multinacionais, além de 
algumas nacionais. Tem elevada capacidade gerencial e "know-how" do exterior. 
 Este grupo concentra suas atividades na produção de matérias primas parcialmente 
processadas ou alimentos para exportação. Também atinge o mercado interno vendendo produtos para 
classes sociais mais altas. Os produtos são de boa qualidade e não mostram diferenças com os produtos 
dos países desenvolvidos. Constituem aproximadamente 20% do total o que corresponde a 100% das 
exportações. 
 O segundo grupo é formado por milhares de pequenas fábricas de produtos populares. 
Compreendem 80% do total. Estas fábricas são caracterizadas pelo tipo de produto que fabricam, utilizando 
técnicas tradicionais e processamentos improvisados por décadas. Na maioria dos casos o "know how" é 
passado pela família. Estas fábricas são responsáveis pelos alimentos processados que atingem 
praticamente a metade da população brasileira. Há forte tendência dessas pequenas fábricas serem 
7
absorvidas pelas grandes. A qualidade padrão do alimento produzido é diferente, portanto dificilmente estas 
indústrias coexistem. As matérias primas que ainda não foram absorvidas pela grande empresa são 
utilizadas, processadas e comercializadas pelas pequenas. 
 O terceiro grupo é chamado institucional. Ele ocorreu em resposta ao grande investimento 
feito pelo governo nos programas sociais, principalmente em alimentação infantil, de gestantes e 
trabalhadores. Para minimizar as consequências da pobreza e do êxodo rural que associado à alta taxa de 
crescimento, piorou a qualidade de vida, o governo tenta introduzir e manter diferentes programas de ajuda 
alimentar. 
 Um desses programas é o da Merenda Escolar. Este programa atinge crianças de 7 a 14 
anos da escola primária incluindo irmãos e irmãs menores de 7 anos. Os alimentos utilizados são os "in 
natura" em uma quantidade de mais de 200 mil ton. e os formulados ou processados, cerca de 100 mil ton. 
O uso de alimentos desidratados é bastante amplo e vem complementar a dieta a base de alimentos 
regionais. Considerando o tamanho do país e as dificuldades de transporte, estocagem, conservação, 
preparo e serviços, o espaço na dieta para alimentos industrializados é altamente significativo. Deve-se 
destacar o aspecto social do programa, onde os alunos recebem educação alimentar. Com a 
municipalização da Merenda Escolar houve melhoria na qualidade desta e facilitou o acesso aos alimentos 
por parte das escolas. 
 
 
5. BENEFÍCIOS SÓCIO-ECONÔMICOS ADVINDOS DA INSTALAÇÃO DE AGROINDÚSTRIAS 
 
5.1 Minimização das perdas e dos desperdícios pós-colheita. A própria amplitude das safras exige o 
armazenamento ou a conservação prolongada de grandes volumes. 
 
5.2 Estímulo à produção contínua porque há escoamento imediato da matéria-prima. Valorização da colheita 
porque há exigência de matéria prima qualificada. 
 
5.3 Fixação da mão-de-obra no local criando novos empregos com consequente interrupção dos fluxos 
migratórios. Aproveitamento de mão-de-obra não qualificada e mão-de-obra livre de outras atividadesrurais. 
 
5.4 Aumento da renda da fazenda. O proprietário passa a ter aumento dos benefícios porque se transforma 
em empresário. Nova alternativa de venda para seus produtos. 
 
5.5 Oferta de maior volume de alimentos e principalmente de maior diversificação dos alimentos ao 
consumidor regional. Fortalece o mercado interno no que se refere ao abastecimento alimentar urbano. 
 
5.6 Nascimento de novos polos de desenvolvimento em regiões ainda com poucos recursos. Exemplo: o que 
ocorreu ao longo da Via Anhanguera. 
8
6. EXIGÊNCIAS PARA A ADEQUAÇÃO DE AGROINDÚSTRIAS 
 
6.1 Levantar as necessidades de escoamento de matérias primas prioritárias em determinadas regiões. 
Caso dos excedentes, constantes desperdícios de safra. Exemplo: Frutas em Valinhos. 
 
6.2 Estabelecer um sistema de cooperativas ou de associação de produtores onde não houver para regular a 
disponibilidade de matéria prima. 
 
6.3 Verificar as possibilidades agrícolas de uma determinada região (potencial) para futura instalação ou 
ampliação. 
 
6.4 Ter em mãos a tecnologia apropriada proveniente do setor de fomento e extensão das Secretarias da 
Agricultura. Tecnologia transferida. 
 
6.5 Verificar as potencialidades de mão-de-obra adaptada ou não. 
 
6.6 Ter um mercado garantido. Levantamento das tendências da região. Deve haver uma correlação positiva 
entre o nível de renda da região e o consumo de alimentos industrializados. 
 
6.7 Verificar as possibilidades de coexistência da pequena e média empresas com a indústria de grande 
porte. Exemplos: fabricantes de polpa de frutas são fornecedores para a Nestlé. Goiabada, produto artesanal 
que ocupa espaço ao lado de outros produtos mais elaborados. Chocolates caseiros, compotas, produtos 
serranos, etc. 
 
 
7. AGROINDÚSTRIAS PRIORITÁRIAS 
 
 A FAO (Food and Agriculture Organization) entende que a aplicação eficaz da estratégia 
para o desenvolvimento agrícola para os países cujo Produto Nacional Bruto - PNB provém na maioria da 
agricultura, está na criação de agroindústrias. Ela seleciona agroindústrias prioritárias para países em 
desenvolvimento e inclusive o Brasil. São elas: 
 
7.1 Indústria de beneficiamento, armazenamento e processamento de cereais. 
 São as que utilizam principalmente arroz e milho com produção de arroz beneficiado, fubá, 
canjica, farinha de milho, amidos de milho e de arroz, além dos subprodutos farelo e "grits". 
 A justificativa para a prioridade está no fato destes produtos constituirem a maior fonte 
calórica e proteica disponível para a população a preços menores que os produtos animais. 
 
9
7.2 Indústria extrativa de óleos comestíveis e proteínas vegetais de sementes de oleaginosas 
 Nestas indústrias pode-se produzir óleo comestível, farinhas proteicas das tortas esgotadas 
de alto valor nutritivo e como subprodutos sabões, óleos lubrificantes e glicerina. 
 A principal justificativa para a instalação dessas indústrias é que as oleaginosas são as 
prinicipais sementes fornecedoras de óleo comestível. Atualmente apresentam um dos maiores valores de 
produção juntamente com laticínios e carnes. 
 
7.3 Indústria de processamento de frutas e hortaliças 
 São produzidas basicamente frutas "in natura" classificadas, polidas e embaladas. 
Compotas, geléias, refrigerantes, sucos, frutas secas cristalizadas (desidratadas), picles, cebolas em massa, 
pó de alho, óleo de frutas para cosméticos (abacate), óleos essenciais , pectina, entre outros. 
 Justificativas: Evitar perdas de até 30% em frutas e hortaliças comercializadas "in natura" 
em excedentes de produção e de comercialização. Aproveitar a grande oferta de frutas o ano todo e a 
grande varidade delas. Em termos de emprego, são as empresas mais importantes juntamente com os 
laticínios. 
 
7.4 Indústria extrativa de fécula e raspas de mandioca. 
 Produtos: fécula de boa qualidade para substituir o amido de milho e raspas para consumo 
humano, exportação e ração. 
 Justificativas: a mandioca é altamente perecível e as indústrias são rudimentares com 
pouca técnica. 
 
7.5 Indústria de fermentação 
 Produtos: leveduras comestíveis; aminoácidos produzidos em diversos substratos que são 
resíduos de indústrias; produção de vinho, de vinagre, de alimentos a base de soja (tempeh e tofu), de 
pescado fermentado (anchova), de leite fermentado (iogurte), de legumes fermentados (chucrute), etc. 
 Justificativas: tecnologia ajustável a qualquer região devido à diversidade de matérias 
primas.Possibilidades recentes de utilização dessas tecnologias devido aos avanços da biotecnologia. 
 
7.6 Frigoríficos - produtos cárneos, aves e ovos 
 Produtos: carne refrigerada e congelada, suína e bovina, carne curada (charque), embutidos 
em geral, salsicha, linguiça, emulsões e patês. Ovo em pó. Aproveitamento dos subprodutos: pele, couro e 
penas, sangue para ração, farinha de ossos, etc. 
 Justificativas: as condições atuais de muitos matadouros são precárias e exigem mais 
adequação. Possibilidades de aproveitar muitos subprodutos, o que aumenta a receita da indústria. 
 
7.7 Leite e produtos lácteos 
 Produtos: leite pasteurizado, queijo, manteiga, leite concentrado, leite desidratado, leite 
condensado, iogurte, doce de leite, caseína, lactose a partir do soro da fabricação do queijo, entre outros. 
10
 Justificativas: a alta perecibilidade dessa matéria prima que exige sempre conservação ou 
transformação tecnológica.O leite é a principal fonte nutritiva infantil. 
 
7.8 Pescado e produtos pesqueiros 
 Produtos: pescado higiênico para comercialização refrigerado, congelado,pescado salgado, 
defumado, enlatado e fermentado. 
 Justificativas: os recursos pesqueiros estão pouco explorados. Há a piscicultura em 
expansão. A comercialização é deficiente. Épocas de escassez e abundância nos rios, que dificultam a 
comercialização. 
 
7.9 Industrialização de alimentos estimulantes não alcoólicos. 
 Produtos: chá, café solúvel, cacau, chocolate em pó, produtos de confeitaria, cafeína e 
aproveitamento dos resíduos da fabricação do café solúvel. 
 Justificativa: produtos de bom mercado para exportação e obtenção de divisas. 
 
7.10 Indústria de óleos essenciais 
 Produtos: óleos de frutas para exportação. 
 Justificativa: melhor preço no mercado externo se exportados com tecnologia apropriada de 
extração e refino. 
 
7.11 Indústria de rações 
 Produtos: rações compostas balanceadas para gado e aves; alimentos extrudados para 
animais domésticos. 
 Justificativa: aproveitar matérias primas disponíveis regionais ou subprodutos de outras 
indústrias (de pesca, de mandioca, etc). 
 
7.12 Indústria de equipamentos para produtos alimentícios 
 Justificativas: os atuais equipamentos são adaptados conforme a necessidade. Indústrias 
que podem acompanhar a alimentícia no mesmo parque industrial. Exemplo: desossadores de frangos, 
filetadores de pescado, tachos, moinhos, dornas, mesas e utensílios. 
 
 
11
8. ROTEIRO BÁSICO PARA INSTALAÇÃO DAS AGROINDÚSTRIAS PROCESSADORAS DE 
ALIMENTOS. 
 
8.1 Localização das áreas áptas para cultivo 
 No caso de se iniciar com plantio dirigido à indústria, consultar o zoneamento agrícola do 
IEA para o caso de São Paulo, por exemplo. 
 (ver tabelas) 
 
8.2 Localização das áreas de produção 
 Se a matéria prima já existe e pretende-se aproveitar os excedentes, por exemplo. Verificar 
o volume de produção a nível regional, com informações da Secretaria da Agricultura. 
 (ver tabelas) 
 
8.3 Levantamento da infra-estrutura econômica, hídrica, viária, elétrica e de comunicação das áreas. 
 É importante situar a indústria em locais que tenham estradaspara escoamento. A rede 
elétrica no Brasil é suficiente. 
 (ver tabelas) 
 
8.4 Relacionamento das empresas já operando na área de atividade 
 Verificar a existência de agroindústrias que funcionarão como matrizes para treino de mão-
de-obra e darão bases para se conhecer os movimentos de comercialização de determinado produto. 
 
8.5 Verificação da disponibilidade de matéria prima - safra/entressafra 
 Preparar um quadro das épocas de colheita das matérias primas como os legumes e as 
frutas, por exemplo. Podem-se estabelecer fluxogramas para entrada de um legume na entressafra de outro. 
A indústria nao fica ociosa e há mais rendimento. Exemplo: cebola (agosto, outubro), cenoura (ano todo), 
milho (janeiro, março), tomate (abril, outubro) e vagem (outubro, novembro). 
 (ver tabelas) 
 
8.6 Relacionamento e descrição dos produtos que podem ser obtidos por processamento tecnológico das 
matérias primas. 
 Preparar um quadro com todos os produtos possíveis de serem obtidos com os recursos da 
matéria prima. 
 (ver tabelas) 
 
8.7 Fixação da capacidade e volume de produção do empreendimento 
 Traçar a capacidade mínima a partir da qual se pode ampliar a planta com linhas de 
processamento complementares. 
12
 (ver tabelas) 
 
8.8 Relação do equipamento mínimo, montagem das linhas de produção e descrição da tecnologia de 
fabricação 
 (ver tabelas) 
 
8.9 Custo do equipamento, investimento total e custosda produção industrial 
 (ver na tabela) 
 
8.10 Balanço material energético, estabelecimento da mão-de obra e do volume dos produtos e subprodutos. 
 (ver tabelas) 
 
 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 
 
 
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Paulo, Agroceres, 1990. 238 p. 
 
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Brasília, 14p. 1991. 
 
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relações intersetoriais no complexo agroindustrial brasileiro. Brasília,1988. 126 p. 
 
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