Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Fi s i o t e r a p i a B r a s i l an o 1 - n 2 o O processo de degeneração walleriana Neurologia Rastreamento do ângulo de Charpy em crianças asmáticas e não asmáticas Pneumologia Vertigem: A abordagem da fisioterapia Otoneurologia Morbidade após o tratamento para câncer de mama Oncologia Novembro/Dezembro de 2000Fi i i B il 2 N O V E M B R O /D E Z E M B R O 2 0 0 0 www.atlanticaeditora.com.br Pós-graduação Cursos de mestrado e doutorado Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 2000 51 Fisioterapia prática Ginástica Laborativa EDITORIAL Da fisioterapia que temos para a fisioterapia que necessitamos: um novo paradigma, Marco Antonio Guimarães da Silva ................................... 53 OPINIÃO Uma agenda para a fisioterapia do terceiro milênio no Brasil, Gil Lúcio Almeida ..................... 55 RESUMOS DE TRABALHOS E CONGRESSOS ............................................................................ 65 ARTIGOS CIENTÍFICOS E REVISÕES Método fotogramétrico de rastreamento do ângulo de Charpy em crianças asmáticas e não asmáticas, Mario Antonio Baraúna, Maria da Graça Baldo Deloroso ............................... 75 Determinação da histamina no coração de ratos exercitados, Marília Mantovani Sampaio Barros, José Roberto Moreira de Azevedo, Carlos Alberto Anaruma, Eduardo Kokubu, Rui Errereias Maciel .............................................................................................. 85 Vertigem: A abordagem da fisioterapia, André Luís Santos Silva, João Soares Moreira ........... 91 Revisão anatômica do músculo plantar delgado e sua importância clínica, José Antonio S.F.A Pinna Cabral, Rodrigo Marçal, Ana Paula Coelho, Andressa Quintino Teixeira, Renata Bordignon de Pinna Cabral................................................. 98 Morbidade após o tratamento para câncer de mama, Anke Bergmann, Inês Echenique Mattos, Rosalina Jorge Koifman, Sérgio Koifman............................................... 101 O processo de degeneração walleriana e os eventos moleculares nele envolvidos - uma revisão com enfoque no sistema nervoso periférico, Solange Canavarro Ferreira, Ana Maria Blanco Martinez ............................................................................................... 109 RESUMOS DE DISSERTAÇÕES E TESES .................................................................................... 116 PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO RECOMENDADOS PELA CAPES ............................. 118 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO ......................................................................................................... 120 Fisioterapia Brasil Índice (vol.1, nº2, nov/dez 2000 - 51~122) ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Na proxima edição de Fisioterapia Brasil estarão detalhados os CD-roms disponíveis aos nossos assinantes. Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 200052 © ATMC - Atlântica Editora Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyright, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à confiabilidade dos produtos, métodos, instru- ções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo o material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética médica, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante. I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes. Fisioterapia Brasil Editor científicoEditor científicoEditor científicoEditor científicoEditor científico Prof. Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva (UFRRJ/UCB – Rio de Janeiro) Conselho científicoConselho científicoConselho científicoConselho científicoConselho científico Prof. Dr. Gil Lúcio de Almeida (Univ.de Ribeirão Preto - UNARP – São Paulo) Prof. Dr. Guillermo Scaglione (Univ. de Buenos Aires – UBA - Argentina) Prof. Dr. Hugo Izarn (Univ. Nacional Gral de San Martin – Argentina) Prof. Dr. Margareta Nordin (Univ. de New-York – NYU - Estados Unidos) Prof. Dr. Mario Antônio Baraúna (Univ. do Triângulo Mineiro - UNIT – Minas Gerais) Prof. Dr. Nivaldo Antonio Parizotto (Univ. Federal de São Carlos - UFSCAR – São Paulo) Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001) Rio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de Janeiro Avenida Atlântica, 604/1102 22010-000 Rio de Janeiro RJ Tel/Fax: (21) 244-6471 E-mail: atlantica@openlink.com.br São PSão PSão PSão PSão Pauloauloauloauloaulo Avenida São João, 56, sala 7 12940-000 Atibaia SP Tel/Fax: (11) 4411-7629 Cel: (11) 9219-0570 Dra Albernice Ma de Oliveira Barreto (CREFITO1 – Pernambuco) Dr. Antonio Neme Khoury (HGI - Rio de Janeiro) Dr. Carlos Alberto Caetano de Azeredo (Rio de Janeiro) Dra. Claudia Bahia (FAFIS/IAENE - Bahia) Dr. Carlos Bruno Reis Pinheiro (Rio de Janeiro) Dra. Elaine Guirro (Unimep – São Paulo) Dr. Esperidião Elias Aquim (Univ.Tuiuti - Paraná) Dr. Farley Campos (UCB - Rio de Janeiro) Dr. Fernando A. de M. Prati (CREFITO5 – Rio Grande do Sul) Dr. Hélio Pio (Rio de Janeiro) Dr. Hildeberto Lopes do Santos (CREFITO3 – Minas Gerais) Dr. Ivan Pinto Varela (CREFITO7 – Bahia) Prof. Dr. João Marinonio A. Carneiro (COFFITO – Rio de Janeiro) Prof. Dr. João Santos Pereira (UERJ - Rio de Janeiro) Dr. José Euclides Poubel e Silva (CREFITO9 – Mato Grosso) Dra. Lisiane Fabris (UNESC – Santa Catarina) Dr. José Roberto Prado Jr. (Rio de Janeiro) Dr. Jorge Tamaki (PUC - Paraná) Dra. Marisa Moraes Regenga (São Paulo) Dr. Nilton Petrone (Univ. Estácio de Sá - Rio de Janeiro) Dr. Paulo Henrique Eufrásio de Oliveira (FAFIS/IAENE - Bahia) Dra. Regina Maria de Figuerôa (CREFITO2 - Rio de Janeiro) Dra. Solange Canavarro Ferreira (UFRJ – Rio de Janeiro) Editor executivoEditor executivoEditor executivoEditor executivoEditor executivo Dr. Jean-Louis Peytavin PPPPPublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketing René Caldeira Delpy Jr. (Rio de Janeiro) Maurício G. Costa Anderson (São Paulo) Administração:Administração:Administração:Administração:Administração: Claudiane Benavenuto RRRRRevista Fevista Fevista Fevista Fevista Fisioterapia Brasilisioterapia Brasilisioterapia Brasilisioterapia Brasilisioterapia Brasil RRRRRedação e administraçãoedação e administraçãoedação e administraçãoedação e administraçãoedação e administração (Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço) Jean-Louis Peytavin Avenida Atlântica, 604/1102 22010-000 Rio de Janeiro RJ Tel/fax (21) 244-6471 Cel: (21) 9218-0346 atlantica@openlink.com.br PPPPPublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketing Rio de Janeiro: Rene C. Delpy Jr (21) 244-6471 Cel: (21) 9662-9411 São Paulo: Maurício Galvão C. Anderson (11) 4411-7629 Cel: (11) 9219-0570 marketing@atlanticaeditora.com.br Ilustração da capa:Ilustração da capa:Ilustração da capa:Ilustração da capa:Ilustração da capa: Miguel Salgado, Gang do celular, 1999, acrílico sobre papel, 50 x 70 cm Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 2000 53 O Departamento de Saúde Pública dos Estados Unidos (Agency for Health Care Policy and Research - AHCP, 1994) analisou diversos procedimentos diagnósticos e terapêuticos para a dor lombar aguda (DLA). O estudo se baseou na avaliação dos trabalhos de pesquisa realizados em todo o mundo e que haviam sido divulgados através de periódicos e revistas especializadas. O resultado da avaliação dos métodos fisioterapêuticos para a DLA não foi muito animador, clas- sificando-os, em sua grande maioria, como pouco eficazes. O traba- lho da AHCP evidenciou uma realidade vivida na fisioterapia que, apesar de contar com técnicas desenvolvidas e muito bons profissio- nais, deixa muito a desejar na área acadêmica. Se almejamos o respeito e consideração da comunidade acadêmi- ca, não podemos seguir assumindo modelos empíricos baseados em delineamentos científicos inadequados. Mesmo em países onde a fi- sioterapia já alcançou um status quo científico, como Estados Uni- dos, Canadá e Austrália, há um forte desequilíbrio entre a prática clínica e a investigação científica, com o braço da balança inclinan- do-se para o lado clínico. Não temos a certeza de que se pode generalizar os resultados do trabalho realizado nos Estados Unidos, mas existem, infelizmente, fortes indícios de que os “equívocos científicos”, observados nos tra- balhos analisados, se repetem em outras áreas que não a de dor lom- bar. A grande verdade é que publicamos pouco e, com exceções, pu- blicamos artigos que não resistem a uma análise cientifica rigorosa. É importante ressaltar que a minha crítica ao “publicar pouco” não significa ceder ao quantitativismo, porque ele geralmente distorce as prioridades científicas de muitos pesquisadores. Vale a pena lem- brar as palavras de Giannotti quando ele nos diz que se Frederico o Grande tivesse exigido quarenta papers para recontratar Kant para a cadeira de Filosofia, em Könisberg, o filósofo não teria tido tempo para escrever a Crítica da Razão Pura. Diante desta realidade, manter uma revista científica com perio- dicidade bimestral torna-se um grande desafio. Que providências tomar para equacionar o problema? Propor um novo paradigma? Repensar o contexto universitário da Fisioterapia? Esses poderiam ser alguns caminhos. Já o descobriremos. Editorial Marco Antonio Guimarães da Silva* * Coordenador científico de Fisioterapia Brasil. Da fisioterapia que temos para a fisioterapia que necessitamos: um novo paradigma? ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 200054 O artigo de Gil Lúcio de Almeida, colega nosso e membro do comi- tê editorial da Fisioterapia Brasil, que publicamos na seção opinião, talvez já seja parte do processo de mudança que precisamos. Antes mesmo de sua publicação, o artigo de Gil já dava mostras de que provocaria algumas reações, e a questão era: devemos publicá-lo ou não? Tentando argumentar a favor do artigo, foi que me veio à recor- dação o Jornal Opinião, publicado nas décadas de 60 e 70, época em que a idade já havia despejado em mim os anos suficientes para sair da adolescência e começar a pensar como adulto. O semanário trazia sempre, em sua primeira página, uma citação de Voltaire que me en- cantava: “Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defende- rei até a morte o teu direito de dizê-la”. Essas poucas linhas, escritas há séculos, tiveram fôlego suficiente para atravessar o tempo e con- vencer aos que se opunham à publicação do artigo do nosso querido Gil. O tema é inovador e, com certeza, suscitará muita polêmica e, quem sabe, muita dissidência. É bom lembrar, trazendo o pensamento do teórico da cultura Boaventura Souza Santos, que o grau de dissi- dência mede o grau de inovação. Dessa forma, poderemos buscar uma ruptura epistemológica, com um desenvolvimento equilibrado, olhan- do com atenção para as pesquisas de cunho analítico quantitativas, não descartando, entretanto, os modelos da investigação qualitativa, que tão bem amparam a subjetividade que envolve nossos pacientes - protagonistas do cenário e que se encontram condicionados aos fa- tores biopsicossociais. Se exceções existem para o quadro acima levantado, uma delas sem dúvida é a da Dra Margareta Nordin, que a partir deste número faz parte de nosso conselho editorial. Com Doutorado em Medicina pela Universidade de Estocolmo, a Dra Nordin vive em Nova York há vinte anos, onde dirige o Occupational Industrial Orthopaedic Center e o programa de Doutorado em Biomecânica, ambos pertencentes à Universidade de Nova York. A Dra Nordin representa, nos dias atu- ais, talvez a maior expressão científica mundial na área de fisiotera- pia, tendo sido a única fisioterapeuta convidada pelo governo ameri- cano para participar do estudo da avaliação dos procedimentos fisioterapêuticos, que abriu este editorial. Com centenas de traba- lhos publicados nos mais famosos e tradicionais periódicos interna- cionais e diversos livros traduzidos para vários idiomas, ela divide o seu tempo entre o Instituto que dirige e os convites que recebe, dos cinco continentes, para ministrar conferências e participar como membro em defesas de teses de Doutorado. Nos conhecemos em 1992, quando à época eu estava responsável pela implantação de um Pro- grama de Pesquisa da United Nations Developed Program - UNDP e da International Civil Aviation Organization - ICAO. As 14 horas diárias que trabalhamos juntos, por um mês (quando da consultoria para a UNDP/ICAO) e os sucessivos encontros profissionais no eixo Rio - Nova York- Paris - Coruña, levaram-me a respeitá-la como cien- tista, admirá-la como pessoa e a estreitar os laços entre nossas famí- lias. Tornamo-nos grandes amigos. Particularmente sinto-me honrado em tê-la em nosso conselho edi- torial. Bem-vinda Margareta. Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 2000 55 Nesse artigo, inicialmente ofereço uma reflexão sobre a situação vigente da Fisioterapia no Brasil. Em especial, discuto a realidade da fisioterapia no Brasil em termos do mercado de trabalho, do credenciamento profissional, da qualidade do ensino de graduação e de pós-graduação. Em seguida, faço um breve relato da experiência da fisioterapia nos Estados Unidos, para então colocar a minha visão do que deverá ser a fisioterapia no mundo. Finalmente discuto a ne- cessidade de criarmos a Academia Brasileira de Fisioterapia – ABFT. A função da AFBT deverá ser a de implantar uma agenda para a fisio- terapia do terceiro milênio no Brasil. A implantação dessa agenda inclui várias medidas que no meu en- tendimento poderá colocar a profissão no Brasil em um patamar de destaque no cenário internacional. Essas medidas incluem: 1) Uma definição das competências e habilidades do fisioterapeuta. 2) O controle da qualidade do ensino da fisioterapia ao nível da gra- duação e pós-graduação. 3) A definição de regras claras e objetivas, fundamentadas em prin- cípios técnico-científicos para o credenciamento profissional. 4) O uso adequado da titulação profissional por mérito. 5) A proibição da divulgação e comercialização de técnicas fisioterapêuticas não validadas pelo crivo científico. 6) O exercício profissional baseado no uso de técnicas fisioterapêuticas validadas pelo crivo científico.. Opinião Uma agenda para a fisioterapia do terceiro milênio no Brasil Gil Lúcio Almeida* *Ft, MC, Ph.D; Professor de graduação e pós-graduação da UNICAMP (Campinas), UNAERP (Ribeirão Preto) e UNESP (Rio Claro) ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Endereço para correspondência: Prof. Dr. Gil Lúcio Almeida, Coordenador do Curso de Fisioterapia Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, Av. Costábile Romano, 2201, 14096-380 Ribeirão Preto - São Paulo Tel: (16) 603 67 74 (UNAERP), (19) 3289 9619 (UNICAMP), E-mails: gla@odin.unaerp.br ou gla@obelix.unicamp.br Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 200056 7) Divulgação da eficácia dos procedimen- tos fisioterapêuticos já sistematizados cienti- ficamente e incentivos à produção de novos conhecimentos. 8) Incentivo à reciclagem profissional dos professores e à formação em cursos de pós- graduação. 9) Concientizar alunos, profissionais e con- sumidores para que adotem um pacto de qua- lidade máxima com tolerância zero ao amadorismo e ao charlatanismo. Com a implantação destas medidas tenho certeza que melhorará a qualidade dos aten- dimentos fisioterapêuticos. Com isto aumen- tará a satisfação e a qualidade de vida dos pa- cientes/clientes da fisioterapia. Como resulta- do, o reconhecimento profissional crescerá vertiginosamente, inclusive com um aumen- to da remuneração profissional. Da realidade da fisioterapia no Brasil Do mercado De acordo com o censo do ensino superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP - MEC de 1998, em abril daquele ano, havia no Brasil 115 cursos de fi- sioterapia, sendo que 24 em instituições pú- blicas e 91 em particulares. Destes 115 cursos, 83 eram ministrados em Universidades e 32 em outros estabelecimentos de ensino. A mai- oria desses 115 cursos foram abertos nos últi- mos 7 anos. De acordo com informações do MEC/SESU/DEDES/CGSI/DPIES em novem- bro de 2000 existem 127 cursos de fisioterapia funcionando no Brasil. Ainda de acordo com esse censo do MEC, no ano de 1998 foram matriculados 34.383 alu- nos em cursos de fisioterapia no Brasil e 3.087 alunos foram graduados. Aparentemente terí- amos apenas 9% dos alunos dos cursos de fisi- oterapia concluindo a graduação. Porém, é pre- ciso lembrar que uma grande maioria dos 115 cursos até 1998, foi aberta entre 1995 a 1998, sem tempo para se formar a primeira turma. O mesmo acontecerá com os novos cursos aber- tos nos últimos 4 anos. De qualquer forma, não se pode ignorar a evasão do curso. Essa evasão também ajudaria a explicar o fato de que ape- nas 9% dos alunos matriculados em 1995 te- nham concluído o curso. Uma evasão muito grande no número de alunos dos cursos de fi- sioterapia mostraria apenas mais uma irresponsabilidade e falta de planejamento das autoridades competentes. Enfim, uma estima- tiva da real capacidade do mercado brasileiro em formar novos profissionais em fisioterapia fica comprometida pela falta de dados. Vamos fazer uma projeção conservadora e assumir arbitrariamente que até o começo do ano 2001 tenhamos 130 cursos de fisioterapia funcionando no Brasil. Vale lembrar que para o COFFITO existem hoje no Brasil cerca de 200 cursos. Uma projeção, baseada no número de 34.383 vagas oferecidas nos 115 cursos de fisi- oterapia em 1998, daria um total de 38.868 va- gas oferecidas em 2001. Vamos assumir uma evasão muito grande de 20% ao ano durante 4 anos. Estes números dariam uma estimativa muito conservadora de 7.774 alunos que pode- riam se graduar a cada ano a partir de 2005. Por outro lado, não existe um estudo mos- trando quantos profissionais de fisioterapia já foram formados e quantos desses estão atu- ando no mercado. Estima-se que mais de 40 mil alunos já tenham se graduado em fisiote- rapia e que 50% destes profissionais estejam atuando no mercado de trabalho como fisio- terapeutas. Isto é, existiria uma média de 8.250 habitantes para cada fisioterapeuta no Brasil, se considerarmos os que estão atuando no mercado. De acordo com a Organização Mun- dial da Saúde (OMS), esta média deveria ser de 1500 habitantes para cada fisioterapeuta, o que projetaria um mercado brasileiro de 110 mil fisioterapeutas. Como apenas 50% dos fisioterapeutas ha- bilitados estão exercendo a profissão deve existir uma demanda reprimida muito gran- de no país. Acredito que esta demanda repri- mida se deva ao poder aquisitivo da popula- ção e ao fato da fisioterapia ainda não ter mos- trado as suas diversas aplicações no mercado brasileiro. A fisioterapia é um campo novo de atuação na área da saúde e é necessário tem- po para que a profissão ocupe todos os espa- ços no mercado. Porém, com a revolução introduzida pela era da informação os nichos profissionais da fisioterapia tendem a ser ocu- pados rapidamente. Dessa forma, temos um Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 2000 57 mercado em expansão, porém com uma capa- cidade já instalada de formar mais de 7.774 alunos por ano. Independente da exatidão das projeções, uma análise dos dados de 1998 já projetava um grande saturamento de merca- do a curto prazo se não fossem tomadas medi- das disciplinares. O que se viu foi um cresci- mento na oferta de novos cursos. Por outro lado, se assumirmos uma média de 20 professores fisioterapeutas por curso teríamos um mercado para 2.540 professores. Existe uma cobrança do MEC para que as Ins- tituições de Ensino Superior (IES) contratem professores titulados em cursos de pós-gradu- ação stricto sensu. No Brasil temos apenas um curso de Mestrado Acadêmico e um de Mestrado Profissionalizante em fisioterapia aprovado pela CAPES e relacionado direta- mente com a área da fisioterapia. Neste senti- do, existe uma demanda muito grande por cursos de pós-graduação stricto sensu em fisi- oterapia no Brasil, uma vez que o número de professores universitários fisioterapeutas com mestrado e principalmente com doutorado é mínimo no Brasil. Por outro lado, o número de pesquisadores e cientistas no Brasil na área da fisioterapia também é muito pequeno. Do credenciamento profissional Não existe no Brasil ainda nenhuma co- brança em termos de conhecimento e capacitação profissional dos bacharelados em fisioterapia, para que os mesmos sejam credenciados a trabalharem no mercado. Em outras palavras, na realidade atual o mercado pode potencialmente já estar saturado consi- derando a demanda vigente. Esta realidade criou uma cultura fértil para a proliferação de programas ditos de pós-graduação indepen- dentes. Os profissionais procuram nestes pro- gramas um diferencial na sua qualificação que os coloque em condições privilegiadas para atuar no mercado de trabalho. Da qualidade do ensino de graduação em fisioterapia no Brasil Dos cursos de graduação No meu entendimento, os currículos dos cursos de fisioterapia no Brasil não foram montados baseados no ensino das competên- cias e habilidades do fisioterapeuta. As enti- dades governamentais e de classe que deveri- am normalizar e definir estas competências e habilidades têm se preocupado mais com os aspectos formais dos currículos (i.e., carga horária, duração e relação aluno professor). Sem uma lógica do conhecimento que norteie a formação profissional, o credenciamento e avaliação dos cursos de fisioterapia não podem ser feitos de forma competente. O resultado tem sido, a meu ver, uma abertura indiscriminada e irresponsável de cursos de fisioterapia no Brasil. Sem uma visão clara de como deve ser o ensino da fisioterapia é natu- ral observar uma fragmentação e descoorde- nação no ensino dos conceitos que fundamen- tam esta profissão. Este problema é também refletido na baixa qualidade do material didá- tico utilizado nestes cursos. Nesse contexto fica difícil avaliar a quali- dade dos cursos de fisioterapia no Brasil. Duas iniciativas de revistas brasileiras em avaliar esses cursos de fisioterapia não levam em con- sideração o ensino da habilidade e competên- cias que deveriam ser ensinadas para o alu- no. Elas são baseadas em percepções subjeti- vas de alguns profissionais da área e a meu ver não refletem a realidade da qualidade dos cursos de fisioterapia no mercado brasileiro. Apesar da decisão do MEC de acabar com o currículo mínimo é preciso lembrar que exis- te muito mais comunalidades no ensino da fi- sioterapia do que especificidade. As disfunções motoras e a forma de tratá-las transcendem as barreiras geográficas e as pe- culiaridades regionais. Em 1998, tínhamos 1.103.808 vagas do ensino superior sendo ofe- recidas no Interior do país, contra 1.022.150 nas capitais, em 1990 esses números eram res- pectivamente 763.935 e 776.145 vagas. Apesar da interiorizarão do ensino superior ser posi- tiva é preciso ter cautela quando se trata de cursos da área da saúde. Um curso de fisiote- rapia precisa oferecer condições variadas de treinamento prático nas áreas de musculo- esquelética, neuro-muscular, intertegumentar e cardio-pulmonar. Uma cidade pequena e de porte médio não tem a variedade de clientes/ pacientes necessária para que o aluno tenha uma formação e experiência prática generalista. Vale lembrar que são poucos os Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 200058 cursos de fisioterapia no Brasil que oferecem uma formação teórico-prática generalista. Da abertura de novos cursos de graduação É preciso parabenizar a iniciativa do MEC com as portarias 640 e 641 de 13/05/97 que viabilizou a criação da Comissão de Especia- listas do Ensino em Fisioterapia junto à Se- cretaria do Ensino Superior. Essa Comissão estabeleceu os critérios e mecanismos para a abertura de novos cursos de fisioterapia em Instituições de Ensino Superior que não se- jam Universidades. Ela também avalia as con- dições das Instituições de Ensino Superior que não são universidades (i.e., faculdades) para abrir novos cursos de fisioterapia. Vale lem- brar que as universidades gozam do direito de abrir novos cursos sem passar pelo crivo des- ta Comissão. Dos cursos de pós-graduação Os erros de planejamento curricular obser- vados no ensino da graduação acabaram sen- do cometidos nos dois cursos de pós-gradua- ção Strictu Sensu aprovados pela CAPES e re- lacionados com a fisioterapia. De um modo geral tenho observado que as disciplinas ofe- recidas em vários programas de pós-graduação no Brasil estão relacionadas com a área de atu- ação do professor do programa e não com a ló- gica do ensino de um programa de pós-gradu- ação. No entanto, merece nota o esforço destes dois programas em corrigir estes erros. Esta situação é ainda mais crítica nos pro- gramas ditos de especialização e entitulados de pós-graduação. Estes programas são ofere- cidos geralmente por pessoas jurídicas (em- presas, universidades) e físicas (profissionais) sem nenhum critério acadêmico e muitas ve- zes sem uma fundamentação técnico-científi- co. Alguns destes programas são inclusive validados por entidades de classe. Existem também os cursos de especialização que vêm sendo aprovados pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. A meu ver, falta uma lógica do conhecimento e de critéri- os técnico-científicos para a aprovação e implementação destes programas de especia- lização. É também comum observar uma fal- ta de qualificação acadêmico científica míni- ma em cursos de doutorado do corpo docente que ministra estes cursos de especialização. É acertada a atitude do COFFITO de acatar as decisões do MEC no que diz respeito aos cri- térios para a aprovação dos cursos de especia- lização. Da fisioterapia nos Estados Unidos As comunalidades na área da saúde são maiores do que as diferenças e transcendem as fronteiras dos países. Por esta razão, estas áreas precisam estar atentas ao mercado mun- dial. Existe no mundo uma variação muito grande na definição das competências do fisio- terapeuta, indo de cursos seqüenciais em al- guns países a cursos de bacharelados em ou- tros. Descreverei brevemente a experiência americana por julgá-la de maior sucesso no ensino da fisioterapia. A partir do ano 2002 a American Association of Physical Therapy (APTA) abolirá o currículo mínimo de bacha- relado em fisioterapia e introduzirá a pós-gra- duação em Mestrado Profissionalizante como condição para que o candidato a fisioterapia possa prestar os exames da APTA e tentar obter o credenciamento profissional para atu- ar no mercado de trabalho. A idéia em um fu- turo próximo seria implantar o Doutorado Profissionalizante como critério para o candi- dato prestar os exames do credenciamento profissional. Ficará abolida a partir do ano 2002 a graduação em fisioterapia como condi- ção para que o aluno preste os exames do credenciamento. No entanto, para freqüentar o mestrado e o doutorado profissionalizante o aluno deverá demonstrar competência nas áreas das ciências básicas (biologia, matemá- tica, física, química, sociologia e psicologia). Do futuro da fisioterapia no Brasil Uma observação do desenvolvimento da fisioterapia no Brasil e no mundo nos leva a prever um aumento das áreas de atuação do fisioterapeuta dentro da ciência da saúde, com uma melhor definição de suas competências e capacitações. O mercado do futuro exigirá profissionais habilidosos, mas com uma boa fundamentação científica sobre os seus mé- todos de intervenção. Não bastará o diploma, mas principalmente a competência profissio- nal. Para tanto, deverá ocorrer uma seleção rigorosa dos profissionais antes que os mes- Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 2000 59 mos sejam colocados no mercado de trabalho. Esta seleção deverá ser feita através de exa- mes aplicados por entidades responsáveis pela fiscalização profissional. Deverá também ser exigido do profissional do futuro um treina- mento em cursos de pós-graduação de forma que ele possa se manter num processo de atu- alização constante. Academia Brasileira de Fisioterapia Para que esta profissão ocupe o lugar que lhe é de direito, precisamos estabelecer uma agenda para a profissão baseada em critérios estritamente técnicos e científicos. Para a im- plantação desta agenda precisamos de uma entidade forte que represente os interesses es- pecíficos da profissão. Dado o grande descon- tentamento profissional com as entidades de classe na área da fisioterapia é chegado a hora de criar a Academia Brasileira de Fisioterapia (ABFT). Para ser forte e representativa, a ABFT precisa estar alicerçada nas instituições de en- sino superior (IESs) da fisioterapia, públicas e privadas. Para ter o respaldo das IESs, a dire- toria da ABFT deve ser composta de profissio- nais que tenham um destaque profissional e acadêmico-científico no cenário nacional. Esta diretoria seria eleita de forma democrática em congressos científicos bianuais da categoria. Tenho a absoluta certeza que os profissionais saberão escolher a diretoria da ABFT basean- do-se em critérios puramente técnicos e cien- tíficos. A divulgação do currículo vitae destes candidatos à diretoria, incluindo formação, ex- periência profissional e produção científica deve ser mandatória. A diretoria da ABFT seria eleita num con- gresso científico convocado pelos cursos de fisioterapia. Ela deveria ter como objetivo principal a implantação de uma agenda míni- ma para a profissão. No meu entendimento, a criação da ABFT e a implantação da agenda mínima para a fisioterapia não podem ser en- tendidas como um ato político ou ideológico onde se confrontariam opiniões e forças polí- ticas atuantes dentro da fisioterapia. O desenvolvimento de uma agenda míni- ma também não deveria ser entendido como uma opção da categoria. Acredito que não te- mos escolha e que o desenvolvimento desta agenda é mandatório se quisermos manter a profissão com o reconhecimento de direito e de fato a que ela deve ter. Ao assumirmos em nossos ombros a responsabilidade pela regu- lamentação do ensino e do exercício da pro- fissão, baseados em critérios puramente téc- nicos e científicos, estaremos mostrando ao consumidor porque temos e devemos ser va- lorizados financeiramente pelo exercício pro- fissional. Ao demostrarmos a importância e as vantagens das condutas fisioterapêuticas, ba- seadas em critérios científicos, estaremos mostrando ao consumidor a melhor opção que ele deve fazer. Ao cobrarmos uma punição se- vera pelo exercício inapropriado da profissão estaremos mostrando ao consumidor a impor- tância da qualificação profissional. Creio que o resultado da implantação desta agenda mí- nima para a fisioterapia será um cliente mais contente e seguro com os serviços prestados pelo fisioterapeuta e um fisioterapeuta mais valorizado financeiramente e realizado profis- sionalmente. Para termos sucesso na implan- tação desta agenda nunca poderemos esque- cer as valiosas contribuições daqueles que fi- zeram ou têm feito os 35 anos da fisioterapia no Brasil uma realidade. Agenda da ABFT I - Da competência e habilidades do fisioterapeuta A primeira pauta da agenda da ABFT de- veria ser a realização de um estudo para defi- nir as competências e habilidades básicas para o ensino da fisioterapia nos diversos níveis (graduação, especialização, mestrado e douto- rado). Este estudo deveria ser fundamentado nos conhecimentos científicos publicados na área da fisioterapia em revistas indexadas e de impacto, nas experiências bem sucedidas de outros países e no campo de trabalho bra- sileiro. Estas competências e habilidades de- vem servir para elaborar os conceitos a serem ensinados para o aluno de fisioterapia. Estes conceitos devem servir como referencial para a avaliação do ensino da fisioterapia no Bra- sil, tanto ao nível de graduação como no de pós-graduação. Com este estudo respondere- mos a primeira questão básica sobre quais deveriam ser as habilidades e competências do fisioterapeuta ao término do curso de gra- Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 200060 duação ou de um programa de pós-graduação. A partir da definição destas habilidades e com- petências a ABFT elaboraria uma lista de con- ceitos a serem ministrados nestes cursos e programas. O ensino desses conceitos deve- ria ser organizado de forma propedêutica ga- rantindo uma lógica no ensino. Porém, o de- senvolvimento de uma tecnologia educacio- nal para a fisioterapia deveria ser feito pelos cursos de fisioterapia. II -Do controle da qualidade do ensino da fisioterapia A filosofia básica do controle de qualidade do ensino da fisioterapia deve ser o produto gerado pelos programas de ensino em fisiote- rapia e não a forma como este produto é gera- do. Em outras palavras, a ABFT deveria con- trolar a qualificação do profissional, se este tem ou não as competências nas habilidades estabelecidas para um determinado curso ou programa. O curso ou programa teria total li- berdade no estabelecimento da forma com que o ensino seria administrado. Caberia à ABFT o controle de qualidade da formação profissi- onal e a emissão de um selo de qualificação profissional (QF). Este selo seria emitido para o profissional e não para o programa. A ABFT divulgaria anualmente o índice de aprovação e nota dos alunos nos cursos e programas. II. 1. Cursos de graduação e especialização Para os cursos de graduação e especializa- ção o controle de qualidade seria feito através da aplicação de um exame rigoroso de qualifi- cação profissional que meça as competências e habilidades do aluno. Este exame seria base- ado na lista de conceitos a serem ministrados nestes cursos e programas e definida pela ABFT. A aplicação deste exame seria feita por professores de comprovada competência pro- fissional e acadêmico-científica com titulação mínima de doutor. O pagamento dos custos da aplicação deste exame seria feito com a cobran- ça de taxas dos alunos que prestarem o exame. Este exame seria aplicado anualmente e váli- do para todo o território nacional. II.2. Programas de pós-graduação Nos casos dos programas de pós-graduação avaliados pela CAPES, a ABFT deveria refe- rendar esta avaliação. Porém, a ABFT deveria orientar a CAPES sobre as competências e habilidades que deveriam ser avaliadas nes- tes programas. A ABFT emitiria um selo de qualidade para todos os profissionais gradua- dos nestes cursos de pós-graduação. III. Credenciamento profissional III. 1. Bacharéis em ciência, graduados em fisioterapia depois da criação da ABFT A ABFT faria todas as gestões possíveis para viabilizar legalmente junto às instituições com- petentes para que o CREFITO e COFFITO pas- sem a exigir a aprovação no exame de qualifi- cação profissional como requisito mínimo para que os alunos graduados em fisioterapia pos- sam ser credenciados ao exercício da profissão. De nada adianta as entidades de classe e go- vernamentais, em especial ao COFFITO, argu- mentar que não cabe a si a responsabilidade de controlar a qualidade dos profissionais for- mados pelo curso de graduação. Se a lei não estabelece para uma entidade a sua responsa- bilidade social é preciso lutar para mudar essa lei. O importante é que todos os fisioterapeu- tas e entidades assumam o compromisso de lutar pela qualidade do ensino e do profissio- nal que será colocado no mercado. III. 2. Bacharéis em ciência, graduados em fisioterapia antes da criação da ABFT Os profissionais já credenciados pelo CREFITTO continuariam gozando de seus di- reitos adquiridos e portanto podem continuar exercendo a profissão. O exame de qualifica- ção seria opcional para estes profissionais. Po- rém a ABFT deveria recomendar também a estes profissionais que façam o exame de qua- lificação profissional. Para os profissionais já estabilizados no mercado, principalmente os liberais, o exame de qualificação talvez seja um selo dispensável. Porém, o mercado teria a opção de escolher entre os profissionais credenciados pelo exame de qualificação pro- fissional e os que não prestaram este exame. III. 3. Especialistas Para obter o selo de qualidade da ABFT numa especialidade, o profissional precisaria ser aprovado num exame de qualificação pro- fissional da ABFT. Aos alunos aprovados nes- Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 2000 61 te exame seria concedido um selo de qualifi- cação profissional na especialidade cursada. III. 4. Mestrado e doutorado profissionalizante A ABFT daria um tempo para que as IESs abram cursos de mestrado e doutorado profissionalizantes e a médio prazo exigiria a conclusão do mestrado profissionalizante como requisito para que o aluno preste o exame de qualificação profissional. A longo prazo a ABFT exigiria o doutorado profissionalizante como critério para que o aluno preste o exame de qualificação profissional. O mestrado e o doutorado profissionalizante é uma tendência do ensino de fisioterapia ame- ricano e acredito que será mundial. Apesar do grande número de professores universitários que estão procurando nos cursos de pós-gra- duação Strictu Sensu a qualificação exigida pelo MEC, a grande maioria dos fisioterapeu- tas está fora deste mercado universitário. A maioria dos fisioterapeutas que está exercen- do a profissão não gostaria de seguir a carreira acadêmica, mas precisa de um programa de pós-graduação profissional. Estes programas profissionais devem reciclar estes profissionais e dar-lhes as ferramentas básicas para que pos- sam acompanhar o desenvolvimento científi- co em suas áreas de atuação. O debate sobre os cursos profissionali- zantes não deve ser ideológico. O treinamen- to profissionalizante não pode ser entendido como concorrente do acadêmico. As principais universidades mundiais oferecem as duas for- mas de treinamento (acadêmico e profis- sionalizante) e nem por isto deixaram de ter destaque no cenário científico internacional. Precisamos de cientistas na área da fisiotera- pia, formados nos programas de doutorado acadêmico (Strictu Sensu) que sejam capazes de produzir conhecimento. Também precisa- mos de fisioterapeutas formados em progra- mas de doutorado profissionalizante, que sai- bam ler e interpretar a produção destes conhe- cimentos e implementá-los durante o exercí- cio profissional. III. 5. Mestrado e doutorado acadêmicos Como vimos existe no Brasil uma deman- da muito grande para cursos de mestrado e doutorado Strictu Sensu. Esses programas in- teressam aos candidatos que queiram seguir a carreira universitária e se tornarem pesqui- sadores. A ABFT deve incentivar a abertura desses programas no Brasil. Para tanto é pre- ciso que haja um investimento no Brasil em três níveis. Primeiro, incentivar os fisiotera- peutas que fazem mestrado ou doutorado aca- dêmico no Brasil em outras áreas (i.e., biolo- gia) a direcionarem suas pesquisas para a fi- sioterapia. Segundo, reivindicar junto às ins- tituições de fomento à formação dos profes- sores um aumento das cotas de bolsas de dou- torado para o exterior na área da fisioterapia. Terceiro, incentivar a abertura de programas de mestrado e doutorado acadêmico nas ins- tituições nacionais. Para a abertura desses programas a ABFT deve reivindicar juntos as instituições nacionais que contratem profis- sionais qualificados no exterior para ajudar na implantação desses programas. A ABFT deve reconhecer apenas os progra- mas de pós-graduação brasileiros que sejam aprovados pela CAPES ou os programas in- ternacionais cujos títulos sejam reconhecido pelas instituições de ensino superior publicas. Em especial, a ABFT deve aconselhar aos fi- sioterapeutas que não cursem os cursos de pós-graduação à distância. O treinamento ci- entífico é um processo longo que envolve muito trabalho e dedicação. De nada adianta as tentativas que objetivam principalmente evitar os caminhos das pedras. A obtenção de uma titulação nesses programas à distância certamente não garantirá a aquisição da com- petência profissional. IV. Titulação profissional A ABFT deve padronizar o uso da titulação profissional conforme o mérito demonstrado via a qualificação acadêmica. A lógica básica é que o profissional, por princípio ético, pode e somente deve fazer uso de um título se ele realmente o conquistou. O uso inapropriado e indiscriminado da titulação nivela por baixo a qualificação profissional. As siglas e os títu- los poderiam ser padronizados da seguinte for- ma: FT (fisioterapeuta bacharel em ciência). Con- cedido a alunos graduados em fisioterapia. FTSQ (fisioterapeuta bacharel em ciência com selo de qualificação profissional). Conce- Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 200062 dido a profissionais graduados em fisiotera- pia e aprovados no exame de qualificação pro- fissional da ABFT. MC (mestre em ciência). Concedido a pro- fissionais graduados em mestrado Strictu Sensu reconhecido pela CAPES ou por uma IES pública, no caso do mestrado estrangeiro. MP (mestre profissionalizante). Concedido a profissionais graduados em mestrado profissionalizante reconhecido pela CAPES ou por uma IES pública, no caso do mestrado estrangeiro. DP ou DPT (doutor profissionalizante). Con- cedido a profissionais graduados em doutora- do profissionalizante reconhecido pela CAPES ou por uma IES pública, no caso do doutorado profissionalizante estrangeiro (DPT). DC ou Ph.D. (doutor em ciência). Concedi- do a profissionais graduados em doutorado Strictu Sensu reconhecido pela CAPES ou por uma IES pública no caso do doutorado estran- geiro (Ph.D.). Esta titulação seria usada após o nome do profissional e em ordem de titulação (i.e., FTSQ, MS, Ph.D). Os programas de especialização não confe- rem titulação. A ABFT faria as gestões necessá- rias para que o CREFFITO adote esta nomen- clatura. A partir desta aprovação ficaria abolido o uso de títulos não conquistados na academia. V. Da fiscalização do ensino Como filosofia a ABFT não exerceria ne- nhuma ação fiscalizadora do número de cur- sos e programas, carga horária e questões curriculares relacionadas aos cursos de gra- duação e programas de especialização em fi- sioterapia. Esta ação fiscalizadora deveria ser exercida pelo consumidor, ou seja pelo aluno. Caberia ao aluno consultar o índice de apro- vação anual dos alunos nos exames de quali- ficação profissional para os cursos ou progra- mas. A ABFT orientaria os alunos dos progra- mas de graduação e especialização em fisiote- rapia que processem juridicamente as pesso- as jurídicas (instituições de ensino ou organi- zações) ou físicas que ministrarem estes cur- sos ou programas, por perdas e danos, caso a maioria de seus alunos (50% mais um) não consigam a aprovação no exame de qualifica- ção profissional da ABFT. VI. Do exercício profissional VI. 1. Da colocação no mercado de consumo de método, técnica e protocolo de intervenção fisioterapêutica Como filosofia todo profissional proponen- te de um procedimento fisioterapêutico tem a obrigação moral e ética de provar, cientifica- mente, a eficácia de seu método, técnica, pro- tocolo ou procedimento de intervenção fisioterapêutica antes que o mesmo seja colo- cado no mercado de consumo. A ABFT faria as gestões necessárias para que as autoridades competentes exijam estu- dos científicos, sobre a eficácia de qualquer mé- todo, técnica, protocolo ou procedimento de in- tervenção fisioterapêutica antes que os mes- mos sejam colocados no mercado de consumo. Caberia à ABFT a avaliação da eficácia destes procedimentos fisioterapêuticos e a emissão de um selo de consumo (SC) para estes procedi- mentos. A comissão que avaliaria estes proce- dimentos seria composta por profissionais com titulação mínima de doutorado acadêmico. O critério básico para submeter um procedimen- to fisioterapêutico a um selo de consumo seria a publicação de um trabalho científico mostran- do a eficácia do procedimento fisioterapêutico. Este trabalho deveria ser publicado em revis- tas indexadas e com um índice de impacto aci- ma de 1. A comissão científica poderia negar, exigir novos estudos ou aprovar a procedimen- to fisioterapêutico, concedendo um selo de con- sumo. A ABFT faria as gestões necessárias jun- to aos órgãos competentes do Ministério da Saúde para que paguem os custos envolvidos na avaliação destes procedimentos. A ABFT faria as gestões junto ao COFFITO e CREFITOS para que fiscalizem e aceitem a colocação no mercado brasileiro apenas dos procedimentos fisioterapêuticos com o selo de consumo da ABFT. VI. 2. Do uso de método, técnica e protocolo de intervenção fisioterapêutico Todo fisioterapeuta teria a obrigação moral e ética de utilizar apenas método, técnica, pro- tocolo ou procedimento de intervenção fisioterapêutica que tenha sido validado pelo crivo científico. Estas informações devem ser disponibilizadas a qualquer momento aos cli- entes, consumidores destes procedimentos. Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 2000 63 A ABFT faria as gestões junto ao CREFFITO e COFFITOs para que exijam e fiscalizem os profissionais quanto ao uso apenas de método, técnica, protocolo ou procedimento de interven- ção fisioterapêutica que sejam referendados pelo selo de consumo da ABFT. O uso de proce- dimentos fisioterapêuticos sem o selo de con- sumo deve gerar um processo disciplinar po- dendo levar ao descredenciamento profissional. VII. Divulgação da eficácia dos procedimentos fisioterapêuticos Como princípio geral, todo consumidor tem o direito às informações científicas sobre o tipo de atendimento que irá receber. Porém, não cabe ao consumidor enquanto leigo a avalia- ção da eficácia do atendimento. Por outro lado, os órgãos governamentais responsáveis pela normatização da saúde no Brasil têm a obriga- ção moral e ética de informar ao público sobre a eficácia de qualquer método de tratamento. Caberia a ABFT fazer gestões junto aos forma- dores de opinião, entidades governamentais normalizadoras da área da saúde para que ori- entem os consumidores a exigirem o selo de consumo da ABFT antes de se submeterem a um determinado tipo de tratamento. VIII. Da promoção e divulgação do estudo científico De nada adianta a comunidade acadêmica científica dizer que precisamos de uma fisiote- rapia fundamentada em critérios científicos se não formos capazes de mostrar à sociedade que é possível fazer fisioterapia com ciência. Para tanto, a ABFT incentivaria a produção do co- nhecimento científico e sua divulgação junto à comunidade. Para a divulgação do conhecimen- to científico, a ABFT usará a Internet, um pe- riódico científico e os Congressos Brasileiros Científicos de Fisioterapia VIII.1. Divulgação de estudos científicos - Homepage Para a divulgação dos estudos científicos a ABFT criaria uma área na sua homepage (di- vulgação científica) interligada com a homepage das principais revistas científicas, listando as publicações na área. Nesta área de divulgação científica os profissionais e cien- tistas da área poderão debater estes trabalhos. - Revista científica de Fisioterapia A ABFT se responsabilizaria pela viabilidade de uma revista científica de fisioterapia como veículo científico para a publicação da produ- ção científica nacional sobre a fisioterapia. Para garantir a circulação desta revista, a ABFT envi- aria às entidades de fomento à pesquisa um pro- jeto para o financiamento desta revista. É impor- tante que a ABFT faça gestões junto a estas enti- dades para convencê-las a apoiar de forma subs- tancial a publicação de uma única revista cientí- fica na área da fisioterapia. A publicação de vári- as revistas na área dispersa a alocação de recur- sos financeiros e humanos e compromete a qua- lidade das revistas. Por esta razão, as autorida- des governamentais deverão ser incentivadas a apoiarem apenas a publicação de um veículo. É lamentável observar que ainda não temos no Brasil nenhuma revista científica com índice de impacto acima de 1 em nenhuma área do co- nhecimento. Isto se deve a uma dispersão irres- ponsável de recursos financeiros e humanos. Com o rigor cientifico virá o reconhecimento e a credibilidade da revista. A ABFT também fa- ria um convênio com uma editora no Brasil para a confecção, divulgação e viabilização financei- ra desta revista. Esta revista não ficaria vincu- lada a nenhuma IES, porém continuaria man- tendo uma linha editorial independente. Vale lembrar que toda iniciativa privada no sentido de criar novos veículos de divulgação científica é bem-vinda e deve ser incentivada. - Congresso Brasileiro Científico de Fisioterapia O Congresso Brasileiro Científico de Fisio- terapia seria organizado pela ABFT a cada dois anos. Este deve ser o palco principal de apre- sentação, divulgação e discussão dos avanços científicos da fisioterapia. A ABFT procuraria apoio junto às entidades governamentais para este evento. A comissão organizadora seria composta apenas de professores doutores e os critérios de seleção dos trabalhos a serem apre- sentados e dos oradores convidados devem ser estritamente científicos. Vale lembrar que este é um requisito para obter apoio governamen- tal. A ABFT divulgaria em cada congresso os números dos trabalhos científicos apresenta- dos no anterior, com os números dos trabalhos que foram publicados em revistas indexadas. VIII.2. Incentivo à produção científica Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 200064 A ABFT faria gestões junto às agências financiadoras de pesquisa no Brasil (CNPq, CAPES, FAPESP, FINEP, PRONEX) para que desenvolvam e apoiem programas de incenti- vo à produção dos conhecimentos científicos na área da fisioterapia. A ABFT reivindicaria junto a estas agências uma cota de bolsas e de apoio financeiro a projetos de pesquisa pro- porcional a representatividade da fisioterapia no cenário da saúde brasileira. Para as bolsas de mestrado e doutorado no Brasil, a ABFT recomendaria aos programas de pós-graduação no Brasil que dêem preferên- cias aos estudantes de fisioterapia que tenham um aproveitamento acima de 80% no exame de qualificação profissional. A mesma reco- mendação seria encaminhada às agências que concedem bolsas de doutorado no exterior. - Prêmio à produção científica A ABFT deve reivindicar junto ao CNPq uma distribuição mais equânime das bolsas de produtividade científica, proporcional à representatividade da fisioterapia no cenário da saúde brasileira. Para as bolsas de produti- vidade científica concedidas pelo CNPq a pes- quisadores nacionais a ABFT reivindicará que os critérios para a concessão destas bolsas se- jam o da “produtividade científica” compro- vada via a publicação de trabalhos científicos em revistas científicas indexadas e conside- rando o nível de impacto da revista. Não se pode conceder uma bolsa de produtividade científica a uma pessoa que nunca publicou uma única linha em revistas científicas indexadas durante a vigência da bolsa. IX. Da qualificação dos docentes A ABFT apoiaria o MEC na sua política de exigir que as IESs tenham em seus quadros de docentes preferencialmente professores com titulação mínima de doutor obtida em programas reconhecidos e aceitos pela comu- nidade acadêmica nacional e internacional. X. Da conscientização do aluno A ABFT elaboraria uma cartilha para os alunos dos cursos de graduação e de especia- lização em fisioterapia mostrando que a titulação nestes programas não garante o di- reito automático ao exercício profissional. Esta cartilha delegaria ao aluno a responsa- bilidade pela escolha do curso ou programa. No entanto, a ABFT daria aos alunos os ele- mentos necessários para que ele avalie o seu curso ou programa. Entre estes elementos deverá constar a qualificação do quadro do- cente, tipos de laboratórios, estágios. Para os programas de especialização e de pós-gradu- ação, a ABFT recomendaria aos alunos que somente freqüentem apenas os programas ministrados por profissionais com uma titulação mínima de doutor. A ABFT instrui- ria os alunos que exigissem a apresentação do currículo vitae do professor e do índice de aprovação no exame de qualificação da ABFT. O aluno deveria evitar os “cursos de especialização” ministrados por professores que não tenham trabalhos científicos publi- cados em revistas científicas de impacto na sua área de atuação. A ênfase na titulação dos professores em programas de doutorado não deveria ser enten- dida como uma forma de reserva de mercado para os poucos fisioterapeutas já qualificados no Brasil. A produção dos conhecimentos ci- entíficos e a sua complexidade têm crescido muito na área da fisioterapia. Sem um curso sólido em um programa de pós-graduação, re- conhecido pela comunidade científica, o fisio- terapeuta provavelmente será incapaz de en- tender o estado de arte do conhecimento cien- tífico em sua área de atuação. Para a leitura, interpretação e divulgação dos conhecimentos científicos atuais é necessário um treinamen- to mínimo em programas de doutorado. XI. Dos convênios de saúde A ABFT deveria processar juridicamente todas as empresas de seguro saúde que ofere- çam os serviços de fisioterapia, mas se recu- sam a credenciar estes profissionais. XII. Do credenciamento de cursos A ABFT fazeria gestões junto ao MEC para que não fossem reconhecidos ou que fossem descredenciados os cursos de graduação e os programas de especialização cuja a maioria dos alunos (50% mais um) não obtivessem aprovação no exame de qualificação profissi- onal da ABFT. Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 2000 65 Resumos de congressos e trabalhos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Análise das propriedades físico-químicas do muco respiratório após drenagem postural, tapotagem e técnica de expiração forçada. As manobras de higiene brônquica (MHB) têm sido indicadas tanto para pacientes com expectoração diária superior a 30ml, quanto para aqueles com presença de pequena quantidade de secreção. A análise das propriedades físico-químicas do muco res- piratório pode ser de grande valia para revelar as características do muco expectorado durante as MHB. Desta maneira este trabalho tentou estabelecer uma relação entre a efetividade das técnicas fisioterapias e a quantidade e a qualidade do muco respiratório removido por elas, ou seja, avali- ar as propriedades físico-químicas do muco respiratório expectorado durante as manobras. Foram avaliadas amostras de muco de 12 pacientes portadores de bronquiectasia dos tipos cilíndrica e ou varicosa. Os pacientes foram submetidos a Drenagem postural, Tapotagem e Técnica de expiração forçada (sendo as duas associadas a drenagem postural), além de uma sessão Controle e entre cada conduta um intervalo de 48 horas. Em cada conduta foram coletadas quatro amostras de muco expectorado: inicialmente, e após três sessões de vinte minutos cada, sendo armazenado a - 20 0 C . Além da coleta e aná- lise das propriedades físico-químicas do muco, os pacientes fo- ram avaliados quanto aos seguintes itens: anamnese, exame físi- co do tórax, sinais vitais, espirometria e medida do pico do fluxo expiratório . Como em outros estudos a espirometria nos serviu apenas para registrar a cronicidade dos pacientes estudados. Já quanto a quan- tidade e qualidade do muco expectorado pudemos observar for- tes tendências de que a tapotagem aplicada em torno de 260 bati- das por minuto, removeu um volume maior de muco ao longo dos tempos estudados além do muco apresentar menor teor de água. Além disso ao final da última sessão da mesma conduta o muco expectorado apresentou menor transportabilidade em palato de rã, sugerindo ser muco de pior perfil reológico. Valores estatisticamente significantes (p< 0,05)foram encon- trados ao analisarmos ao longo dos tempos da conduta Controle, onde observamos que o muco expectorado após a última sessão apresentou ângulo de adesão próximo da normalidade, o que nos leva a inferir que como as demais técnicas não contribuem para a piora das qualidades físico-químicas do muco respiratório, elas muito provavelmente recuperem muco com pior perfil reológico, o que somente pela tosse não conseguiria fazê-lo. Ramos EMC; Jardim JRB; Faresin SM; Ramos D; Saldiva PHN - UNIFESP/ FCT-UNESP, Presidente Prudente, SP, Xo Simpósio internacional de Fisioterapia respiratória, IIIo Congresso brasileiro de Fisioterapia respiratória, 27 a 30 de setembro de 2000, Gramado, RS Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 200066 Análise da variação da pressão expiratória máxima espontânea e na tosse manualmente assistida A fisioterapia respiratória tem como sua maior e mais tradi- cional característica a higienização brônquica. Sua fundamenta- ção baseia-se, desde seus primórdios, em técnicas que objetivam, através da ação da gravidade e de manobras que incidem pulsos vibratórios sobre o tórax, a eliminação de secreções retidas no sistema respiratório. Mais recentemente, a Tosse Manualmente Assistida (TMA) vem se destacando em nosso arsenal terapêutico como uma técnica capaz de mimetizar a tosse, produzindo a otimização da relação esforço paciente e limpeza brônquica. O objetivo deste estudo foi verificar a eficácia da TMA em aumen- tar a Pressão Expiratória Máxima (Pemax). O estudo foi realizado na Clínica Escola do Serviço de Fisioterapia da Universidade Fe- deral da Paraíba (UFPB), no período de setembro a novembro de 1996. Incluiu uma amostra de 50 indivíduos normais seleciona- dos ao acaso, sendo 33 mulheres e 17 homens apresentando uma média de idade de 24 anos (variando de 19 a 36 anos). Para medir a Pemax espontânea e a Pemax associada a TMA, foi utilizado um manovacuômetro com variação de 0 a +150 CmH2O para a mensuração dos dados, tendo sido analisados em todos os indiví- duos a partir de uma insuflação máxima com uma pausa pós- inspiratória de 2s. Os resultados mostraram uma diferença significativa para o nível de significância adotado de 5% (a = 0,05) para p = 0,000. A Pemax espontânea apresentou uma média de 111,4400 e a Pemax associada a TMA de 126,8800. De acordo com os resultados apre- sentados, a tosse manualmente assistida (TMA) induz ao aumento significativo da pressão expiratória máxima, aumentando conse- qüentemente a eficácia da tosse e promovendo assim, o incre- mento da expectoração de secreção. Fisioterapia respiratória em traumatismo torácico O traumatismo torácico é responsável por 25% das mortes em pacientes politraumatizados. Assim sendo, torna-se imprescindí- vel uma abordagem fisioterapêutica especializada, visando a me- lhora da ventilação e, conseqüentemente, a melhora da qualidade de vida do paciente. Como é sabido, tal tipo de trauma propicia sérias complicações, as quais se não tratadas de maneira imediata e de forma correta e eficiente, podem traduzir-se em óbito do paci- ente pelo fato de relacionarem-se de forma direta com uma das necessidades mais vitais do ser humano, a respiração. O objetivo do presente estudo é o de demonstrar alguns tipos de lesões en- contradas nestes pacientes (confirmadas através de estudos de imagens radiológica e tomográfica), bem como o uso e a ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Pontes CS; Ribeiro KSQS; Andrade DEM; Duarte ACM - Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Serviço de Fisioterapia, Clínica Escola, João Pessoa, PB, Xo Simpósio internacional de Fisioterapia respiratória, IIIo Congresso brasileiro de Fisioterapia respiratória, 27 a 30 de setembro de 2000, Gramado, RS Koch RC; Meinert J, Daudt CAS - Hospital Municipal São José, Serviço de Fisioterapia, Joinville, SC, Xo Simpósio internacional de Fisioterapia respiratória, IIIo Congresso brasileiro de Fisioterapia respiratória, 27 a 30 de setembro de 2000, Gramado, RS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 2000 67 aplicabilidade das respostas adquiridas no ambiente hospitalar através de alguns dos recursos terapêuticos destinados ao traumatizado de tórax. O período de estudo limita- se entre 1º de fevereiro a 30 de maio de 1999, quando foram atendidos pela fisio- terapia, um total de nove pacientes que apresentavam traumatismo torácico, alguns com outras lesões associadas, vítimas de aciden- tes de trânsito e quedas de altura. A maior incidência de costelas fraturadas concentrou-se no 6º arco costal, em todos os nove paci- entes, e destaca-se ainda um paciente com fratura do 1º arco costal. As complicações imediatas às fraturas de costelas foram o pneumotórax em todos os nove pacientes e hemopneumotórax em três do total. As condutas fisioterapêuticas aplicadas variaram en- tre padrões ventilatórios insuflativos, estimulação diafragmática e inspirometria de incentivo, através do uso de incentivador inspiratório a volume. Dos nove pacientes atendidos e submetidos à toracotomia para colocação de dreno de aspiração, dois vieram a óbito, sendo que uma das causas foi atribuída ao traumatismo crâ- nio-encefálico e a outra por cirrose hepática. Dois pacientes neces- sitaram de ventilação artificial invasiva através de tubo oro- traqueal, evoluindo para traqueostomia; dois pacientes apresenta- ram pneumonia nosocomial por Staphilococcus aureus; um paci- ente evoluiu com tuberculose pleural e os demais evoluíram ape- nas com as complicações diretas do trauma. Em todos os nove ca- sos, observou-se a eficácia das condutas adotadas, apesar de algu- mas terem proporcionado respostas de maneira mais rápida, já outras nem tanto. Logo, tais condutas carecem de estudos mais aprofundados com o intuito de aprimorá-las, bem como o possível surgimento de novas técnicas que venham a auxiliar tanto o fisio- terapeuta, quanto o paciente em tratamento. Estudo comparativo sobre o uso de CPAP e RPPI com máscara facial em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca Introdução: A agressão transoperatória durante a cirurgia car- díaca leva à alterações no sistema respiratório com repercus- sões na mecânica ventilatória e função pulmonar. O CPAP (Pres- são Positiva Contínua nas Vias aéreas) e exercícios com RPPI (Respiração com Pressão Positiva Intermitente) são técnicas uti- lizadas para minimizar as complicações pulmonares no pós ope- ratório. Objetivo: Foi verificar a eficiência do uso de CPAP e RPPI na função pulmonar, na força muscular respiratória e nos índi- ces de oxigenação, em pacientes no POI de cirurgia cardíaca. Material e Métodos: Foram estudados 62 pacientes, sendo 40 do sexo masculino. Os pacientes foram randomizados nos grupos de: VR (13 pacientes de cirurgia valvar submetidos a RPPI com idade 35±14 anos); VC (15 pacientes de cirurgia valvar submeti- dos a CPAP com idade 48±15); RR (17 pacientes de revascularização do miocárdio submetidos a RPPI com idade ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Feltrim MIZ; Peres D; Mantelato AL; Nozawa E; Carmona MJ; Auler Jr. JOC - Serviço de Fisioterapia e Anestesia do Instituto do Coração (InCor) HCFMUSP, São Paulo, SP, Xo Simpósio internacional de Fisioterapia respiratória, IIIo Congresso brasileiro de Fisioterapia respiratória, 27 a 30 de setembro de 2000, Gramado, RS Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 200068 58±8); RC (17 pacientes de revascularização do miocárdio sub- metidos a CPAP com idade 56±9).Os exercícios foram realiza- dos no 1° e 2° dia do pós operatório, em quatro sessões de 20 minutos. No CPAP utilizou-se PEEP de 10 cmH2O e no RPPI o pico de pressão foi de 20 cmH2O. Resultados: A função pulmo- nar, avaliada pela CVF% , apresentou valores médios superio- res no grupo de VC, porém não houve alteração significante entre as terapias. A força muscular respiratória (PIMáx. e PEMáx.) não apresentou mudanças significantes. Conclusão: Observamos que, pacientes de cirurgia valvar apre- sentam melhores condições de oxigenação e volumes pulmona- res do que pacientes de revascularização do miocárdio. As técni- cas empregadas não foram capazes de influenciar os parâmetros de força muscular respiratória, volume pulmonar e oxigenação. As alterações observadas foram, primariamente, por diferença entre os grupos de pacientes. Descrição de uma população de pacientes de UTI submetidos à ventilação mecânica não-invasiva Introdução: Em 1984, Delaubier e Rideau introduziram a téc- nica de ventilação mecânica não-invasiva (VMNI) para tratamento de pacientes com distrofia muscular. Desde então, a VMNI tem sido utilizada em substancial número de pacientes com insufici- ência respiratória aguda ou crônica e suporte ventilatório para pacientes em processo de desmame da ventilação mecânica invasiva (VMI). Objetivos: descrever as principais características demográficas e clínicas dos pacientes submetidos à VMNI, suas indicações, índice de sucesso, parâmetros de VMNI e gases sangüíneos pré e pós-VMNI. Materiais e métodos: estudo de coorte, analisando 24 pacientes internados na UTI do Hospital Vita de Curitiba no perído de 18/08/98 a 21/11/99. Resultados: dos 24 pacientes estudados, 45,83% eram do sexo masculino (n=11) e 54,17% do sexo feminino (n=13), a média de idade foi de 64,29 anos, média do índice de APACHE II 18,33, média dos dias de internação 11,923 dias, média dos dias de uso de VMNI 1,67 dias. Houve sucesso na VMNI em 58,33% dos pacientes (n=14) e insucesso em 41,67% (n=10). Dos dez principais diagnósticos iden- tificados, os principais foram broncopneumonia (29,16%), septi- cemia (25,00%) e pós-operatório de cirurgia cardíaca (20,83%). Na identificação das comorbidades, DPOC (20,83%), HAS (16,67%) e insuficiência cardíaca esquerda (16,67%) foram as mais comuns. As principais indicações de VMNI foram broncopneumonia (33,33%), insuficiência cardíaca esquerda (20,83%), injúria pul- monar aguda (16,67%) e desmame da VMI (16,67%). Nos 10 paci- entes em que não houve sucesso da VMNI, as principais indica- ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Abreu RF; Abdallah JMT; Carpes MF; Aquim EE; Réa- Neto A - Centro de Estudos e Pesquisa em Terapia Intensiva (CEPETI), Curitiba, PR, Xo Simpósio internacional de Fisioterapia respiratória, IIIo Congresso brasileiro de Fisioterapia respiratória, 27 a 30 de setembro de 2000, Gramado, RS Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 2000 69 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ções de VMI foram SDRA (50,00%), falência de múltiplos órgãos e sistemas (40,00%) e broncopneumonia (10,00%). A pressão inspiratória média foi de 17,63 cmH2O e a pressão expiratória de 9,04 cmH2O. A média da PO2 pré-VMNI foi de 77,49cmH2O e pós- VMNI de 91,47cmH2O (p=0,02). Conclusão: a população estudada apresentou mais de 50% de sucesso com o uso da VMI. Os principais diagnósticos foram de infecção (broncopneumonia e septicemia) e as principais causas de insucesso, com indicação de ventilação mecânica invasiva, SDRA e falência de múltiplos órgãos e sistemas. Houve melhora significativa da PO2 quando comparada à média da PO2 pré-VMNI com a média da PO2 pós-VMNI. Repercussões pulmonares e cardíacas da cifoescoliose A cifoescoliose é uma curvatura lateral da coluna que se as- socia à rotação dos corpos vertebrais levando à uma distorção do gradil costal, que coloca em desvantagem toda a mecânica do aparelho respiratório. Quando a escoliose é severa (ângulo maior que 70º), as anormalidades respiratórias são detectadas e podem evoluir para dispnéia, insuficiência respiratória e cor pulmonale. Este estudo tem o intuito de reportar as diversas repercus- sões da cifoescoliose sobre os sistemas respiratório e cardíaco descritas na literatura Foi realizada uma revisão literária da anatomia e mecâni- ca respiratória normal, bem como a descrição dos distúrbios decorrentes da deformação da caixa torácica na cifoescoliose. O estudo foi direcionado a compreensão dos mecanismos e repercussões desta anormalidade sobre os sistemas cardíaco e respiratório. Observou-se que a cifoescoliose, quando severa, pode de- terminar a ocorrência de importantes alterações pulmonares como redução da complacência pulmonar, dos volumes e ca- pacidades pulmonares, e da eficiência dos músculos respira- tórios. Em relação às alterações cardíacas, observou-se que estas são decorrentes do aumento da resistência vascular pul- monar culminando com cor pulmonale e hipertrofia ventricular esquerda. Portanto, é de fundamental importância o conhecimento de todas as alterações que podem se desenvolver em pacientes portadores de cifoescoliose, pois estas poderão limitar as ati- vidades de vida diária, a tolerância ao exercício físico e levar a uma maior predisposição à insuficiência respiratória e cardía- ca precoces, bem como a ocorrência de morte súbita. Duarte H; Mehanna A - Hospital São Paulo- Escola Paulista de Medicina, São Paulo, SP, Xo Simpósio internacional de Fisioterapia respiratória, IIIo Congresso brasileiro de Fisioterapia respiratória, 27 a 30 de setembro de 2000, Gramado, RS Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 200070 Estudo do padrão respiratório e da configuração toracoabdominal em indivíduos normais em diferentes posições corporais. Introdução: Nos últimos anos têm-se empregado a técnica de pletismografia respiratória por indutância para avaliação do pa- drão respiratório e da configuração toracoabdominal, permitin- do de forma não invasiva conhecer volumes e tempos respirató- rios. Objetivos: Estudar o comportamento do padrão respiratório e da configuração toracoabdominal, em indivíduos normais, nas posições dorsal, sentada, lateral esquerda e lateral direita. Méto- dos: Foram estudados 20 mulheres (29±6 anos) e 20 homens (28±5 anos), nas posições dorsal e sentada. No grupo masculino, estu- dou-se também as posições laterais, esquerda e direita, utilizan- do-se o aparelho denominado Respitraceâ. A calibração foi obtida pelo método dos mínimos quadrados. Análise de perfis conside- rou nível de significância de p<0,05. Resultados: Os tempos respi- ratórios (TI, TE ,TTOT ) não variaram entre os grupos e entre as posi- ções, embora as mulheres tivessem a tendência de respirar mais rápido. O volume corrente (VC) aumentou significante quando os indivíduos variaram sua posição de dorsal para sentado, porém sem diferença entre os grupos. O fluxo inspiratório médio (VC/TI) apresentou o mesmo comportamento. O deslocamento do tórax aumentou significantemente quando a posição sentada foi adota- da (%Tx/VC de 26% para 50%); nas posições horizontais houve predomínio do movimento abdominal, independente do sexo (%Abd/VC=72%). Houve sincronia do movimento toracoabdominal para todas as posições (MCA/VC=1,0 a 1,10). Conclusões: Durante a respiração tranqüila, homens e mulhe- res apresentam o mesmo padrão respiratório, havendo aumento do volume corrente e do fluxo inspiratório médio na posição sen- tada, sem interferência no componente de tempo. Na posição dorsal, há predomínio do deslocamento abdominal. Nos homens, respirando tranqüilamente nas posições laterais, há preponde- rância da excursão abdominal à semelhança da posição dorsal Resultado e avaliação do progresso na reabilitação após lesão do ligamento cruciforme anterior Existe uma variedade de medições da reabilitação funcional utilizada na prática clínica para determinar o relativo sucesso do tratamento após lesão do ligamento cruciforme anterior (LCA). Essas incluem medições da mobilidade da articulação, teste da força, auto-avaliação do paciente, testes funcionais e de propriocepção, dependendo da teoria da estabilidade articular pre- Feltrim MIZ; Jardim JR - Serviço de Fisioterapia Instituto do Coração (InCor) HC-FMUSP e Disciplina de Pneumologia da Universidade Federal de São Paulo, São Paulo. Brasil, Xo Simpósio internacional de Fisioterapia respiratória, IIIo Congresso brasileiro de Fisioterapia respiratória, 27 a 30 de setembro de 2000, Gramado, RS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Nicola Phillips et al, Physical Therapy in Sport 2000;1(4):106-118, novembro de 2000 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 2000 71 ferida. Existe conflito de evidências sobre qual teste ou combina- ções de testes seriam os mais úteis para avaliar a taxa de reabilita- ção ou o nível de atividade funcional. Uma boa performance para saltar ou correr precisa vários componentes da estabilidade funci- onal do joelho tais como a força concêntrica pela propulsão, força excêntrica pela absorção da força e capacidade proprioceptiva para assistir o controle neuromuscular. Enquanto que a força e os tes- tes de propriocepção permitem avaliar esses componentes indivi- duais, a sua relação à função quando empregados isoladamente foi questionada. Os testes funcionais permitem uma avaliação glo- bal e não determinam qual é o parâmetro deficiente. Um resulta- do diminuto em um sistema de avaliação funcional pode refletir qualquer um até todos os parâmetros. Parece que uma combina- ção de medições é importante para avaliar completamente a capa- cidade funcional após lesão do LCA. Novas pesquisas são necessá- rias para determinar qual é a melhor combinação de medições, preferencialmente na base de uma melhor compreensão dos me- canismos protetores da estabilidade articular. Comparar a mobilização dos ossos cárpicos e a mobilização neurodinâmica como métodos para o tratamento da síndrome do canal cárpico A síndrome do canal cárpico é a mais comum neuropatia peri- férica. Existe pouca literatura disponível sobre o assunto, o que explica parcialmente porque a fisioterapia é muito usada como técnica de tratamento dessa condição. Este estudo pesquisa os efei- tos de duas técnicas de terapia manual no tratamento de pacien- tes apresentando a síndrome do canal cárpico. O desenho do estu- do comparou três grupos de pacientes em três condições diferen- tes (dois grupos de tratamentos diferentes e um grupo controle). Cada grupo foi composto de 7 pacientes. Os objetivos do estudo eram: 1) Avaliar diferenças entre grupos tratados e não tratados; 2) Avaliar diferenças entre tratamento I (mobilização do nervo me- diano), comparado com o tratamento II (mobilização dos ossos cárpicos). As medições usaram várias técnicas, incluindo escala de movimentos do punho (flexão e extensão), teste de tensão do membro superior (ULTT2a), três diferentes escalas para avaliar a percepção da dor e a função, e, enfim, os pacientes foram compa- rados após tratamento cirúrgico. O estudou demonstrou uma di- ferença evidente entre os pacientes tratados e não tratados, em particular na análise descritiva dos resultados para ULTT2a e nú- mero de pacientes operados. Após análise estatística, os resulta- dos são menos claros. Só os resultados da escala de alívio da dor (P < 0,01) demonstraram diferenças significativas entre os três grupos quando analisados usando o teste de Kruskal-Wallis. Ana- lisando os resultados dos dois grupos tratados, nenhuma diferen- ça estatisticamente significativa foi detectada entre a mobilização dos ossos cárpicos e a mobilização do nervo mediano. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A Tal-Akabi et al, Manual Therapy 2000:5(4), Novembro de 2000 Fisioterapia Brasil - Volume 1 - Número 2 - Novembro/Dezembro de 200072 Papel da fisioterapia na prevenção e tratamento da osteoporose Osteoporose é um problema de saúde publica cada vez mais importante, responsável por óbitos e diminuição da qualidade de vida. Estratégias para aumentar a densidade óssea e diminuir as quedas são essenciais para a prevenção da osteoporose. O papel dos fisioterapeutas é importante através da prescrição de exercíci- os, educação e técnicas terapêuticas. Os objetivos do tratamento podem ser estabelecidos após avaliação dos sinais e sintomas, fa- tores de risco para osteoporose e status funcional. Os níveis de densidade óssea medidos por densitometria por raios-X podem ser uma ajuda para o acompanhamento dos pacientes. O objetivo hoje é aumentar a massa óssea em crianças e adolescentes, favorecen- do as atividades de alto impacto. No adulto de idade média, peque- nos aumentos da massa óssea podem ser obtidos por exercícios de levantamento de peso. No adulto idoso, em particular com osteopenia ou osteoporose, o objetivo é conservar a massa óssea, diminuir o risco de quedas, promover o alongamento, diminuir a dor e melhorar a mobilidade e a funcionalidade. PEDro: banco de dados de estudos randomizados e revisões sistemáticas em fisioterapia Esse artigo descreve PEDro, banco de dados de evidências em Fisioterapia. Na Internet, PEDro é um banco de dados de estudos controlados, randomizados e de revisões sistemáticas em fisiote- rapia. O endereço (acesso gratuito) é http://ptwww.cchs.usyd.edu.au/ pedro. O banco de dados contém detalhes bibliográficos e resu- mos de vários estudos randomizados (em inglês) e revisões siste- máticas em fisioterapia, inclusive outros idiomas. Os estudos são avaliados em função da qualidade de metodologia empregada, o que faz com que o usuário do banco de dados possa identificar rapidamente os estudos de alta qualidade. Estudos e revisões são indexados para facilitar a pesquisa. PEDro é uma importante fon- te de informação para a prática clínica baseada em evidências. Força do joelho e performance funcional de baixa ou alta intensidade em adultos idosos Objetivo: O estudo analisa as relações lineares entre a força do joelho, a capacidade de trabalho, e medições de intensidade baixa ou alta da performance funcional em adultos idosos saudáveis. Méto- dos: 62 adultos idosos (idade = 73,4 ± 7,3 anos) participaram do es- Kim Bennell et
Compartilhar