Métodos de OBS Registro Cursivo

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FOLHA DE REGISTRO
Situação: Sujeito procura psiquiatra em consultório, pois alega 
Sujeito: Dorian Gray 35 anos
Observador: Vanusa de Souza Cornélio
Técnica de registro: Registro Cursivo
Data: 07/04/2018 			Local:
Hora inicial: 13:30		Hora Final: 15:34		Duração: 2 horas e 4min
REGISTRO
O sujeito Dorian procura o psiquiatra, pois alega que um cavalheiro precisa ser um pouco melhor, e o procura através da indicação de um amigo. Diz que algumas coisas aconteceram nos últimos tempos, algumas pessoas o tem evitado, e que isso gera boatos, o sujeito vai além e diz que o que de fato fez ele procurar o psiquiatra foi devido ao incomodo que ele sente diante desses fatos do que o fato em si, acrescenta que não precisa de ninguém pois tem uma estabilidade de vida e que tem tudo que precisa pra viver. Dorin e o psiquiatra estão de pernas cruzadas durante a entrevista e Dorin parece sereno a todo momento.
O psiquiatra pergunta qual seriam as coisas que andam dizendo a seu respeito, ele responde: “dizem que exerço má influência sobre as pessoas”, e faz uma citação em seguida “que toda influência é má” e que toda pessoa que exerce uma influencia sobre a outra, de alguma forma isso é ruim pois o objetivo da vida é se desenvolver completamente, ele relata que vivia no meio de pessoas que se corromperam, relata que uma conversa é interrompida quando ele entra em uma sala, senhoritas abaixam a cabeça quando ele passa e o psiquiatra logo em seguida o indaga e o leva a reflexão do por que isto ocorre , ele responde: Inveja, e justifica o fato disso por ter uma vida regrada fala e sua boa aparência e que não enxerga outro motivo.
Se lembra de um episódio onde um amigo lhe disse que ele exercia má influência sobre outros mas que ele nunca provou nada, diz que isso o incomodou e ainda mais a ousadia desse amigo em lhe abordar. O psiquiatra chega em um ponto de contradição, diferentes versões do que que o sujeito acha e o que as pessoas acha, só acha que poderia ser inveja por ele ser estudioso e conseguir conciliar seus estudos com sua vida social ativa, o psiquiatra continua questionando se seria só inveja mesmo, ou se tivesse alguma outra coisa o que poderia ser, ele responde que talvez então por ele saber algumas coisas sobre as pessoas que geraria um desconforto, acarretando no comportamento de abaixarem a cabeça, evita-lo.
O sujeito diz que acha que o sentido da vida é o homem se completar, que para ser pleno tem que ser independente, que quando se depende do outro a pessoa se torna escravo, acha que a indiferença é uma grande sabedoria.
Relata que quando as pessoas tem o comportamento de baixarem a cabeça ele gostaria de não sentir nada, porque talvez ele nunca tenha feito nada para merecer esses insultos e torna a dizer que sua vida é regrada. 
O psiquiatra torna a leva-lo a reflexão procurando entender porque ele disse em um momento que, se um homem precisa ser independente e indiferente aos outros mas que ao mesmo tempo se incomoda que as pessoas estão falando a respeito dele por inveja, então chega ao ponto de que ele gostaria de ser independente e indiferente mas ao mesmo tempo se incomoda com as opiniões do que estão dizendo dele, o que não o torna independente pois ele depende da opinião porque se incomoda com a opinião dele, então Dorian consegue chegar a possível conclusão de que seu fracasso reside aí. O psiquiatra continua a questionar se teria mais algum motivo no qual levou as pessoas a falarem mais, ele se lembra de um episódio onde falaram que o viram andando por uma região não muito digna e que o viram usando algo, e Dorian nega sobre todos os tipos de droga e bebida, alega tomar vinho e ri dizendo que um bom vinho não pode se considerar uma droga, o psiquiatra concorda, ressalta sua vida regrada, diz que esta ficando difícil e doloroso, ver pessoas que o admiram e que gostariam de estar em seu lugar falando mal dele e que precisa de força pra vencer essa fraqueza de precisar de um reconhecimento alheio.
O psiquiatra faz uma suposição com o foco na razão dele esta procurando um psiquiatra, que o sujeito gostaria de ser indiferente aos comentários do que as pessoas andam dizendo a seu respeito, Dorian afirma dizendo: Exato. E se pudesse entender que estaria acontecendo outras coisas além do fato de estar andando em lugares inadequados, leva ao questionamento se não havia uma outra postura de Dorian em relação a mostrar uma postura inadequada, um jeito dele, se isto não estaria determinando nas pessoas a reação que estão tendo e Dorian diz que acha possível sim. E faz Dorian pensar bem mais nisso, trabalha essa possibilidade, e tenta recolher as informações de que comportamentos seriam estes, Dorian relata que pode ser a arrogância, indiferença, relata também o fato de ser intolerante e da um exemplo de tratar seu criado com intolerância, não suporta equívocos, erros, não tem paciência para quem não cultua a arte e que se retira quando em uma mesa a conversa não esta muito digna de sua presença, que é uma atitude comum. A todo momento o psiquiatra o faz pensar bem nessas atitudes e demonstra total interesse em deixa anotado as informações.
O psiquiatra então faz um breve resumo do que ele conseguiu concluir até então, fala de que seria normal a inveja que ele pode ocasionar nas pessoas devido ao fato de sua estabilidade de vida, pontua novamente todas as coisas que ele mesmo relatou na entrevista, essas atitudes seriam; sua arrogância, indiferente as pessoas, intolerante, tem descaso e pouca reciprocidade afetiva com as pessoas, Dorin diz ter medo em ouvir e saber seus defeitos, mas o psiquiatra diz que foi um ato muito inteligente de procurar ajuda, pensa em um plano para Dorian, ressalta a qualidade e atitude de Dorian o procurar, e o indaga se Dorian esta disposto a mudar a ter outras atitudes.
Dorian reflete e acrescenta dizendo que pensava enquanto o psiquiatra falava, ele diz que achou interessante, pois ele tem uma indiferença em relação as pessoas e o que esta incomodando são as indiferenças que elas tem em relação a eles, e que poderia começar mudando daí.
O psiquiatra acha muito bem colocado e da o exército para que ele monitore quais são as atitudes dele em relação as pessoas e quais são as reações a partir das atitudes dele, para se dar conta e identificar quais as atitudes acionam determinadas reações.