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Semiologia e Semiótica
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Psicanálise Freudiana | Psicoterapia Breve | Hipnose 
Parapsicologia
 
Este é o site de Semiologia e Semiótica 
 
Ocupação 
 
ROTEIRO 
 
1-Introdução. 
2-Conceitos importantes. 
2.1- Semiologia. 
2.2- Lingüística. 
2.3- Signo. 
2.4- Imagem Acústica. 
2.5- Significado. 
2.6- Significante. 
2.7- Estrutura. 
2.8- Classes e comutação. 
2.9- Mensagem. 
2.10- Sintomas. 
2.11- Sinal. 
2.12- Síndrome. 
2.13 – Transtorno. 
2.14- Posição recalcadora e seu sistema objetal. 
3-Origem da Semiótica. 
4- Semiologia Psicanalítica – Fragmentos. 
4.1- Evolução Psicoemocional. 
5- Semiologia Psiquiátrica. 
5.1- Alguns Mecanismos de Defesa. 
6- Ferdinand de Saussure. 
6.1- O Projeto Semiológico de Saussure. 
7-Charles Sanders Peirce. 
7.1-Primeiridade, Secundidade e Terceiridade. 
7.2-Pragmatismo e Abdução. 
7.3-Signos. 
8-Bibliografia. 
 
 
1- INTRODUÇÃO. 
A psicanálise, a semiologia e a teoria da comunicação 
podem ser sistematizadas e integradas de uma maneira 
metódica e ao mesmo tempo prática no cotidiano da 
psicanálise. Este trabalho buscará fundamentar uma 
operacionalidade da psicanálise, com contribuições da 
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semiologia e da teoria da comunicação, com vistas a uma 
estratégia terapêutica que possibilite cobrir os níveis da 
ação analítica, criando modelos que permitam re-
orientações pragmáticas no sentido de facilitar, ao 
analista, uma visão mais abrangente da problemática que 
lhe é exposta pelo paciente. A compulsão à repetição, 
localizada a partir das estruturas narrativas, possíveis de 
serem detectadas e traduzidas operacionalmente através 
do material fornecido pelo paciente ao analista em um 
sistema de signos passível de codificação e conseqüente 
sistematização. 
Vivemos no século da comunicação. Para alguns, o nosso 
mundo constituiria já uma autêntica "aldeia global", 
habitada por umas “tribos planetárias”, possibilitadas uma 
e outra, pelas novas tecnologias de informação e 
comunicação. Para outros, a sobrecarga de "informação" e 
"comunicação" não se traduz, necessariamente, em maior 
aproximação e solidariedade entre os homens, conduzindo 
antes a novas formas de individualismo e etnocentrismo. 
"Comunicar" significa, etimologicamente, "pôr em 
comum". No processo de comunicação, que 
simplificadamente podemos entender como a troca de 
uma mensagem entre um Emissor e um Receptor, os 
Signos desempenham um papel fundamental. Sem 
Signos, não há mensagem, nada podemos pôr em 
comum. Os Signos são tão importantes que se pode (e 
costuma) definir, de forma essencial, a Semiótica como a 
"ciência dos signos". 
A ciência chamada Semiótica, ou teoria geral e da 
produção dos signos, teve sua origem na Rússia, na 
Europa Ocidental e na América. A semiótica, atualmente, 
é um campo de grande amplitude e variedade teórica. O 
autor Charles Peirce foi o fundador da semiótica. 
Saussure, no Curso de Lingüística Geral, falava de uma 
semiologia, que pode ser comparada ou diferenciada da 
semiótica propriamente dita. Atualmente, Umberto Eco é 
um especialista em semiótica. 
As idéias de Saussure foram difundidas por seus alunos 
Charles Bally, Albert Sechehaye e Albert Riedlinger com a 
produção do livro Curso de Lingüística Geral, construído 
com base nas anotações de sete dos alunos do curso 
homônimo (três versões: entre 1907 e 1911) e de alguns 
manuscritos do próprio Saussure. A edição 1916a foi 
complementada pelo italiano Tullio de Mauro em 1972, 
originando uma nova edição standard (1916c). A tradução 
brasileira surgiu em 1969 (Saussure, 1916d). Só 
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recentemente, as notas de mais um estudante de 
Saussure foram descobertas, resultando na edição, em 
Tóquio, de um novo livro intitulado Ö terceiro curso 
(Saussure, 1993). 
F. Saussure estabeleceu a distinção entre “língua” e “fala” 
para que o paciente possa reconhecer um signo como tal 
e atribuir-lhe seu designado correspondente. É necessário 
que previamente possa apoiar-se, por um lado, nas 
representações psíquicas (ou significantes) dos “sons” 
concretos e, por outro, nas representações psíquicas (ou 
significados) dos referentes também concretos com os 
quais se relacionam esses sons. 
Os “signos” psíquicos, no sentido saussuriano do termo, 
serão constituídos, portanto, pela união dos 
“significantes” (ou imagem acústica dos sons) e dos 
“significados” (ou conceitos do referente). A oposição de 
dois signos complementares determina, por sua vez, uma 
“estrutura” ou “código”. O estudo específico da relação 
lateral que se estabelece entre os significantes ou entre os 
significados será denominado por Saussure de “valor”. 
O usuário poderá estabelecer relações semiológicas 
corretas entre “sinais” e “mensagens” se tiver 
previamente formado de maneira correta as classes 
significantes e significadas correspondentes. 
Quando o usuário funciona como emissor e transmite uma 
mensagem por meio de um sinal, faz um “incoding”, uma 
codagem ou codificação. Quando funciona como receptor, 
recebe um sinal e dele deduz uma mensagem, faz um 
“decoding”, uma decodagem ou decodificação. As 
mensagens inconscientes, por exemplo, seriam essas 
automensagens que o sujeito codifica por si mesmo e que 
depois não sabe mais decodificar. Dentro dessa 
perspectiva, o psicanalista trabalha a título de intérprete 
entre o inconsciente, emissor que transmite em cifra, e o 
pré-consciente, receptor que não pode decriptar essa cifra 
sob pena de experimentar desprazer. 
Na patologia da comunicação do paciente psicanalítico, 
vemos fenômenos de codificação ou de decodificação 
patológicas ligadas a uma delimitação incorreta de classes 
significantes e de classes significadas; o que tem como 
conseqüência uma pragmática incorreta da comunicação. 
O paciente psicanalítico se põe em comunicação 
patológica, de um ponto de vista pragmático, com seus 
objetos - na transferência, com seu analista -, na medida 
em que as classes significantes de seu código informativo 
(equivalentes, às representações de palavras segundo 
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Freud) e as classes significadas desse mesmo código (ou 
representações das coisas). 
Foi através dos trabalhos de Melanie Klein, Hanna Segal, 
Wilfred R. Bion e outros autores da escola inglesa, bem 
como através dos de Jacques Lacan, André Green, Jean 
Laplanche e outros autores da escola francesa, que 
progressivamente tomamos consciência da importância de 
que se revestem os símbolos e os signos na teoria e na 
prática psicanalíticas, a tal ponto que acabaram surgindo 
para nós como domínio específico das pesquisas e 
modificações constitutivas do trabalho do psicanalista. 
 
2- CONCEITOS IMPORTANTES. 
2.1- SEMIOLOGIA. 
É a ciência geral dos signos, que estuda todos os 
fenômenos de significação. Tem por objeto os sistemas de 
signos das imagens, gestos, vestuários, ritos, etc. 
 
2.2- LINGÜÍSTICA. 
Estuda os signos lingüísticos, da linguagem. Nasceu do 
estudo das línguas românicas e das línguas germânicas. 
Os estudos românicos, inaugurados por Diez – sua 
Gramática das Línguas Românicas data de 1836-1838 -, 
contribuíram particularmente para aproximar a Lingüística 
do seu verdadeiro objeto. 
 
2.3- SIGNO. 
Entidade constituída pela combinação de um conceito de 
significado, e uma imagem acústica denominada 
significante. 
Signo = Significante (som) + Significado (objeto)2.4- IMAGEM ACÚSTICA. 
Não é a palavra falada (ou seja, o som material) mas a 
impressão psíquica desse som. 
 
2.5- SIGNIFICADO. 
É a palavra equivalente no mesmo ou em outro idioma. É 
a representação, na linguagem do significante. 
Corresponde ao conceito ou à noção, ao passo que o 
significante corresponde à forma. 
Todo objeto, forma ou fenômeno que representa algo 
distinto de si mesmo: a cruz como significado do 
“cristianismo”; a cor vermelha significando “pare” par o 
código de trânsito, etc. 
O significado tem um código afetivo (angústia), 
relacionado ao fato psíquico no Inconsciente, não sabido, 
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objeto referido. Exemplo: angústia não aniquiladora 
(prazer), angústia aniquiladora (dor). 
 
2.6- SIGNIFICANTE. 
É a parte fônica, a imagem acústica de um fonema 
provido de significação. O significante tem um código 
informativo : sintomas / relações objetais. Pré-consciente, 
Consciente, verbalizado, som. Exemplo: continente 
(amada), Não continente (não amada) 
Devemos buscar determinar em cada relato de nossos 
pacientes qual a relação objetal em evidência (sabida: 
significante/Pré-consciente/Consciente) para podermos 
inferir sobre a angústia relacionada (não sabida: 
significado/ Inconsciente). 
 
2.7- ESTRUTURA. 
É o sistema que compreende elementos ordenados e 
relacionados entre si de forma dinâmica. O signo a e a’ 
guardam entre si uma relação “complementar e inversa”. 
Estrutura = Signo (a) + Signo (a’) 
 
2.8- CLASSES E COMUTAÇÃO. 
São conjuntos de dados inter-relacionados. Conjuntos de 
objetos, indivíduos, sinais, etc, determinado de 
características em comum. 
a) Relato Fatual Û Vivência afetiva. 
b) Relação Objetal Û Angústia. 
c) Significante Û Significado. 
d) Manifesto Û Latente. 
e) Signos/Sinais Û Mensagens/ Sintomas. 
f) Pré-consciente/ Consciente Û Inconsciente. 
O conhecido conceito psicanalítico da “transferência”, 
como a repetição de uma relação do passado no presente, 
encontra respaldo no conceito semiológico da 
“comutação”. O processo semiótico teria continuidade por 
comutações, isto é, por substituições de fatos concretos 
iniciais por outros, por meio dos quais o ego observará se 
a relação inicial se mantém ou não, para confirmar ou 
invalidar a hipótese semiótica que ordena os universos em 
classes. 
Com a comutação/transferência, podemos considerar o 
nascimento (perda da relação objetal continente) como 
fato inicial de referência para todas as vivências 
desencadeantes de desprazer/dor (angústia aniquiladora). 
 
2.9- MENSAGEM. 
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É a comunicação, notícia ou recado, verbal ou escrito. 
 
2.10- SINTOMAS. 
É uma sensação subjetiva, anormal sentida pelo paciente 
e não visualizada pelo examinador. Ex.: dor, má digestão, 
tontura. 
 
2.11- SINAL. 
É uma evidência objetiva ou manifestação física de uma 
doença. É um dado objetivo que pode ser notado pelo 
examinador através da inspeção, palpação ou ausculta. 
 
2.12- SÍNDROME. 
São grupos de sinais e sintomas que considerados em 
conjunto caracterizam uma moléstia ou lesão. 
 
2.13- TRANSTORNO. 
Desarranjo, desordem, ligeira perturbação de saúde. 
Termo usado em psiquiatria em lugar de doença ou de 
outro vocabulário similar, a fim de causar impacto 
psicológico menor no doente, ou em quem o acompanha. 
 
2.14- POSIÇÃO RECALCADORA E SEU SISTEMA OBJETAL. 
Uma ação fundamental do paciente, ou seja, qual a sua 
posição atuante manifesta básica. 
a) Posição Ativa Û Posição Passiva. 
b) Sedutor Û Seduzido. 
c) Desorganizador Û Desorganizado. 
d) Fazendo Medo Û Assustado. 
e) Enfurecedor Û Enfurecido. 
f) Abandonar Û Abandonado. 
g) Invejar Û Invejado. 
h) Amar Û Amado. 
i) Odiar Û Odiado. 
j) Temer Û Temido. 
Desta ação se deduz a posição “complementar e inversa” 
que caracteriza a posição recalcada, porque contém a 
projeção de seu ego sofredor que, no caso de ela se 
tornar consciente ao ser reintrojetada, aumentaria sua 
angústia, ou seja, lhe proporcionaria desprazer. A posição 
básica e seu complemento invertido e então inverter tais 
posições, é o que consideramos mais eficaz na prática, 
mas sua aplicação ao pé da letra não é indispensável. 
 
3- ORIGEM DA SEMIÓTICA. 
A Semiótica é uma ciência recente. Embora o projeto de 
construir uma "ciência dos signos" existisse desde os 
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princípios do século XX, em Saussure e Peirce, pode dizer-
se que o aparecimento efetivo dessa ciência se verifica 
apenas nos meados do século XX. No entanto, o estudo 
dos signos remonta às próprias origens do pensamento 
filosófico. 
Assim, Todorov, que considera Stº Agostinho o primeiro 
dos semióticos, situa as origens da Semiótica ocidental 
nas "tradições particulares" da semântica, da lógica, da 
retórica e da hermenêutica antigas, sendo o Crátilo de 
Platão, que viveu nos séculos V/IV AC, o melhor 
testemunho dessa antiguidade da Semiótica. A 
consideração de Stº Agostinho como primeiro semiótico 
explica-se pelo fato de, segundo Todorov, ter sido aquele 
Padre da Igreja o primeiro a satisfazer os dois requisitos 
fundamentais implicados na noção de semiótica: ter como 
objetivo o conhecimento, a teoria; ter como objeto de 
estudo signos de espécies diferentes, e não 
exclusivamente os lingüísticos. 
A Semiótica do século XX vai demarcar-se claramente dos 
estudos filosóficos dos signos em dois aspectos 
fundamentais: 
a) Na definição do estatuto epistemológico dos estudos 
semióticos, do lugar destes no contexto mais geral dos 
estudos científicos. Esta preocupação é visível quer em 
Saussure (que enquadra a Semiologia, enquanto teoria 
geral dos signos, na Psicologia Social e esta, por sua vez, 
na Psicologia Geral, considerando, por outro lado, a 
Lingüística como parte da Semiologia), quer em Peirce 
(para quem a Semiótica, enquanto ciência dos signos, é 
uma ciência geral, uma espécie de "matemática universal" 
que engloba todas as outras ciências). 
b) Na sistematização da semiótica, com a sua 
conseqüente subdivisão em disciplinas (nomeadamente, e 
a partir de Charles Morris, em Sintaxe, Semântica e 
Pragmática) e a sua compendiação escolar. 
A moderna "ciência dos signos" tem origem em duas 
diferentes tradições, que podemos sintetizar em dois 
nomes: Semiologia (correspondente à tradição européia, 
iniciada por Saussure) e Semiótica (correspondente à 
tradição anglo-saxônica, iniciada por Peirce). Tendo o 
mesmo o radical (semeion, que se pode traduzir por 
"signo" ou "sinal"), as duas palavras traduzem, no 
entanto, duas maneiras diferentes de entender a "ciência 
dos signos". 
A Semiologia aparece definida por Saussure, no Curso de 
Lingüística Geral (editado pela primeira vez em 1915), da 
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seguinte forma: "Pode, portanto conceber-se uma ciência 
que estuda a vida dos signos no seio da vida social; ela 
constituiria uma parte da psicologia social e, por 
conseguinte, da psicologia geral; nós chamá-la-emos 
semiologia (do grego semeion, signo). Ela ensinar-nos-ia 
em que consistem os signos, que leis os regem. (...) A 
lingüística não é senão uma parte desta ciência geral 
(...)”. 
 
4- SEMIOLOGIA PSICANALÍTICA – FRAGMENTOS. 
O universo significado e o universo significante devem ser 
radicalmente heterogêneos para que possam funcionar 
como tais. De acordo com esse princípio, as hipóteses 
kleinianas sobre o narcisismo secundário e a formação dos 
símbolos, supõem uma relação biuniversal sistemática do 
universo significante,com o universo das angústias, que 
esse mesmo ego experimente como universo significado. 
O universo das relações objetais se organiza em classes 
graças a essa relação biuniversal que ele mantém com o 
universo das angústias, e que isso ocorre devido ao fato 
de essas últimas representarem a transformação mais 
frequente que os afetos sofrem em virtude da repressão 
das representações desprazerosas que daí resultam. O 
“signo” formado por uma classe de relações objetais como 
significante e por uma classe da angúsitas como 
significado coicide com o conceito de “misto de 
representação e de afeto” de André Gree, que, por sua 
vez, se apóia em uma tese mais geral segundo a qual “os 
afetos também têm, como objetos externos, sua 
representação psíquica”. No sentido econômico é o afeto 
que deve ser tornado inconsciente, e que no sentido 
tópico e sistemático é a representação. “O afeto reprimido 
é tornado inconsciente”, sustenta Gree, apoiando-se na 
afirmação clara e decisiva de Freud, segundo a qual, “a 
representação do desenvolvimento do afeto constitui a 
finalidade específica do recalque e o trabalho deste 
permanece incompleto enquanto a finalidade específica 
não é atingida”. Uma vez que o ego-prazer formou suas 
classes de afetos e de representações, tenderá a recalcar 
no inconsciente a classe significante das representações 
hostis, para reprimir, sempre no inconsciente, a percepção 
da mensagem afetiva desprazerosa concreta. 
Na medida em que estabeleceremos a equivalência entre 
“representação” – seja afetiva, seja objetal- e “classe” de 
afetos ou de relações objetais, estabeleceremos também a 
equivalência que existe entre capacidade do ego para 
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“representar” (Freud) ou “simbolizar” (Klein) e capacidade 
de classificar tanto suas relações objetais com referência à 
classificação de suas relações objetais. Em consequência, 
as dificuldades de “simbolização” se reduzirão a 
dificuldades de classificação dos objetos devidas a um 
déficit na pertinentização afetiva desses últimos: o ego 
classifica seus objetos atuais em função de suas classes 
de afetos arcaicos e narcísicos. 
A inclusão sistemática dos afetos experimentados pelo 
usuário ou interpretante dos signos, quando adota uma 
atitude semiótica, constitui uma das contribuições mais 
notáveis com que a psicanálise pode, por sua vez, 
enriquecer a semiologia. O análogo que poderíamos 
depreender da teoria da técnica psicanalítica residiria na 
inclusão sistemática dos afetos experimentados pelo 
analista na contratransferência, quando utiliza seu 
conhecimento da classe desses afetos a título de 
instrumento de primeira importância para discriminar a 
classe de relações objetais em questão na tranferência de 
seu analisando. 
Uma das noções teóricas fundamentais do edifício 
kleiniano, como a posição esquizo-paranóide, faz alusão, 
em sua própria denominação, a essa biuniversalidade 
semiótica. É com efeito a emergência da ansiedade 
paranóide no universo dos afetos experimentados pelo 
ego que obriga este, como medida defensiva, a recortar 
de maneira esquizóide, no universo de suas relações 
objetais, uma classe de objetos parciais idealizados e uma 
classe complementar de objetos parciais persecutórios. 
Dentro dessa perspectiva, a relação psicanalítica clássica 
entre o s´mbolo e o simbolizado não é mais uniuniversal, 
como faz supor a idéia de que o símbolo é uma relação 
objetal atual e o simbolizado uma relação objetal arcaica. 
Assim a concepção clássica quer, por exemplo, que o 
analista na transferência seja um “símbolo”, produto de 
um “deslocamento” da imagem paterna, que seria seu 
“simbolizado”; ou quer que um guarda-chuva seja um 
“símbolo”, produto de um “simbolismo” do pênis paterno, 
que seria seu “simbolizado”. Ao contrário, essas relações 
em sua biuniversalidade, tanto o analista quanto o pai e 
tanto o guarda-chuva quanto o pênis são símbolos (ou 
sinais), pois pertencem à mesma classe (significante) de 
relações objetais, de uma vez que despertam no paciete a 
mesma classe (significada) de afetos. Analista e pai, 
guarda-chuva e pênis são “a mesma coisa” para o ego, 
porque para ele “simbolizam” (significam) o mesmo afeto 
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(ou mensagem). 
 
4.1- EVOLUÇÃO PSICOEMOCIONAL. 
A evolução psicoemocional do indivíduo começa com sua 
concepção e principalmente na gestação em seu ambiente 
intra-uterino. Na situação intra-uterina, o que é externo é 
desprazeroso e o que é interno é prazeroso. Depois do 
nascimento, quando a criança tem fome e necessidade do 
mundo externo, o que é externo transformou-se em 
prazeroso e o que é interno em desprazeroso. Para M.
Klein, o nascimento constitui-se na primeira causa externa 
de angústia. Para Freud, no homem, o nascimento 
proporciona uma experiência prototípica desse tipo, e 
ficamos inclinados, portanto, a considerar os estados de 
ansiedade como uma reprodução do trauma do 
nascimento. 
Segundo Bion o ambiente intra-uterino vai caracterizar 
uma relação de “continente” e ausência de desprazer ou 
“angústia não aniquiladora”, que é a angústia que o ego é 
capaz de suportar. Este seria o referencial de busca do 
indivíduo durante toda a vida, o retorno ao ambiente 
ideal, “continente de angústia não aniquiladora”, ou o 
“nirvana”. A experiência do nascimento transmuta esta 
situação para uma relação “não continente” e com 
aparecimento do desprazer ou “angústia aniquiladora”, 
que é a angústia que o ego não é capaz de suportar. Logo, 
o objetivo do ego seria de afastar-se da “angústia 
aniquiladora” e procurar por relações continentes 
(nirvana). As situações criadas são complementares e 
inversas. 
 
5- SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA. 
A semiologia médica se preocupa com a descrição dos 
diferentes sintomas, sinais e a caracterização de uma 
determinada doença (síndromes). A coleta de sinais e 
sintomas são realizados por procedimentos semiotécnico 
através da anamnese, do exame físico que dará um 
diagnóstico clínico através do CID-10, que é o Código 
Internacional de Doenças que foi elaborado pela 
Organização Mundial da Saúde e abrange todo o espectro 
de doenças humanas. 
A semiologia psiquiátrica utiliza além do CID-10 o DSM IV 
(94) que é o manual diagnóstico e estatístico dos 
transtornos mental, elaborado pela Sociedade Americana 
de Psiquiatria, que sistematiza os sintomas e sinais em 
quadros de critérios, que possibilitam então o diagnóstico 
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psiquiátrico, que se estrutura a partir de diferentes eixos 
diagnósticos. 
a)Eixo I- Transtornos Clínicos : outras condições que 
podem ser um foco de atenção clínica. 
b)Eixo II- Transtornos da Personalidade e Retardo Mental. 
c)Eixo III- Condições Médicas Gerais. 
d)Eixo IV- Problemas Psicossociais e Ambientais: 
Problemas com: o grupo de apoio primário; relacionados 
ao ambiente social; educacionais; ocupacionais; moradia; 
econômicos; com acesso aos serviços de cuidados à 
saúde; relacionados à internação com o sistema legal/
criminal; psicossociais e ambientais. 
e)Eixo V- Avaliação Global do Funcionamento. É uma 
escala de Avaliação Global do Funcionamento (AGF) com 
pontuação de 1 a 100, sendo que entre 100 e 50 
geralmente estão as neuroses e de 50 a 0 estão as 
psicoses. Vejamos abaixo alguns exemplos: 
100: Funcionamento superior. Problemas de vida jamais 
vistos fora de seu controle. 
91 : Ex: Não apresenta sintomas. 
90 : Em geral satisfeito com a vida.Sintomas ausentes ou 
mínimos. 
81 : Ex: Discussão ocasional com membros da família. 
80 : Se sintomas estão presentes, eles são temporários.71 : Ex: Apresenta declínio temporário na escola. 
70 : Alguma dificuldade no funcionamento social, porém 
geralmente funcionando muito bem. 
61 : Ex: Possui alguns relacionamentos interpessoais 
significativos. 
60 : Dificuldade moderada no funcionamento social. 
Apresenta sintomas moderados 
51 : Ex: Tem poucos amigos e apresenta conflitos com 
colegas de trabalho. 
50 : Sintomas sérios. Ideação suicida, rituais obsessivos 
graves, freqüentes furtos em lojas. 
41 : Ex: Nenhum amigo, incapaz de manter um emprego. 
40 : Prejuízo no teste da realidade ou baixa comunicação. 
31 : Ex: Negligência com a família, incapaz de trabalhar. 
30 : Comportamento influenciado por alucinações. 
21 : Ex: Permanece na cama o dia inteiro, sem emprego, 
casa ou amigos. 
20 : Perigo de ferir a si mesmo ou a outros. 
Freqüentemente suja-se de fezes. 
11 : Ex: Prejuízo grosseiro na comunicação e incoerente 
com o mundo. 
10 : Perigo de ferir-se gravemente ou a outros. Violência 
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Semiologia e Semiótica
recorrente. 
01 : Atos suicidas com clara expectativa de morte. 
00 : Informações totalmente inadequadas. 
A psiquiatria baseada nos conceitos psicanalíticos foi 
denominada “psiquiatria dinâmica” pela escola de 
Menninger e atualmente Gabbard, considerando as 
personalidades Histéricas e Histriônicas. A Histeria não 
consta mais como diagnóstico psiquiátrico conforme é 
apresentado no DMS-IV. 
O transtorno de personalidade histérica segundo o DSM-IV 
(Histérica e Histriônica) tem um padrão generalizado de 
excessiva emocionalidade e busca de atenção. O Histérico 
sente desconforto em situações nas quais não é o centro 
das atenções; a interação com os outros freqüentemente 
se caracteriza por um comportamento inadequado, 
sexualmente provocante ou sedutor; exibe mudança 
rápida e superficialidade na expressão das emoções; usa 
consistentemente a aparência física para chamar a 
atenção sobre si próprio; tem um estilo de discurso 
excessivamente impressionista e carente de detalhes; 
apresenta autodramatização, teatralidade e expressão 
emocional exagerada; é sugestionável, ou seja, é 
facilmente influenciado pelos outros ou pelas 
circunstâncias; considera os relacionamentos mais íntimos 
do que realmente são. 
O que parece ligar as pessoas histéricas e histriônicas é 
uma superposição de características comportamentais 
manifestas, tais como emocionalidade lábil e superficial, 
busca de atenção, funcionamento sexual perturbado, 
dependência e desamparo e autodramatização. A 
personalidade histriônica é mais florida que a histérica 
praticamente em todos os aspectos. A causa básica está 
ligada às vivências edipianas mais freqüentemente nos 
pacientes histéricos e que regressões mais arcaicas – 
orais – estão presentes nos casos histriônicos. O paciente 
histérico verdadeiro conseguiu atingir relações maduras 
com um objeto interno, caracterizado por temas edipianos 
triangulares e foi capaz de formar relacionamentos 
significativos com ambos os genitores, o paciente 
histriônico encontra-se fixado a um nível diádico mais 
primitivo de relações objetais, muitas vezes caracterizado 
por apego, masoquismo e paranóia. 
 
5.1- ALGUNS MECANISMOS DE DEFESA. 
A repressão ou recalque é um mecanismo básico no qual o 
indivíduo retira da consciência as pressões pulsionais, 
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Semiologia e Semiótica
mantendo-as afastadas do ego. Freud escreveu que a 
vantagem disso é que a idéia incompatível é recalcada 
para fora do ego consciente. 
A identificação pode se fazer com o genitor do mesmo 
sexo ou seu representante simbólico, na ânsia de derrota-
lo na luta competitiva pelo amor do progenitor do sexo 
oposto. A identificação também pode ser com o progenitor 
do sexo oposto ou com seu representante simbólico. Tal 
ocorre quando o paciente sente que tem pouca 
probabilidade de êxito na competição edípica. 
A conversão caracteriza a Histeria de Conversão, onde os 
pacientes histéricos manifestam impulsos e afetos 
reprimidos, através de sintomas somáticos. A conversão 
não é simplesmente manifestação somática de afeto, mas 
representação específica de fantasias que podem ser 
novamente traduzidas na linguagem somática para sua 
linguagem original. 
A regressão possibilita a fuga de uma vivência incestuosa 
atual. Pela regressão o paciente retoma uma fase anterior 
destituída do risco incestuoso edipiano. 
Na negação os pacientes se defendem do sofrimento 
envolvido nas emoções e desejos dolorosos que 
vivenciam, não entendendo o resultado de seu 
comportamento sedutor sobre as pessoas de seu 
relacionamento. 
 
6- FERDINAND DE SAUSSURE. 
Ferdinand Saussure (1857-1913) foi o fundador da 
lingüística moderna, cujos princípios básicos influenciaram 
profundamente o desenvolvimento do estruturalismo 
semiótico. Sua maior contribuição foi o projeto de uma 
teoria geral de sistema de signos, a que ele denominou 
Semiologia, e seu elemento básico foi à definição do 
signo. Outros princípios importantes de sua teoria foram a 
arbitrariedade do signo lingüístico, o conceito de 
estrutura, o conceito de sistema de linguagem. 
A Semiótica Européia, em um de seus expoentes mais 
fortes, está fundamentada a partir do livro "Tratado de 
Lingüística Geral", de Ferdinand de Saussure. Esse livro 
deu margem à criação de várias correntes de 
pensamento, como o estruturalismo e constituiu-se como 
ponto de partida para a Semiologia desenvolvida por 
Rolland Barthes. 
Em relação aos determinantes teóricos da Semiologia, 
diferentemente de Peirce, que estabelece uma relação 
sígnica entre signo, objeto e interpretante, na corrente 
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Semiologia e Semiótica
iniciada por Saussure são vistos o signo, o significado e o 
significante. 
O signo, numa definição mais básica, é qualquer coisa que 
substitua outra. Deste modo podemos imaginar um 
homem primitivo que desenhou um animal numa caverna 
representando o animal que havia caçado, por exemplo. O 
desenho do animal é o signo que representa o conteúdo 
que o homem primitivo quis expressar. Este homem, para 
representar o animal, uniu um conceito a uma imagem, ou 
seja, estabeleceu uma relação entre um significado e um 
significante. Saussure estipula o significante como uma 
imagem acústica, que se constitui como a representação 
natural da palavra enquanto fato de língua virtual, ou a 
representação psíquica desse som. Passando para outros 
moldes além do verbal, o significante seria uma imagem 
que afetasse a mente de uma pessoa. 
Saussure estipula duas características primordiais do 
Signo: 
a) O Signo é arbitrário: Isso quer dizer que não há um 
laço natural entre o significante e o significado. Por 
exemplo, lua em Inglês é moon, enquanto em é italiano é 
luna. Com essa inferência Saussure distingue um signo de 
um símbolo; um símbolo teria uma relação com o objeto 
representado. Como exemplo, pode-se dizer que a cruz 
evoca muita coisa para um cristão, enquanto a suástica a 
um nazista ou a um judeu. O símbolo da justiça, a 
balança, não poderia ser substituído por um objeto 
qualquer, um carro, por exemplo. 
b) Caráter Linear do Significante: O significante, de 
natureza auditiva, desenvolve-se no tempo, unicamente, e 
tem as características que toma do tempo em 
determinada cultura. 
Com a constituição da linguagem verbal, existiriam 
relações sintagmáticas e relações associativas. As relações 
sintagmáticas estariam baseadas no caráter linear da 
língua, que exclui a possibilidade de pronunciar dois 
elementos ao mesmo tempo. Estes se aliam um após o 
outro na cadeia da fala, e tais combinações podem ser 
chamadas de sintagmas. Por exemplo,re-ler, contra-
todos, a vida humana, etc. 
Uma relação associativa possuiria sua dinâmica fora do 
discurso, onde as componentes de determinada sentença 
se associam na memória e assim se formam grupos 
dentro dos quais imperam relações muito diversas. Por 
exemplo, a palavra super-homem pode evocar em 
determinada mente palavras como superfície, supérfluo, 
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Semiologia e Semiótica
homem rico, poder, etc. 
 
6.1- O PROJETO SEMIOLÓGICO DE SAUSSURE. 
Inicialmente, a semiologia seria o projeto de uma ciência 
geral dos sistemas sígnicos. Saussure assim o definiu: 
Pode-se, então, conceber uma ciência que estude a vida 
dos signos no seio da vida social; ela constituiria uma 
parte da Psicologia social e, por conseguinte, da Psicologia 
geral. Chamá-la-emos de Semiologia (do grego smeion, 
signo). Ela nos ensinará em que consistem os signos, que 
leis os regem. Como tal ciência não existe ainda, não se 
pode dizer o que ela será; ela tem direito, porém, à 
existência; seu lugar está determinado de antemão. A 
Lingüística não é senão uma parte dessa ciência geral; as 
leis que a Semiologia descobrir serão aplicáveis à 
lingüística e esta se achará vinculada a um domínio bem 
definido no conjunto dos fatos humanos). Portanto, para 
Saussure, Semiologia e Lingüística estariam no âmbito da 
Psicologia geral. 
A segunda noção relevante é a relação entre a lingüística 
e a semiologia. Segundo a visão saussureana, as ciências 
da linguagem fazem parte da semiologia, e as leis gerais 
da ciência dos signos são aplicáveis à lingüística. 
Como o estudioso suíço desconhecia a tradição dos 
estudos sígnicos desde Platão a Peirce, para ele a 
semiologia ainda não existia e necessitava, antes de tudo, 
ser construída. Segundo ele, a lingüística já estaria 
bastante desenvolvida, e suas bases emprestariam 
suporte para a elaboração da teoria geral dos signos. 
Assim, via ele uma relação em mão dupla: a lingüística 
seria o caminho heurístico da produção da semiologia 
cujas regras seriam aplicáveis inclusive aos estudos 
lingüísticos. Este caminho foi seguido na França e na 
Itália, na semiótica estruturalista dos anos 60. 
Saussure fazia freqüentemente comentários sobre o 
conjunto dos fatos semiológicos sem, contudo, apresentar 
qualquer detalhamento da maioria desses sistemas de 
signos.O pesquisador tinha a língua como o principal dos 
sistemas sígnicos e mencionou outros sistemas como o 
Braille, o código de bandeiras marítimo, sinais militares de 
corneta, códigos cifrados (ex. música), etc. Somente no 
campo da literatura Saussure empreendeu estudos mais 
extensos de sistemas sígnicos não-verbais. Por exemplo, 
um estudo mitológico sobre a lenda germânica 
Niberlungen, que é descrita como um sistema de símbolos 
que estão inconscientemente sujeitos às mesmas 
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Semiologia e Semiótica
variações que qualquer outra série de símbolos, bem 
como as palavras da língua. 
Também nos a anagramas da poesia latina, Saussure se 
destacou no âmbito da semiologia. Em determinado ponto 
das discussões teóricas, a semiologia saussureana ficou 
inscrita no âmbito da sociologia e da psicologia (1901). O 
que mais ressaltou este enquadramento foi a menção feita 
por Saussure à aplicação da semiologia ao estudo das 
instituições jurídicas. 
Ainda que o próprio Saussure tivesse a lingüística como 
parte da semiótica, estudos posteriores conseguiram 
provocar sérios equívocos que se tornaram polêmicas até 
hoje não sanadas no que tange à posição dessas duas 
ciências: a semiótica contém a semiologia ou vice-versa? 
Convém, no entanto, buscarmos entender as contribuições 
fundamentais do patrono da lingüística na formulação de 
uma teoria geral dos signos. 
a) A arbitrariedade do signo lingüístico em relação a sua 
constituição fonológica, do que decorre o princípio 
suplementar da convencionalidade. 
b) A não-arbitrariedade a posterior, uma vez que ao 
falante não é facultado eleger signo diferente do 
convencionado quando estabelece a comunicação com 
outrem, disto decorre o princípio suplementar da 
imutabilidade do signo. 
c) A imotivação dos signos quanto ao seu significado. 
O princípio do binarismo: significado & significante. As 
flechas indicam a associação psíquica entre a imagem 
acústica e o conceito. Assim, os três termos do modelo 
diádico de Saussure são: 
 
Signo = significante 
significado 
 
Sua concepção é mentalista, pois ambos os compósitos 
sígnicos são entidades mentais. Daí a exclusão da 
referência, pois, além de ser seu modelo diádico, rejeita o 
pesquisador a união entre uma coisa e uma palavra, 
portanto, repele o objeto de referência, que seria algo 
externo ao sistema considerado. 
A partir dessas idéias, Saussure atrela o pensamento às 
palavras, sem as quais aquele seria uma massa amorfa e 
indistinta. Assim, cria Saussure as bases para a teoria das 
formas, não das substâncias, a partir do que, mais tarde 
vem a configurara-se com Hjelmslev na formulação do 
Estruturalismo lingüístico. 
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Semiologia e Semiótica
A partir de suas noção de forma, emergiram as idéias das 
redes de relações sígnicas que se sustentam em dois eixos 
fundamentais: as correlações e as oposições. 
A língua é um sistema em que todos os termos são 
solidários, e o valor de um resulta tão-somente da 
presença simultânea de outros. Seu conteúdo só é 
verdadeiramente determinado pelo concurso do que existe 
fora dela. Fazendo parte de um sistema, está revestida 
não só de uma significação como também de um valor. 
 
 
7-CHARLES SANDERS PEIRCE. 
Um dos principais estudiosos contemporâneos dos Signos 
e da semiótica americana tem seu expoente inicial com o 
cientista-lógico-filósofo (e um dos fundadores da moderna 
ciência semiótica) foi Charles Sanders Peirce (1830-1914). 
Considerado por alguns como sendo, porventura, o maior 
filósofo norte-americano, Peirce teve uma vida afetiva, 
profissional e acadêmica bastante conturbada e infeliz. 
Muitas das teorias mais interessantes de Peirce, 
nomeadamente no âmbito da Semiótica ou Lógica, foram 
pouco conhecidas, até pouco tempo. À medida que essas 
teorias forma sendo estudadas, Peirce foi ganhando uma 
importância crescente no campo da Semiótica, da Lógica e 
da Filosofia em geral. 
Peirce, filho de um importante matemático, era devotado 
nas ciências culturais à lingüística, à história e à filologia, 
e tinha grande conhecimento da Crítica a Razão Pura, de 
Kant. Em matéria de obras científico-filosófiicas, a única 
publicada em vida, por Peirce, foi Photometric Researches, 
de 1879, resultado do seu trabalho nos domínios da 
geodesia e da astronomia. Deixou um segundo livro 
terminado, The Grand Logic, e publicou vários artigos, 
sobretudo nas revistas Popular Science Monthly (1877-
1878) e The Monist (1891-1893). No entanto, a maior 
parte dos seus trabalhos inéditos, reunidos nos Collected 
Papers (em 9 volumes), só foi publicada entre 1931 e 
1958. 
Baseado, a princípio, com as categorias universais de 
Kant, e constatando mais tarde alguma semelhança 
também com Hegel, Peirce estipulou três categorias 
universais, começando a aplicá-las inicialmente à mente, 
e logo após á natureza. São estas categorias a de 
primeiridade, secundidade e terceiridade. 
"As definições de 'signo' que circulam nos manuais de 
semiótica corrente são diversas mas não contraditórias e 
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Semiologia e Semiótica
são muitas vezes complementares. Para Peirce, o signo 
era "algo que está para alguém por algo sob algum 
aspectoou capacidade". 
Enquanto Saussure circunscreveu a semiologia no âmbito 
da Psicologia, Peirce foi buscar suas bases na Filosofia e 
na Lógica. Por isso, com a mesma força que o suíço 
rejeitara a relação com entes objetivos externos ao 
sistema de signos em questão (no seu caso o lingüístico), 
o semioticista norte-americano enfatizara as suas bases 
doutrinárias numa concepção fenomenológica, portanto 
filosófica. Assim, retomava o terceiro elemento já previsto 
na teoria formulada por Platão (nome = nomos /noção = 
logos /coisa = pragma) como base indispensável do 
diálogo entre o homem e o mundo que o cerca. 
Para Peirce, o universo é semiótico, e o homem interage 
com os sinais, lendo os que o antecedem e formulando 
novos sinais em suprimento das necessidades 
emergentes. 
A visão pansemiótica de Peirce sobre o universo resultara 
no entendimento das cognições, das idéias e até do 
homem como entidades semióticas; e, como tal, um signo 
se refere a outras idéias e a outros objetos do mundo que 
se reflete um passado. 
Suas idéias projetam uma dimensão muito mais ampla. O 
homem denota qualquer objeto de sua atenção num 
momento dado. Conota o que conhece ou sente sobre o 
objeto e é também a encarnação desta forma ou espécie 
inteligível; o seu interpretante é a memória futura dessa 
cognição, o seu eu futuro ou uma outra pessoa à qual se 
dirige, ou uma frase que escreve, ou um filho que tem. 
Peirce retomou a teoria estóica do significado, em termos 
que lhe deram direito de cidadania na lógica moderna. As 
concepções semióticas de Peirce demonstraram ser 
fecundas na lógica e na semiótica contemporâneas, do 
mesmo modo que se tornaram fecundas as múltiplas 
distinções e classificações de signos que ele forneceu nos 
seus escritos. 
Para Peirce, Lógica e Semiótica identificam-se: Em seu 
sentido geral, a lógica é, como acredito ter mostrado, 
apenas um outro nome para semiótica, a quase-
necessária, ou formal, doutrina dos signos. A Semiótica é 
quase-necessária ou formal no sentido em que, segundo 
Peirce, procede por observação abstrativas, partindo dos 
signos particulares do que os signos "são", para as 
afirmações gerais o que os signos devem ser. 
A Semiótica tem três ramos: 
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Semiologia e Semiótica
a) Gramática Pura - a sua tarefa é determinar o que deve 
ser verdadeiro quanto ao representamen utilizado por 
toda a inteligência científica a fim de que possa incorporar 
um significado qualquer. É a teoria geral da relação de 
representação e dos vários tipos de signos. 
b) Lógica Pura ou Crítica - ciência do que é quase 
necessariamente verdadeiro em relação aos 
representamen de toda a inteligência científica a fim de 
que possam aplicar-se a qualquer objeto, isto é, a fim de 
que possam ser verdadeiros. Ciência formal da verdade 
das representações. Compreende a teoria unificada da 
dedução, da indução e da retrodução - inferência 
hipotética ou abdução. 
c) Retórica Pura ou Especulativa - o seu objetivo é o de 
determinar as leis pelas quais, em toda a inteligência 
científica, um signo dá origem a outro signo e, 
especialmente, um signo acarreta outro. Refere-se à 
eficácia da semiose. 
Esta tripartição da Semiótica viria a ser retomada por 
Charles Morris em 1938 que substitui as designações de 
Peirce pelas de Sintaxe (que trata da relação formal dos 
signos uns com os outros), Semântica (que trata da 
relação entre os signos e os objetos a que se aplicam) e 
Pragmática (que trata da relação entre os signos e os 
intérpretes). Como sabemos, Sintaxe, Semântica e 
Pragmática constituem, hoje em dia, os três grandes 
domínios da Semiótica. 
Peirce distingue, ainda, entre Semiótica geral e "ciências 
psíquicas" a que, mais propriamente, poderíamos chamar 
"ciências semióticas", em que inclui as ciências 
psicológicas e sociais, a lingüística, a história, a estética, 
etc. 
 
7.1-PRIMEIRIDADE, SECUNDIDADE E TERCEIRIDADE. 
A primeiridade (a primeira das três categorias universais) 
consiste, por exemplo, na presença de imagens 
diretamente à consciência, sem uma consciência 
propriamente dita. A primeiridade: categoria do 
sentimento imediato e presente das coisas, numa relação 
sensível, sem relação com outros fenômenos do mundo, 
onde se vê aquilo tal como é por exemplo uma Flor 
palavra da língua. 
O caráter de secundidade já redunda em "conflito". Não é 
o não analisável da primeiridade, mas necessita dela para 
existir. É o mundo do pensamento, sem, no entanto, a 
mediação de signos. O aspecto segundo representa uma 
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Semiologia e Semiótica
consciência reagindo ante o mundo, em relação dialética; 
uma relação dual. Secundidade: relação entre um 
fenômeno primeiro e um segundo fenômeno qualquer. É a 
categoria da comparação, por exemplo, uma Flor é o 
nome genérico para rosas, margaridas, etc. 
A terceiridade contem as duas últimas citadas, no nível do 
pensamento a terceiridade corresponderia ao nível 
simbólico, sígnico, onde representamos e interpretamos o 
mundo. Não é um caráter passivo, primeiro, mas a união 
deste com o segundo, acrescentando um fator cognitivo. 
Na terceiridade é posto uma camada interpretativa entre a 
consciência (segundo) e o que é percebido (primeiro). 
Nesse caráter fenomenológico Peirce começou a 
esquadrinhar seu sistema filosófico. A terceiridade é a 
categoria que relaciona um fenômeno a um terceiro 
termo, gerando assim a representação, a semiose, os 
signos em si. Por exemplo, uma Flor pode representar a 
mocidade; a pureza, a candura, além do próprio tipo 
vegetal. 
Para esclarecer a definição de signo, Peirce estabeleceu o 
conceito de relação sígnica. Toda relação sígnica envolve o 
signo propriamente dito, o objeto e seu interpretante. A 
noção de interpretante não se define na de intérprete do 
signo, mas através da relação que o signo mantém com o 
objeto. A partir dessa relação, produz-se na mente 
interpretadora um outro signo que traduz o significado do 
primeiro (que é o interpretante do primeiro). Por exemplo, 
a palavra "casa" é um signo interpretante do signo casa 
estabelecido unicamente em cada subjetividade. Dessa 
forma, o significado de um signo é sempre outro signo, e 
assim por diante. 
Tendo suas categorias e a noção de signo, Peirce 
estabeleceu uma rede de classificações sempre triádicas 
dos tipos possíveis de signo, tomando como base às 
relações que se apresenta o signo. A relação mais 
elementar entre essas tríades se dá tomando-se a relação 
do signo consigo mesmo (primeiridade), com seu objeto 
dinâmico (secundidade) e com seu interpretante 
(terceiridade): 
O Signo 1º em si mesmo (1º Quali-signo, Sin-signo, Legi-
signo). O Signo 2º com seu objeto. 2º Ícone, Índice, 
Símbolo. O Signo 3º com seu interpretante (Rema, 
Dicente, Argumento). 
Ao pegar-se um signo com seu objeto, em aspecto 
icônico, temos por correspondentes em primeiridade um 
Quali-signo e uma rema. Por primeiridade ser a pura 
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Semiologia e Semiótica
qualidade, é passível a várias "interpretações". Não chega 
a um signo restrito. 
Partindo novamente da relação do signo com seu objeto, 
agora em caráter de secundidade encontra-se o índice. 
Aqui, o signo permanece bem mais restrito e concreto, 
pois "indica". Um exemplo disso seria o ponteiro da 
gasolina no carro, que indica o quanto aproximado há de 
combustível no veículo. 
Em terceiridade, ao ter-se o símbolo como ponto de 
partida, vê-se, no signo em si mesmo, um caráter de lei. 
Nesse aspecto podem ser encontrados os códigos (não 
especialmente um código genético, por exemplo, mas 
explicitamente a linguagem como códigocriado na esfera 
humana). Na forma expressa acima, percebe-se que o 
terceiro sempre precisa do primeiro e do segundo para 
sua existência, pois se assim não fosse, não teria seu 
caráter designativo ou qualitativo numa lei, ou num 
processo superior humano. 
Peirce, com suas tríades criou miríades de associações, 
sendo esta, um dos pontos fundamentais de sua teoria. 
Assim, a base geral do signo é a relação entre estes três 
elementos, a partir dos quais é possível entender a 
semiose ou o processo de produção de significados e 
sentidos. A teoria da iconicidade nos diz que qualquer 
coisa é capaz de ser um substituto para qualquer coisa 
com a qual se assemelhe e a relacionamos com a teoria 
do interpretante que é a formulação de um Supersigno ou 
Supercódigo que orienta a "tradução" ou decifração dos 
possíveis conteúdos de um dado signo sensível. 
Como é possível perceber, a teoria de Peirce contempla as 
relações entre homem e mudo, assim como decifra em 
graus o diálogo entre o homem e os fenômenos que o 
tocam, a partir do que a mediação dos sentidos humanos 
é considerada em sua amplitude enquanto antena de 
captação dos sinais do universo articulado com a 
experiência humana. 
O modelo triádico de Peirce que viabilizou a classificação 
dos sinais em ícones, índices e signos, estendeu a 
discussão da atuação subjetiva sobre a decifração sígnica, 
assim como permitiu a dedução de valores extra-sígnicos 
que compõem a rede de relações sobre as quais opera a 
semiose. 
Além disso, ressaltou o caráter dinâmico das linguagens, 
apontando para a teoria da semiose ilimitada que veio a 
subsidiar explicações mais consistentes para a produção 
artísticas a partir do confronto entre objeto artístico e 
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Semiologia e Semiótica
objeto seriado. Para Peirce, as formas sígnicas são 
passíveis de serem construídas a despeito de existirem ou 
não no mundo real, por isso, a existência material de 
sinais não aprisiona a produção cognitiva. 
Das contribuições deixadas por Saussure, verifica-se sua 
maior importância no âmbito da descrição lingüística, 
portanto, como base fundamental para a análise literária, 
inclusive. Quanto ao legado de Peirce, pode-se dizer que 
tenha aberto os horizontes dos estudos sígnicos no 
sentido de demonstrar as relações intersistêmicas, por 
meio do que são sustentáveis os enfoques 
interdisciplinares e intertextuais tão em voga na 
atualidade. 
Originalmente semiótica e semiologia eram a mesma 
coisa, a escola francesa gerou uma outra modalidade de 
estudo que seria mais bem denominada como semiologia 
ou uma semiótica lingüística e a semiótica de Peirce 
transcende o estudo do signo lingüístico, portanto, seria 
uma ciência continente para os estudos do signo verbal. A 
categorização triádica e fenomenológica da teoria de 
Peirce favorecem a ampliação de uma metodologia de 
ensino de línguas que contemple mais adequadamente o 
desenvolvimento das destrezas lingüísticas: ouvir, falar, 
ler e escrever. 
 
7.2-PRAGMATISMO E ABDUÇÃO. 
Charles Sanders Peirce consta, nas Histórias da Filosofia, 
como um dos fundadores do pragmatismo. O 
pragmatismo é a forma que foi assumida, na filosofia 
contemporânea, pela tradição clássica do empirismo inglês 
o pragmatismo constitui a primeira contribuição original 
dos Estados Unidos da América para a filosofia ocidental. 
Enquanto o empirismo clássico entende "experiência" 
como experiência passada, o pragmatismo entende a 
experiência como abertura para o futuro, a possibilidade 
de fundamentar a previsão: uma verdade é-o não em 
confronto com uma experiência passada, mas em relação 
com o seu possível uso futuro. A previsão desse possível 
uso futuro dos limites, condições e efeitos é o significado 
dessa verdade. A tese fundamental do pragmatismo é a 
de toda a verdade é uma regra de ação, uma norma para 
a conduta futura, entendendo-se por "ação" e por 
"conduta futura" toda a espécie ou forma de atividade, 
quer seja cognoscitiva quer seja emotiva. 
A crítica central de Peirce ao método cartesiano reside na 
tese de que não é possível distinguir entre uma idéia que 
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Semiologia e Semiótica
apenas parece clara e distinta e outra que o é 
efetivamente. Peirce observa que o mecanismo da mente 
só pode transformar conhecimento, mas nunca originá-lo, 
a menos que alimentado com fatos de observação. Como 
podemos, então, estar seguros da clareza de uma idéia? 
Para responder a esta questão, Peirce avança a sua 
concepção do pensamento como "engenharia". O 
pensamento é comparado, por Peirce, à "linha de uma 
melodia através da sucessão das nossas sensações": 
enquanto os sons são o imediatamente percebido, o 
pensamento é uma sucessão ordenada de idéias, mediada 
por essas sensações e orientada para uma certa função. 
Essa função é a produção de uma crença. 
A crença tem três propriedades, segundo Peirce: é algo de 
que nos damos conta; sossega a irritação do pensamento 
provocada pela dúvida; implica a determinação, na nossa 
natureza, de uma regra de ação ou hábito. Por hábito 
deve entender-se, aqui, o conjunto de ações, tanto reais 
como possíveis, que se baseiam numa crença. No entanto, 
a ação com base numa determinada crença produz uma 
nova dúvida, e este novo pensamento; assim, a crença, 
sendo lugar de paragem, é também lugar de recomeço 
para o pensamento. Sendo a essência da crença a 
produção de um hábito, as diferentes crenças distinguem-
se pelos diferentes modos de ação a que dão origem. 
Parafraseando um exemplo de Fidalgo, se eu acreditar que 
um objeto é um garfo, então servir-me-ei dele para levar 
à boca alimentos sólidos; mas, se for chinês, por exemplo, 
e acreditar que se trata de um ancinho, utilizá-lo-ei para 
tratar das flores. 
Portanto, e ao contrário do que pretendia Descartes, a 
"clareza das idéias" não resulta das idéias inatas, mas da 
aplicação de uma máxima pragmatista, que Peirce 
considera quais os efeitos, que podem ter certos aspectos 
práticos, que concebemos que o objeto da nossa 
concepção tem. A nossa concepção dos seus efeitos 
constitui a nossa concepção do objeto. O que significa que 
a nossa idéia (significado) de um objeto é a idéia dos 
efeitos sensíveis que concebemos que esse objeto tem. 
As sete conferências que Peirce fez em Harvard, em 1903, 
a convite de William James, procuram dar uma resposta 
lógica e não psicológica, ao problema da máxima 
pragmatista, formulado nos seguintes termos: "Qual é a 
prova de que os efeitos práticos de um conceito 
constituem a soma total do conceito?". A resposta a este 
problema leva Peirce a afirmar que a questão do 
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Semiologia e Semiótica
pragmatismo não é mais que a questão da abdução. Para 
"afiar" a máxima pragmatista, Peirce propõe as seguintes 
proposições "cotárias" (do latim cotis, afiar): 
a) "Nada está no intelecto que primeiro não tenha estado 
nos sentidos": este princípio aristotélico significa, para 
Peirce, que nenhuma idéia, seja de que tipo for, se 
encontra na mente sem ter passado primeiro por um juízo 
perceptivo, ou seja, o juízo perceptivo é a fonte do 
conhecimento. No entanto, esta concepção coloca o 
seguinte problema: sendo os juízos perceptivos juízos 
particulares, como se passa deles para os conceitos e 
juízos universais? Este problema leva Peirce à segunda 
proposição cotária. 
b) Os juízos perceptivos contêm elementos gerais: 
embora os juízos perceptivos sejam singulares, ao nível 
do sujeito eles não deixam de envolver a generalidade, ao 
nível do predicado, possibilitando, assim, a dedução de 
proposições gerais. Como se faz a introdução da 
generalidadenos juízos perceptivos? Pelo tipo de 
raciocínio a que Peirce chama abdução. 
A Lógica e a Teoria do Conhecimento tradicional 
distinguem dois tipos de raciocínio: a dedução (prova que 
algo deve ser, é uma inferência necessária que extrai uma 
conclusão contida em certas premissas, cuja verdade 
deixa, no entanto, em aberto) e a indução (prova que algo 
realmente é, é uma inferência experimental que não 
consiste em descobrir, mas em confirmar uma teoria 
através da experimentação - e que, portanto, não cria 
algo de novo). A criação quer das premissas 
(fundamentoras da dedução) quer das teorias 
(fundamentoras da indução), é, deste modo, exterior aos 
dois tipos tradicionais de raciocínio, e reside na abdução. 
A abdução, que prova que algo pode ser, é uma inferência 
hipotética, é o verdadeiro método para a criação de novas 
hipóteses explicativas. O modelo da inferência abdutiva 
pode ser traduzido da forma seguinte: "Um fato 
surpreendente, C, é observado. Mas, se A fosse 
verdadeiro, C seria natural. Donde há razão para suspeitar 
que A é verdadeiro". 
Mas como entra, através da abdução, a generalidade nos 
juízos perceptivos? Esta questão conduz-nos à terceira 
proposição cotária. 
c) A inferência abdutiva transforma-se no juízo perceptivo 
sem que haja uma linha clara de demarcação entre eles: 
os juízos perceptivos são casos extremos de inferências 
abdutivas. A percepção tem sempre, segundo Peirce, um 
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fundo abdutivo e interpretativo, não se limita a ser um 
mero "dado". Seja o seguinte exemplo de juízo 
perceptivo, feito num lindo dia de sol: "Está a cair água do 
telhado". A partir deste juízo perceptivo, várias inferências 
abdutivas são possíveis, por exemplo: "Alguém está a 
deitar água no telhado" ou "A neve acumulada no telhado 
está a derreter". Enquanto a inferência abdutiva admite 
sempre a possibilidade de ser negada (para afirmarmos 
uma outra), no caso dos juízos perceptivos não nos é 
possível conceber a sua negação ("prova da 
inconceptibilidade"). 
Como distinguir, de entre a infinidade de hipóteses 
explicativas de um fenômeno teoricamente possíveis, as 
que são admissíveis e as que não o são? A resposta a esta 
pergunta reside na máxima pragmatista - é ela que nos 
fornece o critério de admissibilidade das hipóteses 
explicativas. É neste sentido que, segundo Peirce, a 
questão do pragmatismo é a questão da abdução. Só são 
admissíveis as hipóteses das quais podemos conceber 
determinados efeitos práticos sensíveis, que vão guiar a 
conduta de quem as formulou. Assim entendida, a 
máxima pragmatista pode formular-se do seguinte modo: 
uma concepção não pode ter efeito lógico algum, ou 
importância a diferir do efeito de uma segunda concepção, 
salvo na medida em que, tomada em conexão com outras 
concepções e intenções, poderia concebivelmente 
modificar a nossa conduta prática de um modo diverso do 
da segunda concepção. 
 
7.3-SIGNOS. 
A Semiótica é a doutrina ou ciência dos signos, logo a 
noção central desta disciplina é, obviamente, a noção de 
Signo. Platão e Aristóteles vão distinguir, no que se refere 
às palavras, entre significado e significante e, sobretudo 
entre significação e referência. No entanto, Aristóteles não 
usa, habitualmente, a palavra semeion para se referir às 
palavras, a que se refere normalmente como symbolon. 
Os signos (semeia), referidos na Retórica, são uma das 
fontes dos entimemas ( a outra são os eikota ou 
verosímeis). Os signos são distinguidos em duas 
categorias: o tekmerion, no sentido de "prova", que 
poderíamos traduzir por "signo necessário" ou "forte" ("se 
tem febre, então está doente"), governado pela relação de 
implicação e indo do universal para o particular; e o "signo 
fraco" ("se tem a respiração alterada, então tem febre"), a 
que Aristóteles não dá um nome particular, governado 
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Semiologia e Semiótica
pela relação de conjunção e indo do particular para o 
particular. 
Os Estóicos, apesar da articulação da sua semiótica, ainda 
não vão unificar, de forma clara, a doutrina da linguagem 
verbal e a doutrina dos signos. No que se refere à 
linguagem verbal, os Estóicos distinguiam entre 
"expressão" (semainon), "conteúdo" (semainomenon) e 
"referente" (tynchanon). Poder-se-ia dizer que, para os 
Estóicos, a língua aparece como sistema modelizante 
primário (Lotman). 
No entanto, será só com Stº Agostinho que, segundo Eco, 
se fará à união definitiva entre teoria dos signos e teoria 
da linguagem, aparecendo os signos lingüísticos como 
uma espécie ( entre outras espécies, como as dos 
letreiros, dos gestos, dos sinais ostensivos) do gênero 
signo. Quanto à noção de signo, Stº Agostinho dá duas 
definições que contemplam quer a sua dimensão 
semântico-representativa quer a sua dimensão 
comunicacional (representando, esta última, uma 
novidade em relação aos Estóicos): "Um signo é o que se 
mostra a si mesmo ao sentido, e que, para além de si, 
mostra ainda alguma coisa ao espírito" e "A palavra é o 
signo de uma coisa que pode ser compreendida pelo 
auditor quando é proferida pelo locutor". Em vez dos três 
elementos referidos pelos Estóicos, Stº Agostinho indica 
quatro elementos constitutivos do signo: a palavra 
(verbum), o exprimível (dicibilis), a expressão (ditio) e a 
coisa (res), ainda que verbum e ditio pareçam poder ser 
tomados como sinónimos, referindo-se o primeiro ao 
aspecto comunicativo e o segundo ao aspecto semântico-
referencial do signo. 
A esta concepção triádica do signo, profundamente 
radicada na tradição filosófica, vai opor-se claramente 
Saussure (e a tradição que dele emana). Saussure define 
o signo (lingüístico) da seguinte forma: "O signo 
lingüístico une não uma coisa e um nome, mas um 
conceito e uma imagem acústica. Esta última não é o som 
material, coisa puramente física, mas a marca psíquica 
desse som, a representação que dela nos dá o 
testemunho dos nossos sentidos; ela é sensorial, e se nos 
acontece chamar-lhe “material”, é apenas neste sentido e 
por oposição ao outro termo da associação, o conceito, 
geralmente mais abstrato". O signo apresenta, assim, 
uma dupla face: significante ("imagem acústica") e 
significado ("conceito"), excluindo-se claramente o 
referente (e, em conseqüência, pelo menos assim o 
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Semiologia e Semiótica
pensava Saussure, a concepção da língua como 
nomenclatura, ligando palavra-coisa). 
A concepção Peirceana do signo é claramente herdeira da 
tradição lógico-filosófica (estóica e agostiniana) do signo e 
ultrapassa, claramente, a concepção Saussuriana do 
mesmo. 
a) Um signo, ou representamen, é aquilo que, sob certo 
aspecto ou modo, representa algo para alguém. Dirige-se 
a alguém, isto é, cria na mente dessa pessoa um signo 
equivalente, ou talvez um signo mais desenvolvido. Ao 
signo assim criado denomino interpretante do primeiro 
signo. O signo representa alguma coisa, seu objeto. 
Representa esse objeto não em todos os seus aspectos, 
mas com referência a um tipo de idéia que eu, por vezes, 
chamei fundamento do representamen. "Idéia" deve ser 
aqui entendida num certo sentido platônico." 
b) Um Signo é tudo aquilo que está relacionado com uma 
Segunda coisa, seu Objeto, com respeito a uma 
Qualidade, de modo tal a trazer uma Terceira coisa, seu 
Interpretante, para uma relação com o mesmo Objeto, e 
de modo tal a trazer uma Quarta para uma relação com 
aquele Objeto na mesma forma, ad infinitum. Se a série é 
inter-rompida, o Signo, por enquanto, não corresponde ao 
caráter significante perfeito. 
c) Um Signo, ou Representamen, é um Primeiroque se 
coloca numa relação triádica genuína tal com um 
Segundo, denominado seu Objeto, que é capaz de 
determinar um Terceiro, denominado seu Interpretante, 
que assume a mesma relação triádica com seu Objeto na 
qual ele próprio está em relação com o mesmo Objeto. 
d) Signo é qualquer coisa que conduz alguma outra coisa 
(seu interpretante) a referir-se a um objeto ao qual ela 
mesma se refere (seu objeto) de modo idêntico, 
transformando-se o interpretante, por sua vez, em signo, 
e assim sucessivamente, ad infinitum. Se a série de 
interpretantes sucessivos vem a ter fim, em virtude desse 
fato o signo torna-se, pelo menos, imperfeito. 
A classificação dos signos é um dos problemas que a 
Semiótica ainda não conseguiu resolver de forma 
totalmente satisfatória. A prova disso são as sucessivas 
classificações, mais ou menos inspiradas em Peirce, 
tentadas por Eco. Segundo este autor, o único pensador 
que, até hoje, tentou uma classificação global dos signos 
foi Peirce, tendo, no entanto a sua classificação ficada 
incompleta. Apesar disso, muitas das distinções feitas por 
Peirce ganharam direitos de cidadania na Semiótica e, por 
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Semiologia e Semiótica
isso, importa fazer aqui a sua análise, ainda que sumária. 
Os signos podem ser classificados a partir de três pontos 
de vista: Signo em si, relação do Signo com o Objeto e 
relação do Signo com o Interpretante. Obtêm-se, assim, 
as três tricotomias e as nove categorias seguintes: 
- Signo em si: Qualisigno (Tone), Sinsigno (Token), 
Legisigno (Type). 
- Signo em relação com o Objeto: Índice, Ícone e Símbolo. 
- Signo em relação com o Interpretante: Rema, Dicisigno, 
Argumento. 
Da combinação destas categorias derivam dez classes de 
signos as outras combinações teoricamente possíveis não 
têm significado, que nos dispensaremos de analisar aqui. 
Classes que, no entanto, nem sempre é fácil saber como 
aplicar. Como diz Peirce, é um terrível problema dizer a 
que classe um signo pertence. 
Peirce define, num texto de 1903, cada uma das nove 
categorias anteriores indica-se, entre parêntesis, a 
respectiva exemplificação e/ou interpretação: 
- Qualisigno (Tone): é uma qualidade que é um Signo. Por 
exemplo, tom de voz, vestuário, etc. 
- Sinsigno (Token ou "ocorrência"): é uma coisa ou evento 
existente e real que é um Signo por exemplo, todos os /o/ 
deste texto. 
- Legisigno (Type ou tipo): é uma lei que é um Signo. 
Traduz-se nos sinsignos, que são as suas "ocorrências"; 
exemplo: o artigo definido "o", que se traduz nos /o/ 
deste e de outros textos. 
- Ícone: é um signo que se refere ao Objeto que denota 
apenas em virtude dos seus caracteres próprios, 
caracteres que ele igualmente possui quer um tal Objeto 
realmente exista ou não; qualquer coisa, seja uma 
qualidade, um existente individual ou uma lei, é Ícone de 
qualquer coisa, na medida em que for semelhante a essa 
coisa e utilizado como um seu signo (inclui, como 
subcategorias, as imagens, os diagramas e as metáforas; 
exemplos: fotografias, desenhos, diagramas, fórmulas 
lógicas e algébricas, imagens mentais, etc.). 
- Índice: é um signo que se refere ao Objeto que denota 
em virtude de ser realmente afetado por esse Objeto. 
Funda-se não na semelhança, como o Ícone, mas na 
conexão física com o Objeto; exemplos: dedo apontado 
para um objeto, cata-vento, fumo como sintoma do fogo, 
pronome /este/, referido a um objeto, os quantificadores 
lógicos, etc. 
- Símbolo: é um signo que se refere ao Objeto que denota 
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Semiologia e Semiótica
em virtude de uma lei, normalmente uma associação de 
idéias gerais que opera no sentido de fazer com que o 
Símbolo seja interpretado como se referindo àquele 
Objeto. Exemplos de Peirce: todas as palavras, frases, 
livros e outros signos convencionais. 
- Rema (Termo): é um Signo que, para o seu 
Interpretante, é um Signo de Possibilidade qualitativa, ou 
seja, é entendido como representando esta e aquela 
espécie de Objeto possível. É ou um termo simples, ou 
uma descrição, ou uma função. Por exemplo: Sócrates, 
alto, e, etc. 
- Dicisigno (Proposição): é um Signo que, para o seu 
Interpretante, é um Signo de existência real. Uma 
proposição como, por exemplo, "Sócrates é mortal". 
- Argumento: é um Signo que, para o seu Interpretante, é 
Signo de lei. É um raciocínio complexo, por exemplo, um 
silogismo. 
Para percebermos melhor o funcionamento daquela que 
Peirce considera ser "a mais importante divisão dos 
signos", em Ícones, Índices e Símbolos, vejamos os 
seguintes exemplos de Peirce - que mostram como, na 
linguagem do quotidiano, Símbolos, Ícones e Índices se 
relacionam: 
Exemplo 1. Um homem, que caminha com uma criança, 
levanta o braço para o ar e aponta, dizendo: "Lá está um 
balão". A criança pergunta: "O que é um balão?". 
Responde o homem: "É parecido com uma grande bolha 
de sabão". 
Neste exemplo verifica-se que: o braço apontado para o 
ar funciona como um Índice (denota um individual), a 
bolha de sabão funciona como um Ícone, e as palavras 
funcionam como Símbolos. 
Exemplo 2. Se eu digo "Todo o homem ama uma mulher", 
isto equivale a dizer "Tudo o que for homem ama algo que 
é mulher". 
Neste exemplo verifica-se que: "tudo o 
que" (quantificador universal) e "algo que" (quantificador 
particular) funcionam como Índices; "for homem", "ama" 
e "mulher" funcionam como Símbolos. 
Exemplo 3. A diz a B: "Há um fogo". B pergunta: "Onde?". 
Responde B: "A cerca de mil metros daqui". 
Neste exemplo, "metros" e "daqui" funcionam como 
Índices, e os restantes signos como Símbolos. 
Sobre a relação entre Índices, Ícones e Símbolos, Peirce 
diz ainda que ela está presente em qualquer proposição, 
sendo impossível encontrar uma proposição, por mais 
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Semiologia e Semiótica
simples que seja, que não faça apelo a pelo menos dois 
destes tipos de signos. 
Especialmente importante é o papel que Peirce atribui ao 
Ícone, que considera a única maneira de comunicar 
diretamente uma idéia, levando a que todo o método de 
comunicação indireta de uma idéia deve passar pelo uso 
de um Ícone. Assim, toda a asserção deve conter um 
Ícone ou um conjunto de Ícones, ou signos cujo 
significado só seja explicável por Ícones. No dizer de 
Peirce, o Predicado de uma asserção é a idéia significada 
por um conjunto de ícones ou o equivalente a um 
conjunto de ícones contido numa asserção. 
De qualquer modo, só num determinado contexto 
podemos determinar se um signo funciona como um 
Índice, um Ícone ou um Símbolo. Por exemplo: o fumo 
tanto pode significar fogo, como nevoeiro, como se 
aproxima um rosto-pálido, no caso dos sinais de fumo. 
Com a sua teoria da abdução, Peirce vai romper com os 
paradigmas referencialista e ideacionista do Signo, ambos 
baseados na noção de equivalência ou entre signo-
referente ou entre significante-significado. Trata-se, 
agora, de substituir a noção de equivalência pela de 
implicação. Um signo é algo através do qual nós 
conhecemos algo mais. 
 
 
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Psicanalítica, Imago,RJ-1976. 
 
ABBAGNANO, NICOLA, Dicionário da Filosofia, Martins 
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SAUSURRE, FERDINAND DE, Curso de Lingüística Geral, 
Ed Cultrix, 1995. 
 
NUNES, PORTELLA, Psiquiatria e Saúde Mental, Atheneu, 
SP-2000. 
 
FENICHEL, OTTO, Teoria Psicanalítica das Neuroses, 
Atheneu, SP-2000. 
 
GUYTON, ARTHUR C., Tratado de Fisiologia Médica, 
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Interamericana, RJ-1977. 
 
INTERNET - http://www.geocities.com/bernardorieux/ 
 
INTERNET - http://www.geocities.com/bernardorieux/
semiota.htm#ma Introdução às Se 
 
INTERNET - http://www.ibsei.com.br/semiolo.htm -
Darcilia Simões 
 
INTERNET - http://ubista.ubi.pt/~comum/jpserra_peirce.
html -Paulo Serra. 
 
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