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Cópia de 2018 ECA (Lei 8069)

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Prévia do material em texto

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ECA
MATERIAL COM QUESTÕES DE CONCURSO e ALGUMAS REFERÊNCIAS À SÚMULAS E JULGADOS DOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Material confeccionado por Eduardo B. S. Teixeira.
	Última atualização legislativa: Lei nº 13.509, de 2017 + Derrubada dos Vetos pelo Congresso.
Última atualização jurisprudencial: Vide art. 244-B do ECA (Info 613 do STJ), art. 33, § 3º (Info 619 do STJ).
Última atualização questões de concurso: 07/08/2018.
Observações quanto à compreensão do material:
Cores utilizadas:
EM VERDE: destaque aos títulos, capítulos, bem como outras informações relevantes, etc.
EM ROXO: artigos que já foram cobrados em provas de concurso.
EM AZUL: Parte importante do dispositivo (ex.: questão cobrou exatamente a informação, especialmente quando a afirmação da questão dizia respeito à situação contrária ao que dispõe no ECA).
EM AMARELO: destaques importantes (ex.: critério pessoal)
Siglas utilizadas:
MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base legal, etc).
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
	(Vide Lei nº 13.105, de 2015)    (Vigência)
	Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
Título I
Das Disposições Preliminares
        Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. (DPESP-2006)
	OBS1: O ECA, na linha do próprio Direito da Criança e do Adolescente, encampou a Doutrina da Proteção Integral, pela qual essas pessoas são consideradas sujeitos de direitos e não objeto de proteção. Substituiu a Doutrina da Situação Irregular.
	Situação Irregular
	Proteção Integral
	Menor era considerado um objeto de proteção.
	Criança e adolescente são considerados sujeitos de direitos.
	Código de Menores
	Estatuto da Criança e do Adolescente
	Tutelava apenas o menor em situação irregular
	Dá ampla proteção à criança e ao adolescente
	O menor era visto como objeto de tutela
	Criança e adolescente são sujeitos de direitos.
OBS2: PROTEÇÃO INTEGRAL Conjunto de mecanismos jurídicos voltados à tutela da criança e do adolescente.
	(MPRR-2017-CESPE): De acordo com os princípios orientadores do direito da criança e do adolescente, em favor deles deve ser dada primazia em todas as esferas de interesse, seja no campo judicial, extrajudicial, administrativo, social ou familiar. Tal tratamento não comporta questionamentos ou ponderações, pois foi essa a escolha nacional por meio do legislador constituinte. De acordo com a doutrina, tal primazia corresponde ao princípio da prioridade absoluta.
(TJMS-2015-VUNESP): Com relação à retrospectiva e evolução históricas do tratamento jurídico destinado à criança e ao adolescente no ordenamento pátrio, é correto afirmar que na fase da absoluta indiferença, não havia leis voltadas aos direitos e deveres de crianças e adolescentes.
Explicação: A evolução do tratamento da criança e do adolescente pode ser resumida em quatro fases ou sistemas: 
a) fase da absoluta indiferença, em que não existiam normas relacionadas a essas pessoas; 
b) fase de mera imputação criminal, em que as leis tinham o único propósito de coibir a pratica de ilícitos por aquelas pessoas (Ordenações Afonsinas e Filipinas, Código Criminal do Império de 1830, Código Penal de 1890); 
c) fase tutelar, conferindo-se ao mundo adulto poderes para promover a integração sociofamiliar da criança, como tutela reflexa de seus interesses pessoais (Código Mello Mattos de 1927 e Código de Menores de 1979); 
d) fase da proteção integral, em que as leis reconhecem direitos e garantias às crianças, considerando-a como uma pessoa em desenvolvimento. É, pois, na quarta fase que se insere a Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e da Adolescência de 1990) (ROSSATO; LÉPORE; CUNHA, 2011, p. 72).Parte superior do formulárioParte inferior do formulário
(TJAL-2015-FCC): É característica da doutrina da situação irregular, que inspirou as legislações anteriores do Estatuto da Criança e do Adolescente, a possibilidade de aplicação da medida de internação a menores carentes, abandonados, inadaptados e infratores, ainda que seu cumprimento possa se dar em unidades distintas e com maior ou menor nível de contenção.  
Explicação: "O Estatuto substituiu o antigo Código de Menores, Lei nº 6.697/79, cuja incidência era voltada precipuamente ao menor em situação de irregular. Crianças e adolescentes eram vistos como objeto de tutela à luz daquele regramento. 'Durante todo este período a cultura da internação, para carentes ou delinquentes foi a tônica. A segregação era vista, na maioria dos casos, como única solução'". (SINOPSE JUSPODIVM, 2015, pp. 23-24)
(TJAC-2012-CESPE): Com importância desde o século XIX, o princípio do melhor interesse foi adotado pela comunidade internacional, em 1959, na Declaração dos Direitos da Criança e, por esse motivo, malgrado a diferença de enfoque, foi incluído no Código de Menores de 1979, ainda que sob a égide da doutrina da situação irregular.
Explicação: O princípio do melhor interesse já era previsto entre nós antes mesmo da Constituição Federal, embora sem se reconhecer o “menor como um sujeito de direitos”.
(TJPR-2012-PUCPR): O ECA (Lei 8069/90) instituiu, entre outros princípios, o da Proteção Integral à infância e à juventude. BL: art. 1º do ECA.
(TJPR-2012-PUCPR): A Prioridade Absoluta a criança e adolescente e o respeito ao segmento, como pessoas em condição peculiar de desenvolvimento, são princípios norteadores do atual direito da infância e juventude. BL: art. 4º do ECA.
        Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. (M)
	(TJSP-2014-VUNESP): A proteção integral da criança ou adolescente é devida em função de sua faixa etária porque o critério adotado pelo legislador foi o cronológico absoluto. 
Explicação: "O critério adotado pelo legislador é puramente cronológico, sem adentrar em distinções biológicas ou psicológicas acerca do alcance da puberdade ou do amadurecimento da pessoa" (BARROS, Guilherme Freire de Melo. Lei especiais para concursos: Estatuto da Criança e do Adolescente. Salvador: Jud Podivm, 2015, p. 20). 
OBS: A fixação da adolescência não parte de uma realidade biopsicológica e social do indivíduo, mas de um critério etário. Não se analisa a condição do indivíduo e a sua capacidade de entendimento da realidade que o cerca, mas sim, apenas o fato de completar a idade indicada.
       
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. 
	Criança
	Adolescente
	Excepcionalmente
	0 – 12 anos incompletos
	12 – 18 anos incompletos
	Aplica-se o ECA às pessoas de 18 a 21 anos.
       
	OBS: Excepcionalmente, o ECA também é aplicável às pessoas que possuem entre 18 a 21 anos. Isso porque, principalmente, para os casos em que houve a prática de ato infracional pelo jovem enquanto ainda adolescente, permitindo-se que seja aplicada medida e que a mesma seja executada, ainda que o autor do ato infracional já tenha completados 21 anos, a medida deverá ser necessariamente extinta. Assim, se o adolescente estiver em cumprimento de medida socioeducativa, o advento da maioridade não imporá a sua extinção, conforme já reiteradamente decidido pelo STF.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. 
 Parágrafo único.  Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento,situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.        (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (M)
        Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: (M)
        a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; (M)
        b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; (M)
        c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; (M)
	(TJPR-2012-PUCPR): A garantia a prioridade absoluta aos direitos da criança e do adolescente compreende preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas.
(TJDFT-2012): A garantia da prioridade estabelecida no art. 4º do ECA compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. BL: art. 227 da CF/88 e art. 4º do ECA.
        d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. (M)
        Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
        Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. 
Título II
Dos Direitos Fundamentais
Capítulo I
Do Direito à Vida e à Saúde
        Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência. 
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção da mulher.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) (MPMG-2017)
§ 3o  Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
	(MPMG-2017): São direitos das gestantes e parturientes, garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente: Alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos de apoio e amamentação. BL: art. 8º, §3º, ECA.
        § 4o  Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (M)
	(TJPR-2012-PUCPR): Além da assistência pré-natal compete ao poder público proporcionar à gestante assistência psicológica antes e depois do parto a fim de prevenir e minorar as consequências do estado puerperal. 
§ 5o  A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que se encontrem em situação de privação de liberdade.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 6o  A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.   (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
	(MPMG-2017): São direitos das gestantes e parturientes, garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente: Um acompanhante, de sua preferência, durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato. BL: art. 8º, §6º, ECA.
§ 7o  A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 8o  A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
	(MPMG-2017): São direitos das gestantes e parturientes, garantidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente: Acompanhamento saudável durante toda a gestação, parto natural cuidadoso, aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos. BL: art. 8º, §8º, ECA.
§ 9o  A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto.   (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 10.  Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança.    (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. (M)
§ 1o  Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a: 
        I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; (TJDFT-2016)
         II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente; (M)
      III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais; 
        IV - fornecer declaração de nascimento ondeconstem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato; (M)
        V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe. (M)
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. (Incluído pela Lei nº 13.426, de 2017) (Produção de Efeitos)
Art. 11.  É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.   (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1o  A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o  Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira infância receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 12.  Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.  (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014) (TJSP-2015)
	OBS: A inobservância dessa determinação sujeita o agente à pena prevista na infração administrativa tipificada no art. 245, sem prejuízo da infração penal.
§ 1o  As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o  Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência social em seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos. 
§ 1o  É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016) (TJRJ-2014)
§ 2o  O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança.          (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o  A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4o  A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde.         (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Capítulo II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
        Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. 
        Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: (TJSC-2013) (TJM-2016)
        I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais; (TJM-2016)
        II - opinião e expressão; 
        III - crença e culto religioso; (TJM-2016)
        IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; 
        V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; 
        VI - participar da vida política, na forma da lei; (TJM-2016)
        VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. 
        Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. 
	(TJMSP-2016-VUNESP): Nos termos preconizados pela Lei 8.069/90, a criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis. E, ainda, estabelece que o direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente. BL: art. 17, ECA.
        Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. 
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
	A Lei 13.010/2014 prevê que as crianças e os adolescentes têm o direito de serem educados e cuidados sem o uso de:
• castigo físico ou
• de tratamento cruel ou degradante.
Quem deverá respeitar esse direito?
• os pais
• os integrantes da família ampliada (exs: padrasto, madrasta);
• os responsáveis (ex: tutor);
• os agentes públicos executores de medidas socioeducativas (ex: funcionários dos centros de internação);
• qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los (exs: babás, professores).
O que é considerado “castigo físico” para os fins desta Lei? Castigo físico é a ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física que cause na criança ou adolescente: a) sofrimento físico ou; b) lesão.
O que é considerado “tratamento cruel ou degradante” para os fins desta Lei? Tratamento cruel ou degradante é aquele que: a) humilha, b) ameaça gravemente ou, c) ridiculariza a criança ou o adolescente.
O que acontece com quem utilizar de castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como forma de educação contra a criança ou adolescente? Os infratores estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II -encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
V - advertência.
OBS: As medidas acima previstas serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais.
Parágrafo único.  Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
	(MPRR-2017-CESPE): Segundo o ECA, “A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.” Nesse sentido, entende-se por castigo físico a ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente e que lhes cause sofrimento físico ou lesão. BL: art. 18-A, § único, I, ECA.
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) (M)
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) (M)
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) (M)
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) (M)
	(MPRR-2017-CESPE): Segundo o ECA, “A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.” Nesse sentido, entende-se por tratamento cruel ou degradante a conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que lhes humilhe, ameace gravemente ou ridicularize. BL: art. 18-A, § único, II, ECA.
(TJGO-2015-FCC): De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se tratamento cruel ou degradante dispensado à criança aquele que a humilhe, ameace gravemente ou a ridicularize. BL: art. 18-A, II do ECA.
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
	(TJAL-2015-FCC): Como resultado do debate sobre a chamada "Lei da Palmada", com o escopo de ampliar a proteção do direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante, passou o Estatuto da Criança e do Adolescente e/ou outras leis correlatas a sujeitar os pais que utilizarem castigo físico como forma de correção ou disciplina de filhos crianças ou adolescentes à medida de encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico, a qual será aplicada pelo Conselho Tutelar. BL: art. 18-B, II, § único do ECA.
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único.  As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Capítulo III
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Seção I
Disposições Gerais
        Art. 19.  É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.   (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) (TJM-2016)
	Direito à Convivência Familiar
	Preferência
	Família natural
	Exceção
	Família Substituta
	Programa de acolhimento
	Excepcional e pelo mínimo tempo necessário
      
   § 1o  § 1o  Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 2o  A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) (TJSC-2013/2017) (TJDFT-2016) (TJPR-2014)
	OBS: art. 19, §§1º e 2º do ECA:
Programa de acolhimento:
Reavaliação a cada 3 meses, no máximo;
Prazo limite 18 meses, excepcionalmente no interesse da criança ou adolescente.
       § 3o  A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
        § 4o  Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) (M)
§ 5o  Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em acolhimento institucional.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6o A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar.  (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 19-A.  A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1o A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal.     (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o  De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social para atendimento especializado.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de90 (noventa) dias, prorrogável por igual período. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou institucional.    (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o  Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1o do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega.    (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6o  Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da família extensa para confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la.  (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 7o  Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data do término do estágio de convivência.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 8o  Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.    (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 9o  É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 10.  Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 19-B.  A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão participar de programa de apadrinhamento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 1o  O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 2o  Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte.  (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvimento.    (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 4o  O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 5o  Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 6o  Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 
        Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. (TJPR-2014)
Parágrafo único.  A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
	(TJSP-2017-VUNESP): Assinale a opção que não constitui causa para possível perda do poder familiar: A doutrinação da criança ou adolescente segundo a crença religiosa e os valores morais dos genitores.
        Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência (TJPR-2014) (TJSC-2017)
§ 1o  Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) (MPSC-2016) (TJSP-2015/2017) (TJCE-2014)
	Condenação criminal e perda do poder familiar
Se o pai/mãe do menor for condenado(a), ele(a) perderá, obrigatoriamente, o poder familiar?
NÃO.
Regra: a condenação criminal do pai ou da mãe NÃO implicará a destituição do poder familiar.
Exceção: haverá perda do poder familiar se a condenação foi por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, praticado contra o próprio filho ou filha.
	(TJSP-2015-VUNESP): A condenação criminal de um pai ou de uma mãe, para efeitos relativos aos cuidados e guarda da criança ou adolescente, não implica a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha.
        Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)        Vigência (M)
Seção II
Da Família Natural
        Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        Parágrafo único.  Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência (M)
	Conceitos de Família:
- Família natural: comunidade formada pelos pais e seus descendentes.
- Família monoparental: comunidade formada por um dos pais e seus descendentes. 
- Família extensa ou ampliativa: comunidade formada por parentes próximos com os quais a criança e o adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.
- Família Recomposta: comunidade formada por pessoas que se unem e já possuem filhos de relacionamentos anteriores.
        Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento,mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação. 
        Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes. 
        Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. (TJDFT-2014)
	(TJSP-2017-VUNESP): Ação de anulação de registro de nascimento cumulada com pedidos de investigação e reconhecimento de paternidade, proposta em março de 2017, por filho nascido em dezembro de 2003, contra A, que consta do assento de nascimento como pai do autor, e contra B, a quem se atribui a verdadeira paternidade. Realizado o exame de DNA, conclui-se que A, com quem o autor não estabeleceu vínculo socioafetivo, não é o pai biológico do autor da ação, mas sim B. O suposto pai (B) morre no curso do processo, antes do julgamento. Deve, então, o juiz julgar procedente a ação, após a inclusão dos herdeiros do falecido no polo passivo do feito. BL: art. 27 do ECA e art. 110 do NCPC.
OBS: A ação deve ser proposta em face do suposto genitor, mas, caso este já tenha morrido, deverá ser intentada contra os herdeiros do de cujus (o mesmo se aplica no caso de falecimento no curso do processo, hipótese em que haverá sucessão processual), nos termos do art. 27 do ECA. Além disso, vejamos o teor do art. 110, do NCPC:
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313, §§ 1º e 2º.
	Direito de Reconhecimento do Estado de Filiação:
Lei: Personalíssimo, Indisponível e Imprescritível.
Doutrina: Irrevogável, Perpétuo, Irrenunciável e Unilateral.
	SÚMULA Nº 149, STF: É IMPRESCRITÍVEL A AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE, MAS NÃO O É A DE PETIÇÃO DE HERANÇA.
Seção III
Da Família Substituta
Subseção I
Disposições Gerais
        Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. (TJSC-2013)
	(TJSE-2015-FCC): A tutela é considerada forma de colocação em família substituta. BL: art. 28, ECA.
        § 1o  Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência (TJMG-2012)
	(TJSC-2017-FCC): Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, são regras que devem ser observadas para a concessão da guarda, tutela ou adoção, a opinião da criança que, sempre que possível, deve ser colhida por equipe interprofissional e considerada pela autoridade judiciária competente. BL: art. 28, §1º, ECA.
       
§ 2o  Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência (TJPE) (TJCE-2014) (TJSC-2017)
	(TJAL-2015-FCC): No procedimento para colocação de adolescente em família substituta (guarda, tutela e adoção) será necessária sua oitiva em audiência judicial para colheita da anuência com o pedido, sendo que as crianças, sempre que possível, serão previamente ouvidas pela equipe interprofissional.  BL: art. 28, §§1º e 2º do ECA.
(TJMS-2015-FCC): A colocação em família substituta, nos termos dos artigos 28 e seguintes do Estatuto da Criança e do Adolescente, far-se-á mediante o consentimento de maior de 12 (doze) anos de idade, colhido em audiência. BL: art. 28, §2º, ECA.
	OBS1: Art. 28, §§ 1º e 2º:
Criança ou Adolescente: Será previamente ouvido por equipe interprofissional, sempre que possível (§1º).
Adolescente: Ouvido obrigatoriamente em audiência, sendo determinante o seu consentimento (§2º).
OBS2: Para qualquer forma de colocação em família substituta, há necessidade de prévia oitiva da criança ou do adolescente, sendo que este deverá consentir.
        § 3o  Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência (TJDFT) (TJSC-2017)
        § 4o  Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
	(TJDFT-2014-CESPE): Em outubro de 2013, a autoridade judiciária foi comunicada do nascimento de Rosa, cuja irmã, Marli, nascida em junho de 2012, encontra-se acolhida na instituição A, da qual Ana é dirigente. No comunicado, consta ser necessário o acolhimento institucional de Rosa, já que sua mãe, usuária frequente de drogas e moradora de rua, manifestou o desejo de que a filha fosse adotada e deixou o hospital sem a criança. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta à luz da legislação sobre os direitos da criança e do adolescente: Deve-se garantir que Marli e Rosa sejam adotadas pela mesma família, salvo se comprovada a existência de situação que justifique a excepcionalidade de solução diversa, caso em que se deve evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. BL: art. 28, §4º do ECA.
        § 5o  A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        § 6o  Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência (TJCE-2014)
        I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
        II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência (TJCE-2014)
        III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência (M)
	(TJRR-2015-FCC): Segundo determina expressamente o ECA, cabe ao órgão federal responsável pela política indigenista disponibilizar representante para oitiva e intervenção perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar responsável por acompanhar casos de colocação de criança ou adolescente indígena em família substituta. BL: art. 28, §6º, III, ECA.
(TJES-2011-CESPE): Para a colocação de criança ou adolescente indígena em família substituta, o órgão federal responsável pela política indigenista deve, necessariamente, manifestar-se.
        Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado. 
        Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial. (TJDFT-2016)
	(TJSP-2017-VUNESP):A criança ou o adolescente colocado em família substituta pode ser transferido a terceiros ou a entidades governamentais ou não governamentais, desde que mediante autorização judicial. BL: art. 30 do ECA.
        Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção. (TJPE-2013)
	(TJSP-2014-VUNESP): A colocação em família substituta estrangeira constitui medida admissível apenas na modalidade adoção. BL: art. 31 do ECA.
	Diretrizes Gerais da Colocação em Família Substituta
	Oitiva da criança e do adolescente
	- Sempre que possível por equipe interprofissional;
- Adolescente ouvido obrigatoriamente em audiência, sendo seu consentimento determinante.
	Art. 28, §§ 1º e 2º, ECA.
	Preferência por família substituta com relação de parentesco
	- Objetiva aumentar as chances de adaptação da criança e do adolescente;
- Leva em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade e afetividade.
	Art. 28, §3º, ECA.
	Grupos de Irmãos
	- Devem ser mantidos juntos;
- Excepcionalmente, separados, mas se devem buscar meios para evitar o rompimento do vínculo entre eles.
	Art. 28, §4º, ECA.
	Criança ou adolescente indígena ou de origem quilombola
	- As particularidades da criança e do adolescente devem ser levados em consideração;
- Preferencialmente, colocação em família substituta de mesma identidade cultural ou étnica.
	Art. 28, §6º, ECA.
	Incompatibilidade e inadequação do ambiente
	- Incompatibilidade jurídica para o pedido (ex: adoção por avós);
- Ambiente pernicioso para o desenvolvimento sadio e adequado da criança e do adolescente.
	Art. 29, ECA.
	Impossibilidade de transferência 
	- O múnus assumido com a colocação em família substituta não pode ser transferido a terceiros.
	Art. 30, ECA.
	Família substituta estrangeira
	- Medida excepcional;
- Somente possível na modalidade adoção. 
	Art. 31, ECA.
        Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos. 
Subseção II
Da Guarda
        Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência (TJPE)
	(TJRJ-2014-VUNESP): Dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente acerca de viagem de criança ou adolescente para o exterior: o detentor da guarda poderá opor-se a saída de criança ou adolescente na companhia de seus pais. BL: art. 33 do ECA.
(TJMG-2006): Cuidando da proteção do menor e do adolescente, a lei assegura a sua colocação em família substituta. Na forma da Lei n. 8.069/90, referente à guarda da criança ou do adolescente, é CORRETO afirmar que a guarda: obriga a prestação de assistência integral à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. BL: art. 33 do ECA.
        § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. (MPPE-2002)
	(TJAP-2014-VUNESP): A guarda pode ser destinada a regularizar a posse de fato da criança ou adolescente. BL: art. 33, §1º do ECA.
	OBS: A adoção é a única forma de colocação de criança ou adolescente em família substituta domiciliada no exterior. Mesmo no curso do processo de adoção, não pode ser concedida a guarda aos adotantes.
        § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos determinados. (M)
	(TJAP-2014-FCC): Poderá ser deferida a guarda, de forma excepcional, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável. BL: art. 33, §2º do ECA.
(MPPE-2002-FCC): No que concerne à guarda prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que poderá ser deferida fora dos casos de tutela e adoção para atender a situações peculiares. BL: art. 33, §2º do ECA.
        
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários. (TJSP-2017)
	Criança ou adolescente sob guarda é considerado dependente para fins de pensão por morte – IMPORTANTE!!! MUDANÇA DE ENTENDIMENTO!!!
	O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de pensão por morte do seu mantenedor, comprovada sua dependência econômica, nos termos do art. 33, § 3º do ECA, ainda que o óbito do instituidor da pensão seja posterior à vigência da Medida Provisória 1.523/96, reeditada e convertida na Lei 9.528/97. 
Funda-se essa conclusão na qualidade de lei especial do Estatuto da Criança e do Adolescente (8.069/90), frente à legislação previdenciária.
STJ. 1ª Seção. REsp 1411258-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 11/10/17 (recurso repetitivo) (Info 619).
Ao menor sob guarda deve ser assegurado o direito ao benefício da pensão por morte mesmo se o falecimento se deu após a modificação legislativa promovida pela Lei 9.528/97 na Lei 8.213/91.
O art. 33, § 3º do ECA deve prevalecer sobre a modificação legislativa promovida na lei geral da Previdência Social, em homenagem ao princípio da proteção integral e preferência da criança e do adolescente (art. 227 da CF/88).
STJ. Corte Especial. EREsp 1141788/RS, Min. Rel. João Otávio de Noronha, j. 07/12/16.
Se um segurado de regime previdenciário for detentor da guarda judicial de uma criança ou adolescente que dele dependa economicamente, caso esse segurado morra, esse menor terá direito à pensão por morte, mesmo que a lei que regulamente o regime previdenciário não preveja a criança ou adolescente sob guarda no rol de dependentes. Isso porque o ECA já determina que a guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários (§ 3º do art. 33). Logo, havendo previsão expressa no ECA pouco importa que a lei previdenciária tenha ou não disposição semelhante. 
Vale ressaltar que o ECA prevalece mesmo que seja mais antigo que a lei previdenciária porque é considerado lei específica de proteção às crianças e adolescentes. 
STJ. 1ª Seção. RMS 36.034-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, j. 26/2/14 (Info 546).
     
§ 4o  Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência (TJAP-2014) (MPPE-2002)
	OBS: A regra é o direito de visitação. A exceção é que os pais não possam visitar seus filhos, nos casos de guarda voltada à adoção ou de vedação expressa da autoridade judiciária.
   
	(TJCE-2014-FCC): A determinação de guarda de criança ou adolescente a terceiro não exclui o dever dos genitores de prestar alimentos. BL: art. 33, § 4º do ECA.
(TJPB-2011-CESPE): Salvo expressa e fundamentada determinação judicial em contrário, ou se a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede que os pais exerçam o seu direito de visita nem que cumpram o dever de lhe prestar alimentos.
     Art. 34.  O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (M)
	(TJPR-2008): O poder público estimulará,através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado.
        § 1o  A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (TJDFT-2014)
        § 2o  Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
	(MPSP-2017): É a colocação da criança ou adolescente sob a guarda de pessoa ou casal cadastrado, acompanhado e orientado pelo programa de atendimento específico, mantido por entidade pública ou privada, possuindo natureza excepcional e transitória. Tal conceito corresponde ao instituto do acolhimento familiar. BL: art. 34, §2º, ECA.
OBS: O acolhimento familiar importará no encaminhamento da criança ou do adolescente a uma família, dita família acolhedora, que prestará os cuidados necessários, por tempo breve, enquanto a criança não puder retornar à família natural ou ser inserida em família substituta.
§ 3o  A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família acolhedora como política pública, os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em residências de famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
       § 4o  Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a própria família acolhedora.  (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
        Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público. (TJSP-2017)
	Guarda – Principais Características:
	Regularização jurídica de posse de fato;
Implica o dever de assistência material, moral e educacional;
O guardião pode opor-se à vontade de terceiros, inclusive dos pais;
Pode ser concedida em processo autônomo ou no bojo de processo de tutela ou adoção (exceto adoção estrangeira);
Pode incluir direitos de representação para determinados atos;
Concede benefícios previdenciários (observar jurisprudência do STJ);
Permite a visitação dos pais à criança ou ao adolescente, exceto guarda para adoção e determinação expressa em contrário;
É revogável a qualquer tempo.
	MODALIDADES DE GUARDA
	Guarda de fato
	Não possui vínculo jurídico
	Guarda provisória
	Concedida no início do procedimento de tutela ou adoção (art. 33, §1º; art. 167)
	Guarda definitiva
	Concedida ao final do processo de guarda
	Guarda excepcional
	Atende a situações excepcionais de ausência dos pais (art. 33, §2º)
	Guarda subsidiada 
	Concedida a pessoas que recebem algum tipo de incentivo do Poder Público, ligada ao acolhimento familiar (art. 34)
	Guarda derivada
	Decorre da concessão de tutela (art. 36, § único)
	Guarda do dirigente de entidade de acolhimento institucional
	Decorre da inserção da criança ou adolescente em programa de acolhimento (art. 92, §1º)
	Guarda como medida protetiva ou estatutária
	Concedida diante da caracterização de situação de risco (art. 98 c/c art. 101, IX)
	Guarda concedida a terceiro na Vara de Família
	Decorre da verificação de que nem o pai nem a mãe estão em condições de exercer a guarda (CC, art. 1584, §5º)
	Guarda de estrangeiro refugiado
	Situação em que os pais da criança ou do adolescente estão mortos ou não conseguiram fugir do país de origem; não há amparo legal expresso. Situação jurídica disciplinada pela Lei 9474/97
Subseção III
Da Tutela
	OBS1: Através da tutela, uma pessoa maior assume o dever de prestar assistência material, moral e educacional a criança ou adolescente que não esteja sob o poder familiar de seus pais, bem como de lhe administrar os bens. 
OBS2: É cabível quando ambos os pais falecem ou são declarados ausentes ou, ainda, se forem destituídos do poder familiar. O CC/02 disciplina o instituto da tutela em seus arts. 1728 a 1766.
OBS3: Por se tratar de um substitutivo do poder familiar, a tutela contém os poderes de assistência e representação da criança ou adolescente para os atos da vida civil. 
OBS4: Diferentemente da guarda, é pressuposto para a concessão de tutela que seja decretada a perda ou suspensão do poder familiar (art. 36, § único). 
        Art. 36.  A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (TJAP-2014)
        Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência (TJSE-2015) (TJSC-2017) (TJSP-2017)
	(TJPR-2014-PUCPR): O deferimento da tutela está vinculado, necessariamente, ao pressuposto da prévia decretação de perda ou suspensão do poder familiar, e impõe o dever de guarda. BL: art. 36, § único do ECA.
(TJPR-2012-PUCPR): A guarda não implica na destituição do poder familiar. É possível que o genitor detenha, por ora, o poder familiar, e não tenha a guarda da criança.
(TJRS-2012): A colocação da criança no âmbito da família extensa mediante guarda, por estar sujeita à revogação a qualquer tempo, dispensa a suspensão ou destituição do poder familiar.
Explicação: A guarda não importa na destituição prévia do poder familiar.
       
Art. 37.  O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (TJSE-2015)
	(TJDFT-2016-CESPE): Aquele que for nomeado tutor por ato de última vontade firmado pelos pais do pupilo deverá, no prazo de trinta dias contado da abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato. BL: art. 37 e § único do ECA.
        Parágrafo único.  Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (M) 
	OBS: A indicação do tutor pode decorrer de declaração de vontade manifestada pelos pais, através de testamento ou outro documento idôneo (art. 37; CC, art. 1729). No entanto, sua nomeação será apreciada pela autoridade judiciária à luz do melhor interesse da criança ou adolescente. Se houver pessoa em melhores condições de cuidar dos interesses da criança ou adolescente do que aquela indicada pelos pais, fica afastada a disposição de última vontade (art. 37, § único).
OBS: Embora o ECA não faça previsão expressa, através da tutela, a criança ou adolescente obtém direitos previdenciários ligados a seu tutor, conforme expressamente prevê o art. 16, §2º da Lei 8213/91.
        Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24. 
	Tutela – Principais Características:
	Cabível quando o poder familiar dos pais esteja suspenso ou extinto;
Inclui os deveres decorrentes da guarda (assistência material, moral e educacional), bem como o de administrar os bens do tutelado;
Cessa com a maioridade ou com a formação de novo poder familiar decorrente de adoção ou reconhecimento do estado de filiaçãoou do restabelecimento do poder familiar suspenso;
O tutor pode ser nomeado pelos pais, mas deve atender ao princípio do melhor interesse da criança ou adolescente. 
Subseção IV
Da Adoção
	Classificação – Adoção:
	Adoção conjunta: Hipótese em que o casal se apresenta como postulante à adoção de uma criança ou adolescente com a qual nenhum deles possui qualquer vínculo – também chamada de adoção bilateral. Para tanto, o ECA exige que ambos estejam casados ou mantenham união estável com a devida comprovação da estabilidade da família (art. 42, §2º), observando o que consta no §4º do mesmo art. 42 do ECA.
Adoção unilateral: Ocorre quando um cônjuge ou companheiro adota o filho do outro (art. 41, §1º). Nesse caso, subsistem os vínculos de filiação entre a adotada e a cônjuge ou companheira do adotante (no exemplo, o homem adota, mas a criança não perde o vínculo de filiação com sua mãe) e formam-se novos vínculos com o adotante.
Adoção póstuma: O ECA traz a possibilidade expressa de que a adoção seja levada a efeito ainda que o adotante venha a falecer no curso do procedimento. O requisito para o deferimento da adoção póstuma é que tenha havido a manifestação inequívoca de vontade de adotar.
Adoção intuito personae: Hipótese de adoção em que os pais biológicos influenciam diretamente na escolha da família substituta. 
Adoção internacional: Aquela em que os postulantes são domiciliados fora do Brasil, independentemente da nacionalidade brasileira ou estrangeira (art. 51).
Adoção à brasileira: Trata-se da situação em que uma pessoa registra filho alheio como próprio. Do ponto de vista jurídico, esta não é uma modalidade legítima de adoção, sendo tipificada como crime no art. 242 do Código Penal. Embora teoricamente este registro seja nulo, por decorrer de declaração falsa, a doutrina e jurisprudência mais modernas consideram este vínculo irrevogável, por ser fruto de paternidade socioafetiva.
      Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei. 
        § 1o  A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (M)
	(TJSP-2011-VUNESP): Esmeraldo Juremo, depois de passar todo o processo de adoção, com plena anuência de seus pais naturais, foi adotado pelo casal Silva que, em razão de acidente automobilístico, veio a falecer. Tal circunstância não tem o condão de restabelecer o poder familiar, tendo em vista o caráter irrevogável da adoção. Além disso, tal situação o torna herdeiro do casal Silva.
        § 2o  É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (TJSC) (TJDFT-2016)
	Vedações à Adoção:
Adoção por procuração: É preciso que o juiz receba as partes em audiência e perceba a verdadeira intenção de adotar, isto é, os motivos do adotante devem ser legítimos (art. 43).
Adoção da criança ou adolescente por seus ascendentes e irmãos (art. 42, §1º): O objetivo é evitar a modificação abrupta nos vínculos familiares. Entendeu o legislador que seria por demais complicado para o desenvolvimento sadio da criança ou adolescente que o irmão se tornasse seu pai, por exemplo.
Adoção do tutor ou curador enquanto não prestar contas de sua administração (art. 44).
     
	(TJPB-2011-CESPE): A adoção tem a característica de ser personalíssima, sendo, por isso, vedada por procuração.
§ 3o  Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando.   (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
  
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. (TJSP-2014) (TJSC)
	Vide art. 1619 do CC/02:
Art. 1.619.  A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efetiva do poder público e de sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
OBS1: Caso o adotando seja maior de idade e não esteja sob guarda ou tutela, a demanda será processada perante o Juízo de Família para que seja proferida sentença constitutiva do vínculo, com a aplicação do ECA no que couber.
OBS2: Mesmo que completados os 18 anos, será possível a aplicação do ECA se o adotado estiver sob a guarda ou tutela do adotante. 
        Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. (TJSC) (TJAL) (MPGO-2016)
        § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. (M)
        § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária. (M)
        Art. 42.  Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (TJRJ)
        § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. (TJAP-2014) (MPGO-2016)
	(MP/SC-2012): Existe cláusula impeditiva na Lei 8.069/90 à adoção por irmão e pelos ascendentes do adotando. BL: art. 42, §1º, ECA.
(TJRS-2012): A criança pode ser colocada em adoção com os tios ou primos, mas não com os avós.
Explicação: Há impedimento para a adoção por ascendentes ou pelos irmãos. Os tios, por conta disso, poderão adotar.
(TJDFT-2012): Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. Também não pode o tutor ou curador adotar o pupilo ou o curatelado enquanto não prestadas as contas de sua administração e saldado o seu alcance. BL: art. 42, §1º c/c art. 44 do ECA.
(TJAL-2008-CESPE): Caso Felipe tenha 16 anos de idade, seja órfão e necessite de cuidados especiais, ainda assim, ele não poderá ser adotado por sua avó nem por seus irmãos.
      
§ 2o  Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (M)
	OBS: Adoção conjunta ou bilateral.
        § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando. (MPGO-2016) (TJPE)
        § 4o  Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.  (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência 
	(TJSP-2017-CESPE): No curso de processo de adoção de criança ou adolescente, o casal adotante se divorcia. Nesse caso, é correto afirmar que a adoção poderá ser deferida, autorizando-se a guarda compartilhada, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando. BL: art. 42, §§4º e 5º, ECA.
        § 6o  A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (TJRJ) (TJSC)    
	OBS1: Adoção póstuma (ou adoção nuncupativa)é aquela que se aperfeiçoa mesmo tendo o adotante já falecido. Essa possibilidade é trazida pelo art. 42, § 6º, do ECA.
OBS2: Requisitos para que ocorra a adoção póstuma segundo o texto do ECA: a) O adotante, ainda em vida, manifesta inequivocamente a vontade de adotar aquele menor; b) O adotante, ainda em vida, dá início ao procedimento judicial de adoção; c) Após iniciar formalmente o procedimento e antes de ele chegar ao fim, o adotante morre. Nesse caso, o procedimento poderá continuar e a adoção ser concretizada mesmo o adotante já tendo morrido.
OBS3: Requisitos para que ocorra a adoção póstuma segundo a jurisprudência do STJ: Se o adotante, ainda em vida, manifestou inequivocamente a vontade de adotar o menor, poderá ocorrer a adoção post mortem, mesmo que não tenha iniciado o procedimento de adoção quando vivo.
OBS4: O que pode ser considerado como manifestação inequívoca da vontade de adotar? a) O adotante trata o menor como se fosse seu filho; b) Há um conhecimento público dessa condição, ou seja, a comunidade sabe que o adotante considera o menor como se fosse seu filho. Nesse caso, a jurisprudência permite que o procedimento de adoção seja iniciado mesmo após a morte do adotante, ou seja, não é necessário que o adotante tenha começado o procedimento antes de morrer.
	(MPAC-2014-CESPE): Para as adoções post mortem, exigem-se como comprovação da inequívoca vontade do de cujus em adotar, as mesmas regras que comprovam a filiação socioafetiva, quais sejam, o tratamento do menor como se filho fosse e o conhecimento dessa condição. (MPSC-2014)
OBS: Esta questão espelha o entendimento do STJ (REsp 1217415/RS, j. 19/06/2012). Os requisitos são os mesmos da filiação socioafetiva, ou seja, tratamento como se filho fosse.
(TJDFT-2012): É admitida a adoção póstuma, se o adotante vier a falecer no curso do procedimento, após inequívoca manifestação de vontade.
       
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. 
        Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado. 
        Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando. 
        § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do  poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)   Vigência
	(TJPB-2015-CESPE): A adoção de pessoa maior e capaz pelo padrasto independe do consentimento do pai biológico, desde que estabelecido o vínculo afetivo entre adotante e adotando e existente manifestação livre de vontade de quem pretenda adotar e de quem possa ser adotado. 
Explicação: A adoção de pessoa maior de idade não precisa do consentimento de seu pai biológico. Imagine que André foi abandonado, ainda criança, pelo seu pai biológico (João), tendo sido criado por Bento, quem considera seu verdadeiro pai. Quando André atinge a maioridade, Bento ajuíza ação para adotar o rapaz. João (pai biológico) apresenta contestação, não concordando com a adoção, e invocando o caput do art. 45 do ECA: “A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.” O simples fato de o pai biológico não concordar com a adoção de seu filho maior de 18 anos é motivo suficiente para impedir que ela aconteça? Aplica-se ao caso o caput do art. 45 do ECA? NÃO. Estabelecida uma relação jurídica paterno-filial (vínculo afetivo) entre o adotante e o adotando, a adoção de pessoa maior não pode ser refutada pelo pai biológico que abandonou o filho, a menos que ele apresente uma justa causa. A adoção de pessoas maiores de 18 anos é regida pelo ECA. No entanto, no caso, não se aplica a exigência do caput do art. 45 do ECA porque o § 1º do mesmo artigo afirma que esse consentimento do pai é dispensado caso ele tenha sido destituído do poder familiar. O poder familiar termina quando o filho atinge a maioridade. Logo, sendo André maior que 18 anos, João não mais tem poder familiar sobre ele, não sendo necessário seu consentimento para a adoção. STJ. 3ª Turma. REsp 1.444.747-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 17/3/2015 (Info 558).
        § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento. (DPESP-2006)
       Art. 46.  A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso.     (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 1o  O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (TJSP-2015)
        § 2o  A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência.  (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência (TJRJ) (TJSP-2015)
§ 2o-A.  O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.             (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
§ 3o  Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.   (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 3o-A.  Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no § 4o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciária.  (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
        § 4o  O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência        
§ 5o O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da criança. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017)
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão. 
        § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes. 
        § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado. 
        § 3o  A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 4o  Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro.  (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 5o  A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome.  (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 6o  Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.  (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)  Vigência
        § 7o  A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010,

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