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AULA 02 Pericia, mediação e arbitragem

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AULA 02
Questões 1-5
1- Com base na NBC TP 01 – Perícia Contábil.   Relacione os números a cada procedimento e assinale a sequência correta:
1.      Vistoria
2.      Mensuração
3.      Avaliação
4.      Arbitramento
5.      Indagação
( ) é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações.
( ) é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.
( ) é a determinação de valores, quantidades ou a solução de controvérsia por critério técnico-científico.
( ) é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.
( ) é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia.
a) 1,5,3,4,2
b) 5,4,1,3,2
c) 2,4,3,1,5
d) 2,3,4,1,5
 
2 – Com base na Norma Brasileira de Contabilidade NBC TP 01 –Perícia Contábil assinale a alternativa CORRETA.
a) O perito-assistente não pode, tão logo tenha conhecimento da perícia, manter contato com o perito do juízo.
b) A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. A perícia extrajudicial é exercida no âmbito arbitral, estatal ou involuntária.
c) Perícia voluntária é contratada, espontaneamente, pelo interessado apenas.
d) O perito-assistente não pode firmar o laudo pericial quando o documento tiver sido elaborado por leigo ou profissional de outra área.
3 – Sobre impedimento e suspeição que constam na NBC PP 01 – Perito Contábil e na legislação aplicável, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Ser amigo íntimo de qualquer das partes ouinimigo capital de qualquer das partes são casos de suspeição.
b) Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes o perito é declarado suspeito.
c) O Perito não pode se declarar suspeito por motivo íntimo.
d) O perito do juízo deve se declarar impedido quando não puder exercer suas atividades, observados os termos do Código de Processo Civil.
 
4 – Sobre o Perito Contábil , assinale a alternativa INCORRETA.
a) Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos legais, o Perito será indicado por livre escolha do juiz.
b) Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
c) Os Peritos Contábeis comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão emitida pelo Conselho Nacional de Justiça – CNJ.
d) Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou ciêntífico, o juiz será assistido por perito.
 
 
5 – Sobre a Perícia Contábil, relacione os itens da coluna 1 com a coluna 2 e assinale a sequência CORRETA.
Coluna A:
( )o relato ou a transcrição sucinta, de forma que resulte em uma leitura compreensiva dos fatos relatados sobre as questões básicas que resultaram na nomeação ou na contratação do perito.
( ) conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar o resultado da perícia por meio do conhecimento técnico-científico, de maneira que possa, ao final, inseri-lo no corpo técnico do laudo e parecer.
( ) é a faculdade que tem o perito de distinguir como proceder em torno dos fatos alegados para julgar ou decidir o caminho que deve seguir na elaboração do laudo e do parecer.
( ) a redação pormenorizada, minuciosa, efetuada com cautela e detalhamento em relação aos procedimentos e aos resultados do laudo e do parecer.
1 – Síntese do objeto da perícia e resumo dos autos.
2 –Forma circunstanciada.
3 – Critério.
4 – Metodologia.
a) 4,3,1,2
b) 2,4,3,1
c) 1,4,3,2
d) 3,1,2,4
2. NOMEAÇÃO DO PERITO, CONTRATAÇÃO DE ASSISTENTE TÉCNICO E SUAS IMPLICAÇÕES TÉCNICAS E LEGAIS
O estudo da perícia denominada judicial, isto é, aquela que é demandada de ofício pelo juiz ou solicitada pelas partes envolvidas no litígio, evoluiremos mantendo esse objetivo. Independentemente de as partes solicitarem perícia, é o magistrado que vai decidir se há demanda ou não. Caso as partes disponibilizem nos autos documentos que considerar suficientes para sua decisão, o juiz poderá recusá-la tendo em vista a prerrogativa do artigo 472 do CPC.
Art. 472 O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes.
Entende-se inicial como o documento que deu início ao processo, no qual o autor disponibilizou a sua verdade sobre os fatos litigantes, e contestação como a verdade com que o réu contra-argumenta a inicial, disponibilizando sua verdade sobre os fatos discutidos nesses mesmos elementos litigantes denominados autos ou processo.
Assim, o magistrado, segundo o seu prudente arbítrio, ao demandar a perícia, redige nos autos do processo um documento nomeando o profissional contábil de sua confiança. Nesse mesmo documento, ele designa o prazo para que o perito-contador entregue o laudo pericial contábil. Como esse prazo não está contido na lei, o magistrado o determina de acordo com o grau de complexidade envolvido no processo. Esse procedimento está de acordo com a prerrogativa legal do CPC, em seu artigo 465:
Art. 465 O juiz nomeará o perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do Laudo.
§ 1o Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
I – arguir o impedimento ou suspeição do perito, se for o caso;
II – indicar assistente técnico;
III – apresentar quesitos.
Como se observa nesse artigo, em seus parágrafos, o legislador definiu:
§ 1o: permitiu que as partes possam solicitar o impedimento ou suspeição do perito nomeado, enumerando os argumentos que devem ser sólidos;
§ 2o: fixando o prazo para que elas mesmas optem, dentro do prazo de 15 dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito, praticarem os seguintes procedimentos:
• II – indicar o assistente técnico, com a finalidade de colaborar com a parte na elaboração de quesitos;
• III – apresentar quesitos, que deverão ser elaborados dentro da mais pura técnica, com começo, meio e fim, com o objetivo de defender a parte que o contratou.
Nesse mesmo documento, o juiz poderá elaborar perguntas a respeito do objeto que está em discussão nos autos, caso eventualmente tenha alguma dúvida pontual sobre esse litígio. Esse questionamento do juiz é denominado Quesitos Oficiais, conforme opção legal do CPC em seu artigo 470:
Art. 470 Incumbe ao juiz:
I – indeferir quesitos impertinentes;
II – formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento da causa.
De acordo com o artigo acima, o magistrado ainda tem a prerrogativa de indeferir aqueles quesitos que julgar impertinentes, ou seja, aqueles que não guardam relação alguma com o objeto/causa em julgamento.
2.1 Assistente técnico
Esse profissional deve ter as mesmas qualidades do perito nomeado (formação superior em Ciências Contábeis com registro no CRC do estado onde tem seu domicílio) e terá como função principal colaborar com a parte que o contratou na elaboração de quesitos. Tendo ele formação contábil, nada mais correto e ideal do que delegar a esse profissional conhecedor de todos os ramos da contabilidade a função de defender a parte litigante elaborando quesitos, que certamente deverá obter respostas do perito para beneficiar o seu contratante.
O artigo 465 do CPC, novamente reproduzido, dá opção à parte para a sua contratação:
Art. 465 O juiz nomeará o perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do Laudo.
§ 1o Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
I – arguir o impedimento ou suspeição do perito, se for o caso;
II – indicar assistente técnico;
III – apresentar quesitos.
Como se observa, nesse mesmo artigo a lei oferece à parte a opção de contratar um profissional especializado em contabilidadepara auxiliá-la em sua defesa, elaborando os quesitos necessários, objetivando obter respostas do perito nomeado que a beneficiem.
Várias são as funções desse profissional, denominado assistente técnico, como as a seguir enumeradas:
1. Elaborar quesitos.
2. Elaborar o parecer pericial contábil de comum acordo com a parte que o contratou.
3. Colaborar com o perito na busca de documentação para instruir o laudo pericial contábil.
4. Auxiliar, se necessário, o advogado da parte na elaboração da contestação, conforme o item 7 da NBC TP 01:
O perito-contador assistente pode, logo após sua contratação, manter contato com o advogado da parte que o contratou, requerendo dossiê completo do processo para conhecimento dos fatos e melhor acompanhamento dos atos processuais no que pertine a perícia.
Seguindo o que está prescrito no CPC, o assistente técnico, quando de sua contratação, já sabe qual o profissional da contabilidade escolhido e nomeado pelo juiz para atuar como perito-contador.
Assim, o assistente técnico já sabe qual o nome do perito-contador que foi nomeado, seu endereço e telefone, embora, via de regra, o perito ainda não tenha sido contatado.
Deverá então se colocar à disposição desse profissional da justiça para auxiliá-lo, sendo que o procedimento mais usual consiste em fazer uma carta com aviso de recebimento e protocolar uma via junto aos autos, tudo para atender ao item 6 da NBC TP 01:
O perito-contador assistente pode, tão logo tenha conhecimento da perícia, manter contato com o perito-contador, pondo-se à disposição para o planejamento, para o fornecimento de documentos em poder da parte que o contratou e ainda para a execução conjunta da perícia. Uma vez recusada a participação, o perito-contador pode permitir ao assistente técnico acesso aos autos e aos elementos de prova arrecadados durante a perícia, indicando local e hora para exame pelo assistente técnico.
2.2  Perito-contador nomeado
O autor ou o réu, em um processo judicial, poderá já na inicial ou na contestação solicitar perícia, e o juiz poderá demandar ou negar a sua realização. Ainda existe a possibilidade de nenhuma das partes ter solicitado perícia, e o juiz, ao ler o processo, identificar a necessidade de poder contar com um profissional especializado em contabilidade para auxiliá-lo com informações pertinentes ao objeto que está em discussão nos autos, para oferecer elementos que possam auxiliá-lo no julgamento da causa, informações que serão disponibilizadas por meio do laudo pericial contábil, e nesse caso nomeia o profissional de ofício.
Nessa situação, o julgador nomeia o perito-contábil e no mesmo documento da nomeação define o prazo para a entrega do laudo pericial contábil, conforme o CPC em seu artigo 156:
 
3. PLANEJAMENTO DA PERÍCIA CONTÁBIL E HONORÁRIOS
O planejamento da perícia contábil inicia-se com a leitura do processo, momento em que o profissional desenvolve os chamados “papéis de trabalho”, que consiste em transcrever na pasta virtual relativa ao processo aquilo que de mais importante foi identificado quando essa atividade foi desenvolvida nos autos do processo.
A NBC TP 01, em seu item 34, corrobora com essa informação.
34. Os documentos dos autos servem como suporte para obtenção das informações necessárias à elaboração do planejamento da perícia.
Nesse momento, o perito deverá criar em seu processamento eletrônico de dados uma pasta virtual com o número do processo, identificando a vara e o fórum em que o processo tramita, bem como a data em que fez a carga nos autos, de modo que a qualquer momento ele consiga identificá-lo.
Esse trabalho é necessário, uma vez que o planejamento culminará com as fases da elaboração da perícia e o estabelecimento do tempo que será dispensado na elaboração dos trabalhos para finalizar cada fase, que terá por fim a quantificação monetária dos honorários. Após essa etapa, o perito devolve o processo ao fórum, peticionando o valor dos honorários. Na sequência, o juiz irá determinar que as partes se manifestem sobre os honorários, bem como os deposite. Depositados os honorários, no caso da perícia cível, o perito novamente será chamado para dar início à elaboração do laudo pericial contábil, que deverá ser entregue dentro do prazo estipulado pelo juiz quando da nomeação do perito.
Quando o perito for novamente chamado para elaborar o laudo, não necessitará mais ler todo o processo, uma vez que essa atividade já foi desempenhada e está toda detalhada em sua pasta virtual, identificada como papéis de trabalho.
A NBC TP 01 é clara quando faz um relato sobre o planejamento, como a seguir reproduzido em seus itens 31 e 32.
31. O planejamento da perícia é etapa do trabalho pericial, que antecede as diligências, pesquisas, cálculos e respostas aos quesitos, na qual o perito estabelece os procedimentos gerais dos exames a serem executados no âmbito judicial, extrajudicial para o qual foi nomeado, indicado ou contratado, elaborando-o a partir do exame do objeto da perícia.
32. Enquanto o planejamento da perícia é um procedimento prévio abrangente que se propõe a estabelecer todas as etapas da perícia, o programa de trabalho é a especificação de cada etapa a ser realizada que deve ser elaborada com base nos quesitos e/ou no objeto da perícia.
A norma também trata dos objetivos do planejamento, conforme detalha em seu item 33, a seguir reproduzido.
33. Os objetivos do planejamento da perícia são:
a. conhecer o objeto da perícia, a fim de permitir a adoção de procedimentos que conduzam à revelação da verdade, a qual subsidiará o juízo, o árbitro ou o interessado a tomar a decisão a respeito da lide;
b. definir a natureza, a oportunidade e a extensão dos exames a serem realizados, em consonância com o objeto da perícia, os termos constantes da nomeação, dos quesitos ou da proposta de honorários oferecida pelo perito;
c. estabelecer condições para que o trabalho seja cumprido no prazo estabelecido;
d. identificar potenciais problemas e riscos que possam vir a ocorrer no andamento da perícia;
e. identificar fatos que possam vir a ser importantes para a solução da demanda de forma que não passem despercebidos ou não recebam a atenção necessária;
f. identificar a legislação aplicável ao objeto da perícia;
g. estabelecer como ocorrerá a divisão das tarefas entre os membros da equipe de trabalho, sempre que o perito necessitar de auxiliares;
h. facilitar a execução e a revisão dos trabalhos.
Conforme o item 18 da NBC TP 01, os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem, total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação, cujos detalhamentos estão a seguir enumerados.
19. Exame é a análise de livros, registros das transações e documentos.
20. A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.
21. A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia.
22. A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.
23. O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico-científico.
24. A mensuração é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações.
25. A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.
26. A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé pública atribuída a este profissional.
3.1  Diligências
Nessa fase do trabalho pericial, o perito nomeado pode identificar a necessidade de novos documentos para instruir a elaboração do laudo pericial contábil, oportunidade em quepode contatar o assistente técnico caso a parte o tenho contratado, ou mesmo algum representante da parte, para que lhe forneça os elementos necessários para dar continuidade às atividades periciais. Essa solicitação de documentos é feita por meio de “diligência”, como determina a NBC TP 01 em seu item 35.
35. Em caso de ser identificada a necessidade de realização de diligências, na etapa de elaboração do planejamento, devem ser considerados, se não declarada a preclusão de prova documental, a legislação aplicável, documentos, registros, livros contábeis, fiscais e societários, laudos e pareceres já realizados e outras informações que forem identificadas como pertinentes para determinar a natureza do trabalho a ser executado.
As diligências devem ser formalizadas por documento oficial criado pela NBC TP 01 denominado termo de diligência (ver Capítulo 11), conforme o item 47.
47. Termo de diligência é o instrumento por meio do qual o perito solicita documentos, coisas, dados, bem como quaisquer informações necessárias à elaboração do laudo pericial contábil ou do parecer pericial contábil.
As diligências podem ser direcionadas ao assistente técnico ou a outra pessoa ligada às partes ou ainda a qualquer ente envolvido no objeto discutido nos autos. Assim, sua utilização estará amparada nos itens 10 e 11 da NBC TP 01.
10. Mediante termo de diligência, o perito deve solicitar por escrito todos os documentos e informações relacionados ao objeto da perícia.
11. A eventual recusa no atendimento a diligências solicitadas ou qualquer dificuldade na execução do trabalho pericial deve ser comunicada, com a devida comprovação ou justificativa, ao juízo, em se tratando de perícia judicial; ou à parte contratante, no caso de perícia extrajudicial.
A NBC também orienta os profissionais contábeis quanto à forma de registrarem o que foi solicitado nas diligências, bem como as pessoas que recepcionaram os termos de diligência, como mostrado em seu item 13.
13. O perito deve manter registros dos locais e datas das diligências, nomes das pessoas que os atenderem, livros e documentos ou coisas examinadas ou arrecadadas, dados e particularidades de interesse da perícia, rubricando a documentação examinada, quando julgarem necessário e possível, juntando o elemento de prova original, cópia ou certidão.
O perito pode solicitar às partes todo documento que julgar útil e necessário para dar suporte às conclusões que serão levadas ao seu laudo pericial contábil, conforme lhe faculta o artigo no 473, § 3o, do CPC.
§ 3o Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, desenhos, fotografias e outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto da perícia.
3.2 Papéis de trabalho
Essa atividade inicia-se no momento em que, de posse do processo, após fazer a carga nos autos, o perito começa a ler os temos da inicial e da contestação, bem como todos os elementos contidos nos autos, como petições, documentos disponibilizados pelas partes e também decisões que porventura o juiz tenha elaborado durante a evolução do processo.
É importante ressaltar que o processo é de papel, é identificado por um número, é único e que não existe segunda via, embora já existam alguns fóruns que digitalizem seus processos. Assim, o profissional deverá ter muito cuidado com o trato relativo ao processo, bem como focar o desenvolvimento de seu trabalho naquilo que está sendo discutido nos autos e no momento de sua ocorrência, ou seja, no objeto que deu ensejo ao processo, tal como preconizado na NBC TP 01 em seus itens 8 e 9.
8. O perito, enquanto estiver de posse do processo ou de documentos, deve zelar por sua guarda e segurança.
9. Para a execução da perícia contábil, o perito deve ater-se ao objeto e ao lapso temporal da perícia a ser realizada.
A NBC deu um tratamento todo especial aos papéis de trabalho nos itens 15 e 16 da NBC TP 01.
15. O perito deve documentar os elementos relevantes que serviram de suporte à conclusão formalizada no laudo pericial contábil e no parecer pericial contábil, por meio de papéis de trabalho, que foram considerados relevantes, visando fundamentar o laudo ou parecer e comprovar que a perícia foi executada de acordo com as normas legais e Normas Brasileiras de Contabilidade.
16. Entende-se por papéis de trabalho a documentação preparada pelo perito para a execução da perícia. Eles integram um processo organizado de registro de provas, por intermédio de termos de diligência, informações em papel, meios eletrônicos, plantas, desenhos, fotografias, correspondências, depoimentos, notificações, declarações, comunicações ou outros quaisquer meios de prova fornecidos e pelas que assegurem o objetivo da execução pericial.
O CFC teve uma grande preocupação com a conclusão que o perito declarará no seu laudo pericial contábil, estabelecendo que todo o suporte para a sua conclusão deve estar estampado nos papéis de trabalho, de modo que a qualquer momento ele possa relatar de que forma chegou à conclusão estampada em seu laudo pericial contábil.
A NBC TP 01, em seus itens 36 a 38, também levou em consideração a preocupação com a guarda dos papéis de trabalho, com a finalidade de relatar como o trabalho pericial se desenvolveu.
36. O planejamento da perícia deve ser mantido por qualquer meio de registro que facilite o entendimento dos procedimentos a serem adotados e sirva de orientação adequada à execução do trabalho.
37. O planejamento deve ser revisado e atualizado sempre que fatos novos surjam no decorrer da perícia.
38. O planejamento deve ser realizado pelo perito-contador, ainda que o trabalho venha a ser realizado de forma conjunta com o perito-contador assistente, podendo este orientar-se no referido planejamento.
3.3  Fases do planejamento – Modelo
À medida que a leitura dos autos pelo perito vai se desenvolvendo e ele vai transcrevendo os elementos mais importantes nos papéis de trabalho, as etapas da perícia devem ficar evidenciadas, bem como o tempo para que cada atividade seja cumprida. Assim, após a leitura completa de todas as peças dos autos, o perito deverá multiplicar o tempo de cada fase pela sua taxa horária, de maneira que possa quantificar monetariamente o valor de seus honorários.
É importante ressaltar que todas as folhas do processo têm que ser manuseadas e lidas, uma vez que o juiz já poderá ter tomado alguma decisão que mostre uma importante orientação para a conclusão do trabalho pericial.
A seguir apresentamos um modelo para as fases de um planejamento.
	Itens
	1. Compromissos
	* Carga do processo
	* Itinerário
	* Entrega do processo
	2. Análise de autos/Documentos
	* Leitura e análise do processo
	* Análise e tabulação dos documentos de empréstimos
	* Análise dos índices para cobrança
	* Análise dos juros utilizados e cobrados
	3. Reuniões de trabalho
	* Autor
	* Réu
	4. Levantamento de dados
	* Composição do débito
	* Índices de juros e correção
	5. Cálculos e elaboração de anexos
	* Construção da planilha de índices
	* Construção da planilha de cálculos
	6. Redação do laudo
	* Redação do laudo
	* Revisão e impressão final
	7. Material aplicado
	* Papéis de trabalho
	* Tinta, impressora e outras
	* Cópias diversas/depreciação
 
3.4  Quantificação do tempo necessário para cada fase do planejamento – Modelo
Após ter identificado as fases para elaboração da perícia, é necessário quantificar as horas necessárias para a conclusão de cada fase, com a finalidade de estabelecer o valor dos honorários a ser solicitado para a remuneração do trabalho pericial, como a seguir reproduzido.
	Itens
	Horas
	1. Compromissos
	2,00
	* Carga do processo
	0,50
	* Itinerário
	1,00
	* Entrega do processo
	0,50
	2. Análise de autos/Documentos12,00
	* Leitura e análise do processo
	4,00
	* Análise e tabulação dos documentos de empréstimos
	4,00
	* Análise dos índices para cobrança
	2,00
	* Análise dos juros utilizados e cobrados
	2,00
	3. Reuniões de trabalho
	4,00
	* Autor
	2,00
	* Réu
	2,00
	4. Levantamento de dados
	10,00
	* Composição do débito
	5,00
	* Índices de juros e correção
	5,00
	5. Cálculos e elaboração de anexos
	6,00
	* Construção da planilha de índices
	3,00
	* Construção da planilha de cálculos
	3,00
	6. Redação do laudo
	10,00
	* Redação do laudo
	8,00
	* Revisão e impressão final
	2,00
	7. Material aplicado
	
	* Papéis de trabalho
	
	* Tinta, impressora e outras
	
	* Cópias diversas/depreciação
	
3.5  Estabelecimento dos honorários – Modelo
Estabelecer o valor dos honorários é sempre uma atividade que tem que ser feita com muito cuidado e sensibilidade, uma vez que o perito-contador é um auxiliar da justiça e tem que ponderar a situação econômica e financeira das pessoas que fazem parte do processo.
O CFC, através da NBC PP 01, contribuiu elencando as variáveis que poderiam ser envolvidas no processo de estabelecimento dos honorários em seus itens 47 a 56.
47. Na elaboração da proposta de honorários, o perito dever considerar os seguintes fatores: a relevância, o vulto, o risco, a complexidade, a quantidade de horas, o pessoal técnico, o prazo estabelecido, a forma de recebimento e os laudos interprofissionais, entre outros fatores.
48. A relevância é entendida como a importância da perícia no contexto social e sua essencialidade para dirimir as dúvidas de caráter técnico-científico contábil, suscitadas em demanda judicial ou extrajudicial.
49. O vulto está relacionado ao valor da causa no que se refere ao objeto da perícia; à dimensão determinada pelo volume de trabalho; e à abrangência pelas áreas de conhecimento envolvidas.
50. O risco compreende a possibilidade do honorário pericial não ser integralmente recebido, o tempo necessário ao recebimento, bem como a antecipação das despesas necessárias à execução do trabalho. Igualmente, devem ser levadas em consideração as implicações cíveis, penais, profissionais e outras de caráter específico a que poder estar sujeito o perito.
51. A complexidade está relacionada à dificuldade técnica para a realização do trabalho pericial em decorrência do grau de especialização exigido; à dificuldade em obter os elementos necessários para a fundamentação do laudo pericial contábil; e ao tempo transcorrido entre o fato a ser periciado e a realização da perícia. Deve ser considerado também o ineditismo da matéria periciada.
52. As horas estimadas para a realização de cada fase do trabalho é o tempo despendido para a realização da perícia, mensurado em horas trabalhadas pelo perito-contador, quando aplicável.
53. O pessoal técnico é formado pelos auxiliares que integram a equipe de trabalho do perito, estando os mesmos sob sua orientação direta e inteira responsabilidade.
54. O prazo determinado nas perícias judiciais ou contratado nas extrajudiciais deve ser levado em conta nas propostas de honorários, considerando-se eventual exiguidade do tempo que requeira dedicação exclusiva do perito e da sua equipe para a consecução do trabalho.
55. O prazo médio habitual de liquidação compreende o tempo necessário para recebimento dos honorários.
56. Os laudos interprofissionais e outros inerentes ao trabalho são peças técnicas executadas por perito qualificado e habilitado na forma definida no Código de Processo Civil e de acordo com o conselho profissional ao qual estiver vinculado.
À medida que a leitura dos autos vai acontecendo e vão sendo transcritos os elementos mais importantes nos papéis de trabalho, as etapas da perícia devem ficar evidenciadas, bem como o tempo para que essa atividade seja concluída. Obedecendo sempre às orientações emanadas da NBC, após a leitura completa de todas as peças dos autos, deverá o profissional multiplicar o tempo de cada fase pela sua taxa horária de maneira que possa quantificar monetariamente o valor de seus honorários, como mostrado a seguir por meio de uma sugestão de modelo e de valores por hora.
	Custos diretos
	Horas estimadas
	Valor por hora
	Total em reais
	1. Compromissos
	2,00
	
	50,00
	* Carga do processo
	0,50
	25,00
	12,50
	* Itinerário
	1,00
	25,00
	25,00
	* Entrega do processo
	0,50
	25,00
	12,50
	2. Análise de autos/Documentos
	12,00
	
	900,00
	* Leitura e análise do processo
	4,00
	75,00
	300,00
	* Análise e tabulação dos documentos de empréstimos
	4,00
	75,00
	300,00
	* Análise dos índices para cobrança
	2,00
	75,00
	150,00
	* Análise dos juros utilizados e cobrados
	2,00
	75,00
	150,00
	3. Reuniões de trabalho
	4,00
	75,00
	300,00
	* Autor
	2,00
	75,00
	150,00
	* Réu
	2,00
	75,00
	150,00
	4. Levantamento de dados
	10,00
	
	750,00
	* Composição do débito
	5,00
	75,00
	375,00
	* Índices de juros e correção
	5,00
	75,00
	375,00
	5. Cálculos e elaboração de anexos
	6,00
	
	450,00
	* Construção da planilha de índices
	3,00
	75,00
	225,00
	* Construção da planilha de cálculos
	3,00
	75,00
	225,00
	6. Redação do laudo
	8,00
	
	4.996,80
	* Redação do laudo
	8,00
	499,68
	3.997,44
	* Revisão e impressão final
	2,00
	499,68
	999,36
	* Custo dos honorários periciais de acordo com Sescon-RS
	7. Material aplicado
	
	
	50,00
	* Papéis de trabalho
	
	
	10,00
	* Tinta, impressora e outras
	
	
	15,00
	* Cópias diversas/depreciação
	
	
	35,00
	Total geral
	
	
	7.496,80
Após essa atividade, o profissional elaborará uma petição, especificando e detalhando por fases o trabalho pericial, a duração de cada fase e o valor dos honorários. A petição será protocolada no fórum, e o perito deverá devolver os autos (processo) na vara de origem, conforme modelo a seguir.
3.6  Petição – Modelo
Exmo. Sr. Dr. Juiz da XXXX Vara da Justiça em São Paulo
Processo no:
Ação:
Autor:
Réu:
JOÃO CARLOS DIAS DA COSTA, devidamente registrado no CRC-SP no XXXXX perito nomeado nos autos da Ação XXXXX, acima referida, vem mui respeitosamente, à presença de V. Exa., expor e a final apresentar o que se segue:
Às fls. XXX o perito que este subscreve foi honrosamente nomeado nos autos a fim de proceder ao exame necessário à solução da prova pericial contábil deferida.
Após análises nos autos e considerando a complexidade do objeto para a elaboração do laudo pericial contábil, este perito apresenta a seguir cálculo discriminatório das horas trabalhadas:
	Custos
	Quantidade de horas
	Valor por hora
	Total (em R$)
	1. Compromisso
	2,00
	25,00
	50,00
	1.1. Carga no processo
	0,50
	25,00
	12,50
	1.2. Itinerário
	1,00
	25,00
	25,00
	1.3. Devolução do processo
	0,50
	25,00
	12,50
	2. Análise dos documentos
	12,00
	 
	900,00
	2.1. Leitura e análise do processo
	4,00
	75,00
	300,00
	2.2. Tabulação dos documentos
	4,00
	75,00
	300,00
	2.3. Análise dos índices para cobrança
	2,00
	75,00
	150,00
	2.4. Análise dos juros utilizados
	2,00
	75,00
	150,00
	3. Reunião de trabalho
	4,00
	 
	300,00
	3.1. Autor
	2,00
	75,00
	150,00
	3.2. Réu
	2,00
	75,00
	150,00
	4. Levantamento de dados
	10,00
	 
	750,00
	4.1. Composição do débito
	5,00
	75,00
	375,00
	4.2. Índices de juros e correção
	5,00
	75,00
	375,00
	5. Cálculos e elaboração anexos
	6,00
	 
	450,00
	5.1. Construção de planilhas de índices
	3,00
	75,00
	225,00
	5.2. Construção de planilhas de cálculos
	3,00
	75,00
	225,00
	6. Redação do laudo
	10,00
	 
	4.996,80
	6.1. Elaboração do laudo
	8,00
	499,68
	3.997,44
	6.2. Revisão do laudo
	2,00
	499,68
	999,36
	* Custo dos honorários – Sescon-RS
	 
	 
	 
	7. Material aplicado
	 
	 
	50,00
	7.1. Papéis de trabalho
	 
	 
	10,00
	7.2. Tinta, impressora e outras
	 
	 
	15,00
	7.3. Cópiasdiversas/depreciação
	 
	 
	25,00
	Total geral
	 
	 
	7.496,80
Diante do exposto, este perito submete à douta apreciação de V. Exa. o seu pedido de honorários definitivo, o qual importa no valor de R$ 7.496,80.
Termos em que,
P. deferimento.
São Paulo, XX/XX/XXXX.
João Carlos Dias da Costa
Perito judicial
CRC 1SP XXXXXXXX
Após esse procedimento, o juiz solicitará que as partes se manifestem sobre o valor dos honorários pleiteado pelo perito. Depois dessa manifestação, o juiz determinará que o responsável faça o depósito dos honorários (no caso da justiça cível, na cidade de São Paulo). Após a parte cumprir com essa obrigação, o perito será chamado por meio de citação para redigir e elaborar o laudo pericial contábil, obedecendo ao prazo estabelecido pelo juiz quando de sua nomeação.
3.7  Justiça gratuita
A parte poderá já na inicial ou na contestação solicitar amparo na chamada justiça gratuita, e o magistrado, com toda sua experiência, acatará ou não essa solicitação. O juiz aceitando os argumentos da parte para ficarem amparados nessa modalidade de justiça gratuita, os honorários serão de responsabilidade do Estado. Assim, nessa situação, o perito nomeado não calculará nem pleiteará o valor dos honorários no encerramento do planejamento da perícia e terá apenas que se manifestar em concordância com o valor dos honorários arbitrados pelo magistrado.
 
 
RESOLUÇÃO DE QUESTOES DE 1-5
 
1)      Resolução:
Trata-se dos procedimentos periciais contábeis visam fundamentar o laudo pericial contábil e o parecer técnico-contábil e abrangem total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.
A sequência correta é:
(2)A mensuração é o ato de qualificação e quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações.
(3) A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.
(4)O arbitramento é a determinação de valores, quantidades ou a solução de controvérsia por critério técnico-científico.
(1)A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.
(5)A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto ou de fato relacionado à perícia.
Ainda temos os seguintes procedimentos periciais:
O exame é a análise de livros, registros de transações e documentos.
A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer técnico-contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.
A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo ou ao parecer pelo perito.
Gabarito: Alternativa D.
2) Resolução.
Trata-se de afirmativas a respeito da NBC TP 01 – Perícia Contábil. Devemos assinalar a alternativa CORRETA. Para isto vamos analisar cada alternativa.
Alternativa A. INCORRETA.  O perito-assistente pode, tão logo tenha conhecimento da perícia, manter contato com o perito do juízo, colocando-se à disposição para a execução da perícia em conjunto.
Alternativa B. INCORRETA.  O item 5 da norma em questão cita que:
A perícia judicial é exercida sob a tutela do Poder Judiciário. A perícia extrajudicial é exercida no âmbito arbitral, estatal ou voluntária. A perícia arbitral é exercida sob o controle da lei de arbitragem. Perícias oficial e estatal são executadas sob o controle de órgãos de Estado. Perícia voluntária é contratada, espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo entre as partes.
Alternativa C. INCORRETA. A perícia voluntária é contratada pelo interessado ou de comum acordo entre as partes, conforme já citado no esclarecimento da alternativa B: “Perícia voluntária é contratada, espontaneamente, pelo interessado ou de comum acordo entre as partes”.
Alternativa D. CORRETA. Trata-se do item 27 da NBC TP 01:
O perito-assistente não pode firmar o laudo pericial quando o documento tiver sido elaborado por leigo ou profissional de outra área, devendo, neste caso, oferecer um parecer técnico- contábil sobre a matéria periciada.
Gabarito: Alternativa D.
 
3) Resolução:
Trata-se de casos de impedimento e suspeição que estão presentes na NBC PP 01 e no Código de Processo Civil. Vamos analisar cada alternativa e assinalar a que esteja INCORRETA.
Alternativa A, e B estão de acordo com o item 16 da NBC PP 01.Portanto  CORRETAS.
Os casos de suspeição a que está sujeito o perito do juízo são os seguintes:
(a) ser amigo íntimo de qualquer das partes;
(b) ser inimigo capital de qualquer das partes;
(c) ser devedor ou credor em mora de qualquer das partes, dos seus cônjuges, de parentes destes em linha reta ou em linha colateral até o terceiro grau ou entidades das quais esses façam parte de seu quadro societário ou de direção;
(d) ser herdeiro presuntivo ou donatário de alguma das partes ou dos seus cônjuges;
(e) ser parceiro, empregador ou empregado de alguma das partes;
(f) aconselhar, de alguma forma, parte envolvida no litígio acerca do objeto da discussão; e
(g) houver qualquer interesse no julgamento da causa em favor de alguma das partes.
Alternativa C. INCORRETA. Vejamos o que nos cita o item 17 da NBC PP 01:
O perito pode ainda declarar-se suspeito por motivo íntimo.
Percebam que a alternativa foi de encontro ao disposto na Norma em questão.
Alternativa D. Está CORRETA. De acordo com o artigo 13 da NBC PP 01:
O perito do juízo deve se declarar impedido quando não puder exercer suas atividades, observados os termos do Código de Processo Civil.
Gabarito: Alternativa C.
4) Resolução:
A questão aborda o artigo 156 do Código de Processo Civil. Vamos analisar cada alternativa e assinalar aquela que seja INCORRETA.
Alternativa A. CORRETA. Está de acordo com o disposto no parágrafo 5º do artigo em questão:
“Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia”.
Alternativa B. CORRETA.  De acordo com o parágrafo 1º :
“Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado”.
Alternativa C. INCORRETA.  Não há esta exigência. Na verdade o Perito deve, após a ciência em sua nomeação, comprovar a especialização. Conforme disposto no artigo 465 do Código de ProcessoCivil:
Art. 465.  O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do laudo.
·         1o Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação do despacho de nomeação do perito:
I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II – indicar assistente técnico;
III – apresentar quesitos.
·         2o Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:
I – proposta de honorários;
II – currículo, com comprovação de especialização;
III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais.
Importante também citar que o Conselho Nacional de Justiça regulamentou sobre o cadastro de Peritos, conforme texto abaixo:
Aprovada sob a relatoria do conselheiro Carlos Levenhagen, a resolução regulamenta a criação e manutenção do Cadastro Eletrônico de Peritos e Órgãos Técnicos ou Científicos (CPTEC), que deve ser implementado nos tribunais para garantir agilidade operacional na seleção e escolha dos peritos e para padronizar e otimizar o controle de informações sobre a contratação de profissionais e de órgãos prestadores de serviços. O CPTEC permitirá o gerenciamento e a escolha de interessados, que formarão lista de profissionais e de órgãos aptos à prestação de serviços, dividida por área de especialidade e por comarca de atuação.
Caberá a cada tribunal validar o cadastramento e a documentação apresentada pelosinteressados, e é vedada a nomeação de profissional ou de órgão que não esteja regularmente cadastrado. Nas localidades onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito será de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia (artigo 156, parágrafo 5 do CPC).
Alternativa D. CORRETA.  Está de acordo com o disposto no artigo 156 do Código de Processo Cívil, que para fins didáticos será apresentado na integra.
Art. 156.  O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico.
·         1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
·         2o Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
·         3o Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados.
·         4o Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos arts. 148e 467, o órgão técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade.
·         5o Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia.
Gabarito: Alternativa C.
 
5) Resolução:
Trata-se da terminologia disposta na NBC TP 01 – Perícia Contábil. Esta terminologia está presente entre os itens 55 e 64 da norma em questão. Vamos avaliar cada item disposto na questão e ordenar de forma correta.
(1) – Síntese do objeto da perícia e resumo dos autos: O relato ou a transcrição sucinta, de forma que resulte em uma leitura compreensiva dos fatos relatados sobre as questões básicas que resultaram na nomeação ou na contratação do perito.
(4) – Metodologia: conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar o resultado da perícia por meio do conhecimento técnico-científico, de maneira que possa, ao final, inseri-lo no corpo técnico do laudo e parecer.
(3) – Critério:é a faculdade que tem o perito de distinguir como proceder em torno dos fatos alegados para julgar ou decidir o caminho que deve seguir na elaboração do laudo e do parecer.
(2 )- Forma Circunstanciada: a redação pormenorizada, minuciosa, efetuada com cautela e detalhamento em relação aos procedimentos e aos resultados do laudo e do parecer.
Alem destas terminologias ainda temos:
Diligência: todos os atos adotados pelos peritos na busca de documentos, coisas, dados e informações e outros elementos de prova necessários à elaboração do laudo e do parecer, mediante termo de diligência, desde que tais provas não estejam colacionadas aos autos. Ainda são consideradas diligências as comunicações às partes, aos peritos-assistentes ou a terceiros, ou petições judiciais.
Conclusão: é a quantificação, quando possível, do valor da demanda, podendo reportar-se a demonstrativos apresentados no corpo do laudo e do parecer ou em documentos. É na conclusão que o perito registrará outras informações que não constaram na quesitação, porém, encontrou-as na busca dos elementos de prova inerentes ao objeto da perícia.
Apêndices: são documentos elaborados pelo perito contábil; e Anexos são documentos entregues a estes pelas partes e por terceiros, com o intuito de complementar a argumentação ou elementos de prova.
Palavras e termos ofensivos: o perito que se sentir ofendido por expressões injuriosas, de forma escrita ou verbal, no processo, poderá tomar as seguintes providências:
(a) sendo a ofensa escrita ou verbal, por qualquer das partes, peritos ou advogados, o perito ofendido pode requerer da autoridade competente que mande riscar os termos ofensivos dos autos ou cassada a palavra;
(b) as providências adotadas, na forma prevista na alínea (a), não impedem outras medidas de ordem civil ou criminal.
Esclarecimentos: havendo determinação de esclarecimentos do laudo ou do parecer sem a realização de audiência, o perito deve fazer, por escrito, observando em suas respostas os mesmos procedimentos adotados quando da feitura do esclarecimento em audiência, no que for aplicável.
Os peritos devem, na conclusão do laudo e do parecer, considerar as formas explicitadas nos itens seguintes:
(a) omissão de fatos: o perito do juízo não pode omitir nenhum fato relevante encontrado no decorrer de suas pesquisas ou diligências, mesmo que não tenha sido objeto de quesitação e desde que esteja relacionado ao objeto da perícia;
(b) a conclusão com quantificação de valores é viável em casos de: apuração de haveres; liquidação de sentença, inclusive em processos trabalhistas; resolução de sociedade; avaliação patrimonial, entre outros;
(c) pode ocorrer que, na conclusão, seja necessária a apresentação de alternativas, condicionada às teses apresentadas pelas partes, casos em que cada uma apresenta uma versão para a causa. O perito deve apresentar as alternativas condicionadas às teses apresentadas, devendo, necessariamente, ser identificados os critérios técnicos que lhes deem respaldo;
(d) a conclusão pode ainda reportar-se às respostas apresentadas nos quesitos;
(e) a conclusão pode ser, simplesmente, elucidativa quanto ao objeto da perícia, não envolvendo, necessariamente, quantificação de valores.
Gabarito: Alternativa C.

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