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Contexto histórico, origem e definição da Macroeconomia

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Material de Apoio
MACROECONOMIA I
Prof. Lucas Andrietta
lucas.andrietta@esamc.br
2018.02
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Módulo I
A Determinação da Renda Nacional: conceitos básicos
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Módulo I – Aula 1
Contexto histórico, origens e definição da Macroeconomia
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I.I – Um pouco de história
Economia internacional experimenta expressivo desenvolvimento entre 1815 e 1896;
Internacionalização das finanças sob a hegemonia britânica;
Criação de institucionalidade comum à comunidade econômica internacional – economias capitalistas obedecem ao padrão ouro
Padrão ouro: acordo de conversibilidade entre moedas nacionais e ouro (i.e., todas as moedas nacionais poderiam ser convertidas em ouro a partir de taxa pré-estabelecida). Adotado e mantido principalmente pelos ingleses. Libra esterlina se torna a “moeda franca” das transações internacionais.
Capitais ingleses buscam valorização ao redor do globo – acordos comerciais e produtivos, infraestrutura.
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I.I – Um pouco de história
Defesa do liberalismo econômico como eixo central da doutrina econômica
Liberalismo econômico: defesa das liberdades comerciais e financeiras dos agentes econômicos, oposição a quaisquer impedimentos à livre circulação de capital e mercadorias. Tem sua origem na obra de importantes economistas britânicos, como Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo (1772-1823).
Capitalismo se desenvolve de forma quase irrestrita: França, Alemanha, Bélgica e EUA apresentam expressiva industrialização. O comércio e a exploração de produtos primários chega a outras regiões
Em tese, a livre circulação de capitais e mercadorias deveria favorecer a manutenção da livre concorrência. Mas realidade se contrapõe à teoria econômica ao longo do século XIX…
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I.I – Um pouco de história
Concentração de capitais: indústrias da Segunda Revolução Industrial operam em maior escala, com elevada dependência de capital e de inovações tecnológicas. Produção em pequena escala não é mais possível.
Indústria nacional passa a operar em articulação com Estados nacionais – desenvolvimento industrial toma grande relevância estratégica
Com novas demandas da indústria, cresce a pressão por redução de custos: disputa por mercados consumidores e fontes de matéria prima.
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I.I – Um pouco de história
Ao mesmo tempo em que o liberalismo econômico se estabelece como doutrina dominante, imperialismo define rumos da política internacional
Imperialismo: expansão/dominação territorial, cultural ou econômico sobre outras regiões geográficas. Marcado, nesse período, pela disputa entre as potências ocidentais por matérias primas e mercados consumidores, e por sua progressiva militarização.
Notável descompasso entre teoria econômica e realidade – economistas acreditam piamente no liberalismo, enquanto grandes economias adotam medidas protecionistas.
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I.I – Um pouco de história
Em suma, a realidade econômica do século XIX é marcada, a princípio 
(1) pelo estabelecimento de uma institucionalidade para as finanças internacionais (padrão ouro) 
(2) pela prevalência do liberalismo econômico como principal doutrina econômica. 
Os resultados dessa configuração são 
(3) o desenvolvimento das principais economias capitalistas, com elevada concentração de capital, e 
(4) o acirramento das disputas por matérias primas e mercados consumidores por essas economias, por meio de dominação territorial, cultural ou econômica – o imperialismo.
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I.I – Um pouco de história
A Era da Catástrofe (Eric Hobsbawm): mundo em que viviam economistas do século XIX cai por terra com os grandes acontecimentos da primeira metade do século XX
Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
Revolução Russa de 1917
Crise de 1929
Grande Depressão
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I.I – Um pouco de história
Como consequência, (1) institucionalidade internacional se deteriora (cooperação entre diferentes nações é dificultada após o conflito), (2) distribuição de renda passa a ser prioridade de planejadores econômicos, e (3) economistas dessa geração se ocupam de refletir sobre os erros do período anterior e novas formas de compreensão da realidade econômica.
Os governos passam a adotar muitas medidas protecionstas e intervencionistas, com ou sem amparo teórico.
Grandes autores do período são críticos da tradição liberal do século XIX, e propõem alternativas para resolução dos problemas enfrentados no período.
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I.I – Um pouco de história
Problemas relacionados à reprodução do paradigma produtivo fordista, baseado na produção e no consumo em massa
Crise de acumulação/reprodução em vários níveis
Venda das mercadorias produzidas
Existência de oportunidades de negócio que possibilitem a acumulação (investimento)
Maior parcela da população dependente do emprego assalariado
A manutenção do consumo e do investimento (demanda agregada) se tornam um problema público, social e inescapável para a administração pública 
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I.I – Um pouco de história
A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936), de John Maynard Keynes, se torna a nova referência nos debates econômicos internacionais.
Keynes defende que as situações de equilíbrio e pleno-emprego não são o caso geral de funcionamento das economias capitalistas, mas situação específica.
Em circunstâncias normais, economias capitalistas são extremamente instáveis, e precisam ser conduzidas a nível adequado de demanda pela atuação do governo.
Preocupação marcante com nível de emprego (desemprego é grande problema econômico), influência das expectativas sobre a demanda (investidores podem se recusar a investir, e isso tem impacto severo sobre economia) e dinâmica financeira (decisões sobre investimento ou especulação).
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I.II – Macroeconomia: origens e definição
Obra de Keynes é considerada espécie de “marco zero” da macroeconomia. Problemas e métodos macroeconômicos pensados de forma independente da microeconomia têm origem nesse momento.
Políticas adotadas por diferentes estadistas marcam recuperação da crise simultaneamente aos desenvolvimentos teóricos
O sucesso dessas medidas naquele contexto é rápido e o trabalho de Keynes passa a ser reconhecido pela comunidade econômica (na academia e nos governos)
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I.II – Macroeconomia: origens e definição
"A macroeconomia é o estudo da economia como um todo. O objetivo da macroeconomia é explicar as mudanças econômicas que afetam muitas empresas e mercados simultaneamente. Os macroeconomistas abordam diversas questões: Por que a renda média é elevada em alguns países e baixa em outros? Por que os preços sobem rapidamente em algumas épocas e permanecem mais estáveis em outras? Por que a produção e o emprego aumentam em alguns anos e se contraem em outros? O que o governo pode fazer para promover o crescimento acelerado da renda, a baixa inflação e um nível de emprego estável? Essas perguntas são todas de natureza macroeconômica porque se referem ao funcionamento da economia como um todo.”(MANKIW, 2009:500)
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I.II – Macroeconomia: origens e definição
"A Macroeconomia é o ramo da teoria econômica que trata da evolução da economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento dos grandes agregados, como renda e produto nacionais, investimento, poupança e consumo agregados, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio.”(VASCONCELLOS, 2011:187)
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I.II – Macroeconomia: origens e definição
Possíveis metas da política econômica:
Alto nível de emprego
Estabilidade de preços
Distribuição de renda socialmente justa
Crescimento Econômico
Instrumentos da política econômica:
Política fiscal
Política monetária
Política cambial e comercial
Políticas de renda (controle de preços e salários)
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I.II – Macroeconomia: origens e definição
Real e Monetário: quatro mercados fundamentais que estruturam economia de uma nação – mercado de trabalho, mercado de bens e serviços, mercado financeiro e mercado de
divisas.
Keynes: economia capitalista é economia monetária da produção. Lado real e lado monetário estão ligados.
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I.II – Macroeconomia: origens e definição
FONTE: VASCONCELLOS, 2011, p.192.
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I.II – Macroeconomia: origens e definição
Em suma…
Aprendemos sobre a origem, as preocupações e as ferramentas da macroeconomia;
Elencamos os principais mercados e as variáveis determinadas nas partes real e monetária da economia;
Discutimos as principais metas de política econômica, assim como os instrumentos geralmente empregados nesse sentido.
Na sequência…
Exploraremos em profundidade as determinações da renda nacional;
Discutiremos o fluxo circular da renda e a sua importância;
Daremos início à construção de um modelo de determinação da renda nacional, usado para compreensão e análise da dinâmica macroeconômica.
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I.II – Macroeconomia: origens e definição
Referências:
MANKIW, N. G. Introdução à Economia. 1ª edição. Ed. CENGAGE, 2009. Capítulo 23 – Medindo a Renda Nacional.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia – Micro e Macro. 5ª Edição. São Paulo: Atlas, 2011. Capítulo 8 – Fundamentos de Teoria e Política Macroeconômica.
Para a próxima aula…
PREPARAÇÃO PRÉVIA 1: leitura e resumo de MANKIW, 2009 (cap.23) ou VASCONCELLOS, 2011 (cap.10)

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