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ACIDENTES DO TRABALHO E LEGISLACAO PREVIDENCIARIA (1) (1) (1 (1)

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ACIDENTES DO TRABALHO E LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
		Tradicionalmente o acidente do trabalho é conhecido através de dois conceitos : o legal e o prevencionista.
O artigo 19 da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991- Plano de Benefícios da Previdência Social – conceitua acidente do trabalho da seguinte forma:
 
do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
§ 1° A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.
§ 2° Constitui Contravenção Penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalhador.
§ 3° É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular.
§ 4° O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o Regulamento.”
	No conceito prevencionista, o Acidente do Trabalho, pode ser definido como a ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e/ou lesões nos trabalhadores, e/ou danos materiais.
	Tendo-se a definição dos dois conceitos referentes ao Acidente do Trabalho, a distinção está no fato do conceito prevencionista ser mais abrangente do que o conceito legal, já que este se restringe às hipóteses de ocorrência de lesões e/ou perturbações de ordem funcional ou mental nos trabalhadores acidentados, ao passo que aquele contempla não só a hipótese legal como também as situações em que ocorreram, de forma isolada ou simultânea, perda de tempo útil e/ou danos materiais. 
	É importante se saber, que no artigo 20 da Lei n. 8213/91, as doenças ditas profissionais e do trabalho, são consideradas acidentes do trabalho.
	A doença profissional pode ser entendida como a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social;
Ex. Na doença profissional, os empregados que desenvolvem uma mesma atividade, comumente estão sujeitos a contraí-la, eis que os riscos ambientais são inerentes à atividade em si. Por exemplo, os aeroportuários ( operadores de pistas de aeroportos ) se sujeitam a contrair a doença profissional do tipo surdez profissional, visto que é típico desta atividade a exposição ao ruído excessivo.
 
	A doença do trabalho pode ser definida como a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, e constante de relação elaborada pelo Ministério da Previdência Social.
Ex. A doença do trabalho se caracteriza por uma condição especial de trabalho, onde se evidencia a exposição a um determinado agente ambiental não comum a todos os profissionais exercentes daquela atividade, e que pode ser contraída apenas por aqueles excepcionalmente expostos a tal situação particular. Veja-se, por exemplo, o caso de um datilógrafo que trabalhe em ambiente com nível de pressão sonora acima do limite de tolerância. Poderá sofrer perda em sua capacidade auditiva. Neste caso, porém, uma doença do trabalho vez que não é comum ao profissional de datilografia desenvolver suas atividades em ambiente de trabalho com exposição a ruídos excessivos.
	Mas, nem toda doença pode ser considerada como doença do trabalho, como no caso das doenças degenerativas, inerente a grupo etário, a que não produza incapacidade laborativa e a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante da exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
	O artigo 21 do Plano de Benefícios da Previdência Social considera legalmente como acidente do trabalho as seguintes situações:
O acidente ligado ao trabalho que, embora, não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho em conseqüência de:
b.1 – Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b.2 – Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho;
b.3 – Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
b.4 – Ato de pessoa privada do uso da razão;
b.5 – Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade;
O acidente sofrido pelo trabalhador, ainda que fora do local e horário de trabalho:
d.1 – Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;
d.2 – Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
d.3 – Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d.4 – No percurso da residência para o local do trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado ( acidente de trajeto );
Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho, logo, se vier a se acidentar em tais situações, será enquadrado como acidente do trabalho.
Dentre as situações apresentadas acima, apareceu em d.4, entre parênteses, o acidente de trajeto. Pois bem, acidente de trajeto, que do ponto de vista legal se equipara ao acidente de trabalho, nos termos do artigo 21 da Lei n. 8213/92, pode ser definido como o infortúnio possível de acontecer com o trabalhador no percurso de sua residência para o local de trabalho ou deste para aquela, antes ou após o término da jornada de trabalho, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de sua propriedade. Importante ressaltar que não há um tempo máximo definido para a caracterização do acidente de trajeto, sendo indispensável para a sua configuração o itinerário habitual e o tempo normalmente gasto pelo trabalhador para perfazê-lo.
Quando ocorre um acidente do trabalho a empresa, de acordo com o artigo 22 da Lei 8213/91, deve comunicar o acidente à Previdência Social ( INSS ) até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. 
A Comunicação da ocorrência de acidente de trabalho, por parte da empresa ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, deverá ser feita através do preenchimento de formulário específico, denominado Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT , devendo ser observado o seguinte:
Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda sua categoria;
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto neste artigo;
A comunicação do acidente do trabalho não exime a empresa de sua responsabilidade;
Os sindicatos e entidades representativasde classe poderão acompanhar a cobrança, pela Previdência Social, das multas previstas pela não comunicação do acidente do trabalho por parte da empresa.
Ocorrido o acidente, o artigo 23 do Plano de Benefícios da Previdência Social, considera como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.
Fala-se de acidente mas, as causas básicas para ocorrência do acidente de trabalho são diretamente ligadas a duas situações: Condição Insegura e Ato Inseguro.
As Condições Inseguras são deficiências, defeitos ou irregularidades técnicas nas instalações físicas, máquinas ou equipamentos, os quais, presentes nos ambientes de trabalho, podem ocasionar acidentes de trabalho. Convém destacar que é da responsabilidade do empregador a eliminação ou correção das condições inseguras existentes nos locais de trabalho. Como exemplos, temos: iluminação inadequada, desconforto térmico, piso escorregadio, ruído e trepidações excessivas; instalações elétricas precárias ou improvisadas; falta de ordem e limpeza; falta de proteção em partes móveis das máquinas; não submeter as máquinas, equipamentos e ferramentas, a manutenções periódicas de acordo com as recomendações dos fabricantes; não fornecimento de EPIs – Equipamentos de Proteção Individual aos trabalhadores etc.
Os Atos Inseguros por sua vez, são atitudes, atos, ações ou comportamentos do trabalhador, contrários às normas de segurança e que colocam em risco a sua saúde e / ou integridade física, ou de outros colegas de trabalho. Os atos inseguros são geralmente definidos como causas de acidentes que residem, predominantemente, no fator humano. 
Como exemplos, podemos citar: improvisar caixotes em formas de escada de mão; indiferença às normas de segurança e medicina do trabalho; atos de exibicionismo; ingestão de bebidas alcoólicas antes e durante o horário de trabalho; não realizar prévia inspeção de rotina nas máquinas, equipamentos ou ferramentas com que vai trabalhar; não utilização dos EPIs fornecidos pela empresa etc.
O acidente do trabalho é responsável, principalmente no Brasil, por uma estatística dantesca de óbitos e incapacitação total e parcial. Como conseqüência sofrem os empregados, o empregador e o Governo Federal.
As conseqüências negativas dos acidentes do trabalho para o Empregado Acidentado são as seguintes:
Sofrimento físico, dor, lesão incapacitante, parcial ou total, temporária ou permanente, ou, até a própria morte;
Reflexos psicológicos negativos decorrentes de eventuais seqüelas acidentárias, inclusive podendo gerar distúrbios familiares, dependendo do grau de incapacidade;
Redução salarial decorrente da percepção de benefícios previdenciários.
As conseqüências negativas dos acidentes do trabalho para o empregador são as seguintes:
Pagamento salarial aos trabalhadores acidentados durante os quinze primeiros dias seguintes ao do acidente;
Reflexos negativos no ambiente de trabalho onde ocorreu o acidente, com a conseqüente queda de produtividade;
Danos ou avarias nos equipamentos, máquinas ou ferramentas que porventura estejam sendo utilizados pelo trabalhador vitimado;
Paralisação de uma máquina ou equipamento componente da linha de produção, podendo afetar o processo produtivo como um todo, até que se proceda o reparo ou a substituição da máquina ou equipamento danificado;
Reflexos negativos na boa imagem da empresa, variável esta que dependerá da gravidade do acidente e do grau de repercussão causado à comunidade.
- As conseqüências negativas dos acidentes do trabalho para o Governo Federal, são as seguintes: 
 
Pagamento, através do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, de benefícios previdenciários ao trabalhador acidentado ou a seus dependentes, tais como – Auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria por invalidez e pensão por morte;
Pagamento de despesas médico-hospitalares no tratamento do acidentado;
Despesas com a reabilitação profissional do trabalhador acidentado, inclusive com o fornecimento de aparelhos de próteses, conforme o caso.
Algumas definições a seguir, darão uma idéia mais concreta dos custos absorvidos pelo Governo federal quando ocorre o acidente do trabalho.
Auxílio-doença: é um benefício previdenciário devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos;
Auxílio-acidente: é um benefício previdenciário concedido como indenização, ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidentes de qualquer natureza que impliquem redução da capacidade funcional, observado o seguinte -
O auxílio-acidente, mensal e vitalício, corresponderá a 50 % do salário de benefício do segurado;
O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte da cessação de auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado;
O recebimento de salário ou concessão de outro benefício não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente;
Quando o segurado falecer em gozo do auxílio-acidente, a metade do valor deste será incorporada ao valor da pensão se a morte não resultar do acidente do trabalho.
- Aposentadoria por invalidez: De acordo com o legalmente estipulado pelo artigo 42 da Lei n. 8213/91, a aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
- Pensão por morte: A pensão por morte, segundo o artigo 74 da Lei Previdenciária, será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data de óbito ou da decisão judicial, no caso de morte presumida.
- Reabilitação profissional: De acordo com o artigo 89 da Lei n. 8213/91, a habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiências, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive. 
Segundo o parágrafo único do artigo 89 da Lei instituidora dos Planos de Benefícios da Previdência Social, a reabilitação profissional compreende:
O fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e profissional;
A reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário;
O transporte do acidentado do trabalho, quando necessário. 
 
- Benefícios previdenciários: Os benefícios previdenciários possíveis de serem concedidos aos trabalhadores, vítimas de acidentes de trabalho, ou a seus dependentes, não se sujeitam a quaisquer períodos de carência, sendo devido pois, independentemente do tempo de contribuição de que disponha o acidentado junto ao INSS, situação esta, por sinal, diferente da que se verifica em relação às demais modalidades de benefícios previdenciários de caráter não acidentário.
- Estabilidade provisória: No tocante à garantia provisória de emprego conferida ao trabalhador vítima de acidente de trabalho, assim dispõe o artigo da Lei n. 8.213/91 -
	“Art.118 – O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio doença acidentário, independentementede percepção de auxílio-acidente.
	Parágrafo único. O segurado reabilitado poderá ter remuneração menor do que a da época do acidente, desde que compensada pelo valor do auxílio-acidente, referido no § 1° do artigo 86 desta Lei”
- Legislação Previdenciária versus negligência da empresa quanto às Normas de segurança e Medicina do Trabalho: Nesse sentido o artigo 120 da Lei 8213/91 dispõe -
	Art. 120 – Nos casos de negligência quanto às Normas-Padrão de Segurança e Higiene do Trabalho indicados para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação regressiva contra os responsáveis.
- Legislação Previdenciária versus responsabilidade civil do empregador em acidentes do trabalho: Acerca da responsabilidade civil do empregador pela ocorrência de acidentes do trabalhador, assim dispõe o artigo 121 da Lei n. 8213/91 -
	Art. 121 – “O pagamento, pela Previdência Social, das prestações por acidente do trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem.”
 	A propósito da responsabilidade civil do empregador, convém recordar, também, o que preconizado pelo inciso XXVIII do artigo 7° da Novel Carta Magna -
CF/1988 – Art. 7°. “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXVIII – Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.
- Justiça competente para solucionar os litígios pertinentes a acidentes de trabalho: Neste sentido, assim prevê o art. 129 da Lei n. 8213/91 -
	- Art. 129. Os litígios e medidas cautelares relativos a acidentes do trabalho serão apreciados:
na esfera administrativa, pelos órgãos da Previdência Social, segundo as regras e prazos aplicáveis às demais prestações, com prioridade para coclusão: e,
na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as férias forenses, mediante petição instruída pela prova de efetiva notificação do evento à Previdência Social, através da Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT.
INSPEÇÃO DE SEGURANÇA E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO 
Inspeção de Segurança: pode ser conceituada como o procedimento técnico através do qual se efetua uma verificação física num determinado ambiente de trabalho, visando identificar e relacionar todas as possíveis causas de acidentes do trabalho porventura existentes, a fim de se adotar as medidas técnicas adequadas objetivando prevenir a concretização de infortúnios laborais.
- Modalidades de Inspeção de Segurança:
Geral - Inspeção de Segurança Geral é a realizada de forma abrangente, englobando todos os setores e dependências do estabelecimento de uma determinada empresa. Dependendo do porte da empresa, para a sua realização será necessário um bom número de inspetores durante um período de tempo razoável;
Parcial – Inspeção de Segurança Parcial é aquela realizada de forma limitada, apenas em determinados setores da empresa, ou em certos tipos de atividades, ou ainda, restrita a determinadas máquinas ou equipamentos;
Rotina – Inspeção de Segurança de Rotina é a modalidade de inspeção que se caracteriza pela constância de sua realização. Ex.: antes de iniciar o seu trabalho diário, o motorista de um transporte coletivo deve, rotineiramente, examinar-lhe os freios, estado dos pneus, equipamentos de sinalização etc.;
Periódica – Inspeção de Segurança Periódica é a espécie de inspeção de segurança realizada de tempos em tempos previamente estabelecidos. Ex.: os extintores de incêndio que devem ser inspecionados periodicamente;
Eventual – Inspeção de Segurança Eventual é a modalidade de inspeção de segurança realizada de forma aleatória, sem dia ou período estabelecido;
Oficial – Inspeção de Segurança Oficial é a modalidade de inspeção de segurança realizada pelos órgãos governamentais, em especial pelos agentes da inspeção do trabalho do Ministério do Trabalho;
Especial – Inspeção de Segurança Especial é a espécie de inspeção de segurança que, para a sua realização, se faz necessário a utilização de profissionais especializados e/ou equipamentos de medição apropriados. Ex.: a inspeção de segurança em caldeiras, que só pode ser realizada por engenheiro mecânico devidamente habilitado para tal. 
 
- Etapas ou Fases de uma Inspeção de Segurança:
Observação - Na primeira etapa de uma inspeção de segurança, serão visualizadas, nos locais de trabalho, as diversas e possíveis causa de acidentes do trabalho ( atos inseguros e condições inseguras ) porventura existentes;
Informação - A segunda etapa de uma inspeção de segurança após observadas as causas de acidentes do trabalho existentes, deve-se buscar informações com o encarregado e com os demais trabalhadores do setor, a fim de se inteirar do porquê daquela situação, procurando, conforme o caso, discutir soluções imediatas, ainda que de caráter temporário;
Registro – Na terceira etapa da inspeção de segurança, serão anotados, em formulário próprio (podendo ser elaborado em forma de roteiro ), setorialmente, todos os atos e condições inseguras detectados por ocasião da realização da inspeção de segurança;
Encaminhamento - Na quarta etapa da inspeção de segurança deverá ser entregue ao empregador ou a seu preposto, uma cópia do relatório da inspeção de segurança realizada, com a anotação de todas as causas de acidentes identificadas, acompanhadas, se possível, das propostas de soluções técnicas recomendáveis e possíveis de serem adotadas e, com prazos propostos;
Acompanhamento – Na quinta e última etapa de uma inspeção de segurança, as causas de acidente do trabalho encaminhadas ao empregador, deverão receber o acompanhamento permanente dos que realizaram a inspeção, até a sua completa correção.
- Investigação de Acidentes:
Distinção entre Inspeção de Segurança e Investigação de Acidentes: A distinção fundamental entre inspeção de segurança e investigação de acidentes está no fato de que a inspeção de segurança visa detectar possíveis causas de acidentes antes que os mesmos venham a acontecer, pelo que, deve ser realizada independentemente da ocorrência do infortúnio laboral. Já a investigação de acidentes deve ser realizada logo após a ocorrência do acidente do trabalho, objetivando detectar as causas que propiciam a sua ocorrência, objetivando que as mesmas sejam corrigidas de modo a se prevenir a repetição de acidentes similares;
Importância da Investigação de Acidentes – Não é desejável que os acidentes do trabalho aconteçam, todavia, quando de sua ocorrência, mesmo nos casos de menor gravidade, é extremamente importante que o mesmo seja devidamente investigado como o intuito de se identificar as causas que o motivaram e, assim, se possa adotar as medidas para prevenir sua repetição;
Investigação de Acidentes e a CIPA – Em relação à investigação de acidentes, devemos dizer que, quando da ocorrência de um acidente do trabalho, deverá a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, a sua investigação, a fim de identificar as suas causas determinantes, e, se o acidente for de natureza grave, além da investigação, deverá ser realizada pela CIPA uma reunião de caráter extraordinário com a finalidade exclusiva de discutir o acidente ocorrido;
Questionamentos a serem respondidos numa investigação de acidentes de trabalho – 
d.1- O que estava o acidentado fazendo no momento anterior à ocorrência?
d.2- De que forma aconteceu?
d.3- Que causas contribuíram, direta ou indiretamente, para a ocorrência do acidente?
d.4- Quando ocorreu? ( especificar data e hora )
d.5- Onde ocorreu? ( especificar o setor ou seção )
d.6- Quanto tempo de experiência na função tinha o acidentado?
- Outras definições importantes:
Agente da Lesão - Agente da Lesão é o local, o ambiente, o ato, enfim, o objeto causador da lesão. Ex.: pisos, escadas, ferramentas, máquinas, produtos químicos, radiações,etc.;
Fonte da Lesão – Fonte da Lesão pode ser definido como aquilo que, ao entrar em contato com o corpo do trabalhador, provocou-lhe a lesão. Ex.: a lâmina da máquina de corte; a aresta cortante; o prego mal batido em uma madeira; a corrente elétrica de uma fiação exposta etc.
Fator Pessoal de Insegurança – Fator Pessoal de Insegurança corresponde às características físicas ou mentais do trabalhador que possam Ter contribuído, direta ou indiretamente, para a concretização do acidente. Ex.: excesso de confiança, treinamento inadequado, falta de aptidão ou interesse para o trabalho, incapacidade física ou mental para o trabalho etc.
Natureza da Lesão – É muito importante se identificar a natureza da lesão ( tipo ou modalidade de lesão ) para definir-se um tratamento médico mais adequado, como também, para uso em fins estatísticos. Ver exemplos abaixo:
Contusão, decorrente de um traumatismo sobre qualquer região do organismo, sem que ocorra rompimento da pele;
Entorse, resultante de um movimento anormal ou exagerado nas articulações dos ossos;
Luxação, verificada quando os ligamentos de uma articulação óssea são submetidos a esforços excessivos, ocasionando o deslocamento dos ossos articulados de suas posições normais;
Fratura, quando ocorre a ruptura ou quebra de qualquer osso que compõe o esqueleto humano. A fratura é dita simples ou fechada, quando o osso fraturado não perfura a pele. Diz-se que a fratura será aberta ou exposta, quando o osso fraturado perfura a pele, ficando visível;
Ferimento, manifesta-se pelo rompimento da pele dando origem a sangramentos;
Queimadura, é a lesão produzida nos tecidos pela ação do calor, substâncias ácidas ou cáusticas etc.
Acidente sem afastamento – O acidente do trabalho é dito como sem afastamento quando o acidentado retorna ao trabalho no mesmo dia da ocorrência ou no dia seguinte, no início do expediente normal de trabalho, pelo que, se diz que não houve nenhum dia de trabalho perdido, pois, sabidamente, o dia da ocorrência do acidente se considera como o dia trabalhado integralmente, independente da hora em que tenha ocorrido, se no começo, no meio, ou no fim da fornada laboral.
Acidente com afastamento – O acidente do trabalho é dito com afastamento quando ocasiona a incapacidade temporária ou permanente do trabalhador para exercer a mesma ou outra atividade profissional, resultando na perda de, pelo menos, um dia de trabalho, ou seja, o trabalhador fica impossibilitado de trabalhar no dia seguinte ao do acidente, já que, conforme visto anteriormente, o dia do acidente é considerado como integralmente trabalhado.
Incapacidade temporária para o trabalho – Entende-se por incapacidade temporária para o trabalho, a conseqüência do acidente de trabalho que impossibilita o trabalhador acidentado de desenvolver atividades profissionais durante um período de tempo variável de um dia ( o dia seguinte ao do acidente ) até, no máximo, um ano. Sendo que, após a consolidação das lesões, o trabalhador tem condições de desenvolver as suas mesmas funções. Durante a incapacidade parcial, o trabalhador perceberá o benefício previdenciário denominado de auxílio-doença, desde que o afastamento do trabalho ultrapasse a quinze dias.
Incapacidade parcial e permanente para o trabalho – A incapacidade parcial e permanente para o trabalho se verifica quando o trabalhador acidentado tem como seqüela a perda de membro e/ou função que afete a sua capacidade produtiva, sem contudo incapacitá-lo totalmente para o trabalho. Na incapacidade parcial e permanente o trabalhador, conforme o caso, fará jús ao benefício previdenciário denominado de auxílio-acidente.
Incapacidade total e permanente para o trabalho - Na incapacidade total e permanente o trabalhador se vê definitivamente incapacitado de exercer qualquer atividade laboral, pelo que, passará a perceber do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, o benefício previdenciário denominado aposentadoria por invalidez. 
Fórmulas:
TFCA = Número de Acidentes x 1.000.000 / HHT
TGCA = (Número de Dias de Afastamento + Número de Dias Debitados) x 1.000.000 / HHT

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