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SEGURANÇA DO TRABALHADOR

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SEGURANÇA DO TRABALHADOR
CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Segurança
	A palavra “segurança” tem origem latim, língua na qual significa “sem preocupações”, e cuja etimologia sugere “ocupar-se de si mesmo” (se + cura). Por isso a segurança é a ausência de risco, a previsibilidade, a certeza quanto ao futuro (MATOS, 2007).
	De acordo com o Dicionário Aurélio da Língua portuguesa, segurança é ação ou efeito de tornar seguro; estabilidade, firmeza. Desta forma, podemos entender que segurança é o conjunto de ações e medidas para se estabelecer o ato e as atitudes e condições seguras.
Trabalho
O trabalho pode ser visto como um conjunto de atos e operações da pessoa que o executa, implica na utilização da energia humana sob diversos aspectos. O trabalho envolve as dimensões físicas, psíquicas, emocionais e sociais.
As condições em que o trabalho é executado em muito traduzirá o seu impacto e risco sobre a saúde e vida do trabalhador. Por outro lado, não podemos deixar de considerar que certos tipos de trabalho, detêm em si, pela sua própria natureza, um elemento de risco que lhes são peculiares. A título de exemplo, citamos o trabalho sob pressões anormais, tais como: os mergulhadores, os aviadores, dentre outros.
Com isso, dois elementos fundamentais são considerados na análise e definição de ações destinadas a segurança do trabalho visando a proteção da integridade física dos trabalhadores e a preservação da sua saúde, energia e capacidade para o trabalho. Tratamos aqui da natureza e das condições do trabalho.
A natureza do trabalho
	Algumas profissões detêm em seu escopo a presença de certos tipos de agentes de riscos intimamente vinculados às suas atividades. O contato direto com determinado agente de risco torna-se uma condição inerente, própria e necessária à realização do trabalho. O que requer atenção e controle mais rigorosos sobre os efeitos do agente na saúde do trabalhador.
Para técnicos em radiologia, por exemplo, na realização do seu trabalho, a utilização da radiação é uma condição necessária, logo, a exposição a este agente de risco é uma condição própria desta profissão. Mesmo com a adoção de medidas de controle efetivos para proteção, as medidas para diminuição dos riscos da radiação, o técnico de Radiologia, ainda recebe com frequência baixas doses de radiação, devido a sua presença no ambiente de trabalho.
Esta exposição, mesmo que em pequenas doses, ao longo do tempo, pode propiciar o desenvolvimento de câncer e esterilidade (infertilidade). Por esse motivo que a própria legislação brasileira (Lei n. 7.394/85) estabelece uma carga horária semanal diferenciada para estes profissionais (24/semana), e aposentadoria especial.
Condições de trabalho 
	Entende-se por condições de trabalho, como fatora de risco para a saúde e segurança do trabalhador, as influências do ambiente de trabalho que circunscrevem as ações do trabalhador. Essas influências são denominadas de riscos ambientais.
	Quando não devidamente controlados ou eliminados, causam danos ao trabalhador tanto de forma individual, quanto de forma coletiva. Logo, as condições de trabalho intensificam a ação dos riscos ambientais podemos potencializar os riscos próprios e inerentes à natureza do trabalho, se as medidas de controle, mitigação e eliminação destes riscos não forem adotadas.
Categoria de riscos
	Classificamente são tomados como categorias de riscos ambientais os riscos físicos, químicos e biológicos. Também merecem destaque outras categorias de riscos que são riscos de acidentes: os riscos ergonômicos e os riscos de impacto ambiental. Este último diz respeito às consequências das atividades das atitudes, comportamentos e as ações do homem, em particular o trabalhador, como elementos de preservação ou degradação dos recursos naturais e do ecossistema, bem como, a não observância por parte das empresas da legislação ambiental vigente.
Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em cinco tipos, de acordo com a Portaria n0 3.214, do Ministério do Trabalho do Brasil, de 1978. Esta Portaria contem uma série de normas regulamentadoras que consolidam a legislação trabalhista, relativas à segurança e medicina do trabalho. Encontramos a classificação dos riscos na sua Norma Regulamentadora n0 5 (NR-5):
1. Riscos de acidentes
Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua integridade, e seu bem estar físico e psíquico. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc.
2. Riscos ergonômicos
Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc.
3. Riscos físicos
Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração, etc.
4. Riscos químicos
Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão.
5. Riscos biológicos
Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, entre outros.
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS POR COR
No Mapa de Riscos Ocupacionais, cada tipo de risco está relacionado à uma cor. Trata-se da representação gráfica dos riscos à saúde e segurança do trabalhador em cada ambiente de trabalho. O objetivo é compartilhar a informação com toda a equipe a fim de que sejam estabelecidas políticas de prevenção de acidentes e riscos ocupacionais. Entenda:
PREVENÇÃO DE RISCOS: QUAL A IMPORTÂNCIA?
A prevenção de acidentes de trabalho deve ser prioridade em qualquer atividade ou setor da sua empresa. Por mais que se faça a prevenção, as condições de trabalho podem mudar ao longo dos anos ou em algumas situações diversas. Por isso, é sempre importante que todos os envolvidos em uma determinada atividade trabalhem para evitar acidentes.
Qualquer atividade produtiva tem em si um risco em potencial, mas que não necessariamente vá causar um acidente. Por isso, é importante que haja o domínio sobre todas as potenciais situações de acidentes existentes na empresa, para que sejam sanadas com rapidez. Assim, criar uma cultura de segurança na empresa é um bom negócio para todos.
Os benefícios que a segurança do trabalho pode trazer para qualquer empresa são inúmeros:
- Reduz custos com indenizações e afastamentos;
- Aumenta a produção por reduzir o tempo de interrupção do trabalho;
- Diminui o número de acidentes.
- Valoriza a empresa, pois ações de responsabilidade social garantem uma imagem positiva para os negócios.
ACIDENTE DE TRABALHO
A definição de acidente de trabalho pode ser obtida no artigo 19 da Lei n. 8.213/1991:
[…] acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Além do ato acidental, a legislação também considera como acidente de trabalho as doenças profissionais, que são as patologias existentes em virtude do exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e que constam na respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Também são consideradas as doenças do trabalho, que são patologias adquiridas ou desencadeadas em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacionem diretamente.
A realidade brasileira em relação aos acidentesde trabalhos
Infelizmente o acidente de trabalho ainda é uma triste realidade para os trabalhadores brasileiros. Segundo dados estatísticos divulgados, 5 milhões de acidentes de trabalho ocorreram no Brasil entre 2007 e 2013, data da última atualização do anuário estatístico da Previdência Social, em que 45% acabaram em morte, em invalidez permanente ou afastamento temporário do emprego.
Nesse período, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) desembolsou quase R$ 58 bilhões com indenizações aos acidentados.
Os dados são preocupantes sob todos os aspectos. Em primeiro lugar, a questão individual do trabalhador acidentado que sofre as consequências físicas e psicológicas. Segundo, a questão dos prejuízos do INSS e, em terceiro lugar, os prejuízos possivelmente suportados pela empresa.
A par dessa preocupante realidade, o Ministério do Trabalho e Emprego lançou em 2015 a Estratégia Nacional para Redução de Acidentes do Trabalho.
O objetivo desse trabalho é ampliar as ações do governo para reduzir os acidentes e as doenças de trabalho no Brasil a partir de quatro eixos:
● Intensificação das ações fiscais; 
● Pacto Nacional para Redução dos Acidentes e Doenças do Trabalho no Brasil; ● Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho;
● Ampliação das análises de acidentes de trabalho realizadas pelos auditores fiscais do trabalho, melhorando sua qualidade e divulgação.
Nessa campanha, segundo informações do Ministério do Trabalho, de janeiro a março, foram realizadas 26.378 ações fiscais em Saúde e Segurança do Trabalho no Brasil. Nessas fiscalizações, foram alcançados mais de 3 milhões de trabalhadores. Os auditores fiscais do trabalho fizeram 16.545 notificações, autuaram 25.902 empresas e 1.108 foram embargadas/interditadas. Foram analisados pelos auditores 398 acidentes.
O que podemos extrair desses dados é que existe no Brasil um grave problema: o alto índice de acidente de trabalho e suas consequências à sociedade.
Antes de entendermos as consequências jurídicas, ou seja, os direitos dos trabalhadores vítimas de acidente de trabalho, temos que entender o que é efetivamente um acidente típico de trabalho.
Situações equiparadas ao acidente de trabalho
Como afirmamos anteriormente, em síntese, acidente de trabalho é ato que ocorre durante o trabalho e que traz lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Em decorrência desse ato, o trabalhador terá alguns direitos relacionados a esse acontecimento com implicações jurídicas importantes.
A lei tratou da definição e das consequências do acidente de trabalho, principalmente atribuindo direitos à vitima. Existem situações em que não se trata de acidente típico, porém, para efeitos de direitos, existe uma equiparação. O artigo 21 da Lei n. 8.213/1991 dispõe quais as situações que se equiparam também ao acidente de trabalho:
1. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a redução ou a perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação.
2. O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; 
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; 
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; 
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.
3. A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade.
a) Seringa contaminada o trabalhador se furou na hora do descarte e o paciente estava com doença contagiosa.
4. O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
O que podemos observar nas situações apresentadas é que a legislação brasileira atribuiu grande responsabilidade aos empregadores e equiparação de direitos a diversas situações em que não se verifica acidente típico de trabalho.
A mais comum das situações são acidentes de percurso, em que a vítima está se deslocando para o trabalho e sofre um acidente, como, por exemplo, um acidente de trânsito ou um atropelamento.
Nessa situação, independentemente da falta de culpa da empresa, a lei equipara o acidente de trânsito a um acidente de trabalho e o trabalhador terá todos os direitos como se o acidente tivesse ocorrido dentro da empresa.
Os direitos do trabalhador decorrentes do acidente de trabalho
Inicialmente, devemos estabelecer que a empresa empregadora é responsável pela integridade física do empregado quando em operações e processos sob a sua responsabilidade e deve promover condições justas e favoráveis ao desenvolvimento do trabalho.
Outra premissa básica é a obrigação legal da empregadora de cumprir e fazer cumprir as normas de saúde e segurança do trabalho, instruindo os empregados quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes, doenças ocupacionais, prestando informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar, nos termos do artigo 157, incisos I e II da CLT e artigo 7o, inciso XXII da Constituição Federal.
Tendo como base as regras gerais mencionadas que estabelecem a responsabilidade da empresa para com a integridade física do trabalhador, destaca-se o fato de que o trabalhador acidentado tem direitos decorrentes do acidente.
O primeiro direito do trabalhador e dever da empresa se desenvolve na obrigação em comunicar à Previdência Social no primeiro dia útil seguinte ao ocorrido, por meio de um documento chamado Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT).
Caso o acidente não seja grave e o funcionário fique menos de 15 dias afastado por determinação médica, a empresa arcará com os custos do salário do funcionário. Caso o afastamento tenha mais de 15 dias, o funcionário terá direito ao auxílio-doença acidentário do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
No caso de acidente grave, em que o afastamento para tratamento e recuperação seja superior a 15 dias, o INSS, como segurador, afastará o trabalhador e o contrato de trabalho estará suspenso. Nessa situação, o órgão previdenciário pagará benefício mensal equivalente a 91% do salário contribuição e não poderá ultrapassar o teto de dez salários mínimos.
Ainda com relação ao afastamento superior a 15 dias, percebendo o empregado auxílio acidentário, terá direito à chamada estabilidade acidentária de um ano.
A estabilidade mencionada tem previsão legal no artigo 118 da Lei n. 8.213/1991 e na Súmula 378 do Tribunal Superior do Trabalho e perdura pelo prazo de 12 meses após o retorno do empregado ao trabalho.
Vale mencionar que, ainda que o trabalhador tenha adquirido sequela decorrente do acidente de trabalho e, consequentemente, tenha perdido a capacidade laborativa, o empregador, de todo modo, estará obrigado a reintegrar o trabalhador em uma atividade laboral compatível com as suas limitações e respeitar o período estável de um ano após o retorno. Em caso de dispensa, a empresa estará automaticamente obrigada a indenizar os salários e reflexos faltantes do período estável.
A legislação trabalhista ainda determina que, em caso de afastamento previdenciário por auxílio-doença decorrente de acidente de trabalho, a empresaestará obrigada a recolher o FGTS como se o trabalhador estivesse trabalhando.
Em situações em que o trabalhador tenha sofrido perdas patrimoniais, tenha perdido a capacidade laborativa parcial ou total ou tenha adquirido qualquer dano físico ou psiquiátrico, caberá a possibilidade de se pleitear uma indenização por danos morais e materiais contra o empregador, e a situação deverá ser analisada especificamente pela Justiça do Trabalho.
NORMAS REGULAMENTADORAS
As Normas Regulamentadoras podem ser definidas como o conjunto de disposições e procedimentos técnicos relacionados à segurança e saúde do trabalhador em determinada atividade ou função.
Os principais objetivos das NR são:
- Instruir os empregados e empregadores a respeito das devidas precauções que devem ser tomadas a fim de evitar acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais;
- Preservar e promover a integridade física do trabalhadores;
- Estabelecer a regulamentação pertinente à segurança e saúde do trabalho;
- Promover a política de segurança e saúde do trabalho dentro das empresas.
Instalação do Grupo de Trabalho Tripartite, formado por representantes do governo, trabalhadores e empregadores;
- Aprovação e publicação da nova NR no Diário Oficial da União;
Até o momento existem 36 normas relativas à segurança e saúde do trabalho, todas elas disponibilizadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O que é o NR 32?
A NR 32 é uma Norma Regulamentadora que estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e a saúde dos TRABALHADORES EM SERVIÇOS DE SAÚDE. Ela recomenda para cada situação de risco, a adoção de medidas preventivas e a capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro.
O que é NR 32 e qual seu objetivo?
A NR 32 tem por objetivo estabelecer diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
A norma regulamentadora 32 tem o objetivo de definir as diretrizes básicas para o trabalho na saúde, evitando acidentes com objetos perfurantes – como seringas – e até infecção por vírus ou bactérias, determinando os EPIs para Enfermagem que promovem a segurança do trabalhador.
A NR 32 tem a importante missão de manter a integridade e a segurança dos trabalhadores que atuam na área da saúde. Em relação às medidas de proteção, os empregadores da área da saúde devem prezar por um ambiente agradável para que seus funcionários possam usar produtos químicos de forma correta e segura.
Quais são os riscos aos profissionais de enfermagem?
Abaixo listamos os principais riscos inerentes ao exercício da enfermagem e as ações que devem ser realizadas para preveni-los: Riscos Físicos – ruídos, vibrações, radiações, extremos de temperatura, pressões anormais, umidade, iluminação inadequada, falta de sinalização adequada, espaço físico inapropriado.
Quais são os EPI de proteção individual utilizados pela enfermagem?
Veja os EPIs de enfermagem que devem ser usados
· Óculos. Os óculos (formados por um plástico rígido ou uma barreira de cilindro) costumam impedir a exposição dos olhos a componentes radioativos, biológicos e químicos, o que evita que líquidos venham a respigar nos profissionais.
· Máscara
· Luvas
· Avental ou jaleco
· Protetor Facial 
· Macacão impermeável. 
Figura ilustrativa dos EPIs:Protetor facial
 
C.A.T. - Comunicação de Acidente no Trabalho
 
Por Acidente do Trabalho entende-se que é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que cause a morte, ou perda, ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. O Acidente de Trajeto fica caracterizado como acidente de trabalho também desde que ocorra na ida ou na volta do trabalho, ou o ocorrido no mesmo trajeto quando o trabalhador efetua as refeições na sua residência. Deixa de caracterizar-se o acidente quando o trabalhador tenha, por vontade própria, interrompido ou alterado o trajeto normal. 
Doença Profissional é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar à determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e o da Previdência Social, como, por exemplo, Saturnismo (intoxicação provocada pelo chumbo) e Silicose (sílica). Doença do Trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente (também constante da relação supracitada), como, por exemplo, Disacusia (surdez) em trabalho realizado em local extremamente ruidoso. Já o termo Incidente, no conceito prevencionista, é todo acidente sem lesão física, sendo que esta conceituação permite a análise de todos os acidentes ocorridos, para que possamos descobrir as verdadeiras causas e as conseqüentes medidas de prevenção.
 
Causas do Acidente do Trabalho 
Em um passado não muito distante, a responsabilidade do acidente do trabalho era colocada muito mais nos trabalhadores através dos atos inseguros. Essa tendência acabou criando uma "consciência culposa" nos mesmos, sendo que era tendência a negligência, o descuido, a facilitação e o excesso de confiança serem apontados como causas dos acidentes. 
Atualmente, com o avanço e a socialização das técnicas prevencionistas, o que queremos é apurar quais são as verdadeiras causas e não os culpados pelos acidentes do trabalho, portanto, não é que não exista o ato inseguro e a condição insegura, o que precisamos é compreendê-los melhor. 
Condição insegura é a condição do meio ambiente de trabalho, que causou o acidente, ou contribuiu para a sua ocorrência. Fator pessoal de insegurança é a causa relativa ao comportamento humano que propicia a ocorrência de acidentes como, por exemplo, doença na família, excesso de horas extras, problemas conjugais, etc.
 
Comunicação de Acidente do Trabalho (C.A.T.)
 
A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente de trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa em caso de omissão.
 
Tipos de C.A.T.
· C.A.T. inicial: acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do trabalho;
· C.A.T. de reabertura: reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado anteriormente ao INSS;
· C.A.T. de comunicação de óbito: falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da C.A.T. inicial.
A comunicação em epígrafe deverá ser feita ao INSS, em 24 horas úteis, em seis vias, com a seguinte destinação:
1) ao INSS;
2) à empresa;
3) ao segurado ou dependente;
4) ao sindicato de classe do trabalhador;
5) ao Sistema Único de Saúde (SUS);
6) à Delegacia Regional do Trabalho Técnicas de Investigação de acidentes
A quem interessa a prevenção de acidentes?
Ao trabalhador:
· assegura qualidade de vida;
· evita perda de rendimentos;
· mantém sua auto-estima;
· trabalho como prazer, alegria, motivação para vida.
Ao empregador:
· ganhos de produtividade;
· preservação da imagem da empresa perante à comunidade;
· redução dos custos diretos e indiretos;
· diminuição de litígios trabalhistas;
· menor rotatividade da mão-de-obra.
A sociedade/governo:
· menores encargos previdenciários;
· imagem positiva da nação perante organismos internacionais;
· valorização do ser humano por meio de políticas públicas;
· diminuição do "Custo Brasil".
A prevenção de acidentes deve obedecer a um processo dinâmico e constante que se caracterize por ações efetivamente prevencionistas que devem ser tomadas no sentido de evitar, eliminar, controlar ou impedir a evolução e consolidação dos riscos no ambiente de trabalho. 
A cuidadosa investigação de um acidente oferece elementos valiosos para a análise que deve ser feita, concluindo-se sobre suas causas e suas conseqüências. 
A análise dos acidentes fornece dados que se acumulame possibilitam uma visão mais correta sobre as condições de trabalho nas empresas, com indicações sobre os tipos de acidentes mais comuns, as causas mais atuantes, a gravidade das conseqüências e os setores que necessitam de maior atenção do SESMT e da CIPA.
 
Passos a serem seguidos
01) Levantar os fatos, fazendo pesquisa no local do acidente e entrevistas com as pessoas envolvidas;
02) Ordenar os fatos e não fazer pré-julgamentos;
03) Identificar as causas, sem querer achar um culpado;
04) Definir as medidas preventivas que visem eliminar o risco identificado.
A realidade demonstra que a melhor maneira de evitar acidentes é praticar a prevenção, a análise de acidentes estruturada em fatos reais, com a participação efetiva de todos os envolvidos, proposição de medidas viáveis e consensuais para evitar a reincidência constituem-se em uma arma valiosa na prevenção de acidentes quer de ordem pessoal, quer de ordem material. 
Investigar um acidente é reconstituir o ocorrido através dos vestígios encontrados no local e através dos dados coletados nas indagações feitas junto aos elementos diretamente envolvidos com o acidente. 
Após as providências imediatas (socorro ao acidentado e marcha normal do processo), iniciar imediatamente, no próprio local do evento, a investigação do acidente que deve ser feita por todos os envolvidos na análise e deve necessariamente ser realizada no local do evento.
 
A investigação deve ser a mais completa possível e não omitir os seguintes aspectos:
· Tarefa no momento do acidente;
· Descrição do acidente;
· Equipamentos envolvidos;
· Ferramentas utilizadas;
· E.P.I.'s utilizados;
· Produtos envolvidos;
· Tipo de acidente;
· Fator pessoal.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 NR - 5. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. In: SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 29. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 489 p. (Manuais de legislação, 16).
BRASIL. Presidência da República. Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituição/Constituição.htm>. Acesso em: 5 maio 2016.

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