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As principais teorias da psicologia aplicadas à educação escolar

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Programa Especial de Formação Pedagógica R2 
Conforme Resolução 2 de 01 de Julho de 2015 CNE 
 
 
 
 
BERENICE AP. DIAS SERENÁRIO 
KELE CRISTOVÃO 
ROSÂNGELA LIMA 
VINÍCIUS CAMPOS 
 
 
 
 
As principais teorias da psicologia aplicadas 
à educação escolar 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2018 
 
 
 
 
Programa Especial de Formação Pedagógica R2 
Conforme Resolução 2 de 01 de Julho de 2015 CNE 
 
 
BERENICE AP. DIAS SERENÁRIO 
KELE CRISTOVÃO 
ROSÂNGELA LIMA 
VINÍCIUS CAMPOS 
 
 
 
As principais teorias da psicologia aplicadas 
à educação escolar 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2018 
Trabalho final apresentado à disciplina 
Psicologia da Educação, como exigência 
parcial para a obtenção do curso de Programa 
Especial de Formação Pedagógica R2 – Turma 
162, sob a supervisão da Professora Miriele 
Melo. 
 Polo: Campos dos Goytacazes. 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
Sumário 
 
1. Introdução ....................................................................................................... 4 
2. As principais teorias da psicologia aplicadas à educação escolar ................... 6 
2.1. Behaviorismo ............................................................................................... 6 
2.1.1. Behaviorismo Metodológico ................................................................... 7 
2.1.2. Comportamento Reflexo ........................................................................ 7 
2.1.3. Behaviorismo Radical ............................................................................ 8 
2.1.4. Condicionamento Reflexo e Operante ................................................... 8 
2.2. Humanismo .................................................................................................. 9 
2.3. Transição entre as Teorias Behavioristas e as Teorias Cognitivistas ......... 10 
2.4. Cognitivismo .............................................................................................. 11 
3. Conclusão ..................................................................................................... 16 
4. Referências ................................................................................................... 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
 
Compreende a primeira seção do texto. Neste campo o aluno deverá fazer 
apresentação panorâmica do trabalho. Nela o aluno citará os objetivos do tema do 
trabalho, disciplina. Relatará sua justificativa para a elaboração do trabalho. 
Sugestão: A introdução deverá ter no mínimo 20 linhas. 
 A importância da Psicologia no processo educacional é tão evidente quanto 
polêmica, contraditória e atual. Não é sem razão que, em dado momento 
histórico, apenas uma ou outra abordagem, de acordo com o prestígio alcançado, 
constitui preferência entre os educadores, instituições, pedagogos e órgãos 
oficiais que patrocinam o modelo de educação a ser adotado conforme seus 
critérios e necessidades. 
O fato é que a formulação de cada abordagem quer pela concepção de 
homem que contém, quer pelos pressupostos teóricos adotados ou pelos seus 
desdobramentos práticos, necessariamente implica uma estrutura de política 
educacional, um conjunto de objetivos específicos na formação acadêmica e um 
projeto sociocultural contextualizado. As abordagens psicológicas, nessa 
perspectiva, são muitas, mas nem todas com repercussão significativa no 
contexto prático-educacional. 
 Os currículos dos cursos de formação de professores, em qualquer nível 
que seja, abordam temas que dizem respeito à escola, como instituição social, e 
às relações mantidas pelos agentes envolvidos no processo de ensinar e 
aprender. Algumas de suas disciplinas respondem pelos fundamentos filosóficos, 
políticos, sociais e legais do ensino, com ênfase no desenvolvimento histórico da 
escola e no perfil sociológico e antropológico da clientela. Outras abrangem 
aspectos teórico-metodológicos que, suplementados por atividades de estágio 
supervisionado, visam a instrumentalizar a prática docente. Neste universo em 
que se busca compreender a escola no tempo histórico e nas circunstâncias 
imediatas da ordem social, bem como discutir as bases epistemológicas da 
pedagogia, apresentam-se ensinamentos pertinentes à psicologia do educando e 
do educador para sustentar a relação entre quem ensina, o que é ensinado e 
quem aprende. 
 
 
 
A preocupação central do presente trabalho é discorrer sobre como a Psicologia 
tem servido e pode servir à educação, considerando que, no conjunto das 
ciências que fundamentam o ensino, ela é vista por muitos como a principal 
subsidiária, uma ciência auxiliar que teria acabado por assenhorear-se da 
Pedagogia. A objetivo principal será mostrar as principais teorias da psicologia 
aplicadas no contexto escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. As principais teorias da psicologia aplicadas à educação 
escolar 
 
O termo “Psicologia” tem origem grega, sendo derivado da junção de duas 
palavras - Psyché e logos - significando o “estudo da mente ou da alma”. 
Psicologia, então, pode ser entendida como a ciência que estuda o surgimento e 
o desenvolvimento dos fenômenos e dos processos psicológicos que motivam e 
orientam o comportamento humano. Caracteriza-se pelo momento de busca da 
verdade, no qual o ser humano anseia o aprimoramento de suas ideias pela 
reflexão e pelo diálogo, num exercício de análise interior para descobrir a 
verdade. É em sua busca pela verdade que se percebem as ideias psicológicas, 
pois, para o filósofo, a verdade está em cada indivíduo (PRADO, 2017). 
A partir do final do século XIX, começaram a surgir tentativas sistemáticas 
de entender os processos mentais por meios científicos. Uma das primeiras 
escolas foi a Introspectiva, que tomou para si a tarefa de compreender a 
consciência humana por meio de processos mentais, estimulando as pessoas a 
examinarem seus próprios sentimentos e motivações, e tomando-os como passe 
para generalizações. Um importante representante dessa escola foi William 
James, filósofo, fisiológico e psicólogo estadunidense, que se valeu de suas 
experiências para entender conceitos como atenção e memória. Os estudos 
introspectivos sofreram muitas críticas, ressaltando a esterilidade dos resultados, 
bem como a subjetividade das pesquisas (BIZERRA, URSI, 2012). 
 
2.1. Behaviorismo 
 
 O Behaviorismo, também conhecido como comportamentalismo, é uma 
área da psicologia, que tem o comportamento como objeto de estudo. A palavra 
tem origem no termo behavior, que em inglês significa comportamento ou 
conduta. Essa concepção procura responder diversos questionamentos, entre 
eles: Por que repetimos determinados comportamentos? De quais formas o meio 
social influencia a nossa conduta? Quais são os fatores que favorecem a 
aprendizagem? Muitos dos aspectos relacionados ao comportamento humano 
 
 
 
foram explicados de forma científica a partir dos trabalhos realizados pelos 
psicólogos behavioristas na primeira metade do século passado. No início do 
século XX, a psicologia behaviorista se ramificou em algumas áreas que 
defendiam ideias semelhantes, mas também tinham aqueles que defendiam 
ideias com determinadas divergências (ALVES, JÚNIOR, 2018). 
 
2.1.1. Behaviorismo Metodológico 
 
 A ciência behaviorista teve início em 1913 através das teorias 
desenvolvidas por John Watson. Suas teorias tinham como interesse o 
Comportamento Reflexo, no qual descartava os pensamentos e as emoções 
como objetos
de estudos pela psicologia, pois, não poderiam ser observados. 
Watson defendia o estudo do comportamento como função de variáveis do meio. 
Ou seja, certos estímulos levam o indivíduo a dar determinadas respostas. Tal 
fato ocorre, porque o indivíduo se ajusta ao seu ambiente por meio de 
características hereditárias e pelo desenvolvimento de hábitos. O modelo 
behaviorista coloca o comportamento como objeto de estudo da psicologia; 
porém, esse modelo, desde Watson até os dias atuais, foi se modificando. Hoje, 
não se entende comportamento como uma ação isolada de um indivíduo; mas, 
sim, como uma interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente onde o seu 
fazer acontece (TOCAFUNDO, 2018). 
 
2.1.2. Comportamento Reflexo 
 
 Comportamento reflexo é todo tipo de ação que não conseguimos conter 
como, por exemplo, o bocejo, salivação e o espirro. Esse tipo de comportamento 
foi estudado através de um processo chamado Condicionamento Reflexo, que 
consiste na prática de um estímulo do qual espera-se a ação reflexa num 
organismo. Um exemplo desse comportamento é quando se apresenta um prato 
de comida a um cachorro, apresentando um estímulo sonoro, como o sim de uma 
campainha, após algumas associações, o som da campainha produzirá uma 
 
 
 
resposta de salivação independentemente da presença de comida. A salivação 
em resposta à campainha passa a ser uma resposta condicionada (BIZZERA, 
URSI, 2012). 
 
2.1.3. Behaviorismo Radical 
 
 Essa teoria foi desenvolvida por Frederik Skinner em 1945, para o 
Behaviorismo radical de Skinner, o organismo age no ambiente, daí sua proposta 
de condicionamento operante. O condicionamento operante refere-se a um 
procedimento através do qual é configurada uma resposta a um dado organismo 
através de reforço e ações sucessivas. Ou seja, uma ação gera uma resposta e 
essa consequência afeta a probabilidade da ação ocorrer novamente; se a 
consequência for reforçadora, aumenta a probabilidade, se for punitiva, além de 
diminuir a probabilidade de sua ocorrência futura, gera outros efeitos paralelos. 
Esse tipo de comportamento, que tem como consequência um estímulo que afete 
sua frequência (BIZERRA, URSI, 2012; ALVES, JUNIOR, 2018). 
 
2.1.4. Condicionamento Reflexo e Operante 
 
 Os condicionamentos reflexo e operante são relações inversas, ou seja, se 
gotejar limão na boca de alguém, espera-se que essa pessoa passe a salivar 
condicionamento reflexo. No entanto, não se espera que ao gotejar limão na boca 
de alguém ele passe a contar piadas ou pintar quadros como resposta. 
 O comportamento operante não pode ser automaticamente posto em ação 
por um estímulo, ele é considerado um comportamento a forma, não é possível 
obrigar um organismo a ter um comportamento operante, mas através de 
consequências reforçadoras é possível torná-lo mais provável de acontecer. Por 
exemplo, um vendedor de quadros observa que quando ele pinta quadros com 
paisagens de praia o lucro das vendas aumenta significativamente uma 
consequência reforçadora. Portanto, as chances desse pintor produzir quadros 
com essas características são aumentadas devido ao lucro nas vendas de seus 
quadros. Skinner considerava que consequências reforçadoras são 
 
 
 
consequências agradáveis, ou seja, consequências que um organismo procura. 
Por exemplo, o ato de se alimentar pode ser uma consequência agradável para 
quem está faminto, mas pode ser uma consequência desagradável para quem 
está farto (SANTANA, et al., 2008; TOCAFUNDO, 2018). 
 
2.2. Humanismo 
 
 Os estudos da psicologia humanista têm como princípio estudar o ser 
humano como um todo, em seus múltiplos fatores, não isolados, que se 
interligam, tais como: emoções, sentimentos, comportamento, pensamentos etc. 
As raízes desses estudos estão na corrente filosófica do existencialismo europeu. 
Esta corrente filosófica tem como objetivo conhecer o ser humano visto como 
ponto de partida dos processos de reflexão. Para a psicologia humanista, o 
homem tem consciência do mundo que o cerca, dos fenômenos e da sua 
experiência; contrariando, assim, a visão do homem como um ser condicionado 
pelo mundo externo (PRADO, 2017). 
 Nascida na década de 1950, a psicologia humanista, ao reconhecer que o 
homem tem consciência do mundo que o cerca, que ele e é capaz de refletir 
sobre esse mundo e não apenas responde à estímulos. Em contraposição ao 
Behaviorismo, o humanista não aceita a ideia do ser humano como máquina ou 
animal sujeitos aos processos de condicionamento (TOCAFUNDO, 2018; ALVES, 
JUNIOR, 2018). 
 No que diz respeito à aprendizagem, a corrente humanista propõe que 
essa seja significativa e vivencial e a define como processos que modificam a 
percepção dos indivíduos sobre a realidade. Pela corrente humanista, a 
aprendizagem significativa ocorre quando o estudante percebe o tema de estudo 
como importante para seus objetivos, quando o tema se inter-relaciona com sua 
afetividade e com seu intelecto. Dentre os autores humanistas, destacam-se o 
americano Abraham Maslow (1908-1970). A teoria desse psicólogo gira em torno 
de dois aspectos: as nossas necessidades e as nossas experiências. Maslow 
propôs uma escala, conhecida como Pirâmide de Maslow, pela qual ele define 
uma hierarquia de diferentes necessidades humanas a serem satisfeitas. Nessa 
 
 
 
escala, a partir de uma necessidade mais básica (fisiológica), a cada conquista 
realizada pelo homem, nova necessidade se apresenta, até chegar ao topo, onde 
o homem encontraria a autor realização, pelas sucessivas necessidades 
satisfeitas. Para Maslow, o que nos motiva é o que vamos buscando ao longo da 
vida e o que vai acontecendo nesse caminho; ou seja, o que vamos vivendo. É 
assim que se forma a personalidade humana (TOCAFUNDO, 2018). 
 Outro importante nome da psicologia humanista foi o também americano 
Carl Rogers (1902- 1987), cuja visão humanista teve início quando tratava de 
pessoas com distúrbios emocionais. O pensamento de Carl Rogers influenciou a 
educação centrada no aluno, a espontaneidade, as questões de aconselhamento 
psicológico no ambiente escolar, a relação educação e pedagogia sendo 
importantes contribuições da Psicologia por uma escola atualizada e renovada 
através de atitudes facilitadoras da aprendizagem (PRADO, 2017). 
 
2.3. Transição entre as Teorias Behavioristas e as Teorias Cognitivistas 
 
 Vários estudiosos iam contra as proposições de Skinner entre os anos de 
1940 e 1950, mas, somente em 1960 os psicólogos que estudavam o raciocínio 
conseguiram desafiar de fato o reinado do Behaviorismo Radical. Assim surgiu o 
Cognitivismo. 
 No período de transição entre as duas teorias, as teorias cognitivas não 
contrariavam por completo as teorias behavioristas, a princípio elas incluíam 
algumas novas variáveis. 
 Enquanto o behaviorismo está interessado nos estudos do estímulo, 
resposta, reforços e punição; o cognitivismo ampliou essa lista de itens para 
incluir a cognição, ou seja, o raciocínio, a percepção entre outros. Se um indivíduo 
recebe um estímulo, isso aumenta as chances de ele emitir uma resposta, mas 
aquele estímulo precisa ser processado pela mente antes mesmo de emitir uma 
possível resposta. Esse processamento cognitivo que interessa os cognitivistas. A 
mente é, portanto, a marca do Cognitivismo e é nela que se armazena e se 
processa as informações. 
 
 
 
 
2.4. Cognitivismo 
 
 A mente é, sem dúvida, mais complicada do que qualquer teoria a seu 
respeito, entretanto, muitos questionamentos relacionados ao seu estudo, ou 
ainda da cognição, vêm ocorrendo ao longo do tempo e teorias diversas 
aplicáveis à educação têm
sido debatidas, aceitas ou refutadas (ALVES, VIEIRA 
JUNIOR, 2018). 
 A convergência de pesquisas interdisciplinares em diversas áreas como, 
por exemplo, psicologia, linguística, computação, neurociência e filosofia, deu 
origem à chamada Ciência Cognitiva cuja teoria central é que o funcionamento da 
mente é melhor entendido em termos de representações mentais e 
procedimentos (analogias) computacionais que atuam sobre tais representações. 
 A Teoria Cognitiva surge então nos Estados Unidos, entre as décadas de 
1950 e 1960, praticamente na mesma época que o Humanismo, em resposta ao 
Behaviorismo. Essa teoria critica os postulados do Behaviorismo de ser a 
aprendizagem resultado do condicionamento de indivíduos expostos a situações 
de estímulo e resposta (TOCAFUNDO, 2018). 
 Embora esta nova ciência tenha se estabelecido na década de 1950, 
estudos anteriores já embasavam suas concepções. Na década de 1930 as 
principais contribuições no campo lógico-matemático para a Ciência Cognitiva 
foram apresentadas por Turing ao propor uma máquina que simulasse o 
pensamento humano - as mesmas que impulsionaram a ciência da computação. 
Ainda nesse período o engenheiro eletricista Shannon, que percebeu que os 
princípios da lógica (proposições verdadeiras ou falsas) poderiam ser usados para 
descrever estados (ligado ou desligado) em dispositivos eletromecânicos, sugeriu 
em sua dissertação de mestrado no MIT (Massachusetts Institute of Technology) 
que circuitos elétricos poderiam conter operações fundamentais do pensamento 
humano e se tornou um dos maiores ícones nas Ciências Cognitivas (GARDNER, 
2003). 
 Os britânicos procuraram determinar o que acontece com a informação 
recebida a partir do momento que ela é apreendida pela primeira vez e Broadbent 
foi o primeiro psicólogo da época moderna a descrever o funcionamento cognitivo 
com um diagrama de fluxo. Nesse diagrama a informação era apresentada 
 
 
 
entrando através dos sentidos, sendo colocada em um armazenamento de curto 
prazo, e em seguida sendo filtrada seletivamente antes de entrar em um sistema 
perceptivo de capacidade limitada. Somente a informação que se tornava 
consciente – que passava através do canal de capacidade limitada, poderia entrar 
na memória de longo prazo e assim tornar-se parte do conhecimento ativo. Ele 
concluiu que a informação que não recebia atenção desfazia-se em poucos 
segundos e não sofria nenhum processamento além da análise inicial “pré-
atencional” (GARDNER, 2003). 
 O americano Jerome Bruner publicou, em 1956, resultados de pesquisa do 
Projeto Cognição da Universidade de Harvard. Sobre a habilidade dos indivíduos 
de classificação e categorização. Bruner avaliava a capacidade dos indivíduos de 
selecionar cartas que exibissem propriedades relativas a um conceito 
previamente definido. Sua abordagem contrariava a abordagem behaviorista, pois 
tratava os sujeitos como solucionadores de problemas ativos e construtivos, aos 
quais se dava importância às introspecções apresentadas na avaliação 
(SANTANA et. al., 2008). 
 As formas de pensar de Broadbent e Bruner fizeram com que se abrissem 
muitas possibilidades produtivas para as pesquisas em psicologia. Gardner (2003) 
afirma que os adventos do computador e da teoria matemática da comunicação 
permitiram aos psicólogos pensarem a representação da informação dentro da 
mente. Robert Sterngberg define psicologia cognitiva como “o estudo do modo 
como as pessoas percebem, apreendem, recordam e pensam sobre a 
informação” (SANTANA et. al., 2008). 
 Uma série de métodos foram utilizados pelos psicólogos cognitivos 
destacando-se experimentos, técnicas psicobiológicas, auto-relatos, estudos de 
casos, observação naturalista, simulações computadorizadas e inteligência 
artificial (SANTANA et. al., 2008). Entre os estudos cognitivos destaca-se o de 
George Sperling, de 1960. Sperling se interessou pela quantidade de informação 
que um indivíduo pode receber visualmente de uma vez. Ele inferiu que a 
informação apresentada ao olho era mantida em uma memória sensorial, onde 
ela se deteriorava em um segundo. Se a informação pudesse ser acessada 
imediatamente, uma entrada duas vezes maior de informação poderia ser 
documentada (GARDNER, 2003). 
 
 
 
 No final da década de 1960, Saul Sternberg quis avaliar a diferença de 
velocidade e precisão de armazenamento em virtude do tamanho da série 
apresentada para memorização. Segundo Sternberg, cada item adicional 
apresentado prolongava a busca em aproximadamente trinta a quarenta 
milissegundos. O fato sugeria que os indivíduos realizavam busca serial e não 
uma busca simultânea ou paralela. Sternberg descobriu também que a busca feita 
era exaustiva. A busca não terminava mesmo após encontrar o item, o que 
sugere que o tempo de busca não dependia da posição do alvo na série 
memorizada. Sternberg afirmou que as tarefas de memorização envolviam uma 
série de quatro estágios: (a) codificação; (b) busca pela memória para achar uma 
correspondência; (c) seleção de uma resposta; e (d) execução da resposta 
(SANTANA et. al., 2008). Richard Atkinson e Richar Shiffrin publicaram em 1968 
um modelo de memória. Eles acreditavam que a memória possuia três 
armazenamentos. Um armazenamento sensorial imediato que Sperling 
denominou de buffer; depois, um armazenamento de curto prazo, local em que a 
informação armazenada se deteriora e se perde em pouco tempo (de 15 a 30 
segundos); depois, um armazenamento de longo prazo, informação conhecida 
como sendo relativamente permanente. Esse modelo de processamento de 
informação encaixava-se numa acepção geral de memória limitada, legado de 
Broadbent no qual o ser humano é recipiente que, como um computador, recebe 
informações e manipula certa quantidade delas em certo período de tempo 
(GARDNER, 2003). 
 Entre os cognitivos surgiu também a visão de processamento de 
informação. John Bransford sugeriu que os indivíduos processam informação 
ativa e construtivamente e inferem significado, ao invés de simplesmente 
recordarem séries de palavras. Nos seus experimentos, segundo a perspectiva 
dos “esquemas organizadores”, a capacidade dos indivíduos de processarem 
informação difere dramaticamente, dependendo de se lhes foi fornecido de 
antemão um título ou uma figura relevante para olharem. Ficou revelado que “os 
sujeitos invariavelmente faziam inferências sobre as sentenças que ouviam e 
respondiam perguntas baseadas nessas inferências, e não nos conteúdos literais 
das sentenças em si” (GARDNER, 2003). 
 
 
 
 Segundo Gardner (2003), outra noção surgida entre os cognitivos é a 
abordagem da profundidade de processamento. Nessa visão o processamento 
pode ocorrer de duas maneiras: superficial ou profundamente. O tipo de 
processamento, superficial ou profundo, seria influenciado pela natureza do 
estímulo, tempo disponível para processamento, motivação, objetivos e 
principalmente da base de conhecimento do próprio indivíduo. O indivíduo pode 
prestar atenção somente a aspectos superficiais do estímulo, como o som das 
palavras, a sintaxe das frases etc., ou esse estímulo pode ser associado a vários 
esquemas que já existiam, o que lhe confere maior profundidade de 
processamento. 
 
 
 
 
 
 Dessa forma, a psicologia passou a apresentar diversas opções para a 
possibilidade de memorização. Uma delas é relativa à decisão do indivíduo de 
processar a informação em diferentes níveis de profundidade. O caso de 
formação de rimas é descrito como um processamento superficial, enquanto que 
a maioria das operações que são feitas é de natureza profunda. Segundo Gardner 
(2003), isso significa um avanço em relação aos estudos
anteriores. Podem ser 
mais bem compreendidas as estruturas que os indivíduos trazem para a 
experiência, quais manipulações tendem a causar mudança significativa no 
processamento, na memória ou na inferência. Estes aspectos configuram 
caracteres da psicologia molar, isto é, descendente. 
 Oficialmente a Ciência Cognitiva foi reconhecida em 1956, onde trabalhos 
de fundamental importância foram publicados. Além dos progressos científicos, 
que os avanços tecnológicos e a atuação conjunta de estudiosos de diversas 
áreas influenciaram decisivamente a maneira pela qual a ciência considerava a 
mente humana. (GARDNER, 2003; ALVES, VIEIRA JUNIOR, 2018). 
 Um cientista cognitivo assume o pressuposto de que a atividade cognitiva 
humana deve ser descrita em termos de símbolos, esquemas, imagens e outras 
formas de representação mental (GARDNER, 2003). A partir daí têm início novas 
[...] quanto mais a informação for envolvida em formas anteriores de 
conhecimento, e embebida de ricas associações, mais profundo o nível 
de processamento; e portanto, maior a probabilidade de a informação 
ser firmemente codificada e corretamente lembrada (GARDNER, 2003). 
 
 
 
e diversas discussões no que diz respeito ao modo pelo qual o cérebro processa 
a informação. Alguns defendem que só há uma forma de representação mental 
(proposições ou enunciados) que são do tipo digital; outros acreditam em pelo 
menos duas: representações proposicionais ou sob a forma de imagens (que são 
analógicas); e há ainda os que creem na existência de múltiplas formas de 
representações e que é impossível determinar qual é a correta. Aceita-se a ideia 
de que em última instância tais processos são representados no sistema nervoso 
central, mas nos resta sustentar que a cognição pode ser explorada sem um 
conhecimento detalhado do sistema nervoso na medida em que a ciência avançar 
sobre características ainda misteriosas da mente esse distanciamento será 
reduzido. Por essas razões, neurocientistas mantém certo receio em relação às 
representações, enquanto psicólogos, cientistas da computação, engenheiros e 
outros estudiosos as constituem como crença (GARDNER, 2003; ALVES, VIEIRA 
JUNIOR, 2018). 
 Em contraposição ao Behaviorismo, a Teoria Cognitivista propõe que o 
aluno seja ativo na aprendizagem. Pois, nessa teoria, diferentemente da Teoria 
Comportamentalistas, o estudante deixa de ser visto como o aquele que absorve 
passivamente os conhecimentos transmitidos pelo professor, mediante os quais 
se espera determinadas respostas a partir de estímulos. 
 As Teorias Cognitivas estudam a cognição, termo que pode ser 
compreendido como estruturas mentais necessárias para a construção de 
conhecimento. Por exemplo, raciocínio, percepção, linguagem, memória, 
abstração, criatividade, capacidade de resolver problemas e encontrar soluções 
etc. 
 
 
 
 
3. Conclusão 
 
O principal objeto da Psicologia da Educação, apesar de não haver um 
consenso entre os principais teóricos e seus pressupostos básicos, é a análise, 
promoção e avaliação do comportamento do educador e do educando, assim 
como a relação entre ambos em situação educativa, através de métodos 
científicos. Outra questão problemática que afeta a Psicologia da Educação é a 
sua extrema dependência em relação à Psicologia Geral ou Científica. Mesmo 
que não seja um consenso, muitos pesquisadores concordam considerar como 
objeto fundamental o processo de ensino-aprendizagem, abordado de forma 
científica como principal foco de estudo, análise e abordagem que claramente 
tendem a atravessar outros conteúdos e questionamentos no processo de ensino-
aprendizagem com a qual a psicologia educacional se identifica. 
O fato da Psicologia da Educação dispor de diversos modelos teóricos, 
como foram resumidamente aqui abordados, pode ser visto como falta de 
cientificidade, de rigor e falta de objetividade; como também pode ser interpretado 
como vantajoso, pois possibilita um maior leque de interpretações dado que as 
diversas teorias poderão ser integradas e servirem de complemento contribuindo 
deste modo para um saber mais aprofundado. O conhecimento e a noção dos 
modelos e dos pressupostos que a psicologia da educação nos proporciona é de 
extrema importância para que ao conhece-los, possamos integrá-los e relacioná-
los de modo singular às problemáticas vivenciadas em um espaço de promoção e 
construção do indivíduo, a escola. 
 
 
 
 
4. Referências 
 
ALVES, Andressa Giarola; VIEIRA JUNIOR, Niltom. Ciências cognitivas na 
educação. Pós-graduação em Docência. Instituto Federal de educação, ciência e 
tecnologia de Minas Gerais, 2018. 
 
BIZERRA, Alessandra; URSI, Suzana. Teorias da aprendizagem: Influências 
da psicologia experimental. Introdução aos Estudos da Educação I. Licenciatura 
em Ciências - USP/Univesp, 2012. 
 
GARDNER, H. A nova ciência da mente. São Paulo: Editora da USP, 2003. 
 
PRADO, Margareth Simone Marques. Psicologia da educação. SEAD/UFRB, 
Cruz das Almas, 2017. 
 
SANTANA, Maria Aparecida Lourenço; DIAS, José Eduardo Wense; BORGES, 
Mônica Erichsen Nassif. Contribuições da psicologia do pensamento e da 
cognição para os indexadores relacionais de Farradane. Revista Eletrônica de 
Biblioteconomia e Ciência da Informação, n. 25. Florianópolis, 2008. 
 
TOCAFUNDO, Renan Daré. Teorias de Aprendizagem. Pós-graduação em 
Docência. Instituto Federal de educação, ciência e tecnologia de Minas Gerais, 
2018.

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