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Consideracoes sobre Determinismo

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Aula 6 – Considerações sobre o Determinismo 
 
O determinismo estendeu-se logo das ciências da natureza para a investigação 
e compreensão dos fenômenos humanos. Esse processo foi inicialmente 
desencadeado no século XVIII pelos filósofos que privilegiam a unidade da 
natureza em seu conjunto: os materialistas Julien Offray de La Mettrie (1709-
1751) e Paul-Henri Thiery (Barão D’Holbach, 1723-1789). Para este último, 
apesar dos homens terem características que os diferenciam dos outros 
animais, a vida humana só existiria mediante um vínculo direto com o “grande 
todo” da natureza. Nela predominariam ações e reações, cujas combinações 
desencadeariam, em última instância, uma extensa cadeia causal universal, 
conforme o comentário de Georges Gusdorf sobre o livro Sistema da Natureza 
de D’Holbach, em sua Introdução às Ciências Humanas (1974:245),: 
 
“A natureza, em sua significação mais abrangente, é o 
grande Todo que resulta da reunião de diferentes 
matérias, de suas diferentes combinações e dos 
diferentes movimentos que vemos no universo. Em um 
sentido mais estrito, ou considerada em nível de cada 
ser, é o todo que resulta da essência, isto é, das 
propriedades, combinações, movimentos ou maneiras de 
agir que o distinguem dos outros seres. É assim que o 
homem é um todo, resultando de combinações de certas 
matérias, dotadas de propriedades particulares, das 
quais o arranjo se nomeia organização e cuja essência é 
sentir, pensar, agir, em poucas palavras, de se 
movimentar de um modo que o diferencia dos outros 
seres com os quais se compara: segundo esta 
 
 
 
 
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comparação, o homem se escalona em uma ordem, um 
sistema, uma classe à parte, diversa dos animais nos 
quais inexistem propriedades próprias do ser humano. Os 
diferentes sistemas de seres, ou, se quisermos, suas 
naturezas particulares, dependem do sistema geral do 
grande todo, da natureza universal da qual fazem parte, 
à qual tudo o que existe está necessariamente ligado”. 
 
No século XIX, Auguste Comte (1798-1857), fundador do positivismo, considera 
ilusória a liberdade humana diante da “ordem exterior” imposta pela 
natureza, pois o espírito humano não pode “recusar seu assentimento às 
demonstrações que compreendeu”, como afirma em seu Catecismo Positivista 
(1974:II,8ª conferência,219): 
“Se a liberdade humana consistisse em não seguir lei 
alguma, ela seria ainda mais imoral do que absurda, por 
tornar-se impossível um regime qualquer, individual ou 
coletivo. Nossa inteligência manifesta sua maior 
liberdade quando se torna, segundo seu destino normal, 
um espelho fiel da ordem exterior, apesar dos impulsos 
físicos ou morais que possam tender a perturbá-la. 
Nenhum espírito pode recusar seu assentimento às 
demonstrações que compreendeu”.

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