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TJSP2016 Administrativo

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Aula 02
Direito Administrativo p/ TJ-SP (Escrevente Técnico Judiciário) - Com videoaulas
Professor: Herbert Almeida
Direito Administrativo p/ TJ-SP 
Escrevente Técnico Judiciário 
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AULA 2: Estatuto dos Servidores de São Paulo 
(arts. 239 a 323) 
Sumário 
LEI 10.261/1968 ʹ ARTS. 239 A 323 .................................................................................................................. 2 
DIREITO DE PETIÇÃO................................................................................................................................................. 2 
REGIME DISCIPLINAR ................................................................................................................................................ 2 
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E SINDICÂNCIA .............................................................................................. 15 
QUESTÕES LEI 10.261/1968 ............................................................................................................................ 31 
QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................ 43 
GABARITO ....................................................................................................................................................... 49 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 49 
 
Olá pessoal, tudo bem? 
Na aula de hoje, vamos estudar o Estatuto dos Servidores de São 
Paulo. Todavia, o edital não solicitou o conhecimento de toda a norma, mas 
sim de determinados artigos. Sendo assim, estudaremos o seguinte tópico: 
³Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo 
(Lei n.º 10.261/68) - artigos 239 a 323´�� 
Vamos lá? 
Aos estudos, aproveitem! 
 
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LEI 10.261/1968 Ȃ ARTS. 239 A 323 
Direito de Petição 
O direito de petição possui previsão constitucional (CF, art. 5º, XXXIV, 
³D´���1R�(VWDWXWR��HVVH�GLUHLWR�SRVVXL�uma previsão mais restrita, uma vez 
que é aplicável aos servidores públicos. Basicamente, representa uma 
forma de solicitar direitos ou providências da Administração. 
Nesse contexto, é assegurado a qualquer pessoa, física ou 
jurídica, independentemente de pagamento, o direito de petição contra 
ilegalidade ou abuso de poder e para defesa de direitos (art. 239). 
Além disso, qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, 
omissão ou conduta incompatível no serviço público, sendo que em 
nenhuma hipótese, a Administração poderá se recusar a protocolar, 
encaminhar ou apreciar a petição, sob pena de responsabilidade do agente. 
Por fim, seguindo os preceitos da Lei Federal (8.112/1990), o Estatuto 
destaca que ao servidor é assegurado o direito de requerer ou representar, 
bem como, pedir reconsideração e recorrer de decisões, no prazo de 30 
dias, salvo previsão legal específica (art. 240). 
Regime Disciplinar 
O regime disciplinar dos servidores públicos está disposto nos títulos 
VI a VIII da Lei 10.261/1968 (artigos 241 a 321). Nesses títulos, 
encontramos os deveres e proibições dos servidores, as penalidades a que 
estão sujeitos, as regras sobre as responsabilidades, bem como as 
disposições sobre o procedimento disciplinar. 
Deveres 
Os deveres são as obrigações ou condutas que os agentes devem 
adotar em conjunto com as suas atribuições funcionais. Na Lei 
10.261/1968, eles estão dispostos no art. 241, nos seguintes termos: 
Artigo 241 São deveres do funcionário: 
,�VHU�DVVtGXR�H�SRQWXDO� 
II cumprir as ordens superiores, representando quando forem 
PDQLIHVWDPHQWH�LOHJDLV� 
,,,�GHVHPSHQKDU�FRP�]HOR�H�SUHVWH]D�RV�WUDEDOKRV�GH�TXH�IRU�LQFXPELGR� 
IV guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e, especialmente, sobre 
deVSDFKRV��GHFLV}HV�RX�SURYLGrQFLDV� 
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V representar aos superiores sobre todas as irregularidades de que tiver 
FRQKHFLPHQWR�QR�H[HUFtFLR�GH�VXDV�IXQo}HV� 
9,�WUDWDU�FRP�XUEDQLGDGH�DV�SHVVRDV�� 
9,,�UHVLGLU�QR�ORFDO�RQGH�H[HUFH�R�FDUJR�RX��RQGH�DXWRUL]DGR� 
VIII providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento 
LQGLYLGXDO��D�VXD�GHFODUDomR�GH�IDPtOLD� 
IX zelar pela economia do material do Estado e pela conservação do que 
IRU�FRQILDGR�j�VXD�JXDUGD�RX�XWLOL]DomR� 
X apresentar se convenientemente trajado em serviço ou com uniforme 
GHWHUPLQDGR��TXDQGR�IRU�R�FDVR� 
XI atender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, às 
requisições de papéis, documentos, informações ou providências que lhe 
forem feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas, para defesa 
GR�(VWDGR��HP�-Xt]R� 
XII cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros de 
trabalho; 
XIII estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e 
RUGHQV�GH�VHUYLoR�TXH�GLJDP�UHVSHLWR�jV�VXDV�IXQo}HV��H 
XIV proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função 
pública. 
 
Conforme podemos observar, é dever do servidor cumprir as ordens 
superiores, com exceção apenas daquelas ordens consideradas 
manifestamente ilegais (inc. II). Nesse caso, ao invés de cumprir a 
ordem, o servidor deverá representar à autoridade competente que o seu 
superior lhe determinou o cumprimento de uma ordem manifestamente 
ilegal (por exemplo: mandar roubar). 
Podemos perceber, portanto, que sempre que receber uma ordem, o 
servidor público terá algum dever a cumprir. Em regra, ele deve cumprir a 
ordem emanada da autoridade superior. Porém, quando receber uma 
ordem manifestamente ilegal, ele deverá abster-se de cumpri-la; devendo, 
por outro lado, levar a conhecimento da autoridade competente para 
realizar a apuração. Portanto, ou o servidor cumpre a ordem, ou representa 
a outra autoridade quando for manifestamente ilegal. 
Proibições 
As proibições são condutas vedadas aos servidores públicos, estando 
enumeradas nos arts. 242 e 243 da Lei 10.261/1968: 
a) retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer 
GRFXPHQWR�RX�REMHWR�H[LVWHQWH�QD�UHSDUWLomR� 
b) entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou 
outras atividades HVWUDQKDV�DR�VHUYLoR� 
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c) deixar de comparHFHU�DR�VHUYLoR�VHP�FDXVD�MXVWLILFDGD� 
d) WUDWDU�GH�LQWHUHVVHV�SDUWLFXODUHV�QD�UHSDUWLomR� 
e) promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da 
repartição, ou tornar-VH�VROLGiULR�FRP�HODV� 
f) exercer comércio entre os companheiros de serviço, promover ou 
subsFUHYHU�OLVWDV�GH�GRQDWLYRV�GHQWUR�GD�UHSDUWLomR��H 
g) empregar material do serviço público em serviço particular. 
É proibido ainda, ao funcionário (art. 243): 
a) fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, 
por si, ou como representante de oXWUHP� 
b) participar da gerência ou administração de empresas bancárias ou 
industriais, ou de sociedades comerciais, que mantenham relações 
comerciais ou administrativas com o Governo do Estado, sejam por este 
subvencionadasou estejam diretamente relacionadas com a finalidade da 
UHSDUWLomR�RX�VHUYLoR�HP�TXH�HVWHMD�ORWDGR� 
c) requerer ou promover a concessão de privilégios, garantias de juros 
ou outros favores semelhantes, federais, estaduais ou municipais, exceto 
SULYLOpJLR�GH�LQYHQomR�SUySULD� 
d) exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em 
empresas, estabelecimentos ou instituições que tenham relações com o 
Governo, em matéria que se relacione com a finalidade da repartição ou 
VHUYLoR�HP�TXH�HVWHMD�ORWDGR� 
e) aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autorização do 
3UHVLGHQWH�GD�5HS~EOLFD� 
f) comerciar ou ter parte em sociedades comerciais, nos termos do 
LWHP�³E´�GHVWH�DUWLJR� podendo, em qualquer caso, ser acionista, quotista 
RX�FRPDQGLWiULR� 
g) incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos de sabotagem contra 
R� VHUYLoR� S~EOLFR�� �WDO� SURLELomR� QmR� IRL� WRWDOPHQWH� UHFHSFLRQDGD� SHOD�
Constituição Federal de 1988, uma vez que seu art. 37, VII, outorga ao 
servidor o direito de greve, que será exercido nos termos e nos limites 
definidos em lei específica). 
h) SUDWLFDU�D�XVXUD� 
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i) constituir-se procurador de partes ou servir de intermediário 
perante qualquer repartição pública, exceto quando se tratar de interesse 
GH�F{QMXJH�RX�SDUHQWH�DWp�VHJXQGR�JUDX� 
j) receber estipêndios de firmas fornecedoras ou de entidades 
fiscalizadas, no País, ou no estrangeiro, mesmo quando estiver em missão 
UHIHUHQWH�j�FRPSUD�GH�PDWHULDO�RX�ILVFDOL]DomR�GH�TXDOTXHU�QDWXUH]D� 
k) valer-se de sua qualidade de funcionário para desempenhar 
atividade estranha às funções ou para lograr, direta ou indiretamente, 
TXDOTXHU�SURYHLWR��H 
l) fundar sindicato de funcionários ou deles fazer parte (essa proibição 
também não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, pois é 
garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical (CF, 
art. 37, VI). 
&RP�HIHLWR��D�SURLELomR�SUHVHQWH�QRV�LWHQV�³E´�H�³I´�GR�DUW�������QmR�
alcançam a participação do funcionário em sociedades em que o Estado seja 
acionista, bem assim na direção ou gerência de cooperativas e associações 
de classe, ou como seu sócio (art. 243, parágrafo único). 
Por fim, com base no art. 244, é vedado ao funcionário trabalhar sob 
as ordens imediatas de parentes, até segundo grau, salvo quando se tratar 
de função de confiança e livre escolha, não podendo exceder a dois o 
número de auxiliares nessas condições. 
Responsabilidades 
Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor público poderá 
responder nas esferas civil, penal e administrativa. Basicamente, a 
esfera civil decorre da ocorrência de dano e consiste no respectivo 
ressarcimento; a espera penal ocasiona a aplicação de sanções penais (p. 
ex.: detenção); por fim, a esfera administrativa decorre da prática dos 
ilícitos administrativos, previstos no Estatuto dos Servidores. 
Assim, justamente por possuírem fundamentos diversos, a regra é que 
cada uma dessas instâncias seja independente. Portanto, um mesmo 
servidor público poderá ser condenado simultaneamente a ressarcir o dano 
(esfera civil), sofrer a pena de demissão (esfera administrativa) e ainda ser 
condenado à prisão (esfera penal). É possível, por outro lado, que um 
servidor seja condenado civil e administrativamente, mas absolvido no 
processo penal. Logo, existem várias combinações possíveis. Todavia, 
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veremos, adiante, que a regra da independência das instâncias possui 
algumas exceções. 
A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, 
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. 
Nesse caso, exige-se a responsabilidade subjetiva ou com culpa do servidor 
público. Portanto, para que o servidor público seja condenado civilmente a 
ressarcir o dano, deverá ser comprovado que ele agiu com dolo (intenção) 
ou com culpa em sentido estrito. 
Caso o dano seja causado contra a Administração, o servidor será 
diretamente contra ela responsabilizado. No entanto, se o dano ocorrer 
contra terceiros, o servidor responderá perante a Fazenda Pública por meio 
de ação regressiva 
Nesse contexto, o art. 37, §6º, da Constituição Federal, determina que 
DV�³pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras 
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa 
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso 
contra o responsável nos casos de dolo ou culpa´��$VVLP��VH�XP�VHUYLGRU�
público causar dano a terceiro, o Estado deverá primeiro ressarcir o 
prejudicado para, em seguida, mover a ação de regresso contra o servidor, 
para dele recuperar os valores gastos com a indenização. 
'H�IRUPD�EHP�VLPSOHV��VH�R�VHUYLGRU�S~EOLFR�³$´�FDXVDU�GDQR��FRP�GROR�
ou culpa, ao cLGDGmR� ³%´�� R� (VWDGR� VHUi� UHVSRQViYHO� SRU� UHVVDUFLU� ³%´��
SRGHQGR�HP�VHJXLGD�PRYHU�D�DomR�GH�UHJUHVVR�FRQWUD�³$´�SDUD�UHFXSHUDU�
esses valores. 
Desse modo, dispõe o art. 245 que o funcionário é responsável por 
todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual, por 
dolo ou culpa, devidamente apurados. Portanto, podemos entender a 
responsabilidade do servidor nas seguintes situações: 
a) pela sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda ou 
responsabilidade, ou por não prestar contas, ou por não as tomar, na forma 
e no prazo estabelecidos nas leis, regulamentos, regimentos, instruções e 
RUGHQV�GH�VHUYLoR� 
b) pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuízos que sofrerem 
os bens e os materiais sob sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou 
ILVFDOL]DomR� 
c) pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de 
despacho, guias e outros documentos da receita, ou que tenham com eles 
UHODomR��H 
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d) por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual1. 
Outra situação apontada na Lei 10.261/1968 é de funcionário que 
adquire materiais em desacordo com disposições legais e regulamentares. 
Nessa situação, será ele responsabilizado pelo respectivo custo, sem 
prejuízo das penalidades disciplinares cabíveis, podendo-se proceder ao 
desconto no seu vencimento ou remuneração (art. 246). 
Posto isso, quando responsabilizado a indenizar a Fazenda Estadual, o 
servidor deverá repor, de uma só vez, a importância do prejuízo causado 
em virtude de alcance, desfalque, remissão ou omissão em efetuar 
recolhimento ou entrada nos prazos legais (art. 247). Fora desse caso, a 
importância da indenização poderá ser descontada do vencimento ou 
remuneração não excedendo o desconto à 10ª (décima) parte do valor 
destes (art. 248). 
Por outro lado, a responsabilidade penal abrange os crimes e 
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. Na Lei Penal, os 
crimes praticados pelo funcionário público contra a Administração constam 
nos artigos 312 a 326. Além disso, podemos encontrar outras condutas 
típicas na legislação especial, a exemplo da Lei 8.666/1993 que apresenta 
alguns crimes que podem ser praticados por servidores públicos 
relacionados com licitações e contratos administrativos. 
Finalmente, a responsabilidade administrativa (ou civil-
administrativa) resulta de ato omissivo ou comissivo, por dolo ouculpa, 
praticado no desempenho do cargo ou função. A responsabilidade 
administrativa decorre da prática dos ilícitos administrativos, como por 
exemplo a infringência em algumas das vedações que vimos acima ou a 
falta de observância dos deveres funcionais do servidor. 
Ademais, será responsabilizado o funcionário que, fora dos casos 
expressamente previstos nas leis, regulamentos ou regimentos, cometer a 
pessoas estranhas às repartições, o desempenho de encargos que lhe 
competirem ou aos seus subordinados (art. 249). 
Voltando ao assunto da independência das instâncias, dispõe o art. 250 
que a responsabilidade administrativa não exime o funcionário da 
responsabilidade civil ou criminal que no caso couber; nem o pagamento da 
indenização a que ficar obrigado o libera do exame da pena disciplinar em 
que incorrer. 
 
1 Quando o funcionário cometer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual, não tendo havido má-fé, 
será aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a de suspensão (art. 248, parágrafo único). 
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Ocorre, todavia, que a esfera penal poderá, em alguns casos, 
influenciar as demais órbitas de responsabilidade, a depender do conteúdo 
da sentença penal. 
Nesse contexto, dispõe expressamente o art. 250, §2º da Lei 
10.261/1968 que será reintegrado ao serviço público, no cargo que ocupava 
e com todos os direitos e vantagens devidas, o servidor absolvido pela 
Justiça, mediante simples comprovação do trânsito em julgado de decisão 
que negue a existência de sua autoria ou do fato que deu origem à sua 
demissão. 
É importante ficar claro, porém, que tal relação ocorre apenas quando 
ficar comprovado no processo penal que o fato não existiu (negativa do 
fato) ou então que o servidor não é o seu autor (negativa da autoria). 
Por outro lado, se o servidor for absolvido simplesmente pela falta de 
provas, ou por ausência de tipicidade ou de culpabilidade penal, ou por 
qualquer outro motivo que não sejam os dois mencionados acima, a 
esfera penal não influenciará nas demais. 
Assim, um servidor pode ser absolvido penalmente por falta de provas, 
mas ser condenado civil e administrativamente, pois essas últimas não 
exigem um rigor probatório tão grande. Da mesma forma, um servidor pode 
ser absolvido penalmente por falta de tipicidade de sua conduta, ou seja, 
aquilo que ele cometeu não se enquadra perfeitamente com a conduta 
prevista na Lei Penal (tipo penal), porém a mesma conduta poderá ser 
enquadrada em alguma falta funcional, acarretando a responsabilidade 
administrativa. 
Com efeito, a doutrina2 utiliza a expressão conduta residual para se 
referir àquelas condutas que não são puníveis na órbita penal, mas que 
geram responsabilização civil e administrativa. Nesse contexto, vale 
transcrevermos o enunciado da Súmula 18 do STF, vejamos: 
Súmula 18: 
Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é 
admissível a punição administrativa do servidor público. 
Dessa forma, com exceção da sentença penal que negar a existência 
do fato ou a sua autoria, as instâncias de responsabilização são 
independentes, podendo o servidor ser responsabilizado pela conduta 
residual. 
 
2 e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 782. 
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Para finalizar, o art. 250, §3º, estabelece que o processo administrativo 
só poderá ser sobrestado para aguardar decisão judicial por despacho 
motivado da autoridade competente para aplicar a pena. 
Penalidades disciplinares 
As penalidades disciplinares são as sanções administrativas impostas 
aos servidores em decorrência da prática dos ilícitos administrativos. Nesse 
contexto, dispõe o art. 251 da Lei 10.261/1968 que são penalidades 
disciplinares: 
a) repreensão; 
b) suspensão; 
c) multa; 
d) demissão; 
e) demissão a bem do serviço; e 
f) cassação de aposentadoria ou disponibilidade. 
Na aplicação das penalidades, serão considerados: (i) a natureza e a 
gravidade da infração cometida, e (ii) os danos que dela provierem para o 
serviço público (art. 252). 
O sistema punitivo na esfera administrativa é 
bem diferente do que ocorre no plano criminal. 
No direito penal, as condutas são tipificadas, existindo uma sanção 
específica para a conduta que estiver vinculada. Por exemplo, o crime de 
lesões corporais enseja especificamente a pena de detenção de três 
meses a um ano (CP, art. 129). 
Por outro lado, na esfera administrativa, não há essa relação direta. 
Segundo Josp� GRV� 6DQWRV� &DUYDOKR� )LOKR�� RV� ³HVWDWXWRV� IXQFLRQDLV�
apresentam um elenco de deveres e vedações para os servidores, e o 
ilícito administrativo vai configurar-se exatamente quando tais deveres e 
vedações são inobservados. Além do mais, os estatutos relacionam as 
penalidades administrativas, sem, contudo, fixar qualquer elo de ligação 
a priori FRP�D�FRQGXWD´� 
Por exemplo, o art. 241 descreve os deveres funcionais, enquanto o art. 
242 e 243 dispõem sobre as proibições. Já o art. 251, por outro lado, 
apresenta o rol de penalidades administrativas. Com efeito, não há total 
precisão na descrição dos deveres e das proibições. Por exemplo, o art. 
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241, III, dispõe que o servidor deve desempenhar com zelo e presteza os 
trabalhos de que for incumbido. Não há uma descrição clara do que seja 
³]HOR´�RX�³presteza´� 
Dessa forma, a autoridade responsável pela apuração do ilícito 
administrativo é que deve enquadrar determinada conduta em algum tipo 
de previsão legal, impondo-lhe a pena cabível ao caso. 
Vejamos o que o Estatuto traz sobre cada penalidade. 
Repreensão 
Representa a penalidade mais branda da Lei 10.261/1968. Dessarte, o 
art. 253 indica o uso de repreensão, sempre por escrito, nos casos de 
indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres. 
Lembra-se, ademais, que quando o funcionário cometer erro de cálculo 
ou redução contra a Fazenda Estadual, não tendo havido má-fé, será 
aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a de suspensão (art. 
248, parágrafo único). 
Suspensão 
A suspensão, que não poderá exceder a noventa dias, será aplicada 
nos casos de reincidência ou de falta grave (art. 254). 
Como podemos notar, a lei determina que a pena de suspensão não 
poderá exceder a noventa dias. Portanto, caberá à autoridade competente 
analisar o caso e decidir, de forma discricionária, qual o prazo da suspensão. 
Claro que a decisão será devidamente fundamentada, devendo ser aplicada 
dentro dos parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade. 
Quando punido com a suspensão, o servidor perde o direito a todas as 
vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo (art. 254, §1º). 
Ademais, permite o Estatuto dos Servidores que a penalidade de 
suspensão seja convertida em multa, na base de cinquenta por 
cento por dia de vencimento ou remuneração, desde que haja 
conveniência para o serviço. Nesse caso, a suspensão será trocada pela 
multa e, assim, o servidor ficará obrigado a permanecer em serviço (art. 
254, §2º). 
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Multa 
O Estatuto não traz grandes definições sobre sua imposição, apenas 
destaca que a multa poderá ser aplicada na forma e nos casos 
expressamente previstos em lei ou regulamento (art. 255). 
Demissão 
A pena de demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 256): 
a) abandono de cargo; 
b) procedimento irregular, de natureza grave; 
c) ineficiência no serviço; 
d) aplicação indevida de dinheiros públicos; e 
e) ausência ao serviço, sem justificativa, por mais de 45 dias, 
interpoladamente, durante um ano. 
Nesse âmbito, o abandono de cargo decorre da ausência 
intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos 
(art. 256, §1º). 
Ademais, apenas a impossibilidade de readaptação do servidor 
ensejará a demissão por ineficiência no serviço (art. 256, §2º). 
Demissão a bem do serviço 
A demissão a bem do serviço será aplicada ao servidor que (art. 257): 
a) for convencido de incontinência pública e escandalosa e de vício de 
MRJRV�SURLELGRV� 
b) praticar ato definido como crime contra a administração pública, a fé 
pública e a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança 
H�j�GHIHVD�QDFLRQDO� 
c) revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do cargo, desde 
TXH�R�IDoD�GRORVDPHQWH�H�FRP�SUHMXt]R�SDUD�R�(VWDGR�RX�SDUWLFXODUHV� 
d) SUDWLFDU�LQVXERUGLQDomR�JUDYH� 
e) praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou 
SDUWLFXODUHV��VDOYR�VH�HP�OHJtWLPD�GHIHVD� 
f) lesar o patrimônLR�RX�RV�FRIUHV�S~EOLFRV� 
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g) receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou vantagens de 
qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de outrem, ainda que 
IRUD�GH�VXDV�IXQo}HV�PDV�HP�UD]mR�GHODV� 
h) pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a pessoas que 
tratem de interesses ou o tenham na repartição, ou estejam sujeitos à 
VXD�ILVFDOL]DomR� 
i) H[HUFHU�DGYRFDFLD�DGPLQLVWUDWLYD��H 
j) apresentar com dolo declaração falsa em matéria de salário-família, 
sem prejuízo da responsabilidade civil e de procedimento criminal, que 
no caso couber. 
k) praticar ato definido como crime hediondo, tortura, tráfico ilícito de 
HQWRUSHFHQWHV�H�GURJDV�DILQV�H�WHUURULVPR�� 
l) praticar ato definido como crime contra o Sistema Financeiro, ou de 
lavagem ou ocultação de bens, direiWRV�RX�YDORUHV�� 
m) praticar ato definido em lei como de improbidade. 
Contudo, no ato que demitir o funcionário deve sempre ser mencionada 
a disposição legal em que ele se fundamenta (art. 258). 
Cassação de aposentadoria ou de disponibilidade 
A última penalidade presente no Estatuto é a cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade, encontrada no art. 259. 
Portanto, será cassada a aposentadoria ou disponibilidade do inativo 
que, comprovadamente: 
a) praticou, quando em atividade, falta grave para a qual é cominada 
QHVWD�OHL�D�SHQD�GH�GHPLVVmR�RX�GH�GHPLVVmR�D�EHP�GR�VHUYLoR�S~EOLFR� 
b) DFHLWRX�LOHJDOPHQWH�FDUJR�RX�IXQomR�S~EOLFD� 
c) aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia autorização 
GR�3UHVLGHQWH�GD�5HS~EOLFD��H 
d) praticou a usura em qualquer de suas formas. 
**** 
Prosseguindo, as competências para aplicação das penalidades 
disciplinares estão previstas no art. 260 da Lei 10.261/1968, da seguinte 
forma: 
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Penalidade Autoridade competente 
� Repreensão; 
� Suspensão; 
� Multa; 
� Demissão, e demissão a bem do serviço; 
� Cassação de aposentadoria e 
disponibilidade de servidor. 
Pelo Governador do Estado, bem 
como pelos Secretários de 
Estado, Procurador Geral do 
Estado e Superintendentes de 
Autarquia. 
� Suspensão de até 90 (noventa) dias. Pelos Chefes de Gabinete. 
� Suspensão de até 60 (sessenta) dias. Pelos coordenadores. 
� Nos casos de repreensão ou de suspensão 
de até 30 (trinta) dias. 
Pelos Diretores de 
Departamento e Divisão. 
Frisamos, no entanto, que havendo mais de um infrator e diversidade 
de sanções, a competência será da autoridade responsável pela imposição 
da penalidade mais grave. 
Prescrição 
A prescrição é a situação em que o Poder Público perde a sua 
capacidade punitiva, ou seja, transcorrido o prazo previsto em lei, o Estado 
não poderá mais impor penalidade ao agente infrator. 
Nesse sentido, a prescrição da ação disciplinar ocorre, a partir da data 
em que o fato foi cometido ou do dia em que tenha cessado a continuação 
ou a permanência, nas faltas continuadas ou permanentes, em (art. 261): 
a) em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, 
demissão a bem do serviço, e cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade e destituição de cargo em comissão; 
b) em 2 (dois) anos, quanto à repreensão, suspensão e multa; 
c) no prazo de prescrição em abstrato da pena criminal, quando a falta 
estiver prevista em lei como infração penal e for superior a 5 (cinco) 
anos. 
Deve-se destacar, ademais, que as ações de ressarcimento são 
imprescritíveis, na forma do §5º, art. 37, da Constituição Federal. Portanto, 
mesmo com a prescrição da capacidade punitiva, caso subsista dano ao 
erário em decorrência de ação dolosa ou culposa do servidor, ainda assim 
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poderá ser realizado o procedimento para obter o ressarcimento desse 
dano. 
Ressalta-se, ainda, que de acordo com o §2º, do art. 261, a abertura 
de sindicância ou a instauração de processo administrativo disciplinar 
interrompe a prescrição. 
Ademais, o lapso prescricional corresponde (i) na hipótese de 
GHVFODVVLILFDomR�GD� LQIUDomR��DR�GD�SHQD�HIHWLYDPHQWH�DSOLFDGD��H� �LL��QD�
hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena em tese cabível. 
Ainda quanto a esse assunto, a prescrição não irá correr enquanto 
sobrestado o processo administrativo para aguardar decisão judicial ± 
quando autoridade competente fizer despacho motivado para a aplicação 
de pena ±, e enquanto insubsistente o vínculo funcional que venha a ser 
restabelecido. 
Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora 
determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor. 
O mesmo deverá ocorrer com todas as penas que forem aplicadas a ele 
(art. 263). 
Assim, a decisão que reconhecer a existência de prescrição deverá 
desde logo determinar, quando for o caso, as providências necessárias à 
apuração da responsabilidade pela sua ocorrência. 
Finalmente, o funcionário ± ativo, inativo ou em disponibilidade ± que, 
sem justa causa, deixar de atender a qualquer exigência para cujo 
cumprimento seja marcado prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu 
vencimento ou remuneração até que satisfaça essa exigência (art. 262). 
Providências preliminares 
Vimos no art. 241, V, que um dos deveres dos servidores é o de 
representar aos superiores sobre todas as irregularidades de que tiver 
conhecimento no exercício de suas funções. 
Agora, temos uma outra face desse dever. Assim, o art. 264 destaca 
que a autoridade que, por qualquer meio, tiver conhecimento de 
irregularidade praticada por servidor é obrigada a adotar providências 
visando à sua imediata apuração, sem prejuízo dasmedidas urgentes que 
o caso exigir. 
Com esse foco, a autoridade realizará apuração preliminar, de natureza 
simplesmente investigativa, quando a infração não estiver suficientemente 
caracterizada ou definida autoria (art. 265). Essa apuração deverá ser 
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concluída no prazo de 30 dias, caso contrário a autoridade deverá 
imediatamente encaminhar ao Chefe de Gabinete relatório das diligências 
realizadas e definir o tempo necessário para o término dos trabalhos. 
Ao final desse processo preliminar, caberá à autoridade opinar pelo 
arquivamento ou pela instauração de sindicância ou de processo 
administrativo. 
Por conseguinte, caso seja determinada a instauração de sindicância 
ou do processo administrativo, ou durante o seu curso, havendo 
conveniência para a instrução ou para o serviço, poderá o Chefe de 
Gabinete, por despacho fundamentado, ordenar as seguintes providências 
(art. 266): 
a) afastamento preventivo do servidor, quando o recomendar a 
moralidade administrativa ou a apuração do fato, sem prejuízo de 
vencimentos ou vantagens, até 180 dias, prorrogáveis uma única vez 
SRU�LJXDO�SHUtRGR�� 
b) designação do servidor acusado para o exercício de atividades 
H[FOXVLYDPHQWH�EXURFUiWLFDV�DWp�GHFLVmR�ILQDO�GR�SURFHGLPHQWR�� 
c) UHFROKLPHQWR�GH�FDUWHLUD�IXQFLRQDO��GLVWLQWLYR��DUPDV�H�DOJHPDV� 
d) SURLELomR�GR�SRUWH�GH�DUPDV�� 
e) comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser estabelecida, para 
tomar ciência dos atos do procedimento. 
Além disso, a autoridade que determinar a instauração ou presidir 
sindicância ou processo administrativo poderá representar ao Chefe de 
Gabinete para propor a aplicação dessas medidas, bem como sua cessação 
ou alteração, cabendo a ele ± Chefe de Gabinete ± fazer cessar ou alterar 
as medidas, a qualquer momento, por meio de despacho fundamentado. 
E, para fechar o assunto, o art. 267 estipula que o período de 
afastamento preventivo será computado como de efetivo exercício, não 
sendo descontado da pena de suspensão eventualmente aplicada. 
Processo Administrativo Disciplinar e Sindicância 
A apuração das infrações de servidores públicos será feita mediante 
sindicância ou processo administrativo, assegurados o contraditório e 
a ampla defesa (art. 268). 
Nessa linha, a sindicância ou o PAD são os instrumentos utilizados para 
apurar os fatos, conceder o contraditório e a ampla defesa e, se for o caso, 
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aplicar as sanções administrativas aos servidores que cometerem infrações. 
Com efeito, somente as penalidades administrativas são punidas em 
processo administrativo (ou sindicância), sendo que as penas de natureza 
civil e penal devem ser apuradas e penalizadas por meio de instrumentos 
próprios, perante o Poder Judiciário. 
Com efeito, a Constituição Federal de 1988 impede que qualquer 
penalidade seja aplicada sem a concessão do contraditório e da ampla 
defesa (art. 5º, LV). Assim, desde o advento da atual Carta Política, não 
existe nenhum fundamento para impor uma sanção sem que o acusado 
SRVVD�VH�GHIHQGHU��WDO�FRPR�RFRUULD�QD�FKDPDGD�³YHUGDGH�VDELGD´��'HVVD�
forma, mesmo que existam as mais fortes evidências de que determinada 
pessoa cometeu uma infração, ela não pode ser penalizada antes de lhe ser 
concedida a oportunidade de defesa. 
A sindicância será instaurada quando a falta disciplinar, por sua 
natureza, possa determinar as penas de repreensão, suspensão ou 
multa (art. 269). 
Por outro lado, será obrigatório o processo administrativo quando a 
falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas de 
demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação de 
aposentadoria ou disponibilidade (art. 270). 
Podemos observar, portanto, que a sindicância é um procedimento 
destinado à apuração das infrações que geram as penas mais brandas, ao 
passo que o processo disciplinar se destina à apuração das infrações que 
geram penalidades mais gravosas. 
 
Sindicância
Repreensão
Suspensão
Multa
Processo Administrativo
Demissão
Demissão e bem do serviço público
Cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade
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Os procedimentos disciplinares punitivos serão realizados pela 
Procuradoria Geral do Estado e presididos por Procurador do Estado 
confirmado na carreira (art. 271). 
Vejamos algumas questões sobre o assunto. 
 
1. (Cespe - AUFC/2013 ± adaptada) A instauração de processo administrativo é 
obrigatória para a aplicação das penas de demissão, demissão a bem do serviço 
público e cassação de aposentadoria ou disponibilidade. 
Comentário: o processo administrativo é utilizado obrigatoriamente nos casos 
de imposição de penalidade de demissão, demissão a bem do serviço público 
e cassação de aposentadoria ou disponibilidade (art. 270). 
Por outro lado, para a aplicação das demais penalidades ± ou seja, 
repreensão, suspensão ou multa ±, bastará a utilização da sindicância (art. 
269). 
Gabarito: correto. 
Sindicância 
A sindicância destina-se aos casos em que as penalidades são mais 
leves ± repreensão, suspensão ou multa ± e, portanto, trata-se de um 
procedimento mais célere para apurar as irregularidades praticadas por 
servidores. 
Dessa forma, aplicam-se à sindicância as regras previstas para o 
processo administrativo3, com as seguintes modificações: 
a) a autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar até 3 
�WUrV��WHVWHPXQKDV� 
b) a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60 (sessenta) 
GLDV� 
c) com o relatório, a sindicância será enviada à autoridade 
competente para a decisão. 
Ademais, são competentes determinar a instauração de sindicância 
as seguintes autoridades (art. 272, combinado com o art. 260), vejamos: 
 
3 Logo adiante, vamos estudar as regras sobre o processo administrativo. 
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a) R�*RYHUQDGRU� 
b) os Secretários de Estado, o Procurador Geral do Estado e os 
SuSHULQWHQGHQWHV�GH�$XWDUTXLD� 
c) RV�&KHIHV�GH�*DELQHWH�� 
d) RV�&RRUGHQDGRUHV��H 
e) os Diretores de Departamento e Divisão. 
Uma vez instaurada a sindicância, o Procurador do Estado que a 
presidir comunicará o fato ao órgão setorial de pessoal (art. 272, parágrafo 
único). 
Processo administrativo 
Conforme vimos acima, o processo administrativo destina-se à 
apuração dos fatos que podem gerar as penas mais gravosas, quais sejam: 
demissão, demissão a bem do serviço público e cassação de aposentadoria 
ou disponibilidade. 
As autoridades competentes para determinar a instauração do 
processo administrativo são quase as mesmas competentes para instaurar 
a sindicância, excluindo-se apenas os Diretores de Departamento e Divisão. 
Portanto, são competentes para determinar a instauração o processo 
DGPLQLVWUDWLYR�� �D�� R� *RYHUQDGRU�� �E�� RV� 6HFUHWiULRV� GH� (VWDGR�� R�
3URFXUDGRU� *HUDO� GR� (VWDGR� H� RV� 6XSHULQWHQGHQWHV� GH� $XWDUTXLD�� �F�� RV�
&KHIHV�GH�*DELQHWH��H�RV��G��RV�&RRUGHQDGRUHV� 
Porém, em respeitoao princípio da impessoalidade, nem todas pessoas 
podem atuar no processo administrativo. Assim, dispõe o art. 275 do 
Estatuto que não poderá ser encarregado da apuração, nem atuar como 
secretário: amigo íntimo ou inimigo, parente consanguíneo ou afim, em 
linha reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro 
ou qualquer integrante do núcleo familiar do denunciante ou do acusado, 
bem assim o subordinado deste. 
É importante guardar o grau familiar (terceiro grau), bem como que 
o impedimento se aplica à relação com o denunciante, com o acusado, 
ou com os subordinados do acusado. 
Ademais, a autoridade ou o funcionário que forem designados deverão 
comunicar, desde logo, à autoridade competente, o impedimento que 
eventualmente existir (art. 276). 
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Instauração 
O processo administrativo deverá ser instaurado por portaria, no 
prazo improrrogável de oito dias do recebimento da determinação, 
devendo ser concluído no prazo de noventa dias da citação do acusado 
(art. 277). 
Caso termine o prazo, mas o processo não esteja concluído, o 
Procurador do Estado que o presidir deverá imediatamente encaminhar ao 
seu superior hierárquico relatório indicando as providências faltantes e o 
tempo necessário para término dos trabalhos. Portanto, é possível que o 
processo termine em prazo superior ao previsto acima. 
 
Nesse caso (término do prazo, sem conclusão do processo), o superior 
hierárquico dará ciência dos fatos e das providências que houver adotado à 
autoridade que determinou a instauração do processo (art. 277, §3º). 
A portaria de instauração deverá conter o nome e a identificação do 
acusado, a infração que lhe é atribuída, com descrição sucinta dos fatos, a 
indicação das normas infringidas e a penalidade mais elevada em tese 
cabível (art. 277, §1º). 
Citação 
Autuada a portaria de instauração e demais peças preexistentes, o 
presidente designará dia e hora para audiência de interrogatório, 
determinando a citação do acusado e a notificação do denunciante, se 
houver (art. 278). 
O documento de citação, basicamente, é aquele que informa que foi 
instaurado um processo administrativo contra o acusado, constando as 
informações iniciais para que ele possa se defender. Nesse contexto, o 
mandado de citação deverá conter (art. 278, §1º): 
a) FySLD�GD�SRUWDULD� 
Prazos
Instauração 8 dias - do recebimento da determinação
Conclusão
90 dias (como regra) - a contar da citação
Se não concluir no prazo, o Procurador do 
Estado deverá justificar ao seu superior 
hierárquico, indicando o tempo necessário para 
conclusão
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b) data, hora e local do interrogatório, que poderá ser acompanhado 
pelo advogado GR�DFXVDGR� 
c) data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver, que deverá 
ser acompanhada pelo advogado GR�DFXVDGR� 
d) esclarecimento de que o acusado será defendido por advogado 
dativo��FDVR�QmR�FRQVWLWXD�DGYRJDGR�SUySULR� 
e) informação de que o acusado poderá arrolar testemunhas e requerer 
provas, no prazo de 3 (três) dias após a data designada para seu 
LQWHUURJDWyULR� 
f) advertência de que o processo será extinto se o acusado pedir 
exoneração até o interrogatório, quando se tratar exclusivamente de 
abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade. 
Merece destaque o fato de que o Estatuto exige que o acusado seja 
defendido por advogado, que poderá ser próprio (aquele contratado pelo 
acusado) ou dativo (aquele designado pela Administração, quando o 
acusado não designar o advogado próprio). 
Além disso, no interrogatório ± isto é, o evento em que o acusado é 
ouvido pessoalmente ± o advogado poderá (facultativo) acompanhar o 
acusado; por outro lado, na oitiva do denunciante (quando houver 
denunciante), o advogado do acusado deverá (obrigatória) estar presente. 
A citação do acusado será feita pessoalmente, no mínimo dois dias 
antes do interrogatório, por intermédio do respectivo superior hierárquico, 
ou diretamente, onde possa ser encontrado (art. 278, §2º). Não sendo 
encontrado em seu local de trabalho ou no endereço constante de seu 
assentamento individual, furtando-se o acusado à citação ou ignorando-se 
seu paradeiro, a citação será feita por edital, publicado uma vez no Diário 
Oficial do Estado, no mínimo dez dias antes do interrogatório. Em termos 
mais simples, se não for possível citar o acusado pessoalmente ou por 
intermédio de sua chefia, será feita a citação por edital, isto é, o documento 
de citação será publicado no Diário Oficial do Estado, com o prazo mínimo 
de dez dias antes do interrogatório. 
Instrução 
Se houver denunciante, este deverá prestar declarações, no período 
entre a data da citação e a fixada para o interrogatório do acusado, sendo 
o denunciante notificado para tal fim (art. 279). Devemos lembrar, 
ademais, que a oitiva do denunciante deverá ser acompanhada pelo 
advogado do acusado, próprio ou dativo. Todavia, o acusado não poderá 
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assistir à inquirição, mas poderá ter ciência das declarações que o 
denunciante houver prestado (art. 279, §2º). 
Caso o acusado não compareça, será decretada, mediante despacho, 
a sua revelia, prosseguindo-se nos demais atos e termos do processo (art. 
280). Todavia, os efeitos da revelia no processo administrativo são 
diferentes dos efeitos do processo civil. Neste último, vigora o princípio da 
verdade formal e, por conseguinte, todas as alegações de fato aduzidas 
contra o indiciado seriam, em regra, consideradas verdadeiros. Portanto, 
no processo civil, a revelia equivale à confissão do réu. 
Por outro lado, no processo administrativo, em decorrência do 
princípio da verdade material, os efeitos são totalmente diferentes. 
Nesse caso, a revelia não representa confissão, sendo que a Administração 
continua com o ônus de provar o que alegou. 
Por conseguinte, em caso de revelia, será nomeado advogado dativo 
para o acusado revel (art. 281), ou seja, a própria Administração irá 
designar um advogado para exercer a defesa do acusado. Logo, no processo 
administrativo, de uma forma ou outra, sempre existirá defesa, seja pelo 
advogado escolhido pelo acusado, seja pelo advogado dativo. 
Voltando a falar sobre o advogado, o art. 282 que o acusado poderá 
constituir advogado que o representará em todos os atos e termos do 
processo. Entretanto, se o acusado não tiver recursos financeiros ou se 
negar a constituir advogado, o presidente do processo nomeará advogado 
dativo (art. 282, §3º). Ainda assim, se o acusado preferir, poderá, a 
qualquer tempo, constituir advogado para prosseguir na sua defesa (art. 
282, §4º), ou seja, mesmo que seja designado um advogado dativo, o 
acusado tem a faculdade de, a qualquer momento do processo, constituir o 
seu próprio defensor. 
Em resumo, existem duas hipóteses que ensejam a nomeação de 
advogado dativo: 
a) no caso de revelia do acusado (art. 281); e 
b) quando o acusado não tiver recursos financeiros ou se negar a 
constituir advogado (art. 282, §3º). 
Também é faculdade do acusado tomar ciência ou assistir aos atos e 
termos do processo, não sendo obrigatória qualquer notificação (art. 282, 
§1º). 
Comparecendo ou não o acusado aointerrogatório, inicia-se o prazo 
de três dias para requerer a produção de provas, ou apresentá-las (art. 
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283). Portanto, após a data prevista para o interrogatório, o acusado tem 
três dias para requerer ou apresentar provas. 
Audiência de instrução 
Com o objetivo de elucidar os fatos, o presidente do processo e cada 
acusado poderão designar até cinco testemunhas (art. 283, §1º). Além 
disso, até a data do interrogatório, será designada a audiência de 
instrução (art. 283, §3º), que é o momento em que serão ouvidas, pela 
ordem, as testemunhas arroladas pelo presidente e pelo acusado (art. 284). 
Tratando-se a testemunha de servidor público, seu comparecimento poderá 
ser solicitado ao respectivo superior imediato com as indicações necessárias 
(art. 264, parágrafo único). 
Portanto, a audiência de instrução é o momento em que serão colhidas 
as provas testemunhais, por intermédio das testemunhas designadas pelo 
presidente e pelo acusado. 
Todavia, a prova de antecedentes do acusado será feita 
exclusivamente por documentos, até as alegações finais (art. 283, §2º). 
O art. 285 apresenta uma série de regras sobre a coleta de provas 
testemunhais, vejamos4: 
a) obrigatoriedade de depor: a testemunha não poderá eximir-se de 
depor, salvo se for ascendente, descendente, cônjuge, ainda que 
legalmente separado, companheiro, irmão, sogro e cunhado, pai, mãe 
ou filho adotivo do acusado ou do denunciante, exceto quando não 
for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e 
de suas circunstâncias (art. 285, caput e §1º); 
b) recusa de servidor a depor: ao servidor que se recusar a depor, sem 
justa causa, será pela autoridade competente adotada a suspensão 
do pagamento de seu vencimento ou remuneração, até que 
satisfaça essa exigência, mediante comunicação do presidente (art. 
285, §2º; c/c art. 262); 
c) depoimento fora da sede de exercício do servidor: o servidor que 
tiver de depor como testemunha fora da sede de seu exercício, terá 
direito a transporte e diárias na forma da legislação em vigor, 
podendo ainda expedir-se precatória para esse efeito à autoridade do 
domicílio do depoente (art. 285, §3º); 
 
4 Com base 
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d) pessoas proibidas de depor: são proibidas de depor as pessoas que, 
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar 
segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar 
o seu testemunho (art. 295, §4º); 
e) oitiva de testemunha por carta precatória: a testemunha que 
morar em comarca diversa poderá ser inquirida pela autoridade do 
lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta 
precatória, com prazo razoável, intimada a defesa (art. 286). 
Imagine, por exemplo, que uma testemunha indispensável possua 
residência em uma cidade localizada a mais de trezentos quilômetros 
do local em que é realizado o processo administrativo. Em tal situação, 
não seria razoável trazer a testemunha até a comarca em que ocorre 
o processo. Assim, será expedida uma carta precatória para que outra 
autoridade, presente no local em que reside a testemunha, possa 
realizar a oitiva. Deverá constar da precatória a síntese da imputação 
e os esclarecimentos pretendidos, bem como a advertência sobre a 
necessidade da presença de advogado (art. 286, §1º). A expedição da 
precatória não suspenderá a instrução do procedimento (art. 286, 
§2º). Caso termine o prazo marcado, o procedimento poderá 
SURVVHJXLU� DWp� ILQDO� GHFLVmR�� D� WRGR� WHPSR�� D� SUHFDWyULD�� XPD� YH]�
devolvida, será juntada aos autos (art. 286, §3º). 
f) comparecimento das testemunhas indicadas pelo acusado: as 
testemunhas arroladas pelo acusado comparecerão à audiência 
designada independente de notificação (art. 287). Porém, deverá 
ser notificada a testemunha cujo depoimento for relevante e que não 
comparecer espontaneamente (art. 287, §1º). Caso a testemunha não 
seja localizada, a defesa poderá substituí-la, se quiser, levando na 
mesma data designada para a audiência outra testemunha, 
independente de notificação (art. 287, §2º). 
Realização de diligências 
Em qualquer fase do processo, poderá o presidente, de ofício ou a 
requerimento da defesa, ordenar diligências que entenda convenientes 
(art. 288). Caso se faça necessário o concurso de técnicos ou peritos 
oficiais, o presidente os requisitará, observando sempre que estes não 
poderão ser amigo íntimo ou inimigo, parente consanguíneo ou afim, em 
linha reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro 
ou qualquer integrante do núcleo familiar, ou subordinado do denunciante 
ou do acusado. 
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De mais a mais, as informações necessárias à instrução do processo 
serão solicitadas diretamente, sem observância de vinculação hierárquica, 
mediante ofício, do qual cópia será juntada aos autos. 
Prosseguindo, no transcorrer da instrução, os autos do procedimento 
administrativo deverão permanecer na repartição competente, sendo 
concedida, obrigatoriamente, vista dos autos ao acusado, mediante 
simples solicitação, sempre que não prejudicar o curso do procedimento e 
(art. 289). Ademais, para que a concessão ocorra é necessário observar o 
prazo para manifestação do acusado ou para apresentação de recursos, 
mediante publicação no Diário Oficial do Estado. 
Entretanto, depois da publicação no Diário Oficial, o prazo não correrá 
desde que os autos estejam efetivamente disponíveis para vista. 
Além disso, ao advogado será assegurado o direito de retirar os autos 
da repartição, mediante recibo, durante o prazo para manifestação de seu 
representado, salvo na hipótese de prazo comum, de processo sob regime 
de segredo de justiça ou quando existirem nos autos documentos originais 
de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a 
permanência dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade em 
despacho motivado. 
Os requerimentos de nenhum interesse para o esclarecimento do fato 
somente poderão ser indeferidos pelo presidente, mediante decisão 
fundamentada (art. 290). De mesmo modo, as provas ilícitas, 
impertinentes, desnecessárias ou protelatórias também poderão ser 
impedidas. 
Dispõe o art. 291 que quando, no curso do procedimento, surgirem 
fatos novos imputáveis ao acusado, poderá ser promovida a instauração de 
novo procedimento para sua apuração, ou, caso conveniente, aditada a 
portaria, reabrindo-se oportunidade de defesa. 
Encerrada a fase probatória, a defesa poderá ter vista dos autos e, no 
prazo de até sete dias, apresentar alegações finais (art. 292). Caso esse 
prazo não seja respeitado, o presidente designará advogado dativo, 
assinando-lhe novo prazo. 
Relatório 
A partir das alegações finais, será contado o prazo de 10 dias para a 
apresentação um relatório descrevendo, em relação a cada acusado, 
separadamente, as irregularidades imputadas, as provas colhidas e as 
razões de defesa, propondo a absolvição ou punição e indicando, nesse 
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caso, a pena que entender cabível (art. 293). Além disso, o relatório deverá 
conter, também, a sugestão de quaisquer outras providências de interesse 
do serviço público. 
Relatado, o processo será encaminhado à autoridade que determinou 
sua instauração. A autoridade, então, terá o prazo de 20 dias, proferir o 
julgamento ou determinar a realização de diligência, sempre que necessária 
ao esclarecimento de fatos (arts. 294 e 295). 
Se for determinada a diligência, a autoridade encarregada do processo 
administrativo terá prazo de 15 dias para seu cumprimento, abrindo vista 
à defesa para manifestar-se em cinco dias (art. 296). 
Outrossim, o art. 297 determina que quando escaparem à sua alçada 
as penalidades e providências que lhe parecerem cabíveis, a autoridade que 
determinou a instauração do processo administrativo deverá propô-las, 
justificadamente, dentro do prazo para julgamento, à autoridade 
competente. 
Julgamento 
As decisões serão sempre publicadas no Diário Oficial do Estado, dentro 
do prazo de 8 (oito) dias, bem como averbadas no registro funcional do 
servidor (art. 299). 
Ademais, a autoridade que proferir decisão deverá determinar os atos 
dela decorrentes e as providências necessárias a sua execução (art. 298). 
Enfim, o art. 300 enfatiza que terão forma processual resumida, 
quando possível, todos os termos lavrados pelo secretário, quais sejam: 
autuação, juntada, conclusão, intimação, data de recebimento, bem como 
certidões e compromissos. 
Além disso, toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem 
cronológica da apresentação, rubricando o presidente as folhas acrescidas. 
Já para os atos ou decisões, cujo original não conste do processo, nele 
deverão figurar por cópia. 
*** 
Os próximos artigos encontrados nesse capítulo dão informações de 
ordem geral. 
Assim, com base no art. 301, a folha de serviço do indiciado constará 
sempre dos autos da sindicância ou do processo. 
Com efeito, quando ao funcionário se imputar crime (art. 302): 
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o praticado na esfera administrativa: a autoridade que determinou a 
instauração do processo administrativo providenciará para que se 
instaure, simultaneamente, o inquérito policial. 
o praticado fora da esfera administrativa: a autoridade policial dará 
ciência dele à autoridade administrativa. 
De toda forma, as autoridades responsáveis pela condução do processo 
administrativo e do inquérito policial se auxiliarão para que os mesmos se 
concluam dentro dos prazos respectivos (art. 303). 
Com esse mesmo foco de cooperação, se o ato atribuído ao funcionário 
for considerado criminoso, serão remetidas à autoridade competente cópias 
autenticadas das peças essenciais do processo (art. 304). 
Dando seguimento, vemos no art. 305 que não será declarada a 
nulidade de nenhum ato processual que não houver influído na apuração da 
verdade substancial ou diretamente na decisão do processo ou sindicância. 
De mais a mais, é defeso fornecer à imprensa ou a outros meios de 
divulgação notas sobre os atos processuais, salvo no interesse da 
Administração, a juízo do Secretário de Estado ou do Procurador Geral do 
Estado (art. 306). 
Encerrando o assunto, o texto do art. 307 fixa que decorridos cinco 
anos de efetivo exercício, contados do cumprimento da sanção 
disciplinar, sem cometimento de nova infração, não mais poderá aquela ser 
considerada em prejuízo do infrator, inclusive para efeito de reincidência. 
Em contrapartida, caso a sanção imposta seja a demissão ou a demissão 
a bem do serviço público, a incompatibilidade para nova investidura em 
cargo, função ou emprego público, corresponderá a cinco e 10 anos, 
respectivamente. 
Processo por Abandono do Cargo ou Função e por Inassiduidade 
O abandono de cargo e a inassiduidade são duas situações que 
ensejam a aplicação da pena de demissão. Aquele decorre da ausência 
intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos 
(art. 256, §1º); ao passo que a inassiduidade caracteriza-se pela ausência 
ao serviço, sem justificativa, por mais de 45 dias, interpoladamente, 
durante um ano (art. 256, V). 
Assim, se for verificada a ocorrência de faltas ao serviço que 
caracterizem abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade, o 
superior imediato comunicará o fato à autoridade competente para 
determinar a instauração de processo disciplinar, instruindo a 
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representação com cópia da ficha funcional do servidor e atestados de 
frequência (art. 308). 
Quando ocorre o abandono do cargo ou a inassiduidade, percebe-se 
que há, por parte do servidor, algum desinteresse no desempenho de suas 
atribuições. Assim, buscando evitar um longo processo administrativo 
aparentemente desnecessário, o Estatuto dispõe que não será instaurado 
processo para apurar abandono de cargo ou função, bem como 
inassiduidade, se o servidor tiver pedido exoneração (art. 309). 
Ademais, o processo instaurado extingue-se exclusivamente para 
apurar abandono de cargo ou função ou inassiduidade, se o indiciado 
pedir exoneração até a data designada para o interrogatório, ou por ocasião 
deste (art. 310). 
Deve-se ficar claro que essa situação ocorre exclusivamente para 
apuração do abandono de cargo ou função ou da inassiduidade. Portanto, 
para todas as demais infrações, o processo não será extinto pelo pedido de 
exoneração. 
Por fim, no processo de apuração do abandono de cargo ou função, 
bem como da inassiduidade, a defesa só poderá versar sobre força maior, 
coação ilegal ou motivo legalmente justificável (art. 311). Tal limitação é 
que, em tese, apenas esses casos poderiam justificar a infração cometida 
pelo servidor. 
Recursos 
De acordo com o art. 312 do Estatuto, caberá recurso, por uma única 
vez, da decisão que aplicar penalidade. O prazo para recorrer é de trinta 
dias, contados da publicação da decisão impugnada no Diário Oficial do 
Estado ou da intimação pessoal do servidor, quando for o caso (art. 312, 
§1º). 
O recurso deverá conter o nome e qualificação do recorrente, bem 
como a exposição das razões de inconformismo (art. 312, §2º). Ademais, 
o recurso será apresentado à autoridade que aplicou a pena, que terá o 
prazo de dez dias para, motivadamente, manter sua decisão ou reformá-
la (art. 312, §3º). Porém, se for mantida a decisão, ou reformada 
parcialmente, será o recurso imediatamente encaminhado a reexame pelo 
superior hierárquico. (art. 312, §4º). 
Portanto, o recurso é encaminhado para quem aplicou a pena, que 
poderá manter a decisão ou reformá-la (total ou parcialmente). Ocorrendo 
a reforma total, ou seja, se o recurso for inteiramente atendido pela 
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autoridade que aplicou a pena, encerra-se a sua análise. Por outro lado, se 
a autoridade manter a decisão ou reformá-la apenas parcialmente, o 
processo será encaminhado para a autoridade superior, que analisará o 
recurso. 
Ademais, o recurso será apreciado pela autoridade competente ainda 
que incorretamente denominado ou endereçado (art. 312, §5º). Por 
H[HPSOR�� VH� R� LQVWUXPHQWR� VH� WUDWDU� GH� ³UHFXUVR´�� PDV� R� LQWHUHVVDGR�
denominá-OR� GH� ³SHGLGR� GH� UHFRQVLGHUDomR´��DLQGD� DVVLP� HOH� GHYHUi� VHU�
analisado. Da mesma forma, se o recurso IRU�HQGHUHoDGR�j�DXWRULGDGH�³;´��
TXDQGR�GHYHULD�VHU�HQFDPLQKDGR�SDUD�D�DXWRULGDGH�³<´��DLQGD�DVVLP�GHYHUi�
ser apreciado. 
Contudo, se uma penalidade for aplicada diretamente pelo Governador, 
não se aplicará o recurso��XPD�YH]�TXH��QHVWH�FDVR��QmR�H[LVWH�³Dutoridade 
VXSHULRU´�� SRLV� R� *RYHUQDGRU� HVWi� QR� iSLFH� GD� HVWUXWXUD� DGPLQLVWUDWLYD��
Assim, estabelece o art. 313 que caberá pedido de reconsideração, que 
não poderá ser renovado, de decisão tomada pelo Governador do Estado 
em única instância, no prazo de trinta dias. 
Vamos analisar um pequeno resumo sobre o que vimos até aqui! 
INSTRUMENTO PRAZO E DESCRIÇÃO 
Interposição do recurso � 30 (trinta) dias, contados da publicação da decisão 
impugnada no Diário Oficial do Estado ou da intimação pessoal 
do servidor, quando for o caso 
Julgamento do recurso � 10 (dez) dias para autoridade que aplicou a pena, 
motivadamente, manter sua decisão ou reforma-la; 
� se a autoridade manter a decisão, ou reformá-la 
parcialmente, será o recurso imediatamente encaminhado a 
reexame pelo superior hierárquico (a Lei não estabelece prazo 
para que o superior analise o recurso). 
Interposição do pedido 
de reconsideração 
� prazo de 30 (trinta) dias; 
� aplicável contra decisão tomada pelo Governador do Estado 
em uma única instância; 
� não poderá ser renovado. 
Por fim, estabelece o art. 314 que, nos procedimentos disciplinares, os 
recursos não possuem efeito suspensivo; de tal forma que os recursos 
que forem providos darão lugar às retificações necessárias, retroagindo 
seus efeitos à data do ato punitivo. Assim, quando se aplica uma punição, 
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ela será aplicada ainda que o servidor interponha recurso, uma vez que este 
não tem efeito suspensivo (não suspende os efeitos da decisão atacada); 
porém, se ocorrer o provimento do recurso, deverá a Administração 
providenciar todas as retificações necessárias, retroagindo os efeitos da 
correção desde a data do ato punitivo. 
Revisão 
A revisão é um novo processo, que poderá ser aberto a qualquer 
tempo, contra punição disciplinar de que não caiba mais recurso, quando 
se aduzirem fatos novos ou circunstâncias ainda não apreciadas, ou 
vícios insanáveis de procedimento, que possam justificar redução ou 
anulação da pena aplicada (art. 315). 
Não se trata, pois, de uma segunda instância recursal, mas sim de uma 
nova apreciação em decorrência de fatos novos ou circunstâncias ainda 
não apreciadas, ou ainda de vícios insanáveis de procedimento, que 
possam justificar redução ou anulação da pena aplicada. 
No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente (art. 315, 
§4º). Além disso, a simples alegação de injustiça da penalidade não 
constitui fundamento para a revisão (art. 315, §1º), que requer elementos 
novos, ainda não apreciados no processo originário. Além disso, não será 
admitida reiteração de pedido pelo mesmo fundamento (art. 315, §2º) ± 
assim, até é possível interpor novo pedido de revisão, desde que com novo 
fundamento. Com efeito, os pedidos de revisão formulados em desacordo 
com os pressupostos acima serão indeferidos (art. 315, §3º). 
Deve-se lembrar que não há prazo extintivo para a revisão, que poderá 
ser instaurada a qualquer tempo. 
A instauração de processo revisional poderá ser requerida 
fundamentadamente pelo interessado ou, se falecido ou incapaz, por seu 
curador, cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão, 
sempre por intermédio de advogado (art. 317). 
O pedido será instruído com as provas que o requerente possuir ou 
com indicação daquelas que pretenda produzir (art. 317, parágrafo único). 
O exame da admissibilidade do pedido de revisão e a decisão final, 
caso seja deferido o seu processamento, serão realizados pela autoridade 
que aplicou a penalidade ou que a tiver confirmado em grau de recurso (art. 
318). 
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Se for deferido o processamento da revisão, será este realizado por 
Procurador de Estado que não tenha atuado no procedimento disciplinar de 
que resultou a punição do requerente (art. 319). 
Recebido o pedido, o presidente providenciará o apensamento dos 
autos originais e notificará o requerente para, no prazo de oito dias, 
oferecer rol de testemunhas, ou requerer outras provas que pretenda 
produzir (art. 320). No mais, durante o processamento da revisão, serão 
observadas as normas previstas no Estatuto para o processo administrativo 
(art. 320, parágrafo único). 
A decisão que julgar procedente a revisão poderá: (a) alterar a 
classificação da infração; (b) absolver o punido; (c) modificar a pena ou 
anular o processo, restabelecendo os direitos atingidos pela decisão 
reformada (art. 321). 
Por fim, o art. 316 veda a denominada reformatio in pejus no processo 
revisional, ou seja, da revisão do processo não poderá resultar agravamento 
de penalidade. 
Disposições finais e transitórias 
Os dois últimos capítulos da Lei 10.261/1968 tratam das disposições 
finais e transitórias. A maioria das regras previstas nesses capítulos não nos 
interessa para fins de concurso público, pois trazem disposições como o dia 
³Funcionário Público Estadual", regras de transição com a legislação 
revogada, etc. 
Assim, apenas o art. 323 nos interessa para a prova, pois aborda a 
forma de contagem dos prazos. 
Nessa linha, os prazos previstos no Estatuto serão todos contados por 
dias corridos; não se computando no prazo o dia inicial e prorrogando-
se o vencimento, que incidir em sábado, domingo, feriado ou facultativo, 
para o primeiro dia útil seguinte. 
$VVLP�� D� UHJUD� p� TXH� R� SUD]R� ³FRUUD´� DWp� PHVPR� QRV� GLDV� VHP�
expediente. Porém, se o prazo terminar em um sábado, domingo, feriado 
ou de ponto facultativo, o vencimento será prorrogado para o dia útil 
imediatamente seguinte. 
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QUESTÕES LEI 10.261/1968 
2. (Vunesp - Escrevente Técnico Judiciário/TJ-SP/2014) A respeito das penas 
disciplinares e de sua aplicação, é correto afirmar, à luz do Estatuto dos Funcionários 
Públicos Civis do Estado de São Paulo, que 
a) a autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá converter essa penalidade 
em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou 
remuneração, sendo o funcionário, nesse caso, obrigado a permanecer em serviço. 
b) a pena de suspensão, que não excederá 120 (cento e vinte) dias, será aplicada em 
caso de falta grave ou de reincidência. 
c) a pena de demissão por ineficiência no serviço será aplicada independentemente 
de verificação sobre a impossibilidade de readaptação do funcionário público. 
d) a pena de repreensão poderá ser aplicada verbalmente ou por escrito, a critério da 
autoridade competente, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos 
deveres. 
e) praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se 
em legítima defesa, sujeita o funcionário público à pena de suspensão ou de 
demissão. 
Comentário: 
a) a nossa resposta está no art. 254, §2º. Lá, vemos que o Estatuto dos 
Servidores permite que a penalidade de suspensão seja convertida em multa, 
na base de cinquenta por cento por dia devencimento ou remuneração, desde 
que haja conveniência para o serviço. Nesse caso, a suspensão será trocada 
pela multa e, assim, o servidor ficará obrigado a permanecer em serviço ± 
CORRETA; 
b) de fato, a suspensão será aplicada no caso de reincidência ou de falta grave. 
Todavia, o seu prazo limite é de 90 dias, e não 120 dias como indica a alternativa 
± ERRADA; 
c) apenas a impossibilidade de readaptação do servidor ensejará a demissão 
por ineficiência no serviço (art. 256, §2º) ± ERRADA; 
d) a aplicação da repreensão ocorrerá sempre por escrito, nos casos de 
indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres (art. 253) ± ERRADA; 
e) o fato de praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou 
particulares, salvo se em legítima defesa, ensejará a demissão a bem do serviço 
(art. 257) ± ERRADA. 
Gabarito: alternativa A. 
3. (Vunesp - Delegado de Polícia/PC-SP/2014) De acordo com o Estatuto dos 
Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei n. o 10.261/68), será 
aplicada a pena de demissão, a bem do serviço público, ao funcionário que 
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a) for ineficiente no serviço. 
b) receber presentes de qualquer espécie, por intermédio de outrem, em razão de 
suas funções. 
c) abandonar o cargo por mais de 30 dias consecutivos. 
d) se ausentar do serviço, sem causa justificável, por mais de 45 dias, 
interpoladamente, em 01 ano. 
e) aplicar indevidamente dinheiros ou recursos públicos. 
Comentário: já que o enunciado mencionou a penalidade, vamos relembrar o 
que dispõe o art. 257: 
Artigo 257 Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao 
funcionário que: 
I for convencido de incontinência pública e escandalosa e de vício de jogos 
SURLELGRV� 
II praticar ato definido como crime contra a administração pública, a fé 
pública e a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à 
GHIHVD�QDFLRQDO� 
III revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do cargo, desde 
TXH�R�IDoD�GRORVDPHQWH�H�FRP�SUHMXt]R�SDUD�R�(VWDGR�RX�SDUWLFXODUHV� 
,9�SUDWLFDU�LQVXERUGLQDomR�JUDYH� 
V praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, 
salvo VH�HP�OHJtWLPD�GHIHVD� 
9,�OHVDU�R�SDWULP{QLR�RX�RV�FRIUHV�S~EOLFRV� 
VII receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou 
vantagens de qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de 
outrem, ainda que fora de suas funções mas em razão delas� 
[alternativa B] 
VIII pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a pessoas que 
tratem de interesses ou o tenham na repartição, ou estejam sujeitos à sua 
ILVFDOL]DomR� 
,;�H[HUFHU�DGYRFDFLD�DGPLQLVWUDWLYD��H 
X apresentar com dolo declaração falsa em matéria de salário-família, sem 
prejuízo da responsabilidade civil e de procedimento criminal, que no caso 
couber. 
XI praticar ato definido como crime hediondo, tortura, tráfico ilícito de 
HQWRUSHFHQWHV�H�GURJDV�DILQV�H�WHUURULVPR�� 
XII praticar ato definido como crime contra o Sistema Financeiro, ou de 
ODYDJHP�RX�RFXOWDomR�GH�EHQV��GLUHLWRV�RX�YDORUHV�� 
XIII praticar ato definido em lei como de improbidade. 
Assim, podemos assinalar a alternativa B como nosso gabarito. As demais 
alternativas serão punidas com a demissão. 
Gabarito: alternativa B. 
4. (Vunesp - Investigador de Polícia/PC-SP/2014) Conforme o Estatuto dos 
Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei n.º 10.261/68), será aplicada 
a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que: 
a) cometer falta grave 
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b) praticou, na inatividade, a usura em qualquer de suas formas. 
c) deixar de comparecer ao serviço por mais de vinte dias consecutivos. 
d) praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se 
em legítima defesa 
e) faltar com o cumprimento dos seus deveres. 
Comentário: agora ficou muito fácil, não é mesmo? Vejamos, em cada uma das 
alternativas, qual a penalidade aplicada: 
a) cometer falta grave ± pena de suspensão (art. 254) ± ERRADA; 
b) praticou, na inatividade, a usura em qualquer de suas formas ± pena de cassação 
de aposentadoria ou disponibilidade (art. 259) ± ERRADA; 
c) deixar de comparecer ao serviço por mais de vinte trinta dias consecutivos ± pena 
de demissão (art. 256, §1º) ± ERRADA; 
d) praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se 
em legítima defesa ± pena de demissão a bem do serviço (art. 257, V) ± CORRETA; 
e) faltar com o cumprimento dos seus deveres ± pena de repreensão (art. 253) ± 
ERRADA. 
Gabarito: alternativa D. 
5. (FCC - Defensor Público/DPE-SP/2013) Funcionário público estadual, 
encarregado de receber valores referentes a pagamento de honorários advocatícios 
em favor do Estado, dá como quitado pagamento de honorários que, posteriormente, 
verifica-se que estavam a menor. Nesta hipótese e considerando o previsto no 
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, 
a) poderá sofrer penalidade de demissão após a conclusão de sindicância. 
b) o funcionário terá o prejuízo descontado integralmente de seu salário. 
c) o funcionário somente será responsabilizado se não for possível cobrar do devedor 
original. 
d) terá como sanção cabível apenas a suspensão. 
e) poderá ser administrativamente processado em até 10 anos. 
Comentário: como a função do servidor era a de receber valores em favor do 
Estado, ao receber um valor abaixo do que deveria ele acabou gerando um 
prejuízo à Administração. Dessa forma, esse prejuízo deve ser ressarcido com 
base no art. 247 da Lei 10.261/1968. Isso quer dizer que, nos casos de 
indenização à Fazenda Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de uma só 
vez, a importância do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque, 
remissão ou omissão em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais 
(alternativa B). 
Gabarito: alternativa B. 
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6. (Vunesp ± Advogado/TJ-SP/2013) Dentre as penas disciplinares previstas na Lei 
n.º 10.261/68 do Estado de São Paulo, ao funcionário público que exercer advocacia 
administrativa será aplicada a pena de. 
a) repreensão. 
b) demissão a bem do serviço público. 
c) suspensão. 
d) advertência. 
e) multa de 5 salários-mínimos. 
Comentário: ao servidor que exercer advocacia administrativa será aplicada a 
pena de demissão a bem do serviço (art. 257, IX) ± alternativa B. 
Gabarito: alternativa B. 
7. (FCC - Defensor Público/DPE-SP/2012) Instaurado processo administrativo 
disciplinar para apurar inassiduidade de servidor sujeito ao regime da Lei no 
10.261/68, se sobrevier pedido de exoneração do acusado, antes da data designada 
para o interrogatório, o processo deverá 
a) ser sobrestado, até posterior investidura do acusado em outro cargo de provimento 
efetivo, desde que não ocorrida a prescrição. 
b) ter prosseguimento normal, até o relatório final, consignando tudo o que for apurado 
no prontuário do acusado, para fins de registro. 
c) ser extinto, nesta hipótese ou ainda na de abandono de cargo ou função pública, 
por expressa determinação legal. 
d) ter curso célere, de modo a se produzirem as provas para decisão de mérito, antes 
do deferimento do pedido de exoneração. 
e) ser elevado à apreciação e decisão in limine da autoridade competente,

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