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Aula 02 Direito Administrativo p/ TJ-SP (Escrevente Técnico Judiciário) - Com videoaulas Professor: Herbert Almeida Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 49 AULA 2: Estatuto dos Servidores de São Paulo (arts. 239 a 323) Sumário LEI 10.261/1968 ʹ ARTS. 239 A 323 .................................................................................................................. 2 DIREITO DE PETIÇÃO................................................................................................................................................. 2 REGIME DISCIPLINAR ................................................................................................................................................ 2 PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E SINDICÂNCIA .............................................................................................. 15 QUESTÕES LEI 10.261/1968 ............................................................................................................................ 31 QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ................................................................................................................ 43 GABARITO ....................................................................................................................................................... 49 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 49 Olá pessoal, tudo bem? Na aula de hoje, vamos estudar o Estatuto dos Servidores de São Paulo. Todavia, o edital não solicitou o conhecimento de toda a norma, mas sim de determinados artigos. Sendo assim, estudaremos o seguinte tópico: ³Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei n.º 10.261/68) - artigos 239 a 323´�� Vamos lá? Aos estudos, aproveitem! Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 49 LEI 10.261/1968 Ȃ ARTS. 239 A 323 Direito de Petição O direito de petição possui previsão constitucional (CF, art. 5º, XXXIV, ³D´���1R�(VWDWXWR��HVVH�GLUHLWR�SRVVXL�uma previsão mais restrita, uma vez que é aplicável aos servidores públicos. Basicamente, representa uma forma de solicitar direitos ou providências da Administração. Nesse contexto, é assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, independentemente de pagamento, o direito de petição contra ilegalidade ou abuso de poder e para defesa de direitos (art. 239). Além disso, qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omissão ou conduta incompatível no serviço público, sendo que em nenhuma hipótese, a Administração poderá se recusar a protocolar, encaminhar ou apreciar a petição, sob pena de responsabilidade do agente. Por fim, seguindo os preceitos da Lei Federal (8.112/1990), o Estatuto destaca que ao servidor é assegurado o direito de requerer ou representar, bem como, pedir reconsideração e recorrer de decisões, no prazo de 30 dias, salvo previsão legal específica (art. 240). Regime Disciplinar O regime disciplinar dos servidores públicos está disposto nos títulos VI a VIII da Lei 10.261/1968 (artigos 241 a 321). Nesses títulos, encontramos os deveres e proibições dos servidores, as penalidades a que estão sujeitos, as regras sobre as responsabilidades, bem como as disposições sobre o procedimento disciplinar. Deveres Os deveres são as obrigações ou condutas que os agentes devem adotar em conjunto com as suas atribuições funcionais. Na Lei 10.261/1968, eles estão dispostos no art. 241, nos seguintes termos: Artigo 241 São deveres do funcionário: ,�VHU�DVVtGXR�H�SRQWXDO� II cumprir as ordens superiores, representando quando forem PDQLIHVWDPHQWH�LOHJDLV� ,,,�GHVHPSHQKDU�FRP�]HOR�H�SUHVWH]D�RV�WUDEDOKRV�GH�TXH�IRU�LQFXPELGR� IV guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e, especialmente, sobre deVSDFKRV��GHFLV}HV�RX�SURYLGrQFLDV� Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 49 V representar aos superiores sobre todas as irregularidades de que tiver FRQKHFLPHQWR�QR�H[HUFtFLR�GH�VXDV�IXQo}HV� 9,�WUDWDU�FRP�XUEDQLGDGH�DV�SHVVRDV�� 9,,�UHVLGLU�QR�ORFDO�RQGH�H[HUFH�R�FDUJR�RX��RQGH�DXWRUL]DGR� VIII providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento LQGLYLGXDO��D�VXD�GHFODUDomR�GH�IDPtOLD� IX zelar pela economia do material do Estado e pela conservação do que IRU�FRQILDGR�j�VXD�JXDUGD�RX�XWLOL]DomR� X apresentar se convenientemente trajado em serviço ou com uniforme GHWHUPLQDGR��TXDQGR�IRU�R�FDVR� XI atender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, às requisições de papéis, documentos, informações ou providências que lhe forem feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas, para defesa GR�(VWDGR��HP�-Xt]R� XII cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros de trabalho; XIII estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e RUGHQV�GH�VHUYLoR�TXH�GLJDP�UHVSHLWR�jV�VXDV�IXQo}HV��H XIV proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a função pública. Conforme podemos observar, é dever do servidor cumprir as ordens superiores, com exceção apenas daquelas ordens consideradas manifestamente ilegais (inc. II). Nesse caso, ao invés de cumprir a ordem, o servidor deverá representar à autoridade competente que o seu superior lhe determinou o cumprimento de uma ordem manifestamente ilegal (por exemplo: mandar roubar). Podemos perceber, portanto, que sempre que receber uma ordem, o servidor público terá algum dever a cumprir. Em regra, ele deve cumprir a ordem emanada da autoridade superior. Porém, quando receber uma ordem manifestamente ilegal, ele deverá abster-se de cumpri-la; devendo, por outro lado, levar a conhecimento da autoridade competente para realizar a apuração. Portanto, ou o servidor cumpre a ordem, ou representa a outra autoridade quando for manifestamente ilegal. Proibições As proibições são condutas vedadas aos servidores públicos, estando enumeradas nos arts. 242 e 243 da Lei 10.261/1968: a) retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer GRFXPHQWR�RX�REMHWR�H[LVWHQWH�QD�UHSDUWLomR� b) entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou outras atividades HVWUDQKDV�DR�VHUYLoR� Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 49 c) deixar de comparHFHU�DR�VHUYLoR�VHP�FDXVD�MXVWLILFDGD� d) WUDWDU�GH�LQWHUHVVHV�SDUWLFXODUHV�QD�UHSDUWLomR� e) promover manifestações de apreço ou desapreço dentro da repartição, ou tornar-VH�VROLGiULR�FRP�HODV� f) exercer comércio entre os companheiros de serviço, promover ou subsFUHYHU�OLVWDV�GH�GRQDWLYRV�GHQWUR�GD�UHSDUWLomR��H g) empregar material do serviço público em serviço particular. É proibido ainda, ao funcionário (art. 243): a) fazer contratos de natureza comercial e industrial com o Governo, por si, ou como representante de oXWUHP� b) participar da gerência ou administração de empresas bancárias ou industriais, ou de sociedades comerciais, que mantenham relações comerciais ou administrativas com o Governo do Estado, sejam por este subvencionadasou estejam diretamente relacionadas com a finalidade da UHSDUWLomR�RX�VHUYLoR�HP�TXH�HVWHMD�ORWDGR� c) requerer ou promover a concessão de privilégios, garantias de juros ou outros favores semelhantes, federais, estaduais ou municipais, exceto SULYLOpJLR�GH�LQYHQomR�SUySULD� d) exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em empresas, estabelecimentos ou instituições que tenham relações com o Governo, em matéria que se relacione com a finalidade da repartição ou VHUYLoR�HP�TXH�HVWHMD�ORWDGR� e) aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autorização do 3UHVLGHQWH�GD�5HS~EOLFD� f) comerciar ou ter parte em sociedades comerciais, nos termos do LWHP�³E´�GHVWH�DUWLJR� podendo, em qualquer caso, ser acionista, quotista RX�FRPDQGLWiULR� g) incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos de sabotagem contra R� VHUYLoR� S~EOLFR�� �WDO� SURLELomR� QmR� IRL� WRWDOPHQWH� UHFHSFLRQDGD� SHOD� Constituição Federal de 1988, uma vez que seu art. 37, VII, outorga ao servidor o direito de greve, que será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica). h) SUDWLFDU�D�XVXUD� Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 49 i) constituir-se procurador de partes ou servir de intermediário perante qualquer repartição pública, exceto quando se tratar de interesse GH�F{QMXJH�RX�SDUHQWH�DWp�VHJXQGR�JUDX� j) receber estipêndios de firmas fornecedoras ou de entidades fiscalizadas, no País, ou no estrangeiro, mesmo quando estiver em missão UHIHUHQWH�j�FRPSUD�GH�PDWHULDO�RX�ILVFDOL]DomR�GH�TXDOTXHU�QDWXUH]D� k) valer-se de sua qualidade de funcionário para desempenhar atividade estranha às funções ou para lograr, direta ou indiretamente, TXDOTXHU�SURYHLWR��H l) fundar sindicato de funcionários ou deles fazer parte (essa proibição também não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, pois é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical (CF, art. 37, VI). &RP�HIHLWR��D�SURLELomR�SUHVHQWH�QRV�LWHQV�³E´�H�³I´�GR�DUW�������QmR� alcançam a participação do funcionário em sociedades em que o Estado seja acionista, bem assim na direção ou gerência de cooperativas e associações de classe, ou como seu sócio (art. 243, parágrafo único). Por fim, com base no art. 244, é vedado ao funcionário trabalhar sob as ordens imediatas de parentes, até segundo grau, salvo quando se tratar de função de confiança e livre escolha, não podendo exceder a dois o número de auxiliares nessas condições. Responsabilidades Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor público poderá responder nas esferas civil, penal e administrativa. Basicamente, a esfera civil decorre da ocorrência de dano e consiste no respectivo ressarcimento; a espera penal ocasiona a aplicação de sanções penais (p. ex.: detenção); por fim, a esfera administrativa decorre da prática dos ilícitos administrativos, previstos no Estatuto dos Servidores. Assim, justamente por possuírem fundamentos diversos, a regra é que cada uma dessas instâncias seja independente. Portanto, um mesmo servidor público poderá ser condenado simultaneamente a ressarcir o dano (esfera civil), sofrer a pena de demissão (esfera administrativa) e ainda ser condenado à prisão (esfera penal). É possível, por outro lado, que um servidor seja condenado civil e administrativamente, mas absolvido no processo penal. Logo, existem várias combinações possíveis. Todavia, Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 49 veremos, adiante, que a regra da independência das instâncias possui algumas exceções. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Nesse caso, exige-se a responsabilidade subjetiva ou com culpa do servidor público. Portanto, para que o servidor público seja condenado civilmente a ressarcir o dano, deverá ser comprovado que ele agiu com dolo (intenção) ou com culpa em sentido estrito. Caso o dano seja causado contra a Administração, o servidor será diretamente contra ela responsabilizado. No entanto, se o dano ocorrer contra terceiros, o servidor responderá perante a Fazenda Pública por meio de ação regressiva Nesse contexto, o art. 37, §6º, da Constituição Federal, determina que DV�³pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa´��$VVLP��VH�XP�VHUYLGRU� público causar dano a terceiro, o Estado deverá primeiro ressarcir o prejudicado para, em seguida, mover a ação de regresso contra o servidor, para dele recuperar os valores gastos com a indenização. 'H�IRUPD�EHP�VLPSOHV��VH�R�VHUYLGRU�S~EOLFR�³$´�FDXVDU�GDQR��FRP�GROR� ou culpa, ao cLGDGmR� ³%´�� R� (VWDGR� VHUi� UHVSRQViYHO� SRU� UHVVDUFLU� ³%´�� SRGHQGR�HP�VHJXLGD�PRYHU�D�DomR�GH�UHJUHVVR�FRQWUD�³$´�SDUD�UHFXSHUDU� esses valores. Desse modo, dispõe o art. 245 que o funcionário é responsável por todos os prejuízos que, nessa qualidade, causar à Fazenda Estadual, por dolo ou culpa, devidamente apurados. Portanto, podemos entender a responsabilidade do servidor nas seguintes situações: a) pela sonegação de valores e objetos confiados à sua guarda ou responsabilidade, ou por não prestar contas, ou por não as tomar, na forma e no prazo estabelecidos nas leis, regulamentos, regimentos, instruções e RUGHQV�GH�VHUYLoR� b) pelas faltas, danos, avarias e quaisquer outros prejuízos que sofrerem os bens e os materiais sob sua guarda, ou sujeitos a seu exame ou ILVFDOL]DomR� c) pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de despacho, guias e outros documentos da receita, ou que tenham com eles UHODomR��H Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 49 d) por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual1. Outra situação apontada na Lei 10.261/1968 é de funcionário que adquire materiais em desacordo com disposições legais e regulamentares. Nessa situação, será ele responsabilizado pelo respectivo custo, sem prejuízo das penalidades disciplinares cabíveis, podendo-se proceder ao desconto no seu vencimento ou remuneração (art. 246). Posto isso, quando responsabilizado a indenizar a Fazenda Estadual, o servidor deverá repor, de uma só vez, a importância do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque, remissão ou omissão em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais (art. 247). Fora desse caso, a importância da indenização poderá ser descontada do vencimento ou remuneração não excedendo o desconto à 10ª (décima) parte do valor destes (art. 248). Por outro lado, a responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. Na Lei Penal, os crimes praticados pelo funcionário público contra a Administração constam nos artigos 312 a 326. Além disso, podemos encontrar outras condutas típicas na legislação especial, a exemplo da Lei 8.666/1993 que apresenta alguns crimes que podem ser praticados por servidores públicos relacionados com licitações e contratos administrativos. Finalmente, a responsabilidade administrativa (ou civil- administrativa) resulta de ato omissivo ou comissivo, por dolo ouculpa, praticado no desempenho do cargo ou função. A responsabilidade administrativa decorre da prática dos ilícitos administrativos, como por exemplo a infringência em algumas das vedações que vimos acima ou a falta de observância dos deveres funcionais do servidor. Ademais, será responsabilizado o funcionário que, fora dos casos expressamente previstos nas leis, regulamentos ou regimentos, cometer a pessoas estranhas às repartições, o desempenho de encargos que lhe competirem ou aos seus subordinados (art. 249). Voltando ao assunto da independência das instâncias, dispõe o art. 250 que a responsabilidade administrativa não exime o funcionário da responsabilidade civil ou criminal que no caso couber; nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado o libera do exame da pena disciplinar em que incorrer. 1 Quando o funcionário cometer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a de suspensão (art. 248, parágrafo único). Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 49 Ocorre, todavia, que a esfera penal poderá, em alguns casos, influenciar as demais órbitas de responsabilidade, a depender do conteúdo da sentença penal. Nesse contexto, dispõe expressamente o art. 250, §2º da Lei 10.261/1968 que será reintegrado ao serviço público, no cargo que ocupava e com todos os direitos e vantagens devidas, o servidor absolvido pela Justiça, mediante simples comprovação do trânsito em julgado de decisão que negue a existência de sua autoria ou do fato que deu origem à sua demissão. É importante ficar claro, porém, que tal relação ocorre apenas quando ficar comprovado no processo penal que o fato não existiu (negativa do fato) ou então que o servidor não é o seu autor (negativa da autoria). Por outro lado, se o servidor for absolvido simplesmente pela falta de provas, ou por ausência de tipicidade ou de culpabilidade penal, ou por qualquer outro motivo que não sejam os dois mencionados acima, a esfera penal não influenciará nas demais. Assim, um servidor pode ser absolvido penalmente por falta de provas, mas ser condenado civil e administrativamente, pois essas últimas não exigem um rigor probatório tão grande. Da mesma forma, um servidor pode ser absolvido penalmente por falta de tipicidade de sua conduta, ou seja, aquilo que ele cometeu não se enquadra perfeitamente com a conduta prevista na Lei Penal (tipo penal), porém a mesma conduta poderá ser enquadrada em alguma falta funcional, acarretando a responsabilidade administrativa. Com efeito, a doutrina2 utiliza a expressão conduta residual para se referir àquelas condutas que não são puníveis na órbita penal, mas que geram responsabilização civil e administrativa. Nesse contexto, vale transcrevermos o enunciado da Súmula 18 do STF, vejamos: Súmula 18: Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é admissível a punição administrativa do servidor público. Dessa forma, com exceção da sentença penal que negar a existência do fato ou a sua autoria, as instâncias de responsabilização são independentes, podendo o servidor ser responsabilizado pela conduta residual. 2 e.g. Carvalho Filho, 2014, p. 782. Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 49 Para finalizar, o art. 250, §3º, estabelece que o processo administrativo só poderá ser sobrestado para aguardar decisão judicial por despacho motivado da autoridade competente para aplicar a pena. Penalidades disciplinares As penalidades disciplinares são as sanções administrativas impostas aos servidores em decorrência da prática dos ilícitos administrativos. Nesse contexto, dispõe o art. 251 da Lei 10.261/1968 que são penalidades disciplinares: a) repreensão; b) suspensão; c) multa; d) demissão; e) demissão a bem do serviço; e f) cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Na aplicação das penalidades, serão considerados: (i) a natureza e a gravidade da infração cometida, e (ii) os danos que dela provierem para o serviço público (art. 252). O sistema punitivo na esfera administrativa é bem diferente do que ocorre no plano criminal. No direito penal, as condutas são tipificadas, existindo uma sanção específica para a conduta que estiver vinculada. Por exemplo, o crime de lesões corporais enseja especificamente a pena de detenção de três meses a um ano (CP, art. 129). Por outro lado, na esfera administrativa, não há essa relação direta. Segundo Josp� GRV� 6DQWRV� &DUYDOKR� )LOKR�� RV� ³HVWDWXWRV� IXQFLRQDLV� apresentam um elenco de deveres e vedações para os servidores, e o ilícito administrativo vai configurar-se exatamente quando tais deveres e vedações são inobservados. Além do mais, os estatutos relacionam as penalidades administrativas, sem, contudo, fixar qualquer elo de ligação a priori FRP�D�FRQGXWD´� Por exemplo, o art. 241 descreve os deveres funcionais, enquanto o art. 242 e 243 dispõem sobre as proibições. Já o art. 251, por outro lado, apresenta o rol de penalidades administrativas. Com efeito, não há total precisão na descrição dos deveres e das proibições. Por exemplo, o art. Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 49 241, III, dispõe que o servidor deve desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido. Não há uma descrição clara do que seja ³]HOR´�RX�³presteza´� Dessa forma, a autoridade responsável pela apuração do ilícito administrativo é que deve enquadrar determinada conduta em algum tipo de previsão legal, impondo-lhe a pena cabível ao caso. Vejamos o que o Estatuto traz sobre cada penalidade. Repreensão Representa a penalidade mais branda da Lei 10.261/1968. Dessarte, o art. 253 indica o uso de repreensão, sempre por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres. Lembra-se, ademais, que quando o funcionário cometer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Estadual, não tendo havido má-fé, será aplicada a pena de repreensão e, na reincidência, a de suspensão (art. 248, parágrafo único). Suspensão A suspensão, que não poderá exceder a noventa dias, será aplicada nos casos de reincidência ou de falta grave (art. 254). Como podemos notar, a lei determina que a pena de suspensão não poderá exceder a noventa dias. Portanto, caberá à autoridade competente analisar o caso e decidir, de forma discricionária, qual o prazo da suspensão. Claro que a decisão será devidamente fundamentada, devendo ser aplicada dentro dos parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade. Quando punido com a suspensão, o servidor perde o direito a todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo (art. 254, §1º). Ademais, permite o Estatuto dos Servidores que a penalidade de suspensão seja convertida em multa, na base de cinquenta por cento por dia de vencimento ou remuneração, desde que haja conveniência para o serviço. Nesse caso, a suspensão será trocada pela multa e, assim, o servidor ficará obrigado a permanecer em serviço (art. 254, §2º). Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. HerbertAlmeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 49 Multa O Estatuto não traz grandes definições sobre sua imposição, apenas destaca que a multa poderá ser aplicada na forma e nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento (art. 255). Demissão A pena de demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 256): a) abandono de cargo; b) procedimento irregular, de natureza grave; c) ineficiência no serviço; d) aplicação indevida de dinheiros públicos; e e) ausência ao serviço, sem justificativa, por mais de 45 dias, interpoladamente, durante um ano. Nesse âmbito, o abandono de cargo decorre da ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos (art. 256, §1º). Ademais, apenas a impossibilidade de readaptação do servidor ensejará a demissão por ineficiência no serviço (art. 256, §2º). Demissão a bem do serviço A demissão a bem do serviço será aplicada ao servidor que (art. 257): a) for convencido de incontinência pública e escandalosa e de vício de MRJRV�SURLELGRV� b) praticar ato definido como crime contra a administração pública, a fé pública e a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança H�j�GHIHVD�QDFLRQDO� c) revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do cargo, desde TXH�R�IDoD�GRORVDPHQWH�H�FRP�SUHMXt]R�SDUD�R�(VWDGR�RX�SDUWLFXODUHV� d) SUDWLFDU�LQVXERUGLQDomR�JUDYH� e) praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou SDUWLFXODUHV��VDOYR�VH�HP�OHJtWLPD�GHIHVD� f) lesar o patrimônLR�RX�RV�FRIUHV�S~EOLFRV� Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 49 g) receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de outrem, ainda que IRUD�GH�VXDV�IXQo}HV�PDV�HP�UD]mR�GHODV� h) pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a pessoas que tratem de interesses ou o tenham na repartição, ou estejam sujeitos à VXD�ILVFDOL]DomR� i) H[HUFHU�DGYRFDFLD�DGPLQLVWUDWLYD��H j) apresentar com dolo declaração falsa em matéria de salário-família, sem prejuízo da responsabilidade civil e de procedimento criminal, que no caso couber. k) praticar ato definido como crime hediondo, tortura, tráfico ilícito de HQWRUSHFHQWHV�H�GURJDV�DILQV�H�WHUURULVPR�� l) praticar ato definido como crime contra o Sistema Financeiro, ou de lavagem ou ocultação de bens, direiWRV�RX�YDORUHV�� m) praticar ato definido em lei como de improbidade. Contudo, no ato que demitir o funcionário deve sempre ser mencionada a disposição legal em que ele se fundamenta (art. 258). Cassação de aposentadoria ou de disponibilidade A última penalidade presente no Estatuto é a cassação de aposentadoria ou disponibilidade, encontrada no art. 259. Portanto, será cassada a aposentadoria ou disponibilidade do inativo que, comprovadamente: a) praticou, quando em atividade, falta grave para a qual é cominada QHVWD�OHL�D�SHQD�GH�GHPLVVmR�RX�GH�GHPLVVmR�D�EHP�GR�VHUYLoR�S~EOLFR� b) DFHLWRX�LOHJDOPHQWH�FDUJR�RX�IXQomR�S~EOLFD� c) aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia autorização GR�3UHVLGHQWH�GD�5HS~EOLFD��H d) praticou a usura em qualquer de suas formas. **** Prosseguindo, as competências para aplicação das penalidades disciplinares estão previstas no art. 260 da Lei 10.261/1968, da seguinte forma: Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 49 Penalidade Autoridade competente � Repreensão; � Suspensão; � Multa; � Demissão, e demissão a bem do serviço; � Cassação de aposentadoria e disponibilidade de servidor. Pelo Governador do Estado, bem como pelos Secretários de Estado, Procurador Geral do Estado e Superintendentes de Autarquia. � Suspensão de até 90 (noventa) dias. Pelos Chefes de Gabinete. � Suspensão de até 60 (sessenta) dias. Pelos coordenadores. � Nos casos de repreensão ou de suspensão de até 30 (trinta) dias. Pelos Diretores de Departamento e Divisão. Frisamos, no entanto, que havendo mais de um infrator e diversidade de sanções, a competência será da autoridade responsável pela imposição da penalidade mais grave. Prescrição A prescrição é a situação em que o Poder Público perde a sua capacidade punitiva, ou seja, transcorrido o prazo previsto em lei, o Estado não poderá mais impor penalidade ao agente infrator. Nesse sentido, a prescrição da ação disciplinar ocorre, a partir da data em que o fato foi cometido ou do dia em que tenha cessado a continuação ou a permanência, nas faltas continuadas ou permanentes, em (art. 261): a) em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, demissão a bem do serviço, e cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; b) em 2 (dois) anos, quanto à repreensão, suspensão e multa; c) no prazo de prescrição em abstrato da pena criminal, quando a falta estiver prevista em lei como infração penal e for superior a 5 (cinco) anos. Deve-se destacar, ademais, que as ações de ressarcimento são imprescritíveis, na forma do §5º, art. 37, da Constituição Federal. Portanto, mesmo com a prescrição da capacidade punitiva, caso subsista dano ao erário em decorrência de ação dolosa ou culposa do servidor, ainda assim Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 49 poderá ser realizado o procedimento para obter o ressarcimento desse dano. Ressalta-se, ainda, que de acordo com o §2º, do art. 261, a abertura de sindicância ou a instauração de processo administrativo disciplinar interrompe a prescrição. Ademais, o lapso prescricional corresponde (i) na hipótese de GHVFODVVLILFDomR�GD� LQIUDomR��DR�GD�SHQD�HIHWLYDPHQWH�DSOLFDGD��H� �LL��QD� hipótese de mitigação ou atenuação, ao da pena em tese cabível. Ainda quanto a esse assunto, a prescrição não irá correr enquanto sobrestado o processo administrativo para aguardar decisão judicial ± quando autoridade competente fizer despacho motivado para a aplicação de pena ±, e enquanto insubsistente o vínculo funcional que venha a ser restabelecido. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor. O mesmo deverá ocorrer com todas as penas que forem aplicadas a ele (art. 263). Assim, a decisão que reconhecer a existência de prescrição deverá desde logo determinar, quando for o caso, as providências necessárias à apuração da responsabilidade pela sua ocorrência. Finalmente, o funcionário ± ativo, inativo ou em disponibilidade ± que, sem justa causa, deixar de atender a qualquer exigência para cujo cumprimento seja marcado prazo certo, terá suspenso o pagamento de seu vencimento ou remuneração até que satisfaça essa exigência (art. 262). Providências preliminares Vimos no art. 241, V, que um dos deveres dos servidores é o de representar aos superiores sobre todas as irregularidades de que tiver conhecimento no exercício de suas funções. Agora, temos uma outra face desse dever. Assim, o art. 264 destaca que a autoridade que, por qualquer meio, tiver conhecimento de irregularidade praticada por servidor é obrigada a adotar providências visando à sua imediata apuração, sem prejuízo dasmedidas urgentes que o caso exigir. Com esse foco, a autoridade realizará apuração preliminar, de natureza simplesmente investigativa, quando a infração não estiver suficientemente caracterizada ou definida autoria (art. 265). Essa apuração deverá ser Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 49 concluída no prazo de 30 dias, caso contrário a autoridade deverá imediatamente encaminhar ao Chefe de Gabinete relatório das diligências realizadas e definir o tempo necessário para o término dos trabalhos. Ao final desse processo preliminar, caberá à autoridade opinar pelo arquivamento ou pela instauração de sindicância ou de processo administrativo. Por conseguinte, caso seja determinada a instauração de sindicância ou do processo administrativo, ou durante o seu curso, havendo conveniência para a instrução ou para o serviço, poderá o Chefe de Gabinete, por despacho fundamentado, ordenar as seguintes providências (art. 266): a) afastamento preventivo do servidor, quando o recomendar a moralidade administrativa ou a apuração do fato, sem prejuízo de vencimentos ou vantagens, até 180 dias, prorrogáveis uma única vez SRU�LJXDO�SHUtRGR�� b) designação do servidor acusado para o exercício de atividades H[FOXVLYDPHQWH�EXURFUiWLFDV�DWp�GHFLVmR�ILQDO�GR�SURFHGLPHQWR�� c) UHFROKLPHQWR�GH�FDUWHLUD�IXQFLRQDO��GLVWLQWLYR��DUPDV�H�DOJHPDV� d) SURLELomR�GR�SRUWH�GH�DUPDV�� e) comparecimento obrigatório, em periodicidade a ser estabelecida, para tomar ciência dos atos do procedimento. Além disso, a autoridade que determinar a instauração ou presidir sindicância ou processo administrativo poderá representar ao Chefe de Gabinete para propor a aplicação dessas medidas, bem como sua cessação ou alteração, cabendo a ele ± Chefe de Gabinete ± fazer cessar ou alterar as medidas, a qualquer momento, por meio de despacho fundamentado. E, para fechar o assunto, o art. 267 estipula que o período de afastamento preventivo será computado como de efetivo exercício, não sendo descontado da pena de suspensão eventualmente aplicada. Processo Administrativo Disciplinar e Sindicância A apuração das infrações de servidores públicos será feita mediante sindicância ou processo administrativo, assegurados o contraditório e a ampla defesa (art. 268). Nessa linha, a sindicância ou o PAD são os instrumentos utilizados para apurar os fatos, conceder o contraditório e a ampla defesa e, se for o caso, Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 49 aplicar as sanções administrativas aos servidores que cometerem infrações. Com efeito, somente as penalidades administrativas são punidas em processo administrativo (ou sindicância), sendo que as penas de natureza civil e penal devem ser apuradas e penalizadas por meio de instrumentos próprios, perante o Poder Judiciário. Com efeito, a Constituição Federal de 1988 impede que qualquer penalidade seja aplicada sem a concessão do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV). Assim, desde o advento da atual Carta Política, não existe nenhum fundamento para impor uma sanção sem que o acusado SRVVD�VH�GHIHQGHU��WDO�FRPR�RFRUULD�QD�FKDPDGD�³YHUGDGH�VDELGD´��'HVVD� forma, mesmo que existam as mais fortes evidências de que determinada pessoa cometeu uma infração, ela não pode ser penalizada antes de lhe ser concedida a oportunidade de defesa. A sindicância será instaurada quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas de repreensão, suspensão ou multa (art. 269). Por outro lado, será obrigatório o processo administrativo quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar as penas de demissão, de demissão a bem do serviço público e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade (art. 270). Podemos observar, portanto, que a sindicância é um procedimento destinado à apuração das infrações que geram as penas mais brandas, ao passo que o processo disciplinar se destina à apuração das infrações que geram penalidades mais gravosas. Sindicância Repreensão Suspensão Multa Processo Administrativo Demissão Demissão e bem do serviço público Cassação de aposentadoria ou disponibilidade Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 49 Os procedimentos disciplinares punitivos serão realizados pela Procuradoria Geral do Estado e presididos por Procurador do Estado confirmado na carreira (art. 271). Vejamos algumas questões sobre o assunto. 1. (Cespe - AUFC/2013 ± adaptada) A instauração de processo administrativo é obrigatória para a aplicação das penas de demissão, demissão a bem do serviço público e cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Comentário: o processo administrativo é utilizado obrigatoriamente nos casos de imposição de penalidade de demissão, demissão a bem do serviço público e cassação de aposentadoria ou disponibilidade (art. 270). Por outro lado, para a aplicação das demais penalidades ± ou seja, repreensão, suspensão ou multa ±, bastará a utilização da sindicância (art. 269). Gabarito: correto. Sindicância A sindicância destina-se aos casos em que as penalidades são mais leves ± repreensão, suspensão ou multa ± e, portanto, trata-se de um procedimento mais célere para apurar as irregularidades praticadas por servidores. Dessa forma, aplicam-se à sindicância as regras previstas para o processo administrativo3, com as seguintes modificações: a) a autoridade sindicante e cada acusado poderão arrolar até 3 �WUrV��WHVWHPXQKDV� b) a sindicância deverá estar concluída no prazo de 60 (sessenta) GLDV� c) com o relatório, a sindicância será enviada à autoridade competente para a decisão. Ademais, são competentes determinar a instauração de sindicância as seguintes autoridades (art. 272, combinado com o art. 260), vejamos: 3 Logo adiante, vamos estudar as regras sobre o processo administrativo. Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 49 a) R�*RYHUQDGRU� b) os Secretários de Estado, o Procurador Geral do Estado e os SuSHULQWHQGHQWHV�GH�$XWDUTXLD� c) RV�&KHIHV�GH�*DELQHWH�� d) RV�&RRUGHQDGRUHV��H e) os Diretores de Departamento e Divisão. Uma vez instaurada a sindicância, o Procurador do Estado que a presidir comunicará o fato ao órgão setorial de pessoal (art. 272, parágrafo único). Processo administrativo Conforme vimos acima, o processo administrativo destina-se à apuração dos fatos que podem gerar as penas mais gravosas, quais sejam: demissão, demissão a bem do serviço público e cassação de aposentadoria ou disponibilidade. As autoridades competentes para determinar a instauração do processo administrativo são quase as mesmas competentes para instaurar a sindicância, excluindo-se apenas os Diretores de Departamento e Divisão. Portanto, são competentes para determinar a instauração o processo DGPLQLVWUDWLYR�� �D�� R� *RYHUQDGRU�� �E�� RV� 6HFUHWiULRV� GH� (VWDGR�� R� 3URFXUDGRU� *HUDO� GR� (VWDGR� H� RV� 6XSHULQWHQGHQWHV� GH� $XWDUTXLD�� �F�� RV� &KHIHV�GH�*DELQHWH��H�RV��G��RV�&RRUGHQDGRUHV� Porém, em respeitoao princípio da impessoalidade, nem todas pessoas podem atuar no processo administrativo. Assim, dispõe o art. 275 do Estatuto que não poderá ser encarregado da apuração, nem atuar como secretário: amigo íntimo ou inimigo, parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro ou qualquer integrante do núcleo familiar do denunciante ou do acusado, bem assim o subordinado deste. É importante guardar o grau familiar (terceiro grau), bem como que o impedimento se aplica à relação com o denunciante, com o acusado, ou com os subordinados do acusado. Ademais, a autoridade ou o funcionário que forem designados deverão comunicar, desde logo, à autoridade competente, o impedimento que eventualmente existir (art. 276). Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 49 Instauração O processo administrativo deverá ser instaurado por portaria, no prazo improrrogável de oito dias do recebimento da determinação, devendo ser concluído no prazo de noventa dias da citação do acusado (art. 277). Caso termine o prazo, mas o processo não esteja concluído, o Procurador do Estado que o presidir deverá imediatamente encaminhar ao seu superior hierárquico relatório indicando as providências faltantes e o tempo necessário para término dos trabalhos. Portanto, é possível que o processo termine em prazo superior ao previsto acima. Nesse caso (término do prazo, sem conclusão do processo), o superior hierárquico dará ciência dos fatos e das providências que houver adotado à autoridade que determinou a instauração do processo (art. 277, §3º). A portaria de instauração deverá conter o nome e a identificação do acusado, a infração que lhe é atribuída, com descrição sucinta dos fatos, a indicação das normas infringidas e a penalidade mais elevada em tese cabível (art. 277, §1º). Citação Autuada a portaria de instauração e demais peças preexistentes, o presidente designará dia e hora para audiência de interrogatório, determinando a citação do acusado e a notificação do denunciante, se houver (art. 278). O documento de citação, basicamente, é aquele que informa que foi instaurado um processo administrativo contra o acusado, constando as informações iniciais para que ele possa se defender. Nesse contexto, o mandado de citação deverá conter (art. 278, §1º): a) FySLD�GD�SRUWDULD� Prazos Instauração 8 dias - do recebimento da determinação Conclusão 90 dias (como regra) - a contar da citação Se não concluir no prazo, o Procurador do Estado deverá justificar ao seu superior hierárquico, indicando o tempo necessário para conclusão Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 49 b) data, hora e local do interrogatório, que poderá ser acompanhado pelo advogado GR�DFXVDGR� c) data, hora e local da oitiva do denunciante, se houver, que deverá ser acompanhada pelo advogado GR�DFXVDGR� d) esclarecimento de que o acusado será defendido por advogado dativo��FDVR�QmR�FRQVWLWXD�DGYRJDGR�SUySULR� e) informação de que o acusado poderá arrolar testemunhas e requerer provas, no prazo de 3 (três) dias após a data designada para seu LQWHUURJDWyULR� f) advertência de que o processo será extinto se o acusado pedir exoneração até o interrogatório, quando se tratar exclusivamente de abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade. Merece destaque o fato de que o Estatuto exige que o acusado seja defendido por advogado, que poderá ser próprio (aquele contratado pelo acusado) ou dativo (aquele designado pela Administração, quando o acusado não designar o advogado próprio). Além disso, no interrogatório ± isto é, o evento em que o acusado é ouvido pessoalmente ± o advogado poderá (facultativo) acompanhar o acusado; por outro lado, na oitiva do denunciante (quando houver denunciante), o advogado do acusado deverá (obrigatória) estar presente. A citação do acusado será feita pessoalmente, no mínimo dois dias antes do interrogatório, por intermédio do respectivo superior hierárquico, ou diretamente, onde possa ser encontrado (art. 278, §2º). Não sendo encontrado em seu local de trabalho ou no endereço constante de seu assentamento individual, furtando-se o acusado à citação ou ignorando-se seu paradeiro, a citação será feita por edital, publicado uma vez no Diário Oficial do Estado, no mínimo dez dias antes do interrogatório. Em termos mais simples, se não for possível citar o acusado pessoalmente ou por intermédio de sua chefia, será feita a citação por edital, isto é, o documento de citação será publicado no Diário Oficial do Estado, com o prazo mínimo de dez dias antes do interrogatório. Instrução Se houver denunciante, este deverá prestar declarações, no período entre a data da citação e a fixada para o interrogatório do acusado, sendo o denunciante notificado para tal fim (art. 279). Devemos lembrar, ademais, que a oitiva do denunciante deverá ser acompanhada pelo advogado do acusado, próprio ou dativo. Todavia, o acusado não poderá Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 49 assistir à inquirição, mas poderá ter ciência das declarações que o denunciante houver prestado (art. 279, §2º). Caso o acusado não compareça, será decretada, mediante despacho, a sua revelia, prosseguindo-se nos demais atos e termos do processo (art. 280). Todavia, os efeitos da revelia no processo administrativo são diferentes dos efeitos do processo civil. Neste último, vigora o princípio da verdade formal e, por conseguinte, todas as alegações de fato aduzidas contra o indiciado seriam, em regra, consideradas verdadeiros. Portanto, no processo civil, a revelia equivale à confissão do réu. Por outro lado, no processo administrativo, em decorrência do princípio da verdade material, os efeitos são totalmente diferentes. Nesse caso, a revelia não representa confissão, sendo que a Administração continua com o ônus de provar o que alegou. Por conseguinte, em caso de revelia, será nomeado advogado dativo para o acusado revel (art. 281), ou seja, a própria Administração irá designar um advogado para exercer a defesa do acusado. Logo, no processo administrativo, de uma forma ou outra, sempre existirá defesa, seja pelo advogado escolhido pelo acusado, seja pelo advogado dativo. Voltando a falar sobre o advogado, o art. 282 que o acusado poderá constituir advogado que o representará em todos os atos e termos do processo. Entretanto, se o acusado não tiver recursos financeiros ou se negar a constituir advogado, o presidente do processo nomeará advogado dativo (art. 282, §3º). Ainda assim, se o acusado preferir, poderá, a qualquer tempo, constituir advogado para prosseguir na sua defesa (art. 282, §4º), ou seja, mesmo que seja designado um advogado dativo, o acusado tem a faculdade de, a qualquer momento do processo, constituir o seu próprio defensor. Em resumo, existem duas hipóteses que ensejam a nomeação de advogado dativo: a) no caso de revelia do acusado (art. 281); e b) quando o acusado não tiver recursos financeiros ou se negar a constituir advogado (art. 282, §3º). Também é faculdade do acusado tomar ciência ou assistir aos atos e termos do processo, não sendo obrigatória qualquer notificação (art. 282, §1º). Comparecendo ou não o acusado aointerrogatório, inicia-se o prazo de três dias para requerer a produção de provas, ou apresentá-las (art. Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 49 283). Portanto, após a data prevista para o interrogatório, o acusado tem três dias para requerer ou apresentar provas. Audiência de instrução Com o objetivo de elucidar os fatos, o presidente do processo e cada acusado poderão designar até cinco testemunhas (art. 283, §1º). Além disso, até a data do interrogatório, será designada a audiência de instrução (art. 283, §3º), que é o momento em que serão ouvidas, pela ordem, as testemunhas arroladas pelo presidente e pelo acusado (art. 284). Tratando-se a testemunha de servidor público, seu comparecimento poderá ser solicitado ao respectivo superior imediato com as indicações necessárias (art. 264, parágrafo único). Portanto, a audiência de instrução é o momento em que serão colhidas as provas testemunhais, por intermédio das testemunhas designadas pelo presidente e pelo acusado. Todavia, a prova de antecedentes do acusado será feita exclusivamente por documentos, até as alegações finais (art. 283, §2º). O art. 285 apresenta uma série de regras sobre a coleta de provas testemunhais, vejamos4: a) obrigatoriedade de depor: a testemunha não poderá eximir-se de depor, salvo se for ascendente, descendente, cônjuge, ainda que legalmente separado, companheiro, irmão, sogro e cunhado, pai, mãe ou filho adotivo do acusado ou do denunciante, exceto quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias (art. 285, caput e §1º); b) recusa de servidor a depor: ao servidor que se recusar a depor, sem justa causa, será pela autoridade competente adotada a suspensão do pagamento de seu vencimento ou remuneração, até que satisfaça essa exigência, mediante comunicação do presidente (art. 285, §2º; c/c art. 262); c) depoimento fora da sede de exercício do servidor: o servidor que tiver de depor como testemunha fora da sede de seu exercício, terá direito a transporte e diárias na forma da legislação em vigor, podendo ainda expedir-se precatória para esse efeito à autoridade do domicílio do depoente (art. 285, §3º); 4 Com base Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 49 d) pessoas proibidas de depor: são proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho (art. 295, §4º); e) oitiva de testemunha por carta precatória: a testemunha que morar em comarca diversa poderá ser inquirida pela autoridade do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimada a defesa (art. 286). Imagine, por exemplo, que uma testemunha indispensável possua residência em uma cidade localizada a mais de trezentos quilômetros do local em que é realizado o processo administrativo. Em tal situação, não seria razoável trazer a testemunha até a comarca em que ocorre o processo. Assim, será expedida uma carta precatória para que outra autoridade, presente no local em que reside a testemunha, possa realizar a oitiva. Deverá constar da precatória a síntese da imputação e os esclarecimentos pretendidos, bem como a advertência sobre a necessidade da presença de advogado (art. 286, §1º). A expedição da precatória não suspenderá a instrução do procedimento (art. 286, §2º). Caso termine o prazo marcado, o procedimento poderá SURVVHJXLU� DWp� ILQDO� GHFLVmR�� D� WRGR� WHPSR�� D� SUHFDWyULD�� XPD� YH]� devolvida, será juntada aos autos (art. 286, §3º). f) comparecimento das testemunhas indicadas pelo acusado: as testemunhas arroladas pelo acusado comparecerão à audiência designada independente de notificação (art. 287). Porém, deverá ser notificada a testemunha cujo depoimento for relevante e que não comparecer espontaneamente (art. 287, §1º). Caso a testemunha não seja localizada, a defesa poderá substituí-la, se quiser, levando na mesma data designada para a audiência outra testemunha, independente de notificação (art. 287, §2º). Realização de diligências Em qualquer fase do processo, poderá o presidente, de ofício ou a requerimento da defesa, ordenar diligências que entenda convenientes (art. 288). Caso se faça necessário o concurso de técnicos ou peritos oficiais, o presidente os requisitará, observando sempre que estes não poderão ser amigo íntimo ou inimigo, parente consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau inclusive, cônjuge, companheiro ou qualquer integrante do núcleo familiar, ou subordinado do denunciante ou do acusado. Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 49 De mais a mais, as informações necessárias à instrução do processo serão solicitadas diretamente, sem observância de vinculação hierárquica, mediante ofício, do qual cópia será juntada aos autos. Prosseguindo, no transcorrer da instrução, os autos do procedimento administrativo deverão permanecer na repartição competente, sendo concedida, obrigatoriamente, vista dos autos ao acusado, mediante simples solicitação, sempre que não prejudicar o curso do procedimento e (art. 289). Ademais, para que a concessão ocorra é necessário observar o prazo para manifestação do acusado ou para apresentação de recursos, mediante publicação no Diário Oficial do Estado. Entretanto, depois da publicação no Diário Oficial, o prazo não correrá desde que os autos estejam efetivamente disponíveis para vista. Além disso, ao advogado será assegurado o direito de retirar os autos da repartição, mediante recibo, durante o prazo para manifestação de seu representado, salvo na hipótese de prazo comum, de processo sob regime de segredo de justiça ou quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos na repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado. Os requerimentos de nenhum interesse para o esclarecimento do fato somente poderão ser indeferidos pelo presidente, mediante decisão fundamentada (art. 290). De mesmo modo, as provas ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias também poderão ser impedidas. Dispõe o art. 291 que quando, no curso do procedimento, surgirem fatos novos imputáveis ao acusado, poderá ser promovida a instauração de novo procedimento para sua apuração, ou, caso conveniente, aditada a portaria, reabrindo-se oportunidade de defesa. Encerrada a fase probatória, a defesa poderá ter vista dos autos e, no prazo de até sete dias, apresentar alegações finais (art. 292). Caso esse prazo não seja respeitado, o presidente designará advogado dativo, assinando-lhe novo prazo. Relatório A partir das alegações finais, será contado o prazo de 10 dias para a apresentação um relatório descrevendo, em relação a cada acusado, separadamente, as irregularidades imputadas, as provas colhidas e as razões de defesa, propondo a absolvição ou punição e indicando, nesse Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeidawww.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 49 caso, a pena que entender cabível (art. 293). Além disso, o relatório deverá conter, também, a sugestão de quaisquer outras providências de interesse do serviço público. Relatado, o processo será encaminhado à autoridade que determinou sua instauração. A autoridade, então, terá o prazo de 20 dias, proferir o julgamento ou determinar a realização de diligência, sempre que necessária ao esclarecimento de fatos (arts. 294 e 295). Se for determinada a diligência, a autoridade encarregada do processo administrativo terá prazo de 15 dias para seu cumprimento, abrindo vista à defesa para manifestar-se em cinco dias (art. 296). Outrossim, o art. 297 determina que quando escaparem à sua alçada as penalidades e providências que lhe parecerem cabíveis, a autoridade que determinou a instauração do processo administrativo deverá propô-las, justificadamente, dentro do prazo para julgamento, à autoridade competente. Julgamento As decisões serão sempre publicadas no Diário Oficial do Estado, dentro do prazo de 8 (oito) dias, bem como averbadas no registro funcional do servidor (art. 299). Ademais, a autoridade que proferir decisão deverá determinar os atos dela decorrentes e as providências necessárias a sua execução (art. 298). Enfim, o art. 300 enfatiza que terão forma processual resumida, quando possível, todos os termos lavrados pelo secretário, quais sejam: autuação, juntada, conclusão, intimação, data de recebimento, bem como certidões e compromissos. Além disso, toda e qualquer juntada aos autos se fará na ordem cronológica da apresentação, rubricando o presidente as folhas acrescidas. Já para os atos ou decisões, cujo original não conste do processo, nele deverão figurar por cópia. *** Os próximos artigos encontrados nesse capítulo dão informações de ordem geral. Assim, com base no art. 301, a folha de serviço do indiciado constará sempre dos autos da sindicância ou do processo. Com efeito, quando ao funcionário se imputar crime (art. 302): Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 49 o praticado na esfera administrativa: a autoridade que determinou a instauração do processo administrativo providenciará para que se instaure, simultaneamente, o inquérito policial. o praticado fora da esfera administrativa: a autoridade policial dará ciência dele à autoridade administrativa. De toda forma, as autoridades responsáveis pela condução do processo administrativo e do inquérito policial se auxiliarão para que os mesmos se concluam dentro dos prazos respectivos (art. 303). Com esse mesmo foco de cooperação, se o ato atribuído ao funcionário for considerado criminoso, serão remetidas à autoridade competente cópias autenticadas das peças essenciais do processo (art. 304). Dando seguimento, vemos no art. 305 que não será declarada a nulidade de nenhum ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou diretamente na decisão do processo ou sindicância. De mais a mais, é defeso fornecer à imprensa ou a outros meios de divulgação notas sobre os atos processuais, salvo no interesse da Administração, a juízo do Secretário de Estado ou do Procurador Geral do Estado (art. 306). Encerrando o assunto, o texto do art. 307 fixa que decorridos cinco anos de efetivo exercício, contados do cumprimento da sanção disciplinar, sem cometimento de nova infração, não mais poderá aquela ser considerada em prejuízo do infrator, inclusive para efeito de reincidência. Em contrapartida, caso a sanção imposta seja a demissão ou a demissão a bem do serviço público, a incompatibilidade para nova investidura em cargo, função ou emprego público, corresponderá a cinco e 10 anos, respectivamente. Processo por Abandono do Cargo ou Função e por Inassiduidade O abandono de cargo e a inassiduidade são duas situações que ensejam a aplicação da pena de demissão. Aquele decorre da ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos (art. 256, §1º); ao passo que a inassiduidade caracteriza-se pela ausência ao serviço, sem justificativa, por mais de 45 dias, interpoladamente, durante um ano (art. 256, V). Assim, se for verificada a ocorrência de faltas ao serviço que caracterizem abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade, o superior imediato comunicará o fato à autoridade competente para determinar a instauração de processo disciplinar, instruindo a Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 49 representação com cópia da ficha funcional do servidor e atestados de frequência (art. 308). Quando ocorre o abandono do cargo ou a inassiduidade, percebe-se que há, por parte do servidor, algum desinteresse no desempenho de suas atribuições. Assim, buscando evitar um longo processo administrativo aparentemente desnecessário, o Estatuto dispõe que não será instaurado processo para apurar abandono de cargo ou função, bem como inassiduidade, se o servidor tiver pedido exoneração (art. 309). Ademais, o processo instaurado extingue-se exclusivamente para apurar abandono de cargo ou função ou inassiduidade, se o indiciado pedir exoneração até a data designada para o interrogatório, ou por ocasião deste (art. 310). Deve-se ficar claro que essa situação ocorre exclusivamente para apuração do abandono de cargo ou função ou da inassiduidade. Portanto, para todas as demais infrações, o processo não será extinto pelo pedido de exoneração. Por fim, no processo de apuração do abandono de cargo ou função, bem como da inassiduidade, a defesa só poderá versar sobre força maior, coação ilegal ou motivo legalmente justificável (art. 311). Tal limitação é que, em tese, apenas esses casos poderiam justificar a infração cometida pelo servidor. Recursos De acordo com o art. 312 do Estatuto, caberá recurso, por uma única vez, da decisão que aplicar penalidade. O prazo para recorrer é de trinta dias, contados da publicação da decisão impugnada no Diário Oficial do Estado ou da intimação pessoal do servidor, quando for o caso (art. 312, §1º). O recurso deverá conter o nome e qualificação do recorrente, bem como a exposição das razões de inconformismo (art. 312, §2º). Ademais, o recurso será apresentado à autoridade que aplicou a pena, que terá o prazo de dez dias para, motivadamente, manter sua decisão ou reformá- la (art. 312, §3º). Porém, se for mantida a decisão, ou reformada parcialmente, será o recurso imediatamente encaminhado a reexame pelo superior hierárquico. (art. 312, §4º). Portanto, o recurso é encaminhado para quem aplicou a pena, que poderá manter a decisão ou reformá-la (total ou parcialmente). Ocorrendo a reforma total, ou seja, se o recurso for inteiramente atendido pela Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 49 autoridade que aplicou a pena, encerra-se a sua análise. Por outro lado, se a autoridade manter a decisão ou reformá-la apenas parcialmente, o processo será encaminhado para a autoridade superior, que analisará o recurso. Ademais, o recurso será apreciado pela autoridade competente ainda que incorretamente denominado ou endereçado (art. 312, §5º). Por H[HPSOR�� VH� R� LQVWUXPHQWR� VH� WUDWDU� GH� ³UHFXUVR´�� PDV� R� LQWHUHVVDGR� denominá-OR� GH� ³SHGLGR� GH� UHFRQVLGHUDomR´��DLQGD� DVVLP� HOH� GHYHUi� VHU� analisado. Da mesma forma, se o recurso IRU�HQGHUHoDGR�j�DXWRULGDGH�³;´�� TXDQGR�GHYHULD�VHU�HQFDPLQKDGR�SDUD�D�DXWRULGDGH�³<´��DLQGD�DVVLP�GHYHUi� ser apreciado. Contudo, se uma penalidade for aplicada diretamente pelo Governador, não se aplicará o recurso��XPD�YH]�TXH��QHVWH�FDVR��QmR�H[LVWH�³Dutoridade VXSHULRU´�� SRLV� R� *RYHUQDGRU� HVWi� QR� iSLFH� GD� HVWUXWXUD� DGPLQLVWUDWLYD�� Assim, estabelece o art. 313 que caberá pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, de decisão tomada pelo Governador do Estado em única instância, no prazo de trinta dias. Vamos analisar um pequeno resumo sobre o que vimos até aqui! INSTRUMENTO PRAZO E DESCRIÇÃO Interposição do recurso � 30 (trinta) dias, contados da publicação da decisão impugnada no Diário Oficial do Estado ou da intimação pessoal do servidor, quando for o caso Julgamento do recurso � 10 (dez) dias para autoridade que aplicou a pena, motivadamente, manter sua decisão ou reforma-la; � se a autoridade manter a decisão, ou reformá-la parcialmente, será o recurso imediatamente encaminhado a reexame pelo superior hierárquico (a Lei não estabelece prazo para que o superior analise o recurso). Interposição do pedido de reconsideração � prazo de 30 (trinta) dias; � aplicável contra decisão tomada pelo Governador do Estado em uma única instância; � não poderá ser renovado. Por fim, estabelece o art. 314 que, nos procedimentos disciplinares, os recursos não possuem efeito suspensivo; de tal forma que os recursos que forem providos darão lugar às retificações necessárias, retroagindo seus efeitos à data do ato punitivo. Assim, quando se aplica uma punição, Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 49 ela será aplicada ainda que o servidor interponha recurso, uma vez que este não tem efeito suspensivo (não suspende os efeitos da decisão atacada); porém, se ocorrer o provimento do recurso, deverá a Administração providenciar todas as retificações necessárias, retroagindo os efeitos da correção desde a data do ato punitivo. Revisão A revisão é um novo processo, que poderá ser aberto a qualquer tempo, contra punição disciplinar de que não caiba mais recurso, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias ainda não apreciadas, ou vícios insanáveis de procedimento, que possam justificar redução ou anulação da pena aplicada (art. 315). Não se trata, pois, de uma segunda instância recursal, mas sim de uma nova apreciação em decorrência de fatos novos ou circunstâncias ainda não apreciadas, ou ainda de vícios insanáveis de procedimento, que possam justificar redução ou anulação da pena aplicada. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente (art. 315, §4º). Além disso, a simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a revisão (art. 315, §1º), que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário. Além disso, não será admitida reiteração de pedido pelo mesmo fundamento (art. 315, §2º) ± assim, até é possível interpor novo pedido de revisão, desde que com novo fundamento. Com efeito, os pedidos de revisão formulados em desacordo com os pressupostos acima serão indeferidos (art. 315, §3º). Deve-se lembrar que não há prazo extintivo para a revisão, que poderá ser instaurada a qualquer tempo. A instauração de processo revisional poderá ser requerida fundamentadamente pelo interessado ou, se falecido ou incapaz, por seu curador, cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão, sempre por intermédio de advogado (art. 317). O pedido será instruído com as provas que o requerente possuir ou com indicação daquelas que pretenda produzir (art. 317, parágrafo único). O exame da admissibilidade do pedido de revisão e a decisão final, caso seja deferido o seu processamento, serão realizados pela autoridade que aplicou a penalidade ou que a tiver confirmado em grau de recurso (art. 318). Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 49 Se for deferido o processamento da revisão, será este realizado por Procurador de Estado que não tenha atuado no procedimento disciplinar de que resultou a punição do requerente (art. 319). Recebido o pedido, o presidente providenciará o apensamento dos autos originais e notificará o requerente para, no prazo de oito dias, oferecer rol de testemunhas, ou requerer outras provas que pretenda produzir (art. 320). No mais, durante o processamento da revisão, serão observadas as normas previstas no Estatuto para o processo administrativo (art. 320, parágrafo único). A decisão que julgar procedente a revisão poderá: (a) alterar a classificação da infração; (b) absolver o punido; (c) modificar a pena ou anular o processo, restabelecendo os direitos atingidos pela decisão reformada (art. 321). Por fim, o art. 316 veda a denominada reformatio in pejus no processo revisional, ou seja, da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade. Disposições finais e transitórias Os dois últimos capítulos da Lei 10.261/1968 tratam das disposições finais e transitórias. A maioria das regras previstas nesses capítulos não nos interessa para fins de concurso público, pois trazem disposições como o dia ³Funcionário Público Estadual", regras de transição com a legislação revogada, etc. Assim, apenas o art. 323 nos interessa para a prova, pois aborda a forma de contagem dos prazos. Nessa linha, os prazos previstos no Estatuto serão todos contados por dias corridos; não se computando no prazo o dia inicial e prorrogando- se o vencimento, que incidir em sábado, domingo, feriado ou facultativo, para o primeiro dia útil seguinte. $VVLP�� D� UHJUD� p� TXH� R� SUD]R� ³FRUUD´� DWp� PHVPR� QRV� GLDV� VHP� expediente. Porém, se o prazo terminar em um sábado, domingo, feriado ou de ponto facultativo, o vencimento será prorrogado para o dia útil imediatamente seguinte. Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 49 QUESTÕES LEI 10.261/1968 2. (Vunesp - Escrevente Técnico Judiciário/TJ-SP/2014) A respeito das penas disciplinares e de sua aplicação, é correto afirmar, à luz do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, que a) a autoridade que aplicar a pena de suspensão poderá converter essa penalidade em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, sendo o funcionário, nesse caso, obrigado a permanecer em serviço. b) a pena de suspensão, que não excederá 120 (cento e vinte) dias, será aplicada em caso de falta grave ou de reincidência. c) a pena de demissão por ineficiência no serviço será aplicada independentemente de verificação sobre a impossibilidade de readaptação do funcionário público. d) a pena de repreensão poderá ser aplicada verbalmente ou por escrito, a critério da autoridade competente, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres. e) praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se em legítima defesa, sujeita o funcionário público à pena de suspensão ou de demissão. Comentário: a) a nossa resposta está no art. 254, §2º. Lá, vemos que o Estatuto dos Servidores permite que a penalidade de suspensão seja convertida em multa, na base de cinquenta por cento por dia devencimento ou remuneração, desde que haja conveniência para o serviço. Nesse caso, a suspensão será trocada pela multa e, assim, o servidor ficará obrigado a permanecer em serviço ± CORRETA; b) de fato, a suspensão será aplicada no caso de reincidência ou de falta grave. Todavia, o seu prazo limite é de 90 dias, e não 120 dias como indica a alternativa ± ERRADA; c) apenas a impossibilidade de readaptação do servidor ensejará a demissão por ineficiência no serviço (art. 256, §2º) ± ERRADA; d) a aplicação da repreensão ocorrerá sempre por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento dos deveres (art. 253) ± ERRADA; e) o fato de praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se em legítima defesa, ensejará a demissão a bem do serviço (art. 257) ± ERRADA. Gabarito: alternativa A. 3. (Vunesp - Delegado de Polícia/PC-SP/2014) De acordo com o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei n. o 10.261/68), será aplicada a pena de demissão, a bem do serviço público, ao funcionário que Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 49 a) for ineficiente no serviço. b) receber presentes de qualquer espécie, por intermédio de outrem, em razão de suas funções. c) abandonar o cargo por mais de 30 dias consecutivos. d) se ausentar do serviço, sem causa justificável, por mais de 45 dias, interpoladamente, em 01 ano. e) aplicar indevidamente dinheiros ou recursos públicos. Comentário: já que o enunciado mencionou a penalidade, vamos relembrar o que dispõe o art. 257: Artigo 257 Será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que: I for convencido de incontinência pública e escandalosa e de vício de jogos SURLELGRV� II praticar ato definido como crime contra a administração pública, a fé pública e a Fazenda Estadual, ou previsto nas leis relativas à segurança e à GHIHVD�QDFLRQDO� III revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do cargo, desde TXH�R�IDoD�GRORVDPHQWH�H�FRP�SUHMXt]R�SDUD�R�(VWDGR�RX�SDUWLFXODUHV� ,9�SUDWLFDU�LQVXERUGLQDomR�JUDYH� V praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo VH�HP�OHJtWLPD�GHIHVD� 9,�OHVDU�R�SDWULP{QLR�RX�RV�FRIUHV�S~EOLFRV� VII receber ou solicitar propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, diretamente ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções mas em razão delas� [alternativa B] VIII pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a pessoas que tratem de interesses ou o tenham na repartição, ou estejam sujeitos à sua ILVFDOL]DomR� ,;�H[HUFHU�DGYRFDFLD�DGPLQLVWUDWLYD��H X apresentar com dolo declaração falsa em matéria de salário-família, sem prejuízo da responsabilidade civil e de procedimento criminal, que no caso couber. XI praticar ato definido como crime hediondo, tortura, tráfico ilícito de HQWRUSHFHQWHV�H�GURJDV�DILQV�H�WHUURULVPR�� XII praticar ato definido como crime contra o Sistema Financeiro, ou de ODYDJHP�RX�RFXOWDomR�GH�EHQV��GLUHLWRV�RX�YDORUHV�� XIII praticar ato definido em lei como de improbidade. Assim, podemos assinalar a alternativa B como nosso gabarito. As demais alternativas serão punidas com a demissão. Gabarito: alternativa B. 4. (Vunesp - Investigador de Polícia/PC-SP/2014) Conforme o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo (Lei n.º 10.261/68), será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que: a) cometer falta grave Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 49 b) praticou, na inatividade, a usura em qualquer de suas formas. c) deixar de comparecer ao serviço por mais de vinte dias consecutivos. d) praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se em legítima defesa e) faltar com o cumprimento dos seus deveres. Comentário: agora ficou muito fácil, não é mesmo? Vejamos, em cada uma das alternativas, qual a penalidade aplicada: a) cometer falta grave ± pena de suspensão (art. 254) ± ERRADA; b) praticou, na inatividade, a usura em qualquer de suas formas ± pena de cassação de aposentadoria ou disponibilidade (art. 259) ± ERRADA; c) deixar de comparecer ao serviço por mais de vinte trinta dias consecutivos ± pena de demissão (art. 256, §1º) ± ERRADA; d) praticar, em serviço, ofensas físicas contra funcionários ou particulares, salvo se em legítima defesa ± pena de demissão a bem do serviço (art. 257, V) ± CORRETA; e) faltar com o cumprimento dos seus deveres ± pena de repreensão (art. 253) ± ERRADA. Gabarito: alternativa D. 5. (FCC - Defensor Público/DPE-SP/2013) Funcionário público estadual, encarregado de receber valores referentes a pagamento de honorários advocatícios em favor do Estado, dá como quitado pagamento de honorários que, posteriormente, verifica-se que estavam a menor. Nesta hipótese e considerando o previsto no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, a) poderá sofrer penalidade de demissão após a conclusão de sindicância. b) o funcionário terá o prejuízo descontado integralmente de seu salário. c) o funcionário somente será responsabilizado se não for possível cobrar do devedor original. d) terá como sanção cabível apenas a suspensão. e) poderá ser administrativamente processado em até 10 anos. Comentário: como a função do servidor era a de receber valores em favor do Estado, ao receber um valor abaixo do que deveria ele acabou gerando um prejuízo à Administração. Dessa forma, esse prejuízo deve ser ressarcido com base no art. 247 da Lei 10.261/1968. Isso quer dizer que, nos casos de indenização à Fazenda Estadual, o funcionário será obrigado a repor, de uma só vez, a importância do prejuízo causado em virtude de alcance, desfalque, remissão ou omissão em efetuar recolhimento ou entrada nos prazos legais (alternativa B). Gabarito: alternativa B. Direito Administrativo p/ TJ-SP Escrevente Técnico Judiciário Teoria e exercícios comentados Prof. Herbert Almeida ± Aula 2 Prof. Herbert Almeida www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 49 6. (Vunesp ± Advogado/TJ-SP/2013) Dentre as penas disciplinares previstas na Lei n.º 10.261/68 do Estado de São Paulo, ao funcionário público que exercer advocacia administrativa será aplicada a pena de. a) repreensão. b) demissão a bem do serviço público. c) suspensão. d) advertência. e) multa de 5 salários-mínimos. Comentário: ao servidor que exercer advocacia administrativa será aplicada a pena de demissão a bem do serviço (art. 257, IX) ± alternativa B. Gabarito: alternativa B. 7. (FCC - Defensor Público/DPE-SP/2012) Instaurado processo administrativo disciplinar para apurar inassiduidade de servidor sujeito ao regime da Lei no 10.261/68, se sobrevier pedido de exoneração do acusado, antes da data designada para o interrogatório, o processo deverá a) ser sobrestado, até posterior investidura do acusado em outro cargo de provimento efetivo, desde que não ocorrida a prescrição. b) ter prosseguimento normal, até o relatório final, consignando tudo o que for apurado no prontuário do acusado, para fins de registro. c) ser extinto, nesta hipótese ou ainda na de abandono de cargo ou função pública, por expressa determinação legal. d) ter curso célere, de modo a se produzirem as provas para decisão de mérito, antes do deferimento do pedido de exoneração. e) ser elevado à apreciação e decisão in limine da autoridade competente,
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