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TRABALHO FACULDADE CASTRO ALVES (1)

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FACULDADE CASTRO ALVES
CURSO BACHARELADO EM PSICOLOGIA
CRISTIANE DACTES, GILVÂNIA, QUÊNIO LEONE, SÂMARA, SHANDHA, FERNANDA, SUELLEN 
ESTUDO DOS AVANÇOS NO CAMPO DA NEUROCIÊNCIA A PARTIR DO SÉCULO XX, COM ABORDAGEM NOS INSTRUMENTOS DE NEUROIMAGEM NO ÂMBITO DA SAÚDE MENTAL COM INFLUÊNCIA NAS PRÁTICAS PSICOLÓGICAS.
Salvador/Ba 
2009.1
FACULDADE CASTRO ALVES
CURSO BACHARELADO EM PSICOLOGIA
CRISTIANE DACTES, GILVÂNIA, QUÊNIO LEONE, SÂMARA, SHANDHA, FERNANDA, SUELLEN
ESTUDO DOS AVANÇOS NO CAMPO DA NEUROCIÊNCIA A PARTIR DO SÉCULO XX, COM ABORDAGEM NOS INSTRUMENTOS DE NEUROIMAGEM NO ÂMBITO DA SAÚDE MENTAL COM INFLUÊNCIA NAS PRÁTICAS PSICOLÓGICAS.
Estudo sobre os avanços da neurociência a partir do século XX com abordagem na neuroimagem com influência nas práticas psicológicas. Realizado por alunos da faculdade Castro Alves, curso em Bacharelado em Psicologia, no 1 semestre, disciplina de neurociências, professor Rafael.
Salvador/Ba 
2009.1
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................ 4
1. – O ENIGMA DO CÉREBRO................................................6
2. – INÍCIO DAS AVALIAÇÕES...............................................6
3. –NEUROIMAGEM – O avanço do observável...................7
4.–NEUROIMAGEM EM NEUROPSICOLOGIA COGNITIVA: Avanços e Limitações...............................................................................7
4.1. - Descrevendo técnicas ou exames mais conhecidos....8
5. - O AUXÍLIO À PSICOLOGIA.................................................11
6. – CASE ...................................................................................12
7. – CONCLUSÃO.......................................................................14
Bibliografias...........................................................................................15
INTRODUÇÃO
O presente estudo visa identificar os avanços das técnicas de instrumentos no campo de neuroimagem e o auxílio ao profissional de Psicologia.
O último século veio revolucionar o modo como hoje entendemos as funções e (disfunções) do sistema nervoso. Os progressos observados nas áreas de neuroimagem e da neurofisiologia permitiram, então, melhor correlacionar localização e função, resultando na identificação e diagnóstico de grande parte dos distúrbios que agora sabemos reconhecer. 
Com a descoberta dos raios-X a marcar a virada do século XIX, 1912 assinalou a descoberta incidental da pneumoencefalografia, após um traumatismo craniano. A década de 20 viria ainda nascer a angiografia cerebral, pela mão de Egas Morniz, começando a vislumbrar-se relações entre certas alterações do líquor e determinados estados mórbidos neurológicos. E em 40 foi introduzida a imagem por ultrassonografia.
À expectativa de que os avanços científicos na área das neurociências pudessem permitir a melhor prevenção, alívio ou cura de muitas afecções neurológicas, o governo americano e, mais tarde, a União Européia vieram a declarar a década de 90 como a “Década do Cérebro”, mobilizando mais de 1 bilhão de dólares para fins de investigação e pesquisas.
Com o avanço da área de neurociências e através de observações de atividade cerebral, bem como do emprego de técnicas avançadas de neuroimagem, no século XXI, permitiram-se importantes evoluções a respeito do conhecimento de circuitos cerebrais, responsáveis por distintas operações da cognição humana, identificação anatômica de algumas desordens mentais, aspectos bioquímicos e moleculares, além da descoberta do substrato neural das doenças mentais, especialmente da esquizofrenia. 
Também a abrangência de técnicas da neuroimagem possibilita visualizar a estrutura e o funcionamento cerebral como fluxo sanguíneo, metabolismo, composição química e densidade de receptores cerebrais em seres vivos, identificação de déficits funcionais em vias neurais definidas ou desequilíbrios em suas múltiplas interações, para melhor explicação dos sintomas positivos e negativos do transtorno, além de fornecerem elementos para a confirmação da base biológica dos distúrbios psiquiátricos.
A farmacologia também fez progressos significativos com a descoberta de novas classes de drogas, particularmente neurolépticos, antidepressivos, antipsicóticos, antiepilépticos, ansiolíticos ou tranqüilizantes, dentre outros. A descoberta e o aperfeiçoamento de medicamentos úteis no tratamento das perturbações mentais e de outros tipos de transtornos foram reconhecidos em muitos setores como uma revolução histórica na história da psiquiatria. 
1. – O ENIGMA DO CÉREBRO
 
Após a Segunda Guerra Mundial a psicometria tem influenciado a neuropsicológia desde o início do século através da avaliação neuropsicológica (Mäder, 1996; Groth-Marnat, 2000). Estes estudos, que formaram a base para o campo científico da neuropsicológia humana, focalizavam danos cerebrais causados por acidentes da natureza, combates em guerra e cirurgias. A medicina debruçou-se, e continua a fazê-lo até hoje, sobre o estudo de órgãos como coração, fígado, pulmões; enfim, órgãos que se mostraram mais acessíveis ao entendimento da complexa engrenagem do organismo humano. Ainda assim, sem deixar de lado uma visão sistêmica do funcionamento orgânico, o terreno das múltiplas inter-relações entre corpo e mente - e seu correlato anatômico: o cérebro - não foi plenamente explorado. Vários fenômenos mentais permanecem ainda envoltos em certa nebulosidade. Muito se pensou e muito se produziu, pois o organismo desde sempre demandou trabalho, muito trabalho, seja na saúde, seja na doença. Diversas construções teóricas foram erguidas e aprovadas pelo teste de realidade, obedecendo a premissas pragmáticas, e / ou de cientificidade. A neurociência enriqueceu e ampliou os campos já conhecidos, produziu novas conexões e criou novas áreas de pesquisa a partir delas. Nunca estivemos tão próximos do que nos diz respeito: o cérebro humano. Os estudos in vivo e as técnicas não evasivas de neuroimagem tornaram o uso de animais e de máquinas menos necessários como modelos substitutivos, até sofisticados (no caso das redes neurais), porém ainda limitados para dar conta da complexidade da natureza humana. Isso representa um imenso avanço para a compreensão mais refinada e racional dos processos biológicos e psicológicos inerentes à espécie. Por outro lado, como Sócrates bem frisou, ao reconhecer que a sua sabedoria sofria a limitação da sua ignorância: "Só sei que nada sei", o avanço do conhecimento traz consigo o seu reverso, ou seja, a ignorância.  Sendo assim, a Neurociência serviu a dois propósitos: aumentou o nosso conhecimento e também a nossa ignorância.
2. - INÍCIO DAS AVALIAÇÕES
Nos procedimentos de avaliação psicométrica, a seleção de pacientes era primariamente baseada nos padrões de performance em baterias de testes abrangentes com propriedades de objetividade, confiabilidade e validades bem estudadas (Willmes, 1998),porém foi necessário contar com outros recursos que possibilitem dados complementares e comparativos, para obtenção de maior precisão no trabalho clínico, tornando o diagnóstico mais confiável. Além da avaliação psicométrica, medidas de tempo de reação on-line, medidas eletrofisiológicas (potenciais evocados ou relacionados a eventos) e psicofísicas (condutância da pele, registro de fluxo sangüíneo sonográfico) em tarefas de processamento da linguagem e técnicas de neuroimagem funcional (SPECT, PET e fMRI ) passaram a ser empregadas. O trabalho investigativo pode exigir outros procedimentos científicos, além dos convencionais. Através do emprego de técnicas avançadas de neuroimagem, permitiu-se importante evolução a respeito do conhecimento de circuitos cerebrais responsáveis por distintasoperações da cognição humana. A localização de algumas funções cerebrais possibilitou relacionar funções cognitivas com estruturas mentais.
3. - NEUROIMAGEM – A imagem cerebral
	
A Neuroimagem traz informações de forma eficiente com resultados de muitas questões centrais no estudo da cognição humana.
O imageamento cerebral permite-nos explorara e responder questões em relação a grandes grupos neuronais, redes e sistemas no cérebro vivo e ativo.
A exploração de como os sistemas funcionais estão incorporados, a varredura do cérebro com imagens de grande resolução.
Os processos de neuroimagem são utilizados a partir das décadas de 1970 e 1980, métodos que ainda hoje são extensamente utilizados como ferramenta para diagnóstico.
4. – NEUROIMAGEM EM NEUROPSICOLOGIA COGNITIVA: Avanços e Limitações
Dentro do escopo das neurociências, as técnicas de neuroimagem despertam enorme interesse, pois, para além dos dados estruturais, vislumbram a possibilidade de obter informações fundamentais do funcionamento cerebral de atividades complexas. Quando associadas com uma bateria selecionada de provas neuropsicológicas, podem auxiliar na obtenção de um diagnóstico muito mais preciso (Lezak 1995). As diferentes técnicas podem ser classificadas conforme a natureza das informações (Buchpiguel, 1996), nas quais destacam-se a eletroencefalografia (EEG), os exames estruturais ou anatômicos como a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (MRI), e os exames funcionais, como a tomografia por emissão de pósitrons (PET), a tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT) e a ressonância magnética funcional (fMRI). O que ainda parece dificultar um melhor entendimento sobre os transtornos mentais são as sutilezas das alterações cerebrais ou as limitações do neuroimageamento, uma vez que este procedimento deve ser sensível o suficiente para detectar aspectos sutis presentes nos transtornos (Rocha & cols., 2001). Hyman (2003) cita a possibilidade de falta de especificidade no que se refere às alterações. Como exemplo, cita o hipocampo, estrutura cerebral estreitamente relacionada à memória, que pode se apresentar em condições de atrofiamento, mas também pode ser observado em casos de transtorno de estresse pós-traumático e em estágios finais do Mal de Alzheimer
4.1. - Descrevendo técnicas ou exames mais conhecidos:
 
• Tomografia Computadorizada ou TC Axial (CAT, em inglês): A Tomografia computadorizada oferece imagens anatômicas tridimensionais do cérebro de forma estática.
O princípio físico e a utilização de Raio X, são emitidos em torno da secção de circunferência do corpo humano e captado por detectores elétricos de radiação.
“A tomografia passou por inúmeras evoluções técnicas podendo-se obter cortes extremamente finos dos tecidos, imagens tridimensionais e até mesmo a angiotomografia ”(Marcos Carneiro, Atlas de neuroanatomia,2004).
Até os dias atuais é um exame complementar bastante utilizado pela sua correta utilização, interpretação e o baixo custo-benefício.
• Ressonância Magnética  - RM - (MRI, em inglês) – é uma técnica de imagem formada pelo movimento dos núcleos de algumas moléculas provocado pela mudança do campo magnético. Quando uma onda de freqüência de rádio passa pelo cérebro, os núcleos emitem ondas de rádio próprias, que permitem a um scanner detectar a radiação em diferentes moléculas de hidrogênio (Selby, 2000). As imagens geradas podem ser visualizadas em três planos: horizontal, coronal e sagital e, com o emprego de alguns programas, pode ser gerada uma imagem tridimensional (Dronkers & Ludy, 1998). Apresenta, em relação à TC, vantagens tais como o grau superior de resolução anatômica, além de evitar a radiação ionizante e o uso de material de contraste em pacientes com sensibilidade (McConnel, 1998). Assim como a TC, este tipo de ressonância possibilita a análise de estruturas especificamente envolvidas em lesões cerebrais. 
Com referência ao trabalho acadêmico (Christian Haag Kristensen, Rosa Maria Martins de Almeida e William Barbosa Gomes, 2001) a impossibilidade de localizar áreas unitárias subjacentes a síndromes direcionou esforços para uma definição mais precisa dos déficits comportamentais, possibilitando uma correlação mais confiável entre comportamentos específicos e áreas cerebrais (Dronkers & Ludy, 1998). Hipóteses teóricas podem ser testadas quando se investiga a correlação entre determinada área (ou áreas) e habilidades comprometidas. Por exemplo, Naeser e colaboradores (1990, citados em Dronkers & Ludy, 1998), estudaram o envolvimento da área de Wernicke versus o istmo temporal subcortical na recuperação de habilidades de compreensão da linguagem auditiva em pacientes globalmente afásicos. Por outro lado, é possível utilizar o método de sobreposição de lesões para investigar de forma exploratória áreas não previamente estudadas. Por exemplo, Dronkers (1996, citado em Dronkers & Ludy, 1998) comparou a sobreposição de lesões em 25 pacientes com déficit de planejamento articulatório com pacientes sem esse transtorno, identificando assim uma nova área envolvida no processamento da fala. 
• Ressonância Magnética Funcional – RMf (fMRI, em inglês) – enquanto a RM fornece apenas informação estrutural do cérebro, a RMf possibilita o acesso tanto aos dados estruturais quanto funcionais. A RMf conta com as propriedades paramagnéticas da hemoglobina (oxigenada e desoxigenada) para ver as imagens das mudanças do fluxo sanguíneo no cérebro, associadas à atividade neuronal.  As imagens geradas refletem quais estruturas cerebrais estão ativas (e como) durante o desempenho de tarefas diferentes. Este exame traz informação significativa sobre como percepção, pensamento e ação são processados. Nos experimentos, os participantes são expostos a variados estímulos visuais, auditivos e táteis, além de serem orientados para responder aos estímulos, por exemplo, apertando botões. Durante o desempenho de uma tarefa, as áreas respectivas ficam ativadas, devido à alta sensibilidade deste procedimento às mudanças no fluxo sanguíneo. Por conta desta sensibilidade, a RMf torna-se valiosa na detecção precoce das mudanças cerebrais características da isquemia (fluxo sanguíneo muito abaixo do normal), assim como as que sucedem um derrame.
 
•  Tomografia de Emissão de Pósitrons ou PET-scan (PET, em inglês) – exame que utiliza radionuclídeos que emitem pósitrons quando ocorre a desintegração, os quais são detectados para formar as imagens do exame. Utiliza-se glicose ligada a um elemento radioativo (normalmente Flúor radioativo) injetada corrente sanguínea. As regiões onde a glicose, em excesso ou acumulada, está sendo metabolizada, tais como tumores ou regiões do cérebro em intensa atividade, aparecerão em vermelho na imagem criada pelo computador. Os dados da emissão são processados por computador, gerando imagens em 2 ou 3 dimensões da distribuição das substâncias químicas no cérebro como um todo. A maior vantagem do PET é que diferentes combinações de elementos químicos podem mostrar o fluxo sanguíneo, de oxigênio e o metabolismo de glicose nos tecidos do cérebro em atividade. Além disso, dentre todos os métodos de imagem metabólica, o PET era o melhor recurso em termos de resolução e velocidade (em torno de 30 segundos). Por outro lado, a sua desvantagem reside no rápido decaimento da radioatividade (o Flúor possui semivida de 2 horas), ou seja, o monitoramento fica limitado a tarefas realizadas em um curto espaço de tempo. Bastante usado no auxílio de diagnósticos de doenças cerebrais, principalmente, porque a maioria delas provoca mudanças significativas no metabolismo cerebral. Tumores, derrames, e doenças neurodegenerativas que causam demência (Doença de Alzheimer) geram mudanças facilmente detectadas pelo PET-scan. Em alguns casos de demência, os danos iniciais são muito difusos e mostram pouca diferença, em termos de volume e de estrutura, se comparados às alterações (atrofia cortical) naturais do processo de envelhecimento docérebro (em muitas, mas não necessariamente em todas as pessoas), que não evoluem para um quadro de demência clínica.
Outras variáveis intervenientes podem contribuir para diminuir a possibilidade de generalização dos resultados. Entre essas variáveis é possível incluir o efeito de diaschisis (o efeito temporário de áreas lesadas sobre áreas intactas), bem como a plasticidade e a reorganização de funções após a lesão (Dronkers & Ludy, 1998). Como decorrência, identifica-se na literatura certa inconsistência entre resultados descritos por pesquisadores de forma independente. Finalmente, apesar da utilização do método de análise de lesão na neuroimagem estrutural (Dronkers & Ludy, 1998), do paradigma de ativação e da utilização dos métodos de subtração ou de correlação na neuroimagem funcional (Démonet, 1998), ainda existe certa distância em relação à possibilidade de compreender integralmente o processamento cognitivo humano.
• MAGNETOENCEFALOGRAFIA – Conforme o próprio nome indica, a Magnetoencefalografia (MEG) refere-se ao estudo dos campos magnéticos produzidos pelo cérebro. A atividade neuronal é caracterizada pela passagem de corrente elétrica ao longo da sua estrutura, corrente esta responsável pelo aparecimento de um campo magnético. O sinal magnético produzido por um único neurônio não é suficientemente intenso para ser captado pelos sensores magnéticos existentes. É necessário que aproximadamente 10.000 neurônios estejam ativados simultaneamente, para a geração de um campo magnético detectável. Assim, essa atividade só pode ser medida por detectores supercondutores (SQUIDs), posicionados na superfície craniana para localização e determinação da intensidade das fontes que a produzem. A maior vantagem da MEG refere-se ao seu poder de localização das fontes, bastante restrito no caso do EEG, bem como à sua capacidade de detectar sinais cerebrais que durem menos que 10 ms. Atualmente, a MEG é utilizada rotineiramente em algumas instituições, como uma ferramenta clínica, em especial no mapeamento pré-cirúrgico e na detecção de focos epilépticos. Além disso, utilizando-se da altíssima resolução temporal dessa técnica e da sua total não-invasividade, vários grupos de pesquisa têm estudado inúmeros processos cognitivos, bem como a caracterização de anormalidades dos sinais magnéticos cerebrais envolvidos em uma série de patologias [Roberts et al., 1998]
5. - O AUXÍLIO À PSICOLOGIA
De acordo com o pesquisador, até poucos anos não existiam métodos que permitissem avaliar os marcadores biológicos dos efeitos da psicoterapia. E que, mesmo na área da saúde, ela não era tão creditada por trabalhar com a subjetividade das pessoas. “Isso mudou, pois as Neurociências têm mostrado em estudos recentes com neuroimagem que as psicoterapias aplicadas apresentam o potencial de modificar circuitos neurais disfuncionais associados aos transtornos tratados” – como transtorno bipolar e a depressão, esclarece: “Os efeitos neurobiológicos da psicoterapia são hoje considerados dos mais relevantes às Neurociências”, conta Peres. “Os resultados do estudo confirmam que processos psicológicos de aprendizado podem ocasionar novos arranjos nas sinapses cerebrais relativos à remissão dos sintomas”. De acordo com a mais recente edição da revista eletrônica American Medical News, da Associação Médica Norte-americana, exames de neuroimagem como a ressonância magnética funcional poderá auxiliar psicólogos a diagnosticar a doença de seus pacientes. Cientistas mostraram que diversas doenças mentais podem afetar o funcionamento metabólico do cérebro, que já pode ser avaliado através de técnicas que estão em processo de aperfeiçoamento quando submetemos à ressonância magnética funcional tanto a pessoa que pega uma fruta colocada sobre a mesa como o observador sentado diante dela, verificamos que as áreas cerebrais ativadas naquele que executa o movimento são idênticas às que entram em ação no cérebro de quem o observa. Da mesma forma, ao assistirmos a um filme ou a uma peça de teatro, a empatia estabelecida com a personagem que chora ocorre pela ativação das mesmas áreas de nosso cérebro envolvidas no drama emocional vivido por ela. A partir dessas observações, os neurocientistas aventaram a hipótese de que essa “atividade-espelho” seja parte fundamental do mecanismo neurobiológico criador da empatia entre seres humanos, outros primatas e até nos camundongos.
6. - CASE
CASE1: Programa intensivo de ensino consegue modificar cérebro de alunos disléxicos Cientistas da Universidade Carnegie Melon, de Pittsburgh demonstraram com que em alunos com problemas graves de leitura e compreensão, áreas do cérebro que estavam inativas podem ser ligadas com treinamento. Os alunos, todos do quinto ano, foram avaliados através de técnicas especiais de ressonância nuclear magnética antes e após o período de recuperação. Os exames permitiram aos pesquisadores determinarem através da medição do fluxo sanguíneo para o cérebro, durante as atividades escolares, os padrões de ativação. 
Nos alunos classificados como disléxicos, determinadas regiões do cérebro eram menos ativadas. A área parieto temporal mostrou padrões bastante diferentes entre os alunos considerados normais e os com dificuldades de leitura. 
Como os cientistas acreditavam na plasticidade, ou seja, na capacidade do cérebro humano de se adaptar e ativar regiões que antes não eram muito utilizadas, um programa especial de reforço foi traçado para essas crianças. 
Foram 100 horas de treinamento especial em leitura e compreensão. O objetivo era superar a dificuldade de associação entre os sons das letras e suas formas escritas.
Outra descoberta importante do estudo foi a de que somente 10% das crianças apresentavam problemas visuais e dislexia, o que diverge da crença comum. 
Os exames de ressonância foram aplicados antes e após o reforço e um ano após. Todas as crianças do quinto ano foram submetidas à mesma bateria de testes para permitir a comparação. 
“Após o treinamento e no exame de revisão com um ano, as crianças disléxicas que tinham recebido o reforço especial mostravam padrões cerebrais semelhantes aos das crianças ditas normais. Esse estudo mostra que o cérebro humano é capaz de ser "reprogramado" com estímulos especialmente dirigidos e permitir que todos possam demonstrar suas potencialidades”(Revista neuropsycologia, n.14,2008 Denise Maria Perissini”. 
7. - CONCLUSÃO
A avaliação psicológica, através da neuropsicologia, é umas das áreas da saúde que têm se beneficiado muito com a utilização da tecnologia e recursos da neuroimagem. No que diz respeito aos tratamentos da saúde mental como um todo, as diversas possibilidades de precisão que a neuroimagem oferece são uma verdadeira conquista e avanço para a ciência e à humanidade em geral com a capacidade de fazer um correto diagnóstico, podendo se realizar tratamentos mais eficazes e com maior margem de acerto, 
A neuroimagem também possibilita à neuropsicologia, com maior facilidade e detalhamento, identificar distúrbios das funções superiores, produzidos por alterações cerebrais, desencadeando respostas comportamentais. A avaliação neuropsicológica abrange objetivos como o diagnóstico diferencial, a identificação do comprometimento das funções cognitivas e a avaliação do grau de deterioração apresentado pelo portador de doença mental e demais transtornos.
Este trabalho de pesquisa de neuropsicologia apoiado pela neuroimagem vem confirmar a importância e relevância do conjunto de técnicas voltadas para a visualização da estrutura, as funções e a farmacologia do cérebro e suas respectivas categorias: estrutural, com o diagnóstico de doenças e lesões intracranianas em escala maior; e funcional para diagnosticar doenças metabólicas e lesões em uma escala mais refinada, e também para a pesquisa na neurologia, psicologia cognitiva e na construção de interfaces entre o cérebro e o computador. 
Como vimos no desenvolver do conteúdo acima, os exames como a tomografia computadorizada (TC), a ressonânciamagnética (MRI), a tomografia por emissão de pósitrons (PET), a tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT) e a ressonância magnética funcional (FMRI), atualmente são recursos indispensáveis nos diagnósticos e tratamentos, o que vem a favorecer, além dos dados estruturais, a possibilidade de obter informações fundamentais do funcionamento cerebral de atividades complexas. 
No entanto, apesar de esta tecnologia avançada ser preponderante no trabalho da neuropsicologia e saúde mental, as sutilezas das alterações cerebrais ou as limitações do neuroimageamento ainda parecem dificultar um melhor entendimento sobre os transtornos mentais uma vez que estes procedimentos devem ser sensíveis o suficiente para detectar aspectos sutis presentes nos transtornos. 
 Para nossa equipe, fica cada vez mais claro no estudo e pesquisa do referido assunto que, as psicoterapias através das neurociências, juntamente com o advento da neuroimagem, apresentam e, principalmente desenvolvem, hoje em dia o potencial de modificar circuitos neurais disfuncionais associados aos transtornos tratados – como transtorno bipolar e a depressão, distúrbios tão comuns a esta época, aos quais tantas pessoas são acometidas. As perspectivas em novos estudos e pesquisas deixam evidentes que, além do que já se evoluiu nos tratamentos, poderão auxiliar psiquiatras, psicólogos e neuropsicólogos no trabalho preventivo, de avaliação e diagnóstico nas doenças e distúrbios mentais. 
Por fim, fica em todos nós, ao fechamento desse trabalho, o encantamento, o estímulo e o reconhecimento das conquistas e da complexidade do serviço das neurociências, bem como da neuroimagem, no que tange ao enriquecimento e ampliação dessa importante área científica em relação a sua imensurável contribuição a decifrar os enigmas do cérebro.
Bibliografias:
*Psicólogo Júlio Peres, doutorando do programa de Neurociências e Comportamento do Instituto de Psicologia da USP. *http://www.redepsi.com.br/portal/modules/news/article.php?storyid=4145 acesso em 19/04/09.
*Princípios da Neurociência, 4º ed, Eric Kandel, Thomas M Jesselli.
*Cientistas da Universidade Carnegie Melon, de Pittsburgh, Programa intensivo de ensino consegue modificar cérebro de alunos disléxicos Postado em Agosto 12, 2008. *http://www.neurolab.com.br/news/index.php?news_id=236&start=0&category_id=&parent_id=0&arcyear=2008&arcmonth=8 acesso em 25/03/09.
*http://www.evolucaovida.com.br/neurociencia/saiba_mais_neuro/ acesso em 08/04/09.
*http://www.sbneurociencia.com.br/html/a13.htm acesso em 08/04/09.
*http://drauziovarella.ig.com.br/artigos/linguagem.asp acesso 08/04/09.
*http://www.redepsi.com.br/portal/modules/smartsection/item.php?itemid=578 acesso em 08/04/09.
*Neurociências desenvolvendo o sistema nervoso, 2° edição ed.Artmed – Bear, MArk F., Connors, Barry W. , Paradiso, Michael A.
*Fundamentos da neurociência e do comportamento, ed. Guanabara – Kandel, Eric R., Schwartz, James H., Jessell, Thomas M.
*Christian Haag Kristensen Psicólogo pela UFRGS, Rosa Maria Martins de Almeida Psicóloga pela UFRGS, William Barbosa Gomes Psicólogo pela UCP, http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722001000200002&lang=pt#back1 acesso em 20/04/209
*http://www.neuroimago.usp.br/LivroEletronico.htm acesso em 19/04/09.
*http://www.neurolab.com.br/news/index.php?news_id=253&start=0&category_id=&parent_id=0&arcyear=2008&arcmonth=12 acesso em 19/04/09
*7ª amostra de Pesquisas do Curso de técnicas terapêuticas Junguiana.- Dra. Sonia M M Carvalho. CD com conteúdo do curso em análise Junguiana com a abordagem em neurociência.
*Formato Documento Eletrônico (ISO) VIEIRA, Carolina, FAY, Eliane da Silva Moreira e NEIVA-SILVA, Lucas. Avaliação psicológica, neuropsicológica e recursos em neuroimagem: novas perspectivas em saúde mental. Aletheia. [online]. dez. 2007, no.26 [citado 17 Abril 2009], p.181-195.
http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942007000200015&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1413-0394.
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