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DIREITO ADMINISTRATIVO I PLANO DE ENSINO •REVISÃO TEORIA GERAL DO ESTADO •Estado: elementos constitutivos •Federalismo brasileiro, separação de poderes, funções estatais •Funções típicas e atípicas •SURGIMENTO DO DIREITO ADMINISTRATIVO •Direito administrativo na atualidade •ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA •Desconcentração e Descentralização •Administração direta •Administração indireta PLANO DE ENSINO •REFORMA DO ESTADO •Agências Reguladoras •Agências Executivas •OSCIPs •Consórcios Públicos •REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO •Princípios •PODERES ADMINISTRATIVOS •Poder vinculado e discricionário •Poder hierárquico •Poder disciplinar •Poder regulamentar •Poder de Polícia PLANO DE ENSINO •ATOS ADMINISTRATIVOS •Espécies •Perfeição, validade e eficácia •Requisitos e elementos •Pressupostos •Atributos •Vícios dos atos administrativos •Discricionariedade e seus limites •PROCESSO ADMINISTRATIVO •Processo e Procedimento •Lei 9.784/99:abrangência, princípios, direitos e deveres dos administrados •Fases: instauração, instrução , julgamento •Recurso e revisão. BIBLIOGRAFIA •CONSTITUIÇÃO FEDERAL •CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 29.ed.. São Paulo: Atlas, 2015. •MEIRELLES, Hely Lopes; ALEIXO, Delcio Balestero; BURLE FILHO, José Emmanuel. Direito administrativo brasileiro. 41.ed. São Paulo: Malheiros, 2015. •MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 32.ed. São Paulo: Malheiros, 2015 •ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 22.ed. São Paulo: Método, 2014. •DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 24.ed. São Paulo: Atlas, 2011 OUTRAS FONTES BLOGS JURÍDICOS: “Dizer o Direito” “Saber Direito” “Exame de Ordem” SITES: Irene Nohara (direitoadm.com.br) Biblioteca Virtual – Direito do Estado (direitodoestado.com.br/biblioteca_virtual) STF (stf.jus.br) STJ (stj.jus.br) ESQUEMA DE AULAS •Data-show e quadro •Roteiro enviado por e-mail •Aula de revisão anterior a prova •1 ETAPA: Prova – 18/abril (15,0 pontos) Trabalho – 25/abril (15,0 pontos) 2ª Chamada – 28/04 (apenas prova – sábado) •2 ETAPA: Prova – 30/maio (15,0 pontos) Trabalho – 20/junho (5,0 pontos) 2ª Chamada – 23/06 (apenas prova – sábado) SIMULADO: 04/06/2018 (10,0 pontos) •3 ETAPA: Prova – 04/07 (40,0 pontos) EXAME ESPECIAL (100,0 pontos) – 09 a 13/julho TEORIA GERAL DO ESTADO •O Estado é uma sociedade natural, no sentido de que decorre naturalmente do fato de os homens viverem necessariamente em sociedade e aspirarem realizar o bem geral que lhes é próprio, isto é, o BEM COMUM. •A Sociedade é uma coletividade de indivíduos reunidos e organizados para alcançar um objetivo comum.São sociedades políticas todas aquelas que, visando criar condições para a consecução dos fins particulares de seus membros, ocupam-se da totalidade das ações humanas, coordenando-as em função de um fim comum. A sociedade política de maior importância devida a sua capacidade de influir e condicionar, bem como sua amplitude é o ESTADO. TEORIA GERAL DO ESTADO ORIGEM DO ESTADO 1- O Estado, assim como a própria sociedade, sempre existiu visto que o homem desde que vive na terra está integrado numa organização social, dotada de poder e com autoridade para determinar o comportamento social de todo o grupo; 2- Outros autores defendem que a sociedade existiu sem o Estado durante um certo período e depois, por diversos motivos, foi se constituindo o Estado para atender às necessidades dos grupos sociais; 3- Alguns autores somente admitem como Estado a sociedade política dotada de certas características bem definidas, o que só ocorreu a partir do século XVII. TEORIA GERAL DO ESTADO ELEMENTOS CONSTITUTIVOS I – POVO: É a população do Estado, considerada pelo aspecto puramente jurídico. É o grupo humano encarado na sua integração numa ordem estatal determinada; é o conjunto de indivíduos sujeitos às mesmas leis, são os súditos, os cidadãos de um mesmo Estado, detentores de direitos e deveres. NAÇÃO: (entidade moral) É um grupo de indivíduos que se sentem unidos pela origem comum, pelos interesses comuns, e principalmente, por idéias e aspirações comuns. É uma comunidade de consciência, unidas por um sentimento complexo, indefinível e poderosíssimo: o patriotismo. TEORIA GERAL DO ESTADO ELEMENTOS CONSTITUTIVOS II - TERRITÓRIO: É a base espacial do poder jurisdicional do Estado onde este exerce o poder coercitivo estatal sobre os indivíduos humanos, sendo materialmente composto pela terra firme, incluindo o subsolo e as águas internas (rios, lagos e mares internos), pelo mar territorial, pela plataforma continental e pelo espaço aéreo. III – GOVERNO: É o conjunto das funções necessárias à manutenção da ordem jurídica e da administração pública. No magistério de Duguit, a palavra governo tem 12 dois sentidos; coletivo e singular. O primeiro, como conjunto de órgãos que presidem a vida política do Estado. O segundo, como poder executivo, “órgão que exerce a função mais ativa na direção dos negócios públicos”. Governo confunde-se, muitas vezes, com soberania. TEORIA GERAL DO ESTADO FINALIDADE O Estado, como sociedade política, tem um fim geral, constituindo-se em meio para que os indivíduos e as demais sociedades, situadas num determinado território, possam atingir seus respectivos fins (manter a ordem, assegurar a defesa, e promover o bem-estar e o progresso da sociedade). Assim, conclui-se que o fim do Estado é o BEM COMUM, entendido este como conjunto de todas as condições de vida que possibilitem e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana. TEORIA GERAL DO ESTADO FUNÇÕES (típicas e atípicas) • Função Legislativa – Exercido pelo Poder Legislativo que tem a função de elaborar leis; • Função Executiva – Exercida pelo Poder Executivo e tem como função administrar o Estado visando seus objetivos concretos. Assim acontece quando o Estado nomeia funcionários, cria cargos, executa serviços públicos, arrecada impostos, etc; • Função Judiciária – Exercida pelo Poder Judiciário, tem a função precípua de interpretar e aplicar a lei nos dissídios surgidos entre os cidadãos ou entre os cidadãos e o Estado. Em síntese, declara o Direito. TEORIA GERAL DO ESTADO As formas de Estado são as variações existentes na combinação dos três elementos morfológicos do Estado: povo, território e governo. A Federação é um tipo de Estado Composto, formado pela união de vários Estados, que perdem a soberania em favor do poder central da União Federal, que possui soberania e personalidade jurídica de Direito Público Internacional. O Estado Federal tem sua organização formada sob a base de uma repartição de competências entre o governo nacional e os governos estaduais, tendo a União supremacia sobre os estados-membros e estes entidades dotadas de autonomia constitucional perante a União. TEORIA GERAL DO ESTADO CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO ESTADO FEDERAL •Distribuição do poder de governo em dois planos harmônicos: federal e estadual. O governo federal exerce todos os poderes que expressamente lhes foram reservados na Constituição Federal. Os Estados-Membros exercem todos os poderes que não foram expressa ou implicitamente reservados à União, e que não lhes foram vedados na Constituição Federal; •Sistema judiciário com ampla competência, tendo na sua cúpula um Supremo Tribunal Federal, que é órgão de equilíbrio federativo e de segurança de ordem constitucional; TEORIA GERAL DO ESTADO •Composição bicameral do Poder Legislativo, realizando-se a representação nacional na Câmara dos Deputados e a representação dos Estados-Membros no Senado; • Constância dos princípios fundamentais da Federação e da República, sob as garantiasda imutabilidade desses princípios, da rigidez constitucional e do instituto da intervenção federal; • A união dos Estados Federados cria um novo Estado e, aqueles que aderiram à Federação perdem a condição de Estados soberanos, permanecendo apenas com a autonomia política relativa; TEORIA GERAL DO ESTADO • A base jurídica do Estado Federal é uma Constituição, não um tratado; • Apenas o poder central ou União detém a soberania; • Inexiste direito de secessão: uma vez feita a adesão os Estados não podem se retirar da federação; • Cada unidade da federação tem renda própria. TEORIA GERAL DO ESTADO - O FEDERALISMO BRASILEIRO Produto da Constituição republicana de 1891, moldada no paradigma norte-americano. O Brasil Império era um Estado juridicamente unitário, mas, na realidade, era dividido em províncias. Descentralização política: desde os tempos coloniais, (as governadorias gerais, as feitorias, as capitanias) A enormidade do território, as variações climáticas, a diferenciação dos grupos étnicos, toda uma série imensa de fatores naturais ou sociológicos tornaram a descentralização política necessária, que impôs a reforma da Carta Imperial de 1824, forçando a abdicação de D. Pedro I e a adoção da autonomia provincial. TEORIA GERAL DO ESTADO - O FEDERALISMO BRASILEIRO A Constituição de 1891 estruturou o federalismo brasileiro segundo o modelo americano, o qual os Estados-Membros devem organizar-se à imagem e semelhança da União. Suas Constituições particulares devem espelhar a Constituição Federal e suas leis subordinadas ao princípio da hierarquia. O poder de autodeterminação dos Estados-Membros denomina-se autonomia, não soberania, tendo estes somente personalidade jurídica de direito público interno, não internacional. O sistema legislativo é bicameral, onde a Câmara dos Deputados representam a população e o Senado os Estados-Membros. O ESTADO FEDERAL NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 Através da redemocratização do Brasil, numa transição política pacífica, foi efetivada a Emenda Constitucional nº 26 convocando a Assembléia Nacional Constituinte. A Constituição de 1988 cria o paradigma do Estado Democrático de Direito, que pressupõe a vinculação dos atos estatais e do legislador à Constituição Federal, seguindo os seguintes princípios: O ESTADO FEDERAL NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 • República Federativa do Brasil tem a soberania popular como substrato da soberania interna e externa e estrutura constitucional do Estado democrático de direito; • Forma de governo em república presidencialista e separação de poderes independentes e harmônicos entre si; • Princípios de livre organização social, cidadania, dignidade da pessoa humana, pluralismo político, representação política, soberania popular através de participação direta; • Desenvolvimento nacional, da justiça social e da não-discriminação; O ESTADO FEDERAL NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 • Independência nacional, respeito e garantia aos direitos fundamentais da pessoa humana, da não- intervenção em conflitos internacionais, igualdade e reciprocidade dos Estados soberanos, da solução pacífica dos conflitos internacionais, defesa da paz, do repúdio ao racismo e terrorismo, cooperação entre os povos e integração da América Latina. * Foi incluído o Município entre os entes que compõem a União indissolúvel da República Federativa do Brasil, adquirindo autonomia constitucional, receitas próprias, poder de auto- organização mediante elaboração de Lei Orgânica. O ESTADO FEDERAL NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 Foi modernizada a repartição de competências entre os entes federativos, cabendo: -à União matérias e questões de predominante interesse nacional ou geral; -aos Estados-membros as matérias e assuntos de interesse regional e -aos municípios os assuntos de interesse local. O ESTADO FEDERAL NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES Por intermédio da obra de Montesquieu (O Espírito das Leis, 1748) que a teoria da Separação dos Poderes foi agregada ao constitucionalismo e que foi redefinido o poder do Estado, de forma que este passasse a ser limitado. Como decorrência da própria separação e da independência das funções desenvolvidas no âmbito do Estado, foi criado o Sistema de Freios e Contrapesos que significa a limitação do poder pelo próprio poder. O ESTADO FEDERAL NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES O Sistema de Freios e Contrapesos (Checks and Balances) é formado pela “faculdade de estatuir”(ordenar ou corrigir) e pela “faculdade de impedir” (anular ação), possibilitando a influência mútua e o controle recíproco entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo. O Poder Judiciário, por sua vez, não tem faculdade atribuída, pois para Montesquieu, sua função era considerada restrita. A aplicação das faculdades possibilita ao Legislativo examinar o modo como foram executadas as leis que elaborou, bem como, permitem ao Executivo o poder de frear iniciativas que tornariam o Legislativo em um poder despótico. SURGIMENTO DO DIREITO ADMINISTRATIVO França Surgiu no período pós-revolucionário (fim XVIII e início XIX), tendo seu reconhecimento como ramo autônomo do direito no início do processo de desenvolvimento do Estado de Direito, calcado no princípio da legalidade e da separação dos poderes (Montesquieu),e a necessidade de garantir um mínimo de segurança na relação entre Administração Pública e os administrados;cabendo ao direito administrativo delimitar funções e organizar as idéias governamentais para assegurar os direitos da relação e garantindo os interesses gerais da coletividade, chamados de interesse público. SURGIMENTO DO DIREITO ADMINISTRATIVO França 1ª ideia – puissance publique – poder do Estado sobre os administrados Leon Duguit – serviço público como base do DA,abrindo a discussão sobre ser o poder a base do DA. Rousseau introduziu o princípio da igualdade entre todos e conseqüentemente a soberania popular e Montesquieu, o “checks and balances”. Considerando que o poder e o dever cumprem as funções de Estado de Direito,os pensamentos que formaram o Direito Administrativo são exatamente os de Rousseau e Montesquieu. SURGIMENTO DO DIREITO ADMINISTRATIVO França Revolução Francesa, 1789 – fim do Estado Absolutista. Estado Liberal – divisão do poder estatal em 3 funções, independentes entre si Poder estatal limitado pela lei (Estado de Direito), titularizado pelo povo (Estado Democrático) objetivando o bem estar social com foco no interesse público. O Direito Administrativo surge, então, para representar um conjunto de regras que disciplina a atuação do Estado na realização de atividades que visam alcançar os interesses da coletividade. SURGIMENTO DO DIREITO ADMINISTRATIVO SISTEMA ROMANÍSTICO Composto pelos direitos francês, alemão, italiano, espanhol, português, latino-americano e de países da África. Tem como fonte, não única, mas prevalente, a lei escrita e editada pelo parlamento. A exclusividade do Poder Legislativo na edição de comandos legais é fundamental nesse modelo e permite que, a partir daí, se possa ter uma estruturação normativa. A doutrina cumpre um papel muito importante, fundamentalmente na interpretação da lei escrita e na formação do direito. SURGIMENTO DO DIREITO ADMINISTRATIVO COMMON LAW Enfeixa os direitos inglês, norte-americano (com exceção de alguns estados), australiano, neozelandês, canadense (com exceção da província de Quebec) e, em alguma medida, indiano. Dá força normativa aos precedentes, os quais, de acordo com a evolução histórica, passaram a estruturar a lei. Para julgar o caso concreto, exige-se que o magistrado exponha as suas razões quanto à aplicação do precedente ou à necessidade de sua revisão. SURGIMENTO DO DIREITO ADMINISTRATIVO No Brasil SincretismoUnicidade de jurisdição e no modelo de ampla revisão dos atos da administração pelo Judiciário são manifestações da influência do sistema da Common Law no ordenamento pátrio.O devido processo legal, o princípio da razoabilidade, o controle da Administração Pública (writs), o direito administrativo regulatório e, mais recentemente, as parcerias público-privadas instituídas no país foram notadamente inspiradas no direito inglês. Do DA Francês, legamos a noção de serviço público,o conceito e a estruturação do contrato administrativo, a autoexecutoriedade dos atos administrativos e a teoria da responsabilidade da administração pública. Advocacia • Consultoria • Capacitação prof.elisavaladao@gmail.com
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