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Corpo e dança na velhice

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21/02/2015 Corpo e dança na velhice
http://www.portaldoenvelhecimento.com/comportamentos/item/3480­corpo­e­danca­na­velhice?tmpl=component&print=1 1/2
Escrito por  Wanda Patrocinio(*)
Corpo e dança na velhice
Muitas pessoas idosas se questionam se dançar é algo que
vale a pena, já que sentem que perderam toda possibilidade
de expressão e movimento no cotidiano. Muitos perguntam:
Na  minha  idade,  será  que  eu  posso?  Será  que  eu  vou
conseguir?  Muitos  não  sabem  que  a  dança  é  capaz  de
produzir mudanças e que a única coisa que o profissional faz
é estimular as potencialidades que todas as pessoas têm.
Uma marca da sociedade contemporânea é a dificuldade em lidar com o envelhecimento;
na maioria das vezes, a discriminação e o preconceito fazem com que os idosos não se
permitam vivenciar sua velhice de forma plena, expressiva e prazerosa. 
Os idosos, em geral, demonstram ter vergonha de seu corpo e timidez para colocá­lo em
movimento;  muitos  chegam  à  dança  após  um  longo  caminho  de  esquecimento  e
desencontros com seu próprio corpo, com uma história de sedentarismo, com posturas
que  os  distanciam  cada  vez  mais  da  flexibilidade  natural,  com  tensões  psíquicas,
preconceitos e medos enormes de se mostrar. 
A maioria se questiona se dançar é algo que vale a pena, já
que sentem que perderam toda possibilidade de expressão e
movimento no cotidiano. Muitos perguntam: Na minha idade,
será que eu posso? Será que eu vou conseguir? 
Pesquisas  envolvendo  dança  e  idosos  (Patrocinio,  2010;
Leal  e  Haas,  2006;  D’Alencar,  2006;  Ueno  et.  al.,  2012)
comprovam  as  contribuições  desta  atividade  para  a  saúde
física e mental dos sujeitos, principalmente no que se refere
aos  ganhos  ligados  à  força,  ritmo,  agilidade,  equilíbrio  e
flexibilidade. 
Já  nas  pinturas  das  cavernas  pré­históricas  a  dança  era  mostrada  em  atos
comemorativos  como  celebração  de  vitórias.  Na  ocasião,  observava­se  que  a  dança
mexia o corpo a partir de uma cadência de movimentos e ritmos, independente do som.
Mais  tarde  verificou­se  que  o  ritmo  provoca  uma  descarga  emocional.  Nesse  sentido,
essa descarga acaba regulando e medindo as forças vitais do organismo.
 
Tavares  (2005, p. 93) assinala que  “Existem  indícios de que o homem dança desde os
tempos  mais  remotos.  Todos  os  povos,  em  todas  as  épocas  e  lugares  dançaram.
Dançaram para expressar  revolta ou amor, reverenciar ou afastar deuses, mostrar  força
ou arrependimento, rezar, conquistar, distrair, enfim, viver!.” 
Leal  e  Haas  (2006),  identificam  seis  funções  importantes  na  dança.  São  elas:
autoexpressão,  comunicação,  diversão  e  prazer,  espiritualidade,  identificação  cultural,
ruptura  e  revitalização  da  sociedade.  Segundo  esses  autores,  a  dança  tem  ainda  um
caráter sociabilizador e motivador. 
Portanto, a dança é capaz de produzir mudanças nas pessoas. 
A única coisa que o profissional faz é estimular as potencialidades que todas as pessoas
possuem. Através do movimento, a dança possibilita a pessoa a se conhecer melhor, a
entrar  em  contato  com  partes  profundas  de  si  mesma,  com  sentimentos muitas  vezes
difíceis de serem expressos verbalmente, e a explorar novas  formas de ser e de sentir.
21/02/2015 Corpo e dança na velhice
http://www.portaldoenvelhecimento.com/comportamentos/item/3480­corpo­e­danca­na­velhice?tmpl=component&print=1 2/2
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Desta forma inicia­se, na etapa da velhice, uma modificação
do  ser  de  forma  fluida,  que  passa  a  se  escutar  sem
julgamentos. 
A dança pode, assim, contribuir para a qualidade de vida e
para um melhor envelhecer de adultos e idosos.
 
 
Referências 
D'Alencar,  B.  P.  (2006).
Biodança  como  processo  de
renovação existencial do  idoso:
análise  etnográfica.  Tese  de
Doutorado.  Escola  de
Enfermagem.  Universidade  de
São Paulo. São Paulo.
 
Leal,  I.  Z.,  Haas,  A.  N.  (2006).    O  significado  da  dança  na  terceira  idade.   RBCEH  ­
Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano.  Passo Fundo, jan./jun.
 
Patrocinio, W. (2010). Musicalidade e Movimento Corporal para adultos e idosos. Revista
a Terceira Idade: Estudos sobre o Envelhecimento, 21(47).
 
Tavares, I. M. Educação, corpo e arte. Curitiba: IESDE, 2005.
 
Ueno, D. T., Gobbi, S., Teixeira, C. V. L., Sebastião, É., Prado, A. K. G., Costa, J. L. R.,
Gobbi,  L.  T.  B.  (2012).  Efeitos  de  três  modalidades  de  atividade  física  na  capacidade
funcional de idosos. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 26(2).
 
 
 
(*)Wanda Patrocinio  – Pedagoga, Mestre  em Gerontologia, Doutora  em Educação pela
Universidade Estadual de Campinas; bailarina e diretora da GeroVida – Arte, Educação e
Vida  Plena.  Membro  da  rede  de  Colaboradores  do  Portal  do  Envelhecimento.
Email: wanda@gerovida.com.br. Site: www.gerovida.com.br.
Última modificação em Segunda, 12 Janeiro 2015 18:03
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