Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Disciplina: Direito Administrativo Tema: Organização da Administração ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: é a estruturação das entidades (unidade de atuação dotada de personalidade jurídica) e órgãos (unidade de atuação integrante da Administração direta e indireta) que irão desempenhar as funções, através de agentes públicos. As entidades podem ser políticas ou administrativas; Órgãos não possuem personalidade jurídica, são centros de competência; - fundamento - Decreto-Lei 200/67 1. FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA: 1.1. CENTRALIZADA - a atividade é exercida pelo próprio Estado (Adm. Direta). - quando a atividade é prestada pelo núcleo (centro) da administração. - é a administração direta (são as pessoas políticas). 1.2. DESCENTRALIZADA - é quando o Estado transfere o exercício de atividades que lhes são pertinentes para pessoas jurídicas auxiliares por ele criadas ou para particulares e passa atuar indiretamente, pois o faz por intermédio de outras pessoas jurídicas, seres juridicamente distintos, tendo vários planos de descentralização. - a descentralização pode ocorrer através dos seguintes instrumentos: Outorga Delegação 1.3. DESCONCENTRAÇÃO - é um fenômeno de distribuição interna de partes de competências decisórias, agrupadas em unidades individualizadas, que não prejudica a unidade monolítica do Estado, pois todos os órgãos e agentes permanecem ligados por um sólido vínculo denominado hierarquia. - é o deslocamento, a distribuição da atividade dentro da própria administração (dentro do núcleo), ocorre na mesma pessoa jurídica. - há hierarquia e subordinação (controle hierárquico) OBS.: Não confundir Descentralização Política com Descentralização Administrativa, que pode ser: territorial ou geográfica: seria o caso da criação de território – criação de uma pessoa jurídica de direito público com uma certa capacidade administrativa para exercer encargos, todavia sem autonomia; descentralização por serviços, funcional ou técnica: em razão da criação de uma pessoa jurídica de direito público ou privado por um ente político, sendo-lhe atribuída a titularidade e a execução de serviço público; descentralização por colaboração) = em razão de lei ou ato unilateral; transfere somente à execução do serviço e não a titularidade; 2. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO - Organização da Adm. é a estruturação das entidades e órgãos que irão desempenhar as funções, através de agentes públicos. - fundamento - Decreto-Lei 200/67 3. ADMINISTRAÇÃO DIRETA - é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do estado; 3.1. TEORIAS - sobre as relações do Estado com os agentes: a) teoria do mandato: o agente público mandatário da pessoa jurídica. Não prosperou. Fundamento: o Estado não pode outorgar mandato. b) teoria da representação: o agente público é representante do Estado por foca de lei, equiparando o agente ao tutor ou curador que representam os incapazes. c) teoria do órgão: a pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio dos órgãos, de tal modo que, quando os atentes que os compõem manifestam a sua vontade, é como se o próprio Estado o fizesse. 3.2. ÓRGÃOS PÚBLICOS 3.2.1. Conceito: são centros especializados de competências, com fim de buscar eficiência. 3.2.2. Características: não têm personalidade jurídica, não se confundem nem com a pessoa jurídica, nem com a pessoa física, podendo ter representação própria. não pode ser sujeito de direitos e obrigações. órgão não assina contrato. é divisão da pessoa jurídica. São criados e extintos por lei, cuja iniciativa é do chefe do poder executivo; já a disciplina do funcionamento pode ser por decretos, desde que não impliquem aumento de despesas, nem criação ou extinção de órgãos públicos; Não possui capacidade processual exemplos: escola pública, prefeitura, câmara municipal, etc. 3.2.3. Classificação I. Quanto à posição estatal: a) independentes: dotados de autonomia e independência. b) autônomos: dotados de autonomia, mas não possuem independência; c) superiores - não têm independência, nem autonomia, estão subordinados ao poder autônomo, possuem poder de decisão, direção e controle; d) subalternos - não possuem independência, autonomia e poder de decisão, são executores das atividades. II. Quanto à estrutura: a) simples (unitário) - existe só, não possuindo nenhum outro órgão ligado a ele; não há subdivisões; b) compostos - possui vários órgãos agregados, subordinados hierarquicamente a ele, frutos da desconcentração; III. Quanto à atuação funcional a) singulares = são aqueles cujas decisões dependem da atuação isolada de um único agente - exemplo: Presidência da República, juiz singular. b) colegiados = possui mais de um agente responsáveis pela decisão; - exemplo: casas legislativas, tribunais. 4. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA é composta por entidades que possuem personalidade jurídica própria e são responsáveis pela execução de atividades de Governo que necessitam ser desenvolvidas de forma descentralizada. possuem patrimônio próprio, transferidos pela Administração Direta. possuem autonomia administrativa e financeira. Está diretamente relacionada à busca pela eficiência; Supervisão ministerial é composta pelo controle político (nomeação de dirigentes), controle institucional (fins), controle administrativo (fiscalização rotinas) e controle financeiro; 4.1. CARACTERÍSTICAS: a) criação e extinção dependem de lei (paralelismo jurídico) – art. 37, XIX CF ; - quando a lei cria: a lei é suficiente para existência; - quando a lei autoriza a criação: é necessário também o registro dos atos nos órgãos competentes. - a lei que cria é ordinária e específica _ no caso de Fundação Pública, caberá a Lei Complementar a definição de sua área de atuação. b) sua finalidade não será lucrativa, inclusive quando exploradoras da atividade econômica, vide art. 173, da CF; c) estão sujeitas a controle interno e externo (administração direta, Tribunal de Contas, Poder Judiciário e povo); d) permanecem ligadas à finalidade que lhe instituiu (princípio da especialidade). e) São as autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista; a administração indireta ainda contempla os consórcios públicos e associações públicas; 4.2. AUTARQUIAS 4.2.1. CONCEITO: É pessoa jurídica de direito público, com personalidade jurídica própria, dotada de capital exclusivamente público, com capacidade administrativa e criada para a prestação de serviço público (realizam atividades típicas de Estado, despidas de caráter econômico). - não possuem capacidade política. - exemplos: ANEEL; ANS; ANATEL, CONSELHOS DE CLASSES; DNIT; INSS; UNIVERSIDADES FEDERAIS; BANCO CENTRAL; IBAMA 4.2.2. REGIME JURÍDICO - a criação e a extinção far-se-ão através de lei ordinária específica, de iniciativa do chefe do poder executivo; _ regime jurídico de direito público; - seus atos são administrativos. - a celebração de seus contratos obedece às normas de direito administrativo (lei 8.666/93), ou seja, estão sujeitos à licitação. - possuem responsabilidade civil objetiva e subsidiária (os processos administrativos e judiciais devem ser propostos contra as autarquias e, não contra a administração direta) - a União responde por suas autarquias objetiva e subsidiariamente. - bem autárquicoé bem público: impenhorável; imprescritível; inalienável (não é absoluto _ se retirada sua destinação pública, tiver autorização legislativa, avaliação prévia, demonstração de interesse público e licitação poderão ser alienados); não admite penhora, arresto, sequestro e nem oneração. dívida de precatória de autarquia é própria dela. não cabe monitória para cobrança de débitos da Fazenda Pública (STJ aceita). possui garantia do duplo grau de jurisdição obrigatório, salvo sentença até 60 salários ou se a sentença tiver fundamento em jurisprudência do STF. ação contra autarquia possuem prazo prescricional de 5 anos. competência para julgar ações de interesse de autarquia federal é a justiça federal, salvo falência, eleitoral e trabalho. possui imunidade tributária (art. 150, VI, "a", CF) prazo processual: quádruplo para contestar e em dobro para recorrer. o regime de pessoal da autarquia vai depender da lei que a cria, é servidor público e estão sujeitos a concurso público. Autarquias: Assistenciais (INCRA, ADA E ADENE), Previdenciárias (INSS), Culturais (UFAL, UFBA), Administrativas (INMETRO, BACEN, IBAMA), Conselhos de Classe Profissional (OAB, CREA, CRM, ETC). 4.2.3. AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL - é uma autarquia com mais liberdade, surgiram através das universidades públicas, pois necessitavam de liberdade de pensamento, pedagógica e para escolher seus reitores. - seus dirigentes possuem uma estabilidade relativa; mandato fixo; nomeados pelo chefe do poder executivo e no âmbito federal, necessita de prévia aprovação do Senado Federal; - exemplos: Banco Central CVM; Agências reguladoras; Universidades; 1. Criação e extinção: por lei – art. 37, XIX, da CF; 2. Controle: interno e externo 3. Atos e Contratos: seguem regime administrativo e obedecem à Lei 8.666/93; 4. Responsabilidade Civil: é, em regra, objetiva (art.37, §6º, da CF) e subsidiária do Estado; 5. Prescrição quinqüenal – DL nº 20.910/32; 6. Bens autárquicos: seguem regime de bem público (alienabilidade condicionada, impenhorabilidade, impossibilidade de oneração e imprescritibilidade) 7. Débitos judiciais: seguem regime de precatório (art.100 da CF) 8. Privilégios processuais: prazos dilatados, juízo privativo e reexame necessário; 9. Imunidade tributária para os impostos, desde que ligada à sua finalidade especifica (art.150,§2º da CF); 10. Procedimentos financeiros: regras de contabilidade pública (Lei nº4320/64 e LC 101/00) 11. Regime de pessoal: os seus agentes são servidores públicos, podendo ser estatutários ou celetistas, a depender da previsão legal; Todavia o art. 39 está com sua eficácia suspensa desde agosto de 2007, assim voltou a vigorar o regime jurídico único a todos os servidores da administração direta, autárquica e fundacional pública; Autarquias Profissionais: Atenção à situação excepcional da OAB Autarquias Territoriais: Não se confundem com as autarquias administrativas e não compõem a Administração Indireta. 4.3. AGÊNCIAS REGULADORAS 4.3.1. Conceito: Autarquia de regime especial. Surge em razão do fim do monopólio estatal. Todavia, não há obrigatoriedade de que as agências reguladoras sejam constituídas sob a roupagem de autarquias, apesar de até o momento, todas terem adotado esta forma; 4.3.2. Regime especial: caracteriza-se por três elementos: maior independência (em relação ao ente que o criou), investidura especial (seus dirigentes são nomeados pelo Presidente da República + aprovação prévia do Poder Legislativo) e mandato com prazo fixo, conforme lei que cria a pessoa jurídica. Conselheiros e diretores somente perderão o mandato antes do fim do prazo em caso de renúncia, condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo. 4.3.3. Função: É responsável pela regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado. Trata-se de exercício de função típica do Estado; Tem as que exercem típico poder de polícia, com a imposição de limitações administrativas, fiscalização e repressão – exemplo: ANVISA – ans – ana; Tem as que regulam e controlam as atividades que constituem objeto de concessão, permissão e autorização de serviço público; 4.3.4. Atividades Agências para regular serviço público propriamente dito; no exercício da função regulatória elas podem editar normas e exercer a fiscalização, aplicar sanções, solucionar conflitos entre empresas e clientes; o ANEEL, ANATEL, ANTT, ANTAQ Agências para fiscalizar e fomentar atividade privada o ANCINE (cinema), ANP (petróleo) Agência para proteger bem público o ANA Agência para fiscalizar serviços públicos e privados o ANS e ANVISA Observações ** Nem toda agência é autarquia em regime especial - ex: ADENE, ADA, AEB ** Tem órgãos públicos que receberam o nome de agência - ex: ABIN ** Tem uma agência reguladora que não recebeu o nome de agência - ex: CVM ** Tem serviços sociais autônomos que receberam o nome de agência - ex: APEX ** As agências reguladoras possuem funções assemelhadas, mas não se confundem, às legislativas (editar normas, conhecidos como regulamentos delegados ou autorizados – sobre matérias de natureza estritamente técnica – situação em que além de possibilitarem a execução da lei, pode complementar dentro dos limites estabelecidos, não podem inovar no ordenamento) e às judiciárias (solucionar conflitos), contudo estas funções não perdem a natureza administrativa; ** Deslegalização = ocorre quando o Legislativo rebaixa hierarquicamente determinada matéria para que a mesma possa ser disciplinada por regulamento, instituto este que fundamente a poder regulamentar das agências reguladoras (lei atribui conceitos indeterminados a serem especificados pelos regulamentos; ** Os administradores das agências reguladoras são obrigados a cumprir uma quarentena (quatro meses) quando do desligamento das mesmas, evitar o chamado risco de captura; ** No caso de algumas agências há obrigatoriedade de celebração de contratos de gestão, a fim de ter mais autonomia e resultados; 4.3.6. Alguns aspectos a) Regime de pessoal: estatutário – Lei 10.871/04 b) Licitação: obedece às normas da Lei 8.666/93. podendo optar por modalidades especificas como o pregão e a consulta. 4.4. AGÊNCIAS EXECUTIVAS 4.4.1. Conceito: são autarquias ou fundações que por iniciativa da Administração Direta, recebem o status de Agência, em razão da celebração de um contrato de gestão, que objetiva uma maior eficiência e redução de custos - Lei 9.649/98. 4.4.2. Criação 4.4.3. Contrato de gestão o vai definir mais autonomia, liberdade e recursos financeiros, em troca, assume o compromisso de ser mais eficiente. a) Dever de licitar - (art. 24, pu, Lei 8666/93) o possui uma liberdade maior, pode dispensar a licitação até o valor de 20% dos valores expressos na lei. 4.5. FUNDAÇÃO PUBLICA 4.5.1. Conceito Legal: É uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destinado pelo seu fundador para uma finalidade específica. Pode ser pública ou privada de acordo com a sua instituição, sendo que somente a pública, portanto, instituída pelo Poder Público, é que compõe a Administração Indireta. - caracteriza-se pela ausência de fins lucrativos e por ter como objeto atividades de interesse social; - exemplo: FUNAI – FUNASA – IBGE; 4.5.2. Natureza Jurídica (Divergência): pode ser de direito público, caracterizando uma espécie de autarquia, denominadaautarquia fundacional, ou de direito privado, denominada fundação governamental, e seguirá o regime das empresas públicas e sociedades de economia mista. - a diferença de autarquia e fundação pública é basicamente conceitual, enquanto a primeira é caracteriza por serviço público personificado; a segunda é o patrimônio personalizado; 1ª CORRENTE: é de direito privado (dec. lei 200/67); 2ª CORRENTE - CABM: é de direito público, pois na CF possui inúmeros dispositivos que igualam a fundação pública a autarquia (ex: obrigatoriedade de licitar); 3ª CORRENTE - HELLY LOPES: após a EC/19 a fundação pública pode ser tanto de direito público como de direito privado, será definido por lei (FCC). STF também adotou esta posição; ** CABM e STJ: a lei autoriza a criação de fundação privada e a lei cria a fundação pública. - às fundações públicas de direito público se aplica o mesmo regime jurídico das autarquias; para as fundações públicas de direito privado se aplica um regime híbrido, quanto à constituição e registro se submete as normas de direito privado, nas demais situações, em regra, se submete as normas de direito público, salvo: Quanto aos prazos processuais para contestar e recorrer e duplo grau obrigatório de jurisdição não são aplicados; Não se aplica as regras dos precatórios; Também estará sujeito à imunidade tributária; As fundações públicas de direito privado em regra praticam atos de direito privado, todavia seus contratos celebrados são administrativos; Seus bens são privados, se sujeitarão as regras dos bens públicos caso estiverem direcionados à prestação de serviço público; Quanto ao regime de pessoal há divergência doutrinária, uma corrente entende que deve ser aplicado o regime único; a outra corrente entende que deveria ser o regime trabalhista comum; é consenso sobre a não aplicação das regras de vedação à acumulação de cargos; Quanto ao foro competente a doutrina entende que seria da Justiça estadual, todavia o STF se pronunciou ser de competência da Justiça Federal; 4.6. EMPRESAS ESTATAIS 4.6.1. CONCEITO A) Empresa pública: É pessoa jurídica de direito privado composta por capital exclusivamente público, criada para a prestação de serviços públicos ou exploração de atividades econômicas sob qualquer modalidade empresarial (S/A, LTDA). ECT – Casa da Moeda – Caixa – BNDES – SERPRO - INFRAERO B) Sociedade de economia mista: É pessoa jurídica de direito privado, criada para prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica, com capital misto e na forma de S/A. exemplos: BANCO DO BRASIL, PETROBRÁS, IRB 4.6.2. SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS ENTRE EP E SEM EP = é de competência da Justiça Federal SEM = é de competência da justiça Estadual (súmula 517/556), mas se tiver interesse da União é remetido a Justiça Federal. EP e SEM obedecem regime híbrido (privado/público), se prestarem serviço público obedecerá ao regime mais próximo do público, se prestar atividade econômica, segue regime privado; estão sujeitas ao controle estatal; personalidade jurídica de direito privado; 4.6.3. REGIME JURÍDICO 1. Criação e Extinção: são autorizadas e extintas por lei, dependendo para sua constituição do registro de seus atos constitutivos no órgão competente (art. 37, XIX da CF). a lei que autoriza será específica e, para criar uma subsidiária também é necessário de lei autorizativa, todavia neste caso, não específica; a doutrina majoritária entende que as subsidiárias não fazem formalmente parte da Administração Pública, todavia sujeitas a concurso público e licitação; Doutrina e jurisprudência entende que a ausência de autorização, não se pode falar em empresa pública e sociedade de economia mista, mas apenas uma empresa estatal sobre controle acionário do Estado 2. Controle: interno (pela administração direta através da supervisão ministerial) e externo (TCU, pelo judiciário e pela população). 3. Contratos e Licitações: obedecem à Lei 8.666/93, podendo, quando exploradoras da atividade econômica, ter regime especial por meio de estatuto próprio (art.173, §1º, III, CF). Mas como não há estatuto diferenciado obedecem a lei de licitação. no caso das exploradoras de atividade econômica pode haver inexigibilidade de licitação se for prejudicial ao interesse público realizá-la. 4. Regime Tributário: em regra, não têm privilégios tributários, não extensíveis à iniciativa privada; podem ter privilégios tributários, caso estes, forem extensíveis as demais sociedades privadas. 5. Responsabilidade Civil: quando prestadoras de serviços públicos, a responsabilidade objetiva, com base no art. 37,§6º, da CF, respondendo o Estado subsidiariamente pelo prejuízos causados. Quando exploradoras de atividade econômica, o regime será o privado, a responsabilidade poderá ser objetiva ou subjetiva e o Estado não responde pelos danos causados por estas empresas. 6. Regime de pessoal: titularizam emprego, seguindo o regime da CLT, todavia, são equiparados a servidores públicos, em razão de algumas regras: concurso público, teto remuneratório, acumulação, remédios constitucionais, fins penais, improbidade administrativa e outras; motivação no caso de demissão, assegurado o direito de defesa; STF considera que não cabe ao Pode Legislativo a aprovação previa o nome de tais dirigentes; 7. Privilégios processuais: não gozam, obedecem Às regras de processo; quanto ao foro, tratando-se de empresa pública federal a competência é da justiça federal, no caso de sociedade de economia mista, a competência é da justiça estadual, exceto se a União for assistente ou oponente, situação que o foro é deslocado para justiça federal (Súmulas 556 e 517 STF) 8. Bens: são penhoráveis, exceto se a empresa for prestadora de serviços públicos e o bem estiver diretamente ligado a eles; 9. regime falimentar: não estão sujeitos a este regime – Lei 11.101/05 se a empresa for exploradora de atividade econômica é possível a falência. Principais diferenças: forma de constituição, capital e competência para as suas ações; 10. Estatuto – Lei 13.303/16: abrange todas empresas estatais; prestadoras de serviço público e exploradoras da atividade econômica; se a empresa for exploradora de atividade econômica é possível a falência. 5. ENTES DE COOPERAÇÃO – ENTIDADES PARAESTATAIS – TERCEIRO SETOR são pessoas jurídicas de direito privado. são criados para perseguir fim público, mas podem ter lucro. Atuam em colaboração ao Estado; não necessariamente precisam manter vínculo com o poder público; Desempenham serviços não exclusivos do Estado; Sujeitam-se ao controle da Administração Pública e do Tribunal de Contas quando recebem dinheiro público; Não fazem parte da administração indireta; Regime jurídico de direito privado, com derrogações de direito público; Observação: Setores do Mercado 1º Setor: encontra-se o Estado (administração direta e indireta). 2º Setor: é o mercado (atividade privada), mas o Estado pode excepcionalmente atuar neste setor (ex: quando fiscaliza ou quando detém monopólio). 3º Setor: composto pelos entes de cooperação. 4º Setor: composto pela economia informal. 5.1. SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS CONCEITO - rótulo atribuído às pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da iniciativa privada com algumas características peculiares. Elas não prestam serviços públicos delegados pelo Estado, mas exercem atividade privada de interesse público. Compõemo chamado sistema “S”. Podem ser constituídas por meio das instituições particulares convencionais, como fundações, sociedades civis ou associações ou com estruturas peculiares previstas em lei específica. - Finalidade serve pra incentivar, fomentar, para dar assistência a determinadas categorias profissionais - Criação depende de autorização em lei; todavia são as entidades representativas que recebem a autorização para criação, excepcionalmente o Poder Executivo pode receber a autorização para criação (exemplo: ABDI – APEX-BRASIL); - Privilégios e Obrigações podem receber dotação orçamentária. Possuem patrimônio próprio; cobram contribuição social (capacidade tributária - parafiscalidade), os quais são considerados recursos públicos; A instituição da contribuição pode ser por lei ordinária (STF); A cobrança é válida independente de contraprestação direta; controladas pelo TC; estão sujeitas à licitação (TCU entende que não se subordinam aos estritos termos da lei 8.666/90, mas aos regulamentos próprios); são vinculados à supervisão do Ministério em que estão ligados; não estão obrigadas a realizar concurso público (STF) SESI - serviço social da industria SESC - serviço social do comercio SENAC - serviço nacional de aprendizagem comercial SENAI – serviço nacional de aprendizagem industrial SEBRAE - serviço brasileiro de apoio às micro e pequenas empresas SENAR - serviço nacional de aprendizagem rural SEST - serviço social do transporte SENAT - serviço nacional de aprendizagem do transporte 5.2. ENTIDADES DE APOIO Conceito – pessoa jurídica de natureza privada, que exerce, sem fins lucrativos, atividade social, serviços sociais não exclusivos do Estado, relacionados à ciência, pesquisa, saúde e educação. São criadas por servidores públicos, em nome próprio, podendo ter natureza de associação, fundação ou cooperativa, normalmente elas atuam junto a hospitais públicos e universidades públicas (Lei 8958/94). Exemplo FINEP - Finalidade Atividades de caráter privado; - Privilégios recebem dinheiro através de convênios firmados com o Estado. podem receber dotação orçamentária, servidores e bens públicos. Podem ser celebrados os convênios mediante dispensa de licitação; - Críticas - não precisam realizar concurso público, seus empregados são celetistas. 5.3. ORGANIZAÇÕES SOCIAIS - OS Conceito – também chamada de “OS”, foi instituída e definida pela Lei nº9637/98. É a qualificação dada a pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criadas por particulares para a execução, por meio de parcerias de serviços públicos não exclusivos do Estado, previsto em lei (art.1º). - Fundamento Legal - Lei 9.637/98 - Criação e Vinculo Jurídico Celebra com a administração um contrato de gestão para celebração de serviço público presentes na lei 9.637/98. Chamados de "ente fantasma", pois não têm vida própria, patrimônio, sede, servidores, vivem exclusivamente na dependência do contrato de gestão. Não são uma pessoa jurídica própria, são fundações ou associações que recebem uma qualificação quando assim contrato de gestão; É ato discricionário; Na celebração do contrato de gestão, devem ser observados, os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e economicidade, além de: o Programa de trabalho com estipulação de metas; o Avaliação de desempenho; o Limites e critérios para despesa com remuneração; - Finalidade Devem desenvolver atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde; Não prestam atividade delegada – e sim, atividade de interesse público; - Privilégios Contrato de gestão poderá dar dotação orçamentária, bens públicos e servidores públicos. São dispensadas de licitar, mas precisam prestar contas ao TC. Já as contratações das Os com terceiros não há obrigatoriedade de licitação; Serão fiscalizadas por entidade supervisora, a quem cabe, quando o conhecimento de irregularidade, comunicar o TC, sob pena de responsabilidade solidária; O procedimento de qualificação e a celebração do contrato de gestão das organizações sociais deve ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal; 5.4. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO - OSCIP Conceito Público – também denominada OSCIP, é pessoa jurídica de direito privado, instituída por particular para prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado (serviços socialmente úteis – art. 3º), sob o incentivo e fiscalização dele e que consagrem em seus estatutos uma série de normas sobre estrutura, funcionamento e prestação de contas (art.4º). Também trata de uma qualificação, todavia agora sob termo de parceria; - Fundamento Legal - Lei Federal 9790/99, - Criação e Vinculo Jurídico O vinculo jurídico é através de termo de parceria. Somente podem ser criadas nas hipóteses da lei 9790/90. Para ser realizado o termo de parceria exige-se que a pessoa jurídica privada exista há pelo menos três anos. Deverá ser feito requerimento perante Ministério da Justiça – que preenchidos os requisitos – concederá qualificação - trata de ato vinculado A pessoa jurídica não pode ser entidade comercial, organização social, organização religiosa ou sindicato, partidárias; organizações sociais; cooperativas; fundações públicas; organizações creditícias; instituições hospitalares não gratuitas; - Finalidade Art. 3º - Semelhanças e Distinções entre OS e OSCIP OSCIP não pode receber dotação orçamentária, bens públicos e servidores, mas pode receber dinheiro público. Não estão sujeitas a realização de licitação; Sujeitas ao controle do TC; Devem observar os princípios da administração pública; Não constitui hipótese de dispensa para sua contratação; Na OS é obrigatório Conselho de Administração; na OSCIP a lei exige Conselho Fiscal; Uma entidade não pode ser qualificada como OS e OSCIP ao mesmo tempo; 5.5. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL - OSC - Fundamento Legal - Lei Federal 13019/2014, Normas gerais para as parcerias entre a Administração Pública e as entidades de terceiro setor, cujo regime será de mutua cooperação para consecução de finalidades de interesse público e recíproco; Cada ente poderá estabelecer disposições específicas sobre o assunto; Abrange a administração direta, autarquias, fundações e empresas estatais prestadoras de serviço público; Conceito Público – também denominada OSC, são todas as pessoas jurídica de direito privado que façam parceria com o Poder Público para prestação de serviços de interesse público; Necessariamente deve ser pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos (aquela que não distribui seu lucro com sócios ou acionistas, diretores, colaboradores); Pode ser cooperativa ou organizações religiosas; Não há qualificação formal; Não se aplica as OS e as OSCIPs; Serão formalizadas por termo de colaboração (OSC é chamada a colaborar)ou termo de fomento (proposta feita pela entidade) ou acordo de cooperação (não há transferência de recursos); Na celebração do termo de colaboração e do termo de fomento deve haver existência prévia de dotação orçamentária e dependem da aprovação do plano de trabalho; As entidades que desejam firma a parceria deverão observar as disposições de organização interna prevista no art. 33da Lei 13.019; A regra para celebração do termo de colaboração e do termo de fomento é a prévia realização de chamamento „publico, salvo se decorrentes de recursos de emendas parlamentares;já os acordos de cooperação serão realizados sem chamamento público, exceto quando envolver a celebração de comodato, doação de bens ou forma de compartilhamento de recurso patrimonial; 5.4. ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO - OSCIP Conceito Público – também denominada OSCIP, é pessoa jurídica de direito privado, instituída por particular para prestação de serviços sociais não exclusivos do Estado (serviços socialmente úteis – art. 3º), sob o incentivo e fiscalização dele e que consagrem em seus estatutos uma série de normas sobre estrutura, funcionamento e prestação de contas (art.4º). Também trata de uma qualificação, todavia agora sob termo de parceria; - Fundamento Legal - Lei Federal 9790/99, VIII EXAME O Presidente da República, considerando necessária a realização de diversas obras de infra-estrutura, decide pela criação de uma nova Sociedade de Economia Federal e envia projeto de lei para o Congresso Nacional. Após a sua regular tramitação, o Congresso aprova a criação da Companhia “X”. Considerando a situação apresentada, assinale a afirmativa correta. A) A Companhia “X” poderá editar os decretos de utilidade pública das áreas que necessitam ser desapropriadas para consecução do objeto que justificou sua criação. B) A Companhia “X” está sujeita à licitação e à contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração. C) A Companhia “X” será necessariamente uma sociedade de propósito específico (SPE) e a maioria do capital social deverá sempre pertencer à União. D) A Companhia “X” possui foro privilegiado e eventuais demandas judiciais correrão perante a Justiça Federal. IX EXAME Atento à crescente especulação imobiliária, e ciente do sucesso econômico obtido pelas construtoras do País com a construção de imóveis destinados ao público de alta renda, o Estado “X” decide ingressar nesse lucrativo mercado. Assim, edita uma lei autorizando a criação de uma empresa pública e, no mesmo ano, promove a inscrição dos seus atos constitutivos no registro das pessoas jurídicas. Assinale a alternativa que apresenta a alegação que as construtoras privadas, incomodadas pela concorrência de uma empresa pública, poderiam apresentar. A) A nulidade da constituição daquela pessoa jurídica, uma vez que as pessoas jurídicas estatais só podem ser criadas por lei específica. B) O objeto social daquela empresa só poderia ser atribuído a uma sociedade de economia mista e não a uma empresa pública. C) Os pressupostos de segurança nacional ou de relevante interesse coletivo na exploração daquela atividade econômica não estão presentes. D) A criação da empresa pública não poderia ter ocorrido no mesmo ano em que foi editada a lei autorizativa. XII EXAME O Estado ABCD, com vistas à interiorização e ao incremento das atividades econômicas, constituiu empresa pública para implantar distritos industriais, elaborar planos de ocupação e auxiliar empresas interessadas na aquisição dessas áreas. Considerando que esse objeto significa a exploração de atividade econômica pelo Estado, assinale a afirmativa correta. A) Não é possível a exploração de atividade econômica por pessoa jurídica integrante da Administração direta ou indireta. B) As pessoas jurídicas integrantes da Administração indireta não podem explorar atividade econômica. C) Dentre as figuras da Administração Pública indireta, apenas a autarquia pode desempenhar atividade econômica, na qualidade de agência reguladora. D) A constituição de empresa pública para exercer atividade econômica é permitida quando necessária ao atendimento de relevante interesse coletivo. XIV EXAME 25 Numerosos professores, em recente reunião da categoria, queixaram-se da falta de interesse dos alunos pela cultura nacional. O Sindicato dos Professores de Colégios Particulares do Município X apresentou, então, um plano para ampliar o acesso à cultura dos alunos com idade entre 10 e 18 anos, obter a qualificação de “Organização da Sociedade Civil de Interesse Público” (OSCIP) e celebrar um termo de parceria com a União, a fim de unir esforços no sentido de promover a cultura nacional. Considerando a proposta apresentada e a disciplina existente sobre o tema, assinale a afirmativa correta. A) O sindicato não pode se qualificar como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, uma vez que tal qualificação, de origem doutrinária, não tem amparo legal. B) O sindicato não pode se qualificar como OSCIP, em virtude de vedação expressa da lei federal sobre o tema. C) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, uma vez que é uma entidade sem fins lucrativos e o objetivo pretendido é a promoção da cultura nacional. D) O sindicato pode se qualificar como OSCIP, mas deve celebrar um contrato de gestão e não um termo de parceria com o poder público. XV EXAME No Estado X, foi constituída autarquia para a gestão do regime próprio de previdência dos servidores estaduais. A lei de constituição da entidade prevê a possibilidade de apresentação de recurso em face das decisões da autarquia, a ser dirigido à Secretaria de Administração do Estado (órgão a qual a autarquia está vinculada). Sobre a situação descrita, assinale a opção correta. A) Não é possível a criação de autarquia para a gestão da previdência dos servidores, uma vez que se trata de atividade típica da Administração Pública. B) Não cabe recurso hierárquico impróprio em face das decisões da autarquia, uma vez que ela goza de autonomia técnica, administrativa e financeira. C) A previsão de recurso dirigido à Secretaria de Administração do Estado (órgão ao qual a autarquia está vinculada) configura exemplo de recurso hierárquico próprio. D) São válidas tanto a constituição da autarquia para a gestão do regime previdenciário quanto a previsão de cabimento do recurso ao órgão ao qual a autarquia está vinculada. XVII EXAME Após autorização em lei, o Estado X constituiu empresa pública para atuação no setor bancário e creditício. Por não possuir, ainda, quadro de pessoal, foi iniciado concurso público com vistas à seleção de 150 empregados, entre economistas, administradores e advogados. A respeito da situação descrita, assinale a afirmativa correta. A) Não é possível a constituição de empresa pública para exploração direta de atividade econômica pelo Estado. B) A lei que autorizou a instituição da empresa pública é, obrigatoriamente, uma lei complementar, por exigência do texto constitucional. C) Após a Constituição de 1988, cabe às empresas públicas a prestação de serviços públicos e às sociedades de economia mista cabe a exploração de atividade econômica. D) A empresa pública que explora atividade econômica sujeita-se ao regime trabalhista próprio das empresas privadas, o que não afasta a exigência de concurso público. XVIII EXAME Questão 30 O Estado XYZ pretende criar uma nova universidade estadual sob a forma de fundação pública. Considerando que é intenção do Estado atribuir personalidade jurídica de direito público a tal fundação, assinale a afirmativa correta. A) Tal fundação há de ser criada com o registro de seus atos constitutivos, após a edição de lei ordinária autorizando sua instituição. B) Tal fundação há de ser criada por lei ordinária específica. C) Não é possível a criação de uma fundação pública com personalidade jurídica de direito público.D) Tal fundação há de ser criada por lei complementar específica. XVIII EXAME Questão 33 Após celebrar contrato de gestão com uma organização social, a União pretende celebrar, com a mesma organização, contrato de prestação de serviços para a realização de atividades contempladas no contrato de gestão. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. (A) É obrigatória a realização de licitação para a celebração do contrato de prestação de serviços. (B) É dispensável a realização de licitação para a celebração do contrato de prestação de serviços. (C) É inexigível a realização de licitação para a celebração do contrato de prestação de serviços. (D) Não é possível celebrar contrato de prestação de serviços com entidade qualificada como organização social.
Compartilhar