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Resumo Seminário - Método Misto aplicado às Ciências Sociais/Sociologia

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SEMINÁRIO MÉTODOS DE PESQUISA SOCIAL
“MÉTODOS MISTOS”
O seminário tem como base os argumentos apresentados em 4 textos, que estão no plano de ensino da
disciplina:
1. CERVI, E. U. Métodos Quantitativos nas Ciências Sociais: uma abordagem alternativa ao fetichismo dos
números e ao debate com qualitativistas. In: BOURGUIGNON, J. A (Org.). Pesquisa Social: reflexões teóricas e
metodológicas. Ponta Grossa, Toda a Palavra Editora, 2009 (Pp. 125-143). 
2. FLICK (2009), Capítulo 3 – Pesquisa quantitativa e qualitativa. 
3. MINAYO, M. C. S. Contradições e consensos na combinação de métodos quantitativos e qualitativos. In: O
desafio do Conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo. HICITEC, 2010 (Pp 54-76).
4. SANTOS, T. S. (2009). Do artesanato intelectual ao contexto virtual: ferramentas metodológicas para a
pesquisa social. Sociologias, Porto Alegre, ano 11, nº 21, jan./jun., p. 120-156.
- De maneira geral, os 4 textos apresentam um panorama dos métodos utilizados em pesquisa social,
enfatizando em duas dimensões: quantitativa e qualitativa.
- O ponto de encontro de todos os autores é de que deve haver um equilíbrio na utilização e defesa de
cada método. Por exemplo, deve-se evitar tanto o “fetichismo estatístico” quanto a demonização do
método quantitativo como “positivista” . Da mesma forma, não deve-se pensar que pesquisas
qualitativas não têm rigor metodológico por estarem mais focadas na dimensão subjetiva das relações
sociais.
Para minha apresentação, irei me basear em 5 pontos principais:
1. O que são métodos mistos
2. Qual a definição do método quantitativo e qualitativo
3. Quais os instrumentos e técnicas utilizados por cada um
4. Quando usar cada um (ou quando usar os dois)
5. Exemplos de pesquisas mistas
1. Para começar, que danado são “métodos mistos”?
- Métodos mistos é a denominação utilizada para a utilização tanto do método quantitativo como do
método qualitativo numa mesma pesquisa social
- (lembrando que pesquisa social, como afirma Cervi, pode ser feita não apenas pela Antropologia,
Sociologia ou Ciência Política, mas também por áreas afins, como o Jornalismo, a Psicologia, entre
outras)
- Esse uso conjugado pode ser feito por meio de combinação de dados, associação de resultados,
triangulação e sequenciamento de pesquisas. De maneira geral, pode-se fazer uma pesquisa em que
ambos dados (quantitativos e qualitativos) têm a mesma importância para o estudo; que são coletados
ao mesmo tempo; ou que um é coletado posteriormente ao outro, etc.
2. Mas qual a definição e para que serve cada método (quantitativo e qualitativo)?
- O método QUANTITATIVO tem uma abordagem mais ampla. Com os dados coletados
quantitativamente, é mais fácil fazer uma generalização dos fenômenos apurados; identificar padrões;
buscam uma descrição do objeto ou explicação causal (por exemplo, se as variáveis gênero e
escolaridade têm uma relação de causa e efeito).
- A pesquisa quantitativa deve ser usada quando o que se quer medir no objeto pesquisado já é
conhecido. 
- A identificação de regularidades na sociedade é a principal meta do cientista social que opta por
trabalhar com métodos quantitativos.
- As predições a partir da descrição de determinados aspectos da realidade, outra meta da pesquisa
científica, estão baseadas nos testes de hipóteses em relação a um determinado conjunto de dados.
Considerando que a descrição permite relacionar os comportamentos de duas variáveis da realidade,
quando se altera uma delas é possível identificar efeitos possíveis e prováveis no comportamento da
outra variável, mesmo antes de acontecer. Porém, as predições da ciência social têm limites de
precisão, mesmo que sejam utilizadas as mais avançadas técnicas de medição e contagem dos aspectos
dos fatos sociais.
- De fato, o que merece crítica é a produção de resultados matemáticos indicadores e o estabelecimento
de relações estatisticamente significativas entre variáveis desprovidas da devida análise e
contextualização, para produzir novas representações da realidade social como resultado da análise.
Porém, é preciso reconhecer que esse tipo de pesquisa estéril, que não consegue relacionar os
resultados obtidos a partir do uso de instrumentos científicos com a realidade que deve ser
representada, não é exclusividade dos métodos quantitativos. 
Como evitar a utilização de dados quantitativos “estéreis”:
- numa pesquisa, buscar explicar possíveis causas (variáveis dependentes e independentes)
- prestar explicações multivariadas: da mesma forma como existem causas indiretas, aditivas ou
ocasionais por interação entre os ele- mentos do mundo social, também há variáveis que só apresentam
relação com determinado efeito quando agregadas a outras.
- Uma terceira finalidade é a seleção de casos a serem analisados que permitam a generalização dos
resultados. 
- Por fim, a última finalidade a ser apontada aqui é a que trata da definição de medida empírica
relacionada a um conceito teórico. Como todas as demais pesquisas, as que utilizam os métodos
quantitativos também partem de conceitos teóricos e precisam transformá-los em indicadores
empíricos. Com isso, é possível que exista um conflito entre os modelos teóricos prescritivos e os
modelos estatísticos, cujos resultados mostram-se incompatíveis com as ideias/conceitos apropriados
para dar início à pesquisa. As duas maneiras mais utilizadas pelos quantitativistas para resolver essa
incongruência, quando ocorre, é tratar como erro os fatores causais não-sistemáticos que geraram viés
nos resultados empíricos, o que garante a manutenção da capacidade explicativa do modelo teórico
anterior. A outra forma é considerar o erro como uma ocorrência verdadeira da realidade, porém, como
a atenção principal direciona-se para o centro dos indicadores, esse fator de erro pode ser considerado
como um novo indicador, até então não identificado pela ciência. Assim, pode ser agregado à teoria e
conceitos anteriores, permitindo não apenas a preservação deles, mas também a atualização.
- Já o método QUALITATIVO tem uma abordagem mais subjetiva e profunda do objeto em questão
(casos mais específicos), e por isso normalmente tem uma “amostra” menor. Aqui pretende-se
compreender o objeto, examinar detalhes. O método qualitativo pode ser também a melhor opção para
estudos exploratórios, contudo ele não serve apenas para isso.
- Frequentemente, há uma tendência por parte de pesquisadores de métodos qualitativos em definir
como “verdade” apenas o significado expresso pelos sujeitos
- De acordo com Cervi, é impossível fazer uma pesquisa exclusivamente quantitativa ou qualitativa,
pois, para ele, “não se pode quantificar ou medir algo do qual não se tenha classificação ou definição
compartilhada (que seria o objetivo da pesquisa quali) e qualquer classificação só é válida quando
permite a distinção entre diferentes quantidades (que seria o objetivo da pesquisa quanti).
- Portanto, não existe uma hierarquia de métodos, mas sim métodos apropriados a cada objetivo e
objeto de pesquisa.
3. Quais os instrumentos e técnicas específicos de cada método (quantitativo e qualitativo)?
QUANTI: aplicação de questionários; análise de conteúdo. (QUANTI também pode utilizar dados
secundários, que advêm de uma outra fonte, banco de dados, que não foi elaborado pelo pesquisador)
QUALI: entrevistas; análise de discurso; imagens (pinturas, fotografias); áudio (músicas, sons);
audiovisual (vídeos; filmes; entrevistas gravadas); objetos (obras de arte)
4. Quando usar cada um
- EXEMPLO FLICK: O pesquisador que desejar saber algo sobre a experiência subjetiva de uma
doença mental crónica deverá conduzir entrevistas biográficas com alguns pacientes e analisá-las
detalhadamente. O pesquisador que pretender descobrir algo sobre a frequência e a distribuição dessas
doenças na população deverá realizar um estudo epidemiológico. Os métodos qualitativossão
apropriados para o primeiro problema e para o segundo, os quantitativos; sendo que cada um dos
métodos abstém-se de entrar no território do outro. 
5. Quando usar os dois
- Quando se quer fornecer um quadro mais geral da questão em estudo. Nesse caso, os aspectos
estruturais são analisados com métodos quantitativos, e os aspectos processuais analisados com o uso
de abordagens qualitativas.
- Quando se quer complementar “problemas” ou expandir os limites de um método específico. Por
exemplo, o problema da generalização pode ser resolvido, na pesquisa qualitativa, através do acréscimo
das descobertas quantitativas, considerando que as descobertas qualitativas deverão facilitar a
interpretação das relações existentes entre as variáveis dos conjuntos de dados quantitativos.
- Quando se quer maior cientificidade (que está relacionado com o quadro mais geral)
- Sendo assim, o que determina o predomínio dos métodos a serem utilizados é o objetivo principal da
pesquisa e o grau de conhecimento prévio que já exista a respeito do objeto em análise. 
6. Exemplos de pesquisas mistas (aplicação à saúde)
- Nas pesquisas em saúde, tem-se uma tendência a utilizar métodos estatísticos, em epidemiologia.
- A perspectiva de que doenças podem ser causadas por fatores externos ao indivíduo (o meio social
que em vive, as relações sociais às quais está suscetível etc.) só surgiu nas ciências da saúde a partir da
incorporação de métodos qualitativos
- Atualmente, existe o processo de investigação de “objetivação no método”, que é um processo que
reconhece a complexidade dos fatores explicativos a um fenômeno, principalmente no que se refere à
saúde
Outras questões pertinentes que não têm a ver especificamente com métodos quantitativos ou
qualitativos, mas no geral com a metodologia das ciências sociais são:
- A democratização do acesso à informação acadêmica (publicar de maneira acessível à comunidade os
dados obtidos em pesquisas científicas);
- A implementação das inovações tecnológicas nas pesquisas sociais

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