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Impostos Ma. Adriana Bainha RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA Tributo: Conceito. Características; Finalidade Classificação. Função dos Tributos. Espécies. Elementos do Tributo: Hipótese de Incidência. Fato Gerador. Base de Cálculo. Alíquota. Sujeito ativo e passivo Regra matriz de incidência: critérios subjetivo, material e quantitativo TRIBUTO AS DIVERSAS ACEPÇÕES DO TERMO O DEVER DE LEVAR DINHEIRO AOS COFRES PÚBLICOS, COATIVAMENTE; O DINHEIRO LEVADO NO CUMPRIMENTO DESSE DEVER (QUANTUM DEBEATUR); O COMPORTAMENTO DE LEVAR O DINHEIRO (PRESTAÇÃO); A LEI QUE PRESCREVE TAL COMPORTAMENTO; A RELAÇÃO JURÍDICA (OBRIGAÇÃO) QUE TAL LEI ENGENDRA (ATALIBA, 2009, pp. 21-22) CONCEITO DE TRIBUTO CTN, ART. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada CONCEITO DE TRIBUTO Tributo é toda prestação pecuniária em favor do Estado ou pessoa por ele indicada, tendo por causa um fato lícito, previsto em lei, instituidor de relação jurídica, diferenciando-se da multa porque esta, embora prevista em lei em favor do Estado, decorre de um fato ilícito (ter o multado descumprido algum dever contratual ou legal) (COELHO, 2004, p. 451) CONCEITO DE TRIBUTO Tributo é certa quantia em dinheiro que os contribuintes (pessoas físicas ou jurídicas) são obrigadas a pagar ao Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) quando praticam certos fatos geradores previstos pelas leis tributárias (CASSONE, 2004, p. 29). SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL CONCEITO DE TRIBUTO Dinheiro ou cheque. Art. 156, XI, CTN, admite a dação em pagamento, todavia, tem de ser feita em imóvel. Prestação compulsória, não contratual, não voluntária. É obrigatório. A lei é o único instrumento idôneo à criação de tributo. É ato vinculado, obrigatório de lançamento pela autoridade administrativa. Tributo não é multa e multa não é tributo. TRIBUTO (art. 3º, CTN): é toda prestação pecuniária compulsória, instituída em lei, e cobrada mediante atividade administrativa vinculada, que não constitua sanção de ato ilícito CARACTERÍSTICAS DO TRIBUTO PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (em dinheiro, não se admitindo pagamento in natura); PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA (Não facultativa ou voluntária. Concretizado o fato gerador, nasce, inexoravelmente, para o sujeito passivo, a obrigação pecuniária); PRESTAÇÃO EM MOEDA OU VALOR QUE NELA SE POSSA EXPRIMIR (excepcionalmente, títulos da dívida pública e dação em pagamento); CARACTERÍSTICAS DO TRIBUTO PRESTAÇÃO NÃO DECORRENTE ATO ÍLICITO (O objeto da relação jurídica tributária deve corresponder à pratica de um ato lícito. As multas decorrentes da sanção consequente da pratica de atos ilícitos não constitui tributo); PRESTAÇÃO INSTITUÍDA EM LEI (Princípio da legalidade (CF/88, art. 146, III c/c CTN, art. 97); PRESTAÇÃO COBRADA POR ATO ADMINISTATIVO PLENAMENTE VINCULADO (Não sendo ato discricionário, não está sujeito ao princípio da conveniência e oportunidade da administração pública – CTN, art. 142, § único) FINALIDADE DOS TRIBUTOS FINALIDADES DO ESTADO E RECEITAS PÚBLICAS; RECEITAS ORIGINÁRIAS (exploração do próprio patrimônio); RECEITAS DERIVADAS (cobrança de tributo); O ESTADO MODERNO BRASILEIRO E SUA PARTICIPAÇÃO NA EXPLORAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA (CF/88, ART. 173); O TRIBUTO COMO PRINCIPAL FONTE DE RECEITA DO ESTADO MODERNO; O TRIBUTO COMO FORMA DE COMBATE À ESTATIZAÇÃO; CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS QUANTO À COMPETÊNCIA: FEDERAIS, ESTADUAIS, E MUNICIPAIS QUANTO À VINCULAÇÃO À ATIVIDADE ESTATAL: VINCULADO A UMA ATIVIDADE ESTATAL EM FAVOR DO CONTRIBUINTE E NÃO VINCULADOS QUANTO À FUNÇÃO: FISCAL, EXTRAFISCAL E PARAFISCAL QUANTO AO CONTRIBUINTE DIRETO E INDIRETO Quanto ao contribuinte DIRETOS Incidem sobre o “Contribuinte de Direito”, o qual não tem, pelo menos teoricamente, a possibilidade de repassar para outrem o ônus tributário. No Imposto de Renda da pessoa física assalariada, por exemplo, é o empregado quem suporta a obrigação, não havendo condições de ocorrer a repercussão (transferência do ônus tributário para outrem). Quanto ao contribuinte INDIRETOS A carga tributária cai sobre o “Contribuinte de Direito” que o transfere para outrem, O “Contribuinte de Direito” é figura diferente do “Contribuinte de Fato”. Nem sempre o contribuinte que paga é, efetivamente, quem suporta em definitivo a carga tributária. Assim temos: Contribuinte de direito: pessoa designada pela lei para pagar o imposto. Contribuinte de fato: pessoa que de fato suporta o ônus fiscal. Esse aspecto é de importância fundamental na solução dos problemas de restituição do indébito tributário. O IPI e o ICMS são impostos indiretos. uma vez que o consumidor final é que, de fato, acaba por suportar a carga tributária, embora não seja designado pela lei como contribuinte desses impostos QUANTO À FUNÇÃO: EXTRAFISCAL Tributo que não visa só a arrecadação, mas também, corrigir anomalias. Exemplo: Imposto de Exportação. PARAFISCAL Contribuição cobrada por autarquia, órgãos paraestatais, profissionais ou sociais, para custear seu financiamento autônomo. Exemplo: taxa anual do CRC, CREA, OAB, etc. Procedimento Administrativo Fiscal Característica: série de atos voltados à verificação da ocorrência de fatos geradores e à correta extinção da obrigação tributária. Finalidade: emissão de um ato administrativo. As espécies de lançamento PROCEDIMENTO ATOADMINISTRATIVO HOMOLOGAÇÃO HOMOLOGAÇÃO OU EXIGÊNCIA OFÍCIO EXIGÊNCIA DECLARAÇÃO EXIGÊNCIA As espécies de lançamento Ato administrativo emitido ao fim do procedimento poderá ser de três espécies distintas: Homologação Lançamento (exigência de tributo) Aplicação de penalidade (exigência de multa) modalidades de lançamento Existem três modalidades de lançamento: constitui o CT: a) Lançamento direto ou de ofício: é aquele feito pelo Fisco, sem participação do contribuinte. Ex.: IPTU, IPVA, taxa e contribuições de melhorias. b) Lançamento misto ou por declaração: é aquele realizado com base em informações prestadas pelo devedor. Ex.: II – Imposto de Importação. É necessário que o devedor comunique o Fisco. c) Autolançamento ou por homologação: é aquele que a lei atribui ao devedor a obrigação de antecipação do pagamento. Ex.: ICMS, IR, ISS, IPI. ESPÉCIES DE TRIBUTOS IMPOSTOS TAXAS CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS (ESPECIAIS) EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO IMPOSTOS DEFINIÇÃO (CTN, ART. 16) Tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. FEDERAIS (CF/88, ART. 153: II, IE, IR, IPI, ITR, IOF, IGF); ESTADUAIS (CF/88, ART. 155: ITD, ICMS, IPVA); DISTRITAIS (CF/88, ART. 155/156: ITD, ICMS, IPVA, IPTU, ITBI, ISS); MUNICIPAIS (CF/88, ART. 156: IPTU, ITBI, ISS) IMPOSTOS É tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica em favor ou relativa ao contribuinte IMPOSTOS: CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA IMPOSTO PESSOAL (IR); IMPOSTO REAL (IPTU, ITR, IPVA); IMPOSTO DIRETO (NÃO REQUER RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO, IPTU, ITR); IMPOSTO INDIRETO (A LEI ELEGE RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO IPI, ICMS); IMPOSTO PROPORCIONAL (ALÍQUOTA ÚNICA – ISS); IMPOSTO PROGRESSIVO ( A ALÍQUOTA VARIA CONFORME A BASE DE CÁLCULO. PODE SER SIMPLES E GRADUADA); IMPOSTO FIXO IMPOSTOS: CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA IMPOSTO MONOFÁSICO (OU DE INCIDÊNCIA ÚNICA INCIDE SOBRE UM ÚNICO CICLO ECONÔMICO); IMPOSTO PLURIFÁSICO (INCIDE SOBRE VÁRIAS FASES DO CICLO ECONÔMICO); IMPOSTO CUMULATIVO (ITBI, IOF); IMPOSTO NÃO CUMULATIVO (IPI, ICMS); IMPOSTO NOMINADO E INOMINADO; IMPOSTO REGULATÓRIO (EXTRAFISCAL); IMPOSTO SELETIVO A NATUREZA JURÍDICA DOS TRIBUTOS é obtida, via de regra, pelo seu fato gerador (art. 4º, CTN). É que dependendo das características do fato gerador, poderei identificar o tributo como uma das espécies acima elencadas Impostos Municipais Imposto Predial e Territorial Urbana – IPTU O QUE É O IPTU? É o imposto recolhido anualmente, sobre o valor da propriedade predial e territorial urbana. O IPTU incide sobre todos os imóveis do Município de Florianópolis ou outro, exceto os do Patrimônio Público. QUEM É O CONTRIBUINTE DO IPTU? É você, proprietário do imóvel, titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Esse tributo acompanha o imóvel em todas as suas mudanças, ou seja, nos casos de venda, doação, desmembramento, etc. Isso quer dizer que o IPTU, nesse caso, passa a ser responsabilidade do novo proprietário do imóvel que acaba de adquiri-lo legalmente. IPTU TODO IMÓVEL PRECISA TER UMA INSCRIÇÃO NA PREFEITURA? São obrigatórias, as inscrições no CADASTRO IMOBILIÁRIO da Secretaria de Finanças do Município, os imóveis existentes como unidades autônomas e os que venham a surgir por desmembramento ou remembramento dos atuais, mesmo os beneficiados com isenções. COMO É CALCULADO O VALOR DO IPTU? O IPTU é calculado mediante a aplicação de uma alíquota sobre o valor venal do imóvel. Este valor venal é calculado com base em diversos fatores, como: tamanho do terreno, do prédio, sua localização, o tipo de acabamento, os tipos de equipamentos urbanos existentes no logradouro, entre outras. IPTU COMO É CALCULADO O IPTU DE UM IMÓVEL DE USO MISTO, RESIDENCIAL E COMERCIAL? O Cálculo do IPTU deverá ser feito proporcional a área utilizada pelo comércio e residência. O QUE DEVE SER FEITO QUANDO O CONTRIBUINTE NÃO RECEBER O BOLETO DE PAGAMENTO DO IPTU? Se você não receber o seu boleto de pagamento através do correio, procure a Secretaria de Finanças para tirar a 2ª via e regularizar sua informação cadastral. O vencimento das parcelas do seu IPTU é no décimo dia útil de cada mês. ONDE PAGAR O IPTU? O IPTU pode ser pago nos seguintes bancos: Banco do Brasil, Bradesco, ITAÚ, HSBC, BASA, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL e nos seguintes CORRESPONDENTES BANCÁRIOS, Casas Lotéricas e etc. IPTU IPTU PODE SER PAGO EM OUTROS ESTADOS? Sim. Os contribuintes do IPTU residentes em outros estados da federação poderão solicitar alteração de endereço para correspondência. Assim ele receberá o DAM - Documento de Arrecadação Municipal no endereço indicado e fará a recolhimento, sem complicação, usando a sistema de autoatendimento dos bancos conveniados a Prefeitura. QUEM TEM DIREITO A ISENÇÃO DO IPTU? Veremos quando estudarmos isenções. IPTU AO RECEBER A GUIA DE RECOLHIMENTO O CONTRIBUINTE PODE PEDIR A REVISÃO DO IPTU? Sim. O documento de Arrecadação Municipal - DAM é um documento importante. Por isso, se você achar que nele alguma coisa não está perfeitamente correta, entre em contato com a Secretaria de Gestão Fazendária do Município. Verifique se é necessário fazer alguma alteração cadastral do seu imóvel. É importante manter seus dados cadastrais de proprietário sempre atualizados, como: nome, endereço para correspondência, CPF, CNPJ e informações sobre alterações no seu imóvel - reformas, obras suplementares ou quaisquer modificações. A Secretaria Municipal de Gestão Fazendária está pronta para orientá-lo no que for necessário. IPTU – visão geral do imposto Imposto sobre a Propriedade predial e Territorial Urbana - IPTU Função predominante Fiscal (exceção:extrafiscal – art. 182, §4°,II, daCF/1988) Princípio da Legalidade Está sujeito Princípio da anterioridade Está sujeito Princípio da noventena Está sujeito (exceto em relação à alterações da base de cálculo do tributo) Fato Gerador A propriedade,o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município. Base de cálculo É o valor venal doimóvel Contribuinte É o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ouo seu possuidor a qualquer Lançamento Deofício ITBI O ITBI tem como fato gerador a transmissão, ‘‘inter vivos’’, a qualquer título, de propriedade ou domínio útil de bens imóveis; quando há a transmissão a qualquer título de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia; ou quando há a cessão de direitos relativos às transmissões acima mencionadas. Competência O artigo 156, inciso II, da Constituição Federal estabelece que compete aos Municípios instituir imposto sobre “transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição”. O Imposto de Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis (ITBI) está disciplinado nos artigos 35 a 42 do Código Tributário Nacional. Sujeito Ativo Sujeito ativo do Imposto de Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis é o Município. Considerações: imóveis por natureza: solo com sua superfície, seus acessórios e adjacências naturais, englobando as árvores e os frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo; imóveis por acessão física: tudo aquilo incorporado pelo homem permanentemente ao solo, de forma que não possa ser retirado sem destruição, modificação, fratura ou dano, como a semente plantada, os edifícios e as construções. ITBI Os direito reais estão enumerados no art. 1.225 do Código Civil, vejamos: “Art. 1.225 São direitos reais: – a propriedade; – a superfície; – as servidões; - o usufruto; - o uso A habitação; - o direito do promitente comprador do imóvel; - o penhor - a hipoteca; - a anticrese - a concessão de uso especial para fins de moradia - a concessão de direito real de uso”. Direitos reais sobre bens imóveis: Direito de Superfície: previsto no Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/01) e no Código Civil, artigos 1.369 e seguintes, “Pelo novo instituto, uma pessoa, cujo terreno não seja apropriado para a construção que pretende erigir, pode, por exemplo, permutar o uso do solo, temporariamente, mantendo a propriedade deste, com outra pessoa que possua terreno que atenda às suas necessidades, cedendo, por outro lado, a esta, que nele tem interesse, o direito de superfície de seu imóvel. Assim, o proprietário de um terreno localizado na zona central, próprio para edificação de um prédio de escritórios, mas que deseja investir na construção e montagem de uma fábrica, pode permutar o uso do solo de seu imóvel com o de um terreno localizado na periferia da cidade, cujo proprietário tem interesse em construir um prédio de escritórios” (Carlos Roberto Gonçalves, Sinopses Jurídicas, vol. 3, Saraiva, 2002:152). Servidão: restrição imposta a um prédio, cujo proprietário perde o exercício de alguns de seus direitos dominicais ou fica obrigado a tolerar a utilização do seu prédio (serviente) pelo dono do prédio dominante, para certo fim (artigo 1.378 do Código Civil). Usufruto: direito real de fruir as utilidades e os frutos de um bem, enquanto temporariamente destacado da propriedade (artigo 1.390 do Código Civil). Habitação: faculdade de residir num prédio alheio com a família (artigo 1.414 do Código Civil). Cessão de direitos: feita por sentença judicial, por lei ou por livre acordo entre cedente e cessionário; são os atos que levam a pessoa que os recebe à aquisição do imóvel, equivalendo, portanto, à própria transmissão do bem. ITBI Direitos reais sobre os imóveis (arts. 1.378, 1.390, 1.412, 1.414, CC): servidões prediais, usufruto, uso, habitação e rendas das constituídas sobre imóveis. Não incidem sobre: Os direitos reais de garantia (anticrese e hipótese); A transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio da pessoa jurídica em realização de capital; Não incidem: c) A transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil. Compete ao Município da situação do bem a instituição e arrecadação do imposto. Fato Gerador Fatos geradores do Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis são quaisquer atos ou negócios jurídicos, independentemente de registro, que transfiram o bem imóvel, a qualquer título (compra e venda, dação em pagamento, promessa de venda inteiramente quitada e transcrita no registro) ou os direitos reais sobre imóveis (servidões, usufruto, habitação etc.) e as cessões desses direitos reais. Dação em Pagamento Recebimento pelo credor de coisa, exceto dinheiro, substituindo a prestação que lhe era devida (artigo 356 do Código Civil). Não incide sobre direitos reais de garantia – anticrese (devedor entrega imóvel ao credor, para que este, em compensação da dívida, perceba os frutos e rendimentos do imóvel) e a hipoteca (devedor oferece bem imóvel em garantia ao credor, para assegurar o cumprimento de uma obrigação). Artigo 156, § 2.º, da Constituição Federal: § 2.º O imposto previsto no inciso II (transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis): “I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;”. Fusão, Incorporação e Cisão Fusão Fusão é a reunião de duas ou mais sociedades, individualmente distintas, que se transformam em uma só. Incorporação Incorporação é uma operação por meio da qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra(s), que por sua vez, sucede-lhes em todos os direitos e obrigações. Cisão Cisão é instituto próprio de sociedades por ações, com o objetivo de transferir parte do patrimônio de uma companhia a outra ou outras, constituídas com essa finalidade ou já existentes. A transferência total implica extinção da sociedade cindida e a parcial, na divisão do seu patrimônio. Trata-se de imunidade específica concedida pela Carta Magna, configurando, portanto, uma limitação ao poder de tributar do Município. Exceção Se a atividade preponderante do adquirente for compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil – negócios de empresas que exploram loteamento de terrenos, incorporação de edifícios de apartamentos, compra desses para venda etc., haverá a tributação porque se obtém lucro com a atividade. “Ratio legis” Analisando esse dispositivo, do ponto de vista econômico, percebe-se a intenção de facilitar as incorporações e fusões, no pressuposto de que imprimem eficiência às empresas. Atividade preponderante É a definida no artigo 37, §§ 1.º e 2.º, do Código Tributário Nacional. Base de Cálculo Base de cálculo é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos (artigo 38 do Código Tributário Nacional), valor do imóvel para compra e venda à vista, segundo as condições usuais do mercado de imóveis. Alíquota Observado o artigo 39 do Código Tributário Nacional, deve-se respeitar o limite fixado em resolução do Senado Federal, que distinguirá, para efeito de aplicação de alíquota mais baixa, as transmissões que atendam à política nacional de habitação. Sujeito Passivo Conforme estabelece o artigo 42 do Código Tributário Nacional, contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei. Conforme o artigo 6.º, incisos I e II, da Lei Municipal n. 11.154/91, regulamentada pelo Decreto n. 31.133/92, são os adquirentes dos bens ou direitos transmitidos e os cedentes, nas cessões de direitos decorrentes de compromissos de compra e venda. ITBI -Aspecto Material – Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição. Características – Bem imóvel por natureza (art. 79, CC): o solo com sua superfície, seus acessórios e adjacências naturais, compreendendo as árvores e frutos pendentes, o espaço aéreo e o subsolo; bem imóvel por acessão física: tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano. ITBI Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis - ITBI Função predominante Fiscal Princípio da Legalidade Está sujeito Princípio da anterioridade Está sujeito Princípio da noventena Está sujeito Fato Gerador I – atransmissão a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física (‘‘Tudo quanto o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada ao solo, os edifícios e construções, de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano’’ (art. 43, II). Como definidos nalei Civil; II– a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos de garantia; III – a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II. ITBI Base de cálculo É o valor venal dosbens ou direitos transmitidos Contribuinte É qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei (geralmente é o adquirente do bem ou direito) Lançamento Pordeclaração ( a autoridade administrativa constitui o crédito tributário com base em informações prestadas pelo próprio sujeito passivo ou por terceiro. ISS Fundamentos Constitucionais Imposto Sobre Serviços Enunciados Constitucionais “ Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. “ Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação , ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior”. Critério material possível ISS Somente pode incidir sobre a prestação efetiva de serviços. Não pode incidir sobre: consumo, fruição ou utilização do serviço. Conjugação do artigo 156, III com 155, II “ Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) III - serviços de qualquer natureza... “ Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços ... Competência Competente para instituir Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) é o Município. Base Legal Artigo 156, inciso III, da Constituição Federal: “Compete aos Municípios instituir imposto sobre: (...) III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar;”. Artigos 71 a 73 do Código Tributário Nacional, revogados pelo Decreto-lei n. 406/68 com redação da Lei Complementar n. 56/87. Fato Gerador Fato gerador é a prestação habitual e remunerada, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviço incluído entre os listados pelo Decreto-lei n. 406/68. Os serviços dessa lista ficam sujeitos apenas ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), ainda que sua prestação envolva fornecimento de mercadorias (ver Súmulas números 135, 156 e 167 do Superior Tribunal de Justiça). Serviços que não constem da lista estão fora do campo de incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza. O fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não especificados na lista ficará sujeito ao Imposto Comercial sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) (ver Súmula n. 163 do Superior Tribunal de Justiça). Base de Cálculo De acordo com o modelo fornecido pelo Decreto-lei n. 406/68, os Municípios podem organizar o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza da seguinte forma: serviços em geral: alíquota sobre o preço dos serviços (artigo 9.º, caput); profissionais: (serviços pessoais), médicos, advogados etc.: cobrança de importância periódica, fixa ou variável, por mês ou por ano (artigo 9.º, § 1.º); sociedade de profissionais: igual ao do item anterior, a ser pago pela sociedade, multiplicado pelo número de profissionais que nela trabalharem – sócios, empregados, autônomos – (artigo 9.º, § 3.º); substituição tributária: há Municípios que atribuem às pessoas jurídicas, tomadoras dos serviços, o recolhimento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, se o profissional contratado não for estabelecido (artigo 128 do Código Tributário Nacional). Contribuinte Contribuinte do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é o prestador do serviço. Não são contribuintes os que prestam serviços em relação de emprego, os trabalhadores avulsos, os diretores e membros de conselhos, consultivo ou fiscal, de sociedade (artigo 10 do Decreto-lei n. 406/68). Observem que hoje temos: LEI COMPLEMENTAR Nº 116, DE 31 DE JULHO DE 2003 Isenção Estão isentos do pagamento de Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza a União, os Estados, o Distrito Federal, as autarquias e empresas concessionárias de serviços públicos, quando contratarem serviços de execução, administração, empreitada e subempreitada de obras hidráulicas ou de construção civil, e os respectivos serviços de engenharia consultiva (artigo 11 do Decreto-lei n. 406/68). Local da Prestação de Serviços Local da prestação do serviço tributado é o do estabelecimento prestador, ou, na falta desse, o do domicílio do prestador, sendo exceção a construção civil cujo local será o da prestação do serviço (artigo 12 do Decreto-lei n. 406/68). Município Competente Para Cobrar Tributos - Jurisprudência ISS – Local do recolhimento “Tributário. ISS. Local do recolhimento. 1. Para fins de incidência de ISS, tem-se como ocorrido o fato gerador naquele local onde se efetivou a prestação do serviço. 2. Precedentes. 3. Recurso improvido” (ac. un. da 1.ª T. do STJ – REsp n. 130.792/CE – rel. Min. José Delgado – j. em 2.10.1997 – Rectes.: Corpo de Vigilantes Particulares Ltda. – Corpus e outro; Recdo.: Município de Juazeiro do Norte – DJU 1, 17.11.1997, p. 59.446 – ementa oficial). Município Competente Para Cobrar Tributos - Jurisprudência ISS – Administradores de consórcios – Local da prestação de serviços “Tributário. ISS. Consórcios. As administradoras de consórcios estão sujeitas ao ISS no Município onde organizam suas atividades principais, e não naquele em que captam a clientela. Recurso especial não conhecido” (ac. un. da 2.ª T. do STJ – REsp n. 51.797-SP rel. Min. Ari Pargendler – j. em 5.6.1997 – Recte.: Distrito Federal; Recdos.: Garavelo e Companhia Ltda. e outros – DJU 1, 1.9.1997, p. 40.795 – ementa oficial). ISS – Fato Gerador – Local da prestação do serviço “ISS – Local do fato gerador – Município – Decreto n. 406/68. Embora o art. 12, ‘a’, considere como local da prestação do serviço o do estabelecimento prestador, pretende o legislador que referido imposto pertença ao Município em cujo território se realizar o fato gerador. Recurso provido” (ac. un. da 1.ª T. do STJ – REsp. n. 188.123-RS – rel. Min. Garcia Vieira – j. em 17.11.1998 – Recte.: Comabe Automação de Escritórios Ltda.; Recdo.: Município de Caxias do Sul – DJU-e 1, 8.3.1999, p. 135-136 – ementa oficial). Município Competente Para Cobrar Tributos - Jurisprudência ISS – Local da Incidência “Tributário. ISS. Local da incidência. O local do recolhimento do ISS incidente sobre a administração de bens ou negócios, inclusive consórcios, é o território do Município onde se realiza o serviço. O serviço de administração de consórcio compreende não só a coleta dos nomes dos interessados como a realização de reuniões, cobrança de parcelas e respectivas, contabilização, aquisição dos bens e sorteio dos consorciados, e, in casu, em todas essas etapas, praticado no Município de Lins, ao qual cabe o poder de tributar. Recurso improvido. Decisão unânime” (ac. un. da 1.ª T. do STJ – REsp n. 72.398/SP – rel. Min. Demócrito Reinaldo – j. em 6.5.1996 – Recte.: Município de Porto Alegre; Recda.: Realçar Administradora de Consórcio Ltda. – DJU 1, 10.6.1996, p. 20.283 – ementa oficial). STF, RE 116.121 TRIBUTO - FIGURINO CONSTITUCIONAL A supremacia da Carta Federal é conducente a glosar-se a cobrança de tributo discrepante daqueles nela previstos. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS - CONTRATO DE LOCAÇÃO. A terminologia constitucional do Imposto sobre Serviços revela o objeto da tributação. Conflita com a Lei Maior dispositivo que imponha o tributo considerado contrato de locação de bem móvel. Em Direito, os institutos, as expressões e os vocábulos têm sentido próprio, descabendo confundir a locação de serviços com a de móveis, práticas diversas regidas pelo Código Civil, cujas definições são de observância inafastável - artigo 110 do Código Tributário Nacional. Conceito de serviço Fundamentação Serviço como obrigação de fazer. Espécie de vínculo obrigacional na qual o objeto seja um esforço humano e não a entrega de alguma coisa (aspecto caracterizador das obrigações de dar). Conceito de serviço Fundamentação: Serviço como obrigação de fazer. Espécie de vínculo obrigacional no qual o objeto seja um esforço humano e não a entrega de alguma coisa (aspecto caracterizador das obrigações de dar). Conceito de serviço Definição de Aires Barreto “ Serviço é a prestação de esforço humano a terceiros, com conteúdo econômico, em caráter negocial, sob regime de direito privado, tendente à obtenção de um bem material ou imaterial.” Imunidades Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. Imunidades Art. 150 (...) § 2º - A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º - As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados , ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário , nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. Imunidade Recíproca Estão abrangidas pela imunidade: INFRAERO (RE 363.412) ECT (RE 364.202) Não estão abrangidos pela imunidade: Notários e registradores (ADIn....) Concessionários de serviços públicos. Imunidades - Jornais Súmula 657: “A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos”. Não são imunes: Serviços de composição gráfica (RE 230.782) Distribuição de encartes de propaganda (RE 213.094) Transporte e distribuição de jornais (RE 116.607) Imunidade Entidades IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, VI, C, DA CONSTITUIÇÃO. INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. EXIGÊNCIA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇO CALCULADO SOBRE O PREÇO COBRADO EM ESTACIONAMENTO DE VEÍCULOS NO PÁTIO INTERNO DA ENTIDADE. Ilegitimidade. Eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança de estacionamento de veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das atividades desta, está abrangida pela imunidade prevista no dispositivo sob destaque. Precedente da Corte: RE 116.188-4. Recurso conhecido e provido. STF, RE 144.900 Imunidade - Entidades IMUNIDADE TRIBUTARIA. CF, ART. 150, VI, C. SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO - SESC. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE DIVERSÃO PÚBLICA. A renda obtida pelo SESC na prestação de serviços de diversão pública, mediante a venda de ingressos de cinema ao público em geral, e aproveitada em suas finalidades assistenciais, estando abrangida na imunidade tributaria prevista no art. 150, VI, c, da Carta Republica. Precedente da Corte: RE 116.188-4 Agravo regimental improvido. STF, AI-AgR 155822 Enunciados Constitucionais Funções da Lei Complementar: Veiculação de normas de estrutura Prevenção de conflitos de competência com Estados. Prevenção de conflitos de competência com Municípios Autonomia Municipal: Princípio derivado do texto constitucional. Encontra limitações na própria Constituição. Lei Complementar TRIBUTÁRIO ISS. ANALOGIA. IMPOSSIBILIDADE. 1. Não é devido ISS por instituição financeira pelo exercício de atividade de abertura de conta corrente bancária. 2. A lista do ISS é taxativa. Impossibilidade de analogia. 3. A abertura de conta bancária é um serviço que a instituição presta a si própria. Não incidência do ISS. 4. Recurso provido. (REsp 1008130/GO, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03/06/2008, DJe 25/06/2008) Enunciados Constitucionais – EC 37/02 Art. 156 (...) § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior; III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. Bons Estudos!
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